Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Electra: Drama em cinco actos
Electra: Drama em cinco actos
Electra: Drama em cinco actos
E-book213 páginas1 hora

Electra: Drama em cinco actos

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

"Electra" de Benito Pérez Galdós (traduzido por Ramalho Ortigão). Publicado pela Editora Good Press. A Editora Good Press publica um grande número de títulos que engloba todos os gêneros. Desde clássicos bem conhecidos e ficção literária — até não-ficção e pérolas esquecidas da literatura mundial: nos publicamos os livros que precisam serem lidos. Cada edição da Good Press é meticulosamente editada e formatada para aumentar a legibilidade em todos os leitores e dispositivos eletrónicos. O nosso objetivo é produzir livros eletrónicos que sejam de fácil utilização e acessíveis a todos, num formato digital de alta qualidade.
IdiomaPortuguês
EditoraGood Press
Data de lançamento15 de fev. de 2022
ISBN4064066412821
Electra: Drama em cinco actos
Autor

Benito Pérez Galdós

Benito Pérez Galdós (1843-1920) was a Spanish novelist. Born in Las Palmas de Gran Canaria, he was the youngest of ten sons born to Lieutenant Colonel Don Sebastián Pérez and Doña Dolores Galdós. Educated at San Agustin school, he travelled to Madrid to study Law but failed to complete his studies. In 1865, Pérez Galdós began publishing articles on politics and the arts in La Nación. His literary career began in earnest with his 1868 Spanish translation of Charles Dickens’ Pickwick Papers. Inspired by the leading realist writers of his time, especially Balzac, Pérez Galdós published his first novel, La Fontana de Oro (1870). Over the next several decades, he would write dozens of literary works, totaling 31 fictional novels, 46 historical novels known as the National Episodes, 23 plays, and 20 volumes of shorter fiction and journalism. Nominated for the Nobel Prize in Literature five times without winning, Pérez Galdós is considered the preeminent author of nineteenth century Spain and the nation’s second greatest novelist after Miguel de Cervantes. Doña Perfecta (1876), one of his finest works, has been adapted for film and television several times.

Relacionado a Electra

Ebooks relacionados

Clássicos para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Electra

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Electra - Benito Pérez Galdós

    Benito Pérez Galdós

    Electra

    Drama em cinco actos

    Publicado pela Editora Good Press, 2022

    goodpress@okpublishing.info

    EAN 4064066412821

    Índice de conteúdo

    ACTO PRIMEIRO

    SCENA I

    SCENA II

    SCENA III

    SCENA IV

    SCENA V

    SCENA VI

    SCENA VII

    SCENA VIII

    SCENA IX

    SCENA X

    SCENA XI

    SCENA XII

    SCENA XIII

    SCENA XIV

    SCENA XV

    ACTO SEGUNDO

    SCENA I

    SCENA II

    SCENA III

    SCENA IV

    SCENA V

    SCENA VI

    SCENA VII

    SCENA VIII

    SCENA IX

    SCENA X

    SCENA XI

    SCENA XII

    SCENA XIII

    SCENA XIV

    SCENA XV

    SCENA XVI

    SCENA XVII

    SCENA XVIII

    ACTO TERCEIRO

    SCENA I

    SCENA II

    SCENA III

    SCENA IV

    SCENA V

    SCENA VI

    SCENA VII

    SCENA VIII

    SCENA IX

    SCENA X

    SCENA XI

    ACTO QUARTO

    SCENA I

    SCENA II

    SCENA III

    SCENA IV

    SCENA V

    SCENA VI

    SCENA VII

    SCENA VIII

    SCENA IX

    SCENA X

    SCENA XI

    SCENA XII

    SCENA XIII

    ACTO QUINTO

    SCENA I

    SCENA II

    SCENA III

    SCENA IV

    SCENA V

    MUTAÇÃO

    SCENA VI

    SCENA VII

    SCENA VIII

    SCENA IX

    SCENA ULTIMA

    ACTO PRIMEIRO

    Índice de conteúdo

    Sala sumptuosa no palacio dos senhores de Garcia Yuste. Á direita, sahida para o jardim. Ao fundo, communicação para outras salas do palacio. Á direita, no primeiro plano, porta dos quartos d’Electra.

    SCENA I

    Índice de conteúdo

    MARQUEZ E JOSÉ

    José

    Estão no jardim... Vou dar parte.

    Marquez

    Espera lá. É esta a primeira visita que faço aos senhores de Garcia Yuste no seu palacio novo... Deixa-me dar uma vista d’olhos... Está n’um grande pé... Bem hajam os que tão bem empregam o seu dinheiro! Porque não é sómente o seu estado de casa, é o bem que fazem, o generosos que são em obras pias...

    José

    Oh! lá isso...!

    Marquez

    E tão mettidos comsigo! tanto da paz e do socego do lar!... Ainda que, segundo cuido, ha novidade agora na familia...

    José

    Novidade? Ah! já sei... Quer o snr. Marquez referir-se...

    Marquez

    Escuta, José! Promettes fazer o que eu te peça?

    José

    Já o snr. Marquez sabe que eu me não esqueço nunca dos quatorze annos que servi na sua casa... O snr. Marquez manda, não pergunta.

    Marquez

    Pois venho cá de proposito para conhecer essa interessante senhorita, que os teus amos trouxeram agora d’um collegio de França...

    José

    A senhorita Electra.

    Marquez

    Podes dizer-me se os senhores estão contentes com essa nova sobrinha? É pessôa amoravel, agradecida?

    José

    Oh! n’esse particular!... Os senhores morrem por ella... Sómente...

    Marquez

    Quê?

    José

    A menina é travessasita...

    Marquez

    A edade!

    José

    Brincalhôna, oh! mas brincalhôna, que se não faz uma ideia...

    Marquez

    Mas diz que é linda, que é um anjo...

    José

    Um anjo sim, se ha anjos parecidos com mafarricos... É que nos põe o sal na moleira a todos cá de casa!

    Marquez

    Estou morto por conhecêl-a!

    José

    No jardim a encontra o snr. Marquez. É lá que passa as manhãs pondo em redemoinho tudo.

    Marquez

    (olhando para o jardim) Lindo jardim, bello parque, as velhas arvores do antigo palacio das Gravelinas...

    José

    É exacto.

    Marquez

    O grande predio, ao fundo da alameda, é tambem dos senhores de Yuste?

    José

    Tambem. Com entrada pelo jardim e pela rua. Em baixo tem o seu laboratorio o sobrinho dos patrões, o senhorito Maximo, primeiro dos trunfos de Hispanha nas mathematicas, e... na outra coisa... na...

    Marquez

    Bem sei... Chamam-lhe o Magico prodigioso... Conheci-o em Londres... ainda a mulher d’elle era viva.

    José

    Morreu em fevereiro do anno passado... e deixou-lhe dois filhos, dois amores!

    Marquez

    Ultimamente renovei com elle o meu antigo conhecimento, e, apesar de nos não visitarmos, por certos motivos, somos muito amigos.

    José

    Tambem eu gósto d’elle. Optimo sujeito...!

    Marquez

    E outra coisa: não estão arrependidos os teus amos de terem mettido em casa esse diabretesito?

    José

    (receoso de que venha gente) Eu direi a V. Ex.ª... Tenho notado... (Vê vir D. Urbano pelo jardim) Ahi vem o senhor.

    Marquez

    Põe-te a andar.

    SCENA II

    Índice de conteúdo

    MARQUEZ E D. URBANO

    Marquez

    (abrindo-lhe os braços) Querido Urbano!

    Urbano

    Marquez! ditosos olhos!...

    Marquez

    E Evarista?

    Urbano

    Bem... Sómente extranhando muito as grandes ausencias do marquez de Ronda...

    Marquez

    Oh! você não imagina o inverno que passámos...

    Urbano

    E Virginia?

    Marquez

    Assim, assim... Sempre achacada, mas reagindo constantemente pela força de uma vontade tenaz, cabeçuda lhe chamarei.

    Urbano

    Pois ainda bem! ainda bem!... Com quê... quer que desçamos ao jardim?

    Marquez

    Vamos já! Deixe-me tomar assento, pouco a pouco, na sua casa nova... (Senta-se) E conte-me lá, querido, conte-me d’essa menina encantada, que foram buscar ao collegio.

    Urbano

    Não, não estava já no collegio. Tinha ido para Hendaya, para uns parentes da mãe. Eu nunca fui muito da opinião de a trazer para cá. Mas Evarista emprehendeu n’isso... Quer sondar o caracter da pequena, apurar se d’ella se poderá fazer uma mulher em termos, ou se nos estará destinada a vergonha de a vêr herdar as tendencias da mãe... Você sabe que era uma prima irmã de minha mulher; e escuso de lhe lembrar os escandalos que deu essa Eleuteria desde o anno de 80 a 85.

    Marquez

    Nem me fale n’isso!

    Urbano

    Emfim, foi a ponto de que a familia, vexada, rompeu com ella de todo e para sempre! Esta menina, agora, cujo pae se não sabe quem seja, criou-se com a mãe até os cinco annos. Depois levaram-a para as Ursulinas de Bayona. Lá, ou por abreviar ou pelo que fosse, puzeram-lhe esse nome, exquisito e novo, de Electra.

    Marquez

    Novo, propriamente, não. Á pobre mãe—coitadita—Eleuteria Dias, todos nós, os intimos da casa, lhe chamavamos tambem Electra, em parte talvez por abreviatura, e em parte porque ao pae, militar valente mas assignaladamente desditoso na vida conjugal, tinham posto a alcunha de Agamemnon.

    Urbano

    D’essa não sabia... Tambem nunca vivi com elles. Eleuteria, pela fama que tinha, figurava-se-me uma creatura repugnante...

    Marquez

    Por amor de Deus, querido Urbano, não sejamos pharisaicos... Lembre-se que Eleuteria—a quem chamaremos Electra I—mudou de vida, ahi por 88...

    Urbano

    E não deu pouco que falar esse arrependimento tambem. Lá foi morrer a S. João da Penitencia, em 95, regenerada, abominando a monstruosa libertinagem da sua vida...

    Marquez

    (como quem lhe reprehende o rigorismo) Deus lhe perdoou...

    Urbano

    Sim, sim... perdão, esquecimento...

    Marquez

    E tratam então agora de tentear Electra II a vêr se inclinará para bem ou se lhe dará para mal... Que resultado vão dando as provas?

    Urbano

    Resultados obscuros, contradictorios, variaveis de dia para dia, de hora para hora. Ha momentos em que ella nos revela qualidades sublimes, mal encobertas pela sua innocencia; outros, em que nos apparece como a creatura mais doida a quem Deus deu licença de vir ao mundo. Tão depressa encanta pela sua candura angelica como aterra a gente pelas diabolicas subtilezas que desfia da sua propria ignorancia.

    Marquez

    Natural desequilibrio da edade, excesso de imaginação, talvez. É esperta?

    Urbano

    Como a electricidade em pessoa, mysteriosa, repentista, de grande tino. Destroe, transtorna, perturba, illumina.

    Marquez

    (levantando-se) Fervo em curiosidade. Vamos vêl-a.

    SCENA III

    Índice de conteúdo

    MARQUEZ, URBANO, CUESTA, pelo fundo

    Cuesta

    (entra com mostras de cançaço, tira do bolso a carteira de negocios, e dirige-se á mesa) Marquez... Tudo bom por cá?

    Marquez

    Oh! grande Cuesta! que nos conta o nosso incançavel agente?

    Cuesta

    (senta-se. Revela um padecimento de coração) O incançavel... começa a cançar.

    Urbano

    Homem! e que me dizes da alta d’hontem no Amortisavel?

    Cuesta

    Veio de Paris com dois inteiros.

    Urbano

    Fizeste a nossa liquidação?

    Marquez

    E a minha?

    Cuesta

    Estou com isso... (Tira papeis da carteira e escreve a lapis) N’um instante saberão as cifras exactas. Tirou-se todo o partido que se podia tirar da conversão.

    Marquez

    Naturalmente... Sendo o typo de emissão dos novos valores 79,50... tendo nós comprado por preço muito baixo o papel recolhido...

    Urbano

    Naturalmente...

    Cuesta

    O resultado foi enorme.

    Marquez

    Querido Urbano, esta facilidade com que se enriquece é positivo que dá o amor da vida e o enthusiasmo da belleza humana. Vamos para o jardim.

    Urbano

    (a Cuesta) Vens?

    Cuesta

    Preciso de dez minutos de silencio para pôr em ordem os meus apontamentos.

    Urbano

    Deixamos-te em socego. Não queres nada?

    Cuesta

    (abstrahido nas suas contas) Não... quero dizer... Sim: manda-me vir um copo de agoa. Estou abrasado.

    Urbano

    Immediatamente. (Sae com o Marquez para o jardim)

    SCENA IV

    Índice de conteúdo

    CUESTA E PATROS

    Cuesta

    (corrigindo as suas notas) Ah! cá está o erro. Aos

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1