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O Livro das Mágoas
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O Livro das Mágoas
E-book46 páginas43 minutos

O Livro das Mágoas

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Sobre este e-book

O Livro Negro das Mágoas como chamou o autor, é a nova coletânea de contos de Igor Souza. Mais mordaz do que nunca, o escritor convida o leitor ao enfretamento de uma leitura angustiante e realista. Kafka disse que um livro deve ser como um machado para o mar congelado que há em nós, e talvez este seja um. Um verdadeiro ode a lucidez.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de dez. de 2021
ISBN9781526046178
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    O Livro das Mágoas - Igor Souza

    O LIVRO DAS MÁGOAS

    IGOR SOUZA

    2021.

    SUMÁRIO

    1. EU NÃO ME ENCAIXO NESSE MUNDO.

    2. VOCÊ NÃO SABE COMO É (Escritos Póstumos).

    3. FAVELA, CAROLINA MARIA DE JESUS.

    EU NÃO ME ENCAIXO NESSE MUNDO

    Eu escrevo para liberar as angústias das quais em palavras não posso exprimir. É como uma doença. Te deixa fraco e aos poucos você perde os estímulos que o mantém vivo. Sempre senti um desconforto em relação a vida. Me chamo Pedro, mas isso pouco importa. Eu estava indo trabalhar na biblioteca no centro. É um trabalho que me agrada, fico sempre perto dos livros. Não sei bem o motivo, mas a maior parte do tempo estou triste. Mas não apenas triste como um humor passageiro, mas realmente infeliz. E as pessoas não deveriam julgar a dor dos outros, deveriam apenas se silenciar e tentar entedê-las. A cada julgamento, aquele quarto vazio que você está, sozinho, fica mais escuro. E não se trata de estar sozinho, mas se sentir completamente solitário. Não é como se eu não tivesse amizade, carinho ou amor, pois tenho. Meu melhor amigo Nicholas é uma pessoa muito amável e me ajuda a enfrentar a vida. Talvez seja a repetição do dia-a-dia, essa miséria cotidiana o motivo. Mas creio que é algo a mais. Você sente um aperto no peito, um pouco de falta de ar, e uma vontade de chorar que mais parece um lamento por todas as desgraças da terra. Eu sinto isso na maioria dos dias, e senti isso dirigindo para o trabalho hoje também. Acho que essa melancolia nunca vai me abandonar. É horrível querer viver, ser alegre, e não poder. Talvez devesse ter lido menos livros e apostado na alienação como muitos. Mas penso eu, que isso parace muito errado em diversos aspectos. Não, para mim se trata do sentimento que levou Virginia Woolf a se jogar num rio com pedras no corpo pronta para a morte, ou, o que levou Sylvia Plath a colocar os filhos protegidos no quarto e em seguida colocar a cabeça no forno dando adeus a vida. É uma doença da mente que te lembra sempre que você não pode ser feliz. No fundo, parece que a própria percecção da realidade, sem devaneios ou fantasias, é o que nos leva a sentir esse desconforto. O mundo não tem nada a tratar conosco, não vai nos dar uma solução para os nossos problemas. Só nós mesmos podemos resolver os problemas que criamos para nós e para os outros. É por isso que é necessário termos amizade e companheirismo acima de tudo. Mas pelo contrário, nos últimos anos não encontrei muito disso. Todas as esperanças e sonhos de vida que construí quando mais novo, baseados em muitas experiências da juventude, não enxergo mais. Eu lembro sempre dos dias alegres com amigos e das aventuras da noite. Me ajudam a entender que é sempre possível sentir coisas boas novamente. E não podem dizer que não tentei viver em conformidade com a vida, pois tentei. A vida é melhor vivida quando não procuramos ou questionamos seu significado. Mas eu pergunto, qual a razão de viver então? Se chegamos aonde chegamos porque questianamos o mundo a nossa volta. Não é possível ser melhor, mais significativo para as pessoas? Essas perguntas não precisam de respostas imediatas, as vezes elas aparecem com o tempo ou nunca aparecem. Como o dia que estava no intervalo do trabalho e tomava meu café enquanto observava o vento sob as árvores. A brisa passava juntamente com os carros no trânsito, uma moça passava e seus cabelos se mexiam junto ao vento. O céu azul, a fumaça do café, as árvores. A beleza do mundo na simplicidade de um dia comum. Eu

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