Monstros fora do armário
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Monstros fora do armário - Flavio Torres
DEPOIMENTOS
Não sejamos ingênuos: todos temos monstros dentro do armário. É necessária uma grande dose de coragem para abrir a porta e revelar os recônditos em que eles se escondem. No seu livro de estreia, Flavio Torres escancara a porta que não devia ser aberta e permite que os monstros saiam em passeio pelo mundo. Não é uma leitura fácil, nem inocente; talvez o melhor alerta para o leitor seja deixai toda a esperança, ó vós que entrais
. Os contos sufocam pela atmosfera febril, capaz de esconder um universo de significados. O estilo seco contrasta com a força das cenas; o autor nega título para os textos, consciente de que nominar o medo também é diminuí-lo. Nenhuma redenção é alcançada pelas personagens, que mergulham no abismo dos seus armários internos entre os monstros que insistem em ser decifrados. Contudo, no momento em que enfim se perde a fé na Humanidade, Flavio mostra que, no mais fundo do horror cotidiano, existe um rasgo de esperança. E, por este segundo de felicidade, esta rosa que rompe o mundo, vale a pena passar pelo inferno, vale a pena encarar o mais temível dos monstros. Enquanto a literatura atual refugia-se em formas elaboradas e mantém o leitor a salvo de seus piores demônios, surge uma obra corajosa, disposta a abordar a zona escura onde poucos autores se aventuram. Mesmo que o preço – caro, tão caro – seja um pouco da alma do leitor, um pouco da sua fé.
Gustavo Melo Czekster
Flavio Torres é um destes autores que não têm medo de ousar, e não se trata de ousadia formal ou experimentalista. Nos textos de Monstros fora do armário, reconhecemos a voz firme, áspera e quase cruel de um escritor que, em pleno domínio de seu ofício, não se intimida ante o desafio de revelar o que há de sórdido por trás de tudo aquilo que idealizamos: amor, casamento, família, progenitura, fé. Se é verdade que o medo mutila a escrita, os contos de Flavio Torres são literatura plena, inteira, sem tréguas ou amenidades.
Rafael Bán Jacobsen
But there could be no compensation
on this journey whose end
and purpose was death.
P. D. James, The children of men
CONCEPÇÃO
*
Ela abriu os olhos assim que a porta do pequeno apartamento se fechou. Um rangido familiar, o baque metálico da fechadura, o contato da folha de madeira com o marco. Silêncio.
Com os braços finos, puxou as pernas contra o peito, deitada na cama. O corpo doía, como se ela tivesse levado uma surra. Ainda nua, observava-se no espelho do teto, o cabelo mal-ajeitado, quase solto. Os joelhos, roxos e inchados, contrastavam com a brancura doentia do corpo.
Por alguns minutos, esperou. Distraía-se olhando para a televisão que, muda, repetia as mesmas cenas mecânicas de homens e mulheres sem face. Tentava, de vez em quando, recordar o rosto do sujeito que acabara de sair do quarto. Em vão.
O telefone celular disparou o alarme, e ela o alcançou, sobre a mesa de cabeceira improvisada, com alguma dificuldade. A força que fez para que as pernas permanecessem pressionadas contra o peito a deixou tonta. Deve ter dado tempo suficiente, disse, como se alguém tivesse interesse em ouvi-la.
Quando se levantou, ainda sentiu o líquido morno dentro de si, tentando escapar e rolar por suas coxas.