Veridianas: O livro de aforismos
De Carlos Nejar
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Sobre este e-book
Um poeta dos pampas, um poeta dos tantos brasis que vão nascendo de sua sagaz observação do que fazem e do que dizem as gentes. O tema da vida e da morte, o tema do bem e do mal, o tema do amor ou dos tantos amores que vivem em um só ou em muitos.
Quantos há em um único ser humano? Quantas histórias de dor foram surgindo e partindo e deixando como herança cicatrizes que enfeitam nossa alma?
É bom ler Nejar. É um restabelecer de esperanças ler Nejar. O Quixote brasileiro. O professador da crença de que a palavra une, eleva, ilumina.
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Veridianas - Carlos Nejar
DO ENGANO, DA DOR
E DO CORPO
MEU EQUILÍBRIO é o perigo de atravessar a morte.
*
A razão nunca é inocente.
*
A morte não tem diálogo.
*
A semente pode ter uma sombra podre.
*
A justiça apenas julga sobre o que deseja.
*
Quem quer mais do que pode perde o que tem e o que não tem.
*
A palavra ociosa arrasta o juízo.
*
A fábula é o começo do mito.
*
A velhice nos vai cercando mais de mortos do que vivos.
*
Poderes se encontram na sombra. Poucos trabalham a luz.
*
Corpo, assembleia de pássaros.
*
Não há lente capaz de atravessar a escuridão. Não há escuridão que se esconda dentro de uma lente.
*
Pode ser mais penoso suportar a vida do que suportar a morte.
*
A perfeição morre de sede.
*
Eu sei como se morre. Já comecei.
*
Zombamos do que nos ultrapassa.
*
O poder sem a possibilidade é uma cauda que tenta morder o cão.
*
A loucura, razão avariada.
*
Remorso: azeite escuro.
*
A morte, como a areia movediça, só afunda.
*
Um nó de víbora, a inveja.
*
Para eliminar o mal que nos ataca, ficamos demasiado tempo sem respirar debaixo d’água.
*
Quanto mais se come mel, mais nos aprisionamos no favo.
*
O mar só morre na onda.
*
Humor, relógio voluptuoso da inteligência.
*
Vemos os homens pelos olhos dos cães.
*
Só as ações perpetuam as palavras.
*
É tão feroz o corpo: não deixa caber a alma.
*
O exílio morre de exílio.
*
O céu fabrica as andorinhas e as andorinhas engolem a luz.
*
O destino pesa como uma pedra.
*
A velhice jamais levita, só sabe cair.
É movediça a margem das coisas. Nunca se chega ao centro.
*
Os escombros e as cinzas é que nos sobrevivem.
*
A loucura tem inefável sabedoria. Artista é o que a consegue domar e manipular.
*
Os espelhos olham de dentro da loucura.
*
É o alvo que engole a pontaria.
*
Emprestar é ir perdendo.
*
É o momento de vigiar os degraus: sobem quando descem.
*
Morrer de começar a lembrar.
*
A sílaba da dor goteja sob a língua.
*
Tudo morre no uso.
*
Só o sofrimento alcança a liberdade.
*
A memória quer mais memória e o esquecimento, mais esquecimento.
*
Somos inquilinos sempre de alguma esperança. Sem casa.
*
O lobo é amigo do homem e inimigo do lobo.
*
Os néscios se unem contra o mais forte, por defesa da espécie.
*
A vida se oculta na morte para sentir-se viva.
*
Até aonde devo morrer, eu vou.
*
Não tenho o que sou, tenho o que não sou.
*
O que existe é a sonolência das coisas, o pavor de não conhecer o dia seguinte.
*
O ódio elimina o equilíbrio do espírito.
*
O lobo não precisa convencer a ovelha: devora.
*
O descuido da morte é a morte.
*
Debaixo da terra não há genialidade, nem genealogia.
*
Não pude comer o sol, comi o deserto.
*
A razão de viver é a de perder.
*
O homem é o animal que se inventa para se ocultar.
*
O esquecimento é a faculdade passiva da memória.
*
O grande tem a consciência do tempo e o pequeno só de si mesmo.
*
O tempo humano é veloz na felicidade, longo na dor, pacato na agonia e a morte é um relâmpago.
*
O eco muitas vezes é maior do que as palavras.
*
O limo é