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Diário do confinamento
Diário do confinamento
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E-book95 páginas1 hora

Diário do confinamento

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Sobre este e-book

Um dia, um mês, um ano diferente de todos os outros, o mundo sofreu uma de suas maiores transformações. Sobre a mesa um calendário que se comporta apenas como uma mera peça de decoração. Os dias passam, mas nós, não! O confinamento é uma realidade e não existe nada a ser feito, pelo menos por agora, resta-nos então a clausura, a certeza de que teremos que ficar aqui trancados neste local quase “estranho”, espaço que conhecemos muitas vezes de passagem, mesmo vivendo nele todos os dias.A partir de agora seremos obrigados a conviver muito de perto com cada cômodo desse local, sentindo intensamente as agruras de olhar mais o espelho ou espiar o mundo lá fora através das janelas. Na rua muitos são os que transitam envoltos em medo e máscaras de todas as cores.Um diário é a forma mais objetiva de contar o tempo, de dar vida a este interminável hiato. Através dele é possível expressar todos os medos e expectativas, elaborar planos de fuga ou simplesmente criar estratégias de como poderemos chegar sem riscos a farmácia ou ao supermercado.A vida se transformou em um inevitável confinamento e este diário certamente será o único registro, o melhor companheiro capaz de nos ajudar eternizar um tempo com começo, meio e sem um prazo que se possa chamar de fim.
IdiomaPortuguês
EditoraLitteris
Data de lançamento10 de mar. de 2022
ISBN9786555730166
Diário do confinamento
Autor

Artur Laizo

Mora em Juiz de Fora. Médico, cirurgião geral, formado pela UFJF (1986). É professor da Faculdade de Medicina da Universidade Presidente Antônio Carlos e presidente da LIGA DE ESCRITORES, ILUSTRADORES E AUTORES DE JUIZ DE FORA – LEIAJF. Também é membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete.

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    Pré-visualização do livro

    Diário do confinamento - Artur Laizo

    capa_interna_-_diario_do_confinamento.jpgDC

    copyright © 2020 by arthur laizo

    Direitos em Língua Portuguesa reservados ao autor através da LITTERIS® EDITORA.

    ISBN: 978-65-5573-016-6

    ISBN: 978-65-5573-015-9 (livro impresso)

    editores

    Artur Rodrigues

    Deucimar Cevolela

    Assessoria editorial

    M. Nora

    produção editorial

    Ronald Monteiro

    CONVERSÃO:

    Cevolela Editions

    litteris

    CIP - brasil. catalogação-na-fonte

    sindicato nacional dos editores de livros, RJ.

    camila donis hartmann - bibliotecária - cRB-7/6472

    CNPJ 32.067.910/0001-88 - Insc. Estadual 83.581.948

    Av. Marechal Floriano, 143 sala 805 - Centro

    20080-005 - Rio de Janeiro - RJ

    Tel: (21)2223-0030/ 2263-3141

    E-mail: litteris@litteris.com.br

    www.litteris.com.br

    www.litteriseditora.com.br

    www.livrarialitteris.com.br

    A pandemia nos trancou em casa. Diminuiu horas de trabalho. Afastou as pessoas que amamos muito e ficamos todos com medo do desconhecido.

    Dedico esse DIÁRIO DO CONFINAMENTO a Ângela, minha esposa, que me suportou por muito tempo dentro de casa.

    Dedico a minha irmã, Tânia, aos meus parentes que não vejo há meses.

    Dedico aos meus alunos que, longe de mim, só temos saudades.Enfim, dedico a todos que sofreram por essa pandemia que ainda estamos vivendo.

    Sumário

    Dia 1

    Dia 2

    Dia 3

    Dia 4

    Dia 5

    Dia 6

    Dia 7

    Dia 8

    Dia 9

    Dia 10

    Dia 11

    Dia 12

    Dia 13

    Dia 14

    Dia 15

    Dia 16

    Dia 17

    Dia 18

    Dia 19

    Dia 20

    Dia 21

    Dia 22

    Dia 23

    Dia 24

    Dia 25

    Dia 26

    Dia 27

    Dia 28

    Dia 29

    Dia 30

    Dia 1

    22 de março de 2020 [D1]

    Mundo: Confirmados: 340.843, Mortes: 14.582;

    Brasil: Confirmados: 1.604, Mortes: 25 (22 em SP);

    Minas Gerais: Confirmados: 83

    Juiz de Fora: 0

    Somente hoje comecei a escrever esse diário do confinamento do coronavírus.

    Para que escrever tal coisa!?

    Para que todos saibam que há mais pessoas passando pela mesma ansiedade e sensação de prisão domiciliar. Hoje, eu saí de casa uma vez, de carro, e não desci dele, exceto na minha garagem. Fiz compras ontem no supermercado. O suficiente para nosso fim de semana, e vou ter que voltar a me expor amanhã novamente para comprar comida.

    Expor-me em um supermercado – lugar que adoro ir – é uma coisa até boa de fazer. Sexta-feira, quando eu fui, no entanto, minha vontade era de brigar com um bando de velhinhos sorridentes, que não tinham nada para comprar de necessidade e estavam passeando pelo mercado. Eram todos, com certeza, do maior grupo de risco: mais de setenta anos todos, com uma doença crônica ou mais de uma. Difícil controlar o idoso dentro de casa!? Difícil, mas não impossível. Temos que tentar fazer a nossa parte.

    Na sexta-feira, eu estava pior. Queria chorar a todo o momento. Tinha dois problemas que não sabia quando se resolveriam. Um deles era a presença na minha casa de uma intercambista da Alemanha, que precisava voltar para casa e só se ouvia dizer que estavam fechando fronteiras e cancelando voos internacionais. Meu outro problema era um tio que em Lafaiete estava em estado avançado de uma doença terminal e, eu como médico, sabia que iria perdê-lo. Acrescido a isso, a própria loucura que está se instalando no mundo, agora começando no Brasil, essa devastação virulenta.

    A alemã viajou no sábado e mandou notícias hoje de sua casa. Ela está bem. Meu tio faleceu ontem – quase ninguém no sepultamento, devido à ordem de isolamento social ؘ–, mas agora está bem. A família, no entanto, que precisa de um abraço de conforto e carinho nessa hora, não pode recebê-lo. Eu não pude ir ao enterro do tio que mais gostava!

    Ficar em casa! Não ver se tem sol ou se chove. Ter o que fazer, mas com a cabeça fervilhando com a expansão da pandemia, não é toda hora que consigo. Escrevi, li, pintei – há um ano não pintava nada –, fiz alguma coisa na cozinha, ajudei no que pude em casa, vi televisão – coisa que menos gosto de fazer –, mas o tempo tornou-se maior e está difícil preenchê-lo.

    Amanhã é segunda-feira – dia normalmente cheio: ginástica pela manhã, não pode; aulas à tarde, não pode; cirurgias eletivas, não pode.

    Enfim, o dia será mais uma luta, para não entrar em colapso nervoso, enquanto nosso sistema de saúde se prepara para o que nem imaginamos.

    Que Deus nos dê forças!

    Dia 2

    23 de março de 2020 [D2]

    Mundo: Confirmados: 353.000, Mortes: 14.632

    Brasil: Confirmados: 1.960, Mortes: 34

    Minas Gerais: Confirmados: 128

    Juiz de Fora: Confirmados: 8

    Acordei hoje sem saber que dia era. Tive uma grande vantagem, ao menos saber quem era.

    O grande problema do confinamento é que muitas vezes os dias são iguais e a gente se sente perdido. Você não faz nada no domingo que é o dia do tédio e a sua segunda-feira será igual, porque você não pode fazer nada fora de casa. Acordei, levantei, tomei banho e fui para o desjejum. Parei para ver as novidades na internet, tudo e todos só falavam da mesma coisa. Tive que responder algumas dúvidas, inclusive de pacientes, e mandei mensagens para vários amigos e parentes para saber como estavam e para que soubessem que não estão sozinhos.

    Aí, eu tive que sair: banco e farmácia. Rapidinho!

    Encontrei na rua um bando de idosos perambulando descontraidamente. Um monte de outras pessoas andando por aí. E como disse um amigo: Com as ruas mais vazias, a sensação é que somos ET’s, ou estamos sendo observados por um bando de zumbis que, a qualquer hora, podem atacar e nos estraçalhar devorando-nos aos pedaços.

    Voltei para casa e postei novamente nas redes: FIQUEM EM CASA!

    Entrei em casa como um vampiro que chega ao seu abrigo e consegue se proteger do Sol. Respirei fundo e estava de volta à minha

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