Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Inapropriadamente Próprio
Inapropriadamente Próprio
Inapropriadamente Próprio
E-book160 páginas1 hora

Inapropriadamente Próprio

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

O primeiro volume de uma viagem emocionante ao longo da vida de Theo e daqueles que com ele se cruzam;
Aemilia, Stephen C, António Romã e eu; o próprio.

Esta é uma viagem de conversas entre heterónimos, pseudónimo e vozes. Narrados e por vezes declamados, são os episódios que juntam Amor, Dor e Razão. Mas também Filosofia, História e Perdão. 

Leia com a máxima abertura e o mínimo compromisso. Respire o interior de cada página e desfrute de Muito em Pouco, respeitando cada vírgula.

Inapropriado para o contar, apropriado para se escrever; próprio para se ler.
 
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de dez. de 2021
ISBN9789899052277
Inapropriadamente Próprio

Relacionado a Inapropriadamente Próprio

Ebooks relacionados

Ficção Geral para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Inapropriadamente Próprio

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Inapropriadamente Próprio - Manuel Nunes Cabaço

    Agradecimentos

    Custa mais escrever agradecimentos do que escrever qualquer obra literária. Direi que agradeço a todos aqueles que de uma forma ou outra tornaram os dias que vivo possíveis, sendo os dias que vivo o resumo da minha vivência.

    Agradeço a todos, mesmo que assim pareça pouco. Agradeço à Família de sangue, Pai, Mãe, Irmão. Agradeço aos restantes Primos maternos e paternos. Agradeço aos amigos que se cruzaram nesta vida, aos que se cruzaram nas restantes e aos demais Irmãos com os quais não partilho sangue.

    Agradeço também de forma mais concreta ao amigo Nuno Festas pelo apoio na publicação deste primeiro volume, assim como agradeço à amiga Edite Esteves, todo o suporte oferecido numa fase inicial assim como a sua abertura para a leitura desta obra.

    Agradeço ao amigo Adelino Cunha, escritor do prefácio que esta obra carrega e que na data desta publicação continua incessante a desenvolver os seus trabalhos no ensino superior português enquanto Pró-reitor da Universidade Europeia. Personalidade que muito estimo e carrego no coração. Também ele admirador da arte da caneta com diversos títulos sobre Álvaro Cunhal, Júlio de Melo Fogaça, Cavaco Silva, entre outras personalidades. Agradeço assim mais uma vez: obrigado Amigo Adelino Cunha.

    Agradeço à Editora Cordel D' Prata onde trabalho profissionalmente como Editor. Agradeço todo o apoio na publicação desta obra assim como as amizades dentro desta família profissional, a vasta família Prata. Agradeço ainda às várias centenas de autores a quem faço o acompanhamento editorial, são eles que me fazem amadurecer e crescer.

    Por último agradeço à vida por ainda não me ter levado. Agradeço por me continuar a deixar viver, ler e escrever.

    Dedico este livro aos que já partiram,

    mas ainda vivem algures na mente dos que vivem.

    Prefácio

    25 mil milhões

    Seria inapropriado ter começado estas linhas com um número: 25 mil milhões. Seria inapropriado porque (falando de alguma coisa) os números apenas falariam da nossa ignorância: que existem 25 mil milhões de sítios na Via Láctea onde pode existir vida. Mas isso não interessa nada porque as respostas costumam ser bem menos interessantes do que as perguntas, e do que as perguntas que nos mobilizam para o conhecimento incerto e instável (precário, como um recibo-verde). 

    É inapropriado começar estas linhas com um número porque estas linhas antecipam o primeiro ensaio do Manuel Cabaço. Talvez fosse agora indicado desfiar umas palavras sobre o jovem autor, mas isso seria facilitar a vida ao leitor (e ao autor). Isso é que não. A descoberta do Manuel Cabaço encontra-se nas páginas que se seguem, faça o favor de usufruir. 

    Na verdade, não é bem uma descoberta sobre o que podemos conhecer do autor, mas sobre aquilo que desconhecemos do autor: e de nós próprios. Isto é mais interessante: assumir a nossa ignorância cognitiva. Sim, a nossa natureza. Os nossos medos, também. Talvez os nossos sonhos, talvez. O nosso questionamento, sem dúvida que sim, assumir o nosso questionamento.

    Não interessa tanto verificar cientificamente as cinco realidades expostas por Stephen C, mas talvez valha a pena especular a demência do inusitado como parte da nossa curiosidade, ou até o seu contrário: sentir a curiosidade como demência. A nossa demência, pode ser assim?

    Escrito isto, foi inapropriado utilizar como refém os 25 mil milhões de sítios na Via Láctea onde pode existir vida quando se pretendia simplesmente sugerir as imensas possibilidades que decorrem da nossa ignorância e que são libertadas no prazer e no sacrifício das palavras que escrevemos.

    É disso que trata este elegante ensaio narrativo de Manuel Cabaço. Dizer elegante é dizer imenso das palavras que o autor deixa aqui ditas. É dizer quase tudo, mas dizendo quase nada.

    Um quadro fragmentado que sugere uma viagem sem um destino concreto. Uma viagem que podendo ser à fronteira da Via Láctea apela mais a uma viagem interior onde o autor e o leitor dialogam entre si e dialogam consigo próprios. 

    Adelino Cunha

    Caldas da Rainha, Setembro de 2020

    Tento perceber quem sou todos

    os dias e todos sou todo o dia.

    Uma palavra ao Leitor

    Está presente na cultura Budista a ausência de expectativas, sob pena de criar desilusões. Peço-lhe assim, caríssimo leitor, para não ter qualquer expectativa ao longo deste volume; sob pena de criar desilusões. Peço-lhe para ler com a máxima abertura e o mínimo compromisso. Peço para respirar o interior de cada página e desfrutar de Muito em Pouco, respeitando cada vírgula. O leitor deve estar preparado para ler, sem qualquer inquietude a introdução à vida de Theo, Aemilia, Stephen C., António Romã e eu; o próprio. Um método inapropriadamente inapropriado para o contar, mas ainda assim benigno para o escrever; enriquecido para se ler.

    Deixo ainda a nota ao benévolo leitor que não sou Budista; mas sim um homem de espiritualidade. Com abertura a qualquer religião, cultura ou tradição. Aviso o leitor que todo este volume é feito de episódios metaforizados em momentos dentro de uma simples cabeça; não seja imprudente ao julgar, pense que será sempre no fundo só uma cabeça; com muito por contar, pouco a dialogar. Por pouco dialogar, dialogo comigo, lá dentro. Faça o compromisso de me ler no todo e depois arrume numa gaveta, ofereça ao próximo ou faça exatamente aquilo que a sua mente lhe disser. Descodifique o código da vivência e encontre o manual da vida. Boas leituras.

    Agradeço às nuvens, ao sol e à chuva.

    Agradeço à natureza, à lua e ao silêncio.

    Capítulo I

    Demência Fractal fragmentada_

    O capítulo I acontece num momento crucial.

    Foi o dia em que conheci Stephen C., o primeiro de nós que apareceu; parecia estranho. Um velho envelhecido, barbudo e de idade desconhecida. Em tempos sólido, atualmente louco na sua loucura, o raciocínio do racional. Defende a ciência e o pensamento, faz introdução à introspecção e em nada tem a ver com os restantes.

    O meu nome é Theo, mas isso não é relevante. Sou um jovem curioso por descobrir a verdade presente no mundo, isso é o mais importante de reter. Na Faculdade, enquanto concluía a minha licenciatura, recebi o desafio oferecido por um professor, o desafio de criar uma narrativa. Durante meses pensei qual o melhor tema para debater um bom trabalho antes da graduação, mas nada parecia suficiente para um desafio tão ambicioso. Já à beira do prazo de entrega recebi uma notícia referente a algo que tentava há meses, uma entrevista com Stephen C., um designer dos anos 70, que ficou demente devido ao seu estudo intensivo por fractais tendo sido internado no Hospício de Matheus Francesco. Stephen C. dedicava-se ao que ninguém se desejava dedicar; com todas as suas forças.

    No dia 22 de maio, acordei por volta das seis da manhã, coloquei uma mochila às costas com roupa suficiente para três dias, um bloco e uma caneta pois nada mais era necessário, desloquei-me até à Estação, local onde apanhei um comboio até ao meu destino. Cheguei já tarde, apenas a horas de fazer o check-in no Hotel e esperar pelo dia seguinte, o dia da entrevista, a data esperada. Foi uma noite de claras, onde os sonhos não chegavam e os olhos não fechavam, ansioso e com um certo medo ou receio do que seria a manhã seguinte.

    Dia 23 de maio, acordei cedo e desci as longas escadas de carvalho presentes entre o meu quarto e a receção do hotel, os meus passos ecoavam pelas paredes altas de pinho presentes em todos os recantos. Já na receção um rececionista barrigudo de bigode amarelo, com a sua camisa azul e os largos olhos castanhos apenas me disse:

    -É obrigatório deixar as chaves à saída.

    Não disse uma única palavra, entreguei as minhas chaves e saí apressado. Apenas tinha uma hora de entrevista com o Stephen C. e não podia chegar atrasado. Quinze minutos de viagem a pé até chegar ao Hospício de Matheus Francesco; ao chegar, reparei automaticamente nos muros avantajados e repletos de detalhes contemporâneos, mas simultaneamente eruditas, uma visão que colocava um enorme respeito interior; aproximei-me e deparei-me com uma passadeira amarela feita de granito que se seguia até à entrada, com longas correntes de ferro  a dividir a passadeira das zonas verdes laterais, zonas com bananeiras e estátuas de todas as mitologias conhecidas pelo homem. O ambiente era estranho, mas confortável para qualquer criativo, o hospício de Matheus Francesco acolhia apenas criativos, os mais loucos, aqueles que perderam a sua mente no devaneio da imaginação em paralelo com a racionalidade. Já na porta de entrada, equivalente à de um castelo do sec. XII, uma pequena janela abre-se e uma voz grossa pergunta.

    -Quem se aproxima? Precisamos da sua identificação.

    Retirei um documento importante, mas ainda não referido; uma autorização da família de Stephen C. para o poder visitar e entrevistar. Dobrei a folha, pois era a única forma de passar pela minúscula janela e respondi.

    -Venho entrevistar Stephen C. Tenho aqui uma autorização da família.

    Aguardei uns longos dez minutos até o segurança confirmar todos os meus documentos e finalmente as portas abriram. No seu interior encontrei um ambiente totalmente insólito, talvez até um mundo novo. Um hall de entrada gigante, similar ao de uma casa burguesa com um candeeiro central de oito lâmpadas e um teto, todo ele pintado com frescos ou simplesmente trabalhado sobre a técnica de esculpir. Era uma primeira sala assustadora pelo nível de complexidade presente: todos os tipos de ciências estavam presentes: Astrologia, Matemática, Pintura e Escultura. Aquele era um hospício de dementes geniais, mestres incapazes de viver em sociedade, mas aptos a viver no

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1