Funções executivas em crianças e adolescentes com epilepsia idiopática: avaliação clínica e neuropsicológica
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Funções executivas em crianças e adolescentes com epilepsia idiopática - Andrea Bandeira de Lima
À memória de meus amados pais Alberto Bandeira de Lima, Hortênsia Bandeira de Lima e de minha tia Maria de Lourdes Bandeira de Lima que foram meus maiores incentivadores durante toda a minha vida.
AGRADECIMENTOS
Aos meus orientadores e mestres, professora Doutora Marleide da Mota Gomes e professor Doutor Heber de Souza Maia Filho, por compartilharem generosamente comigo seus conhecimentos, pela paciência e disponibilidade com que me guiaram e me ensinaram os caminhos da pesquisa científica e da vida acadêmica.
Ao Serviço de Neuropediatra da Universidade Federal Fluminense que abriu seu ambulatório, permitindo que seus pequenos pacientes colaborassem nesta pesquisa. Aos pacientes e suas famílias que, mesmo com todas as suas dificuldades, participaram da nossa pesquisa, tornando este trabalho possível.
A toda a nossa equipe de pesquisa que trabalharam incansavelmente na coleta e no banco de dados, principalmente à Fernanda de Souza Moreira e Rita Tavares que estiveram o tempo todo ao meu lado, incentivando-me e dando-me suporte nos momentos difíceis dessa jornada.
À minha família, meus sogros Sergio Fernandes da Silva e Regina Coeli S. A. Fernandes da Silva que me ajudaram com meus filhos nos momentos em que eu estava ausente e pelo carinho que sempre tiveram comigo; ao meu marido, Alessandro S. A. Fernandes da Silva, meu companheiro da vida, que sempre teve paciência comigo nos meus momentos de tensão e estresse e nas minhas vitórias e alegrias; e principalmente aos meus filhos que são minha eterna fonte de inspiração, aprendizado e amor, a quem quero deixar o legado de tudo que realizo.
LISTA DE SIGLAS
CAE: Criança (s) e adolescente (s) com epilepsia
CCEB: Critério de Classificação Econômica Brasil
DAE: Droga (s) antiepiléptica (s)
EEG: Eletroencefalograma
FMP: Faculdade de Medicina de Petrópolis
HUAP: Hospital Universitário Antônio Pedro
ILAE: International League Against Epilepsy
NSDAE: Nível Sérico de Drogas Antiepilépticas
TAVIS – 3: Teste de Atenção Visual
TDE: Teste de Desempenho Escolar
TDAH: Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
QI: Quociente de Inteligência
UFF: Universidade Federal Fluminense
WISC - III: Escala de Inteligência Weschler para Crianças 3ª Edição
WCST: Teste Wisconsin de Classificação de Cartas
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. EPILEPSIA
2.2 FUNÇÕES EXECUTIVAS
2.2.1 Definição
2.2.2. Mecanismos e tipos
2.2.3. Fisiologia
2.2.4. Diagnóstico
2.2.5. Avaliação Neuropsicológica
2.3 RELAÇÃO ENTRE EPILEPSIA E FUNÇÃO EXECUTIVA
2.3.1. Fisiopatogenia
2.3.2. Efeitos das DAE na função executiva
2.3.3. Sintomas e Comorbidades de Função Executiva na Epilepsia
2.3.4. Estudos sobre epilepsia e função executiva
3. JUSTIFICATIVA
4 OBJETIVOS RELATIVOS A CAE ESTUDADOS
5. HIPÓTESES
6. METODOLOGIA
6.1. POPULAÇÃO
6.2. QUESTIONÁRIOS
6.3. ANÁLISE
7. EQUIPE
8. LOCAL
9. ASPECTOS ÉTICOS
10. VIABILIDADES E IMPLICAÇÕES DO ESTUDO
11. RESULTADOS
12. DISCUSSÃO
13. CONCLUSÕES
14. RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS
ANEXOS
I - FICHA DE COLETA DE DADOS
II - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
III - APROVAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA FMP
IV - APROVAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA UFF
V - ARTIGO PUBLICADO - LIMA AB, MOREIRA F, GOMES MM, MAIA-FILHO H. CLINICAL AND NEUROPSYCHOLOGICAL ASSESSMENT OF EXECUTIVE FUNCTION IN A SAMPLE OF CHILDREN AND ADOLESCENTS WITH IDIOPATHIC EPILEPSY. ARQ NEUROPSIQUIATR 2014;72(12):954-9.
REFERENCES
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
1. INTRODUÇÃO
A Epilepsia é uma doença do cérebro caracterizada por uma predisposição duradoura para gerar crises epilépticas e pelas consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais desta condição. A definição de Epilepsia requer o histórico da ocorrência de, pelo menos, 1 crise epiléptica. É definida por qualquer uma das seguintes condições: pelo menos 2 crises sem motivo ocorridas com mais de 24 horas de intervalo; 1 crise sem motivo e a probabilidade de novas crises semelhantes ao risco de recorrência geral, (depois de 2 crises sem motivo aproximadamente 60% ou mais); pelo menos 2 crises em um cenário de epilepsia reflexa. Deixa de ser considerada presente em pessoas que apresentam uma síndrome epiléptica idade-dependente, mas que estão agora fora da idade aplicável, ou aqueles que permaneceram livres de crises por pelo menos 10 anos sem medicação anti-crise, previsto que não há conhecidos fatores de risco associados com uma alta probabilidade (>75%) de futuras crises. Uma crise epiléptica é uma ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas devido a uma atividade anormal, excessiva ou hipersíncrona no cérebro. (Fisher et.al, 2015). É uma síndrome de etiologia variada (genética, vascular, neurometabólica, estrutural ou traumática), nem sempre identificada (Camfield et al., 1996) e não, uma doença única.
Camfield e Camfield (2015), relatam que a incidência da epilepsia em crianças varia 41-187 / 100.000, com maior incidência relatada em países em desenvolvimento, especialmente nas áreas rurais. A incidência é consistentemente relatada como sendo mais alta no primeiro ano de vida e recuando a níveis dos adultos até o final da primeira década. A prevalência de epilepsia em crianças é consistentemente maior do que a incidência e varia 3,2-5,5 / 1.000 nos países desenvolvidos e 3,6-44 / 1.000 em países em desenvolvimento, sendo mais alta em áreas rurais. A incidência e prevalência de tipos de crises específicas e síndromes epilépticas é menos bem documentada.
Em estudos populacionais, há um predomínio de crises focais em comparação com convulsões generalizadas. Somente cerca de um terço das crianças com epilepsia pode ser atribuído a uma síndrome epiléptica específica, tal como definido pelo sistema proposto mais recentemente para a organização de síndromes epilépticas, por isso é importante existirem mais estudos relacionados a esta faixa etária (Camfield e Camfield,