O espectáculo de Jack Talento: Muita música, muitas cores, alguma satisfação e alguma dor.

De Carlo Felice Tassini

Monólogos e histórias curtas com ressaibo intenso e persistente. Muita música, muitas cores, alguma satisfação e alguma dor.
Um livro, seis histórias:
Há um pianista que deve comunicar ao seu velho Petrof vertical que foram despedidos;
Há um virtuoso da trombeta que “perdeu o lábio”;
Há um padre em vias de facto com uma incrível confissão;
Há o nascimento de uma verdadeira princesa;
Há um homem que ouve o inaudível;
Há um louco da lógica férrea.

• Idioma: Português
• Editora: BadPress
• Data de lançamento: 9 de jun. de 2021
• ISBN: 9781667403625

Pré-visualização do livro

Traduzido por ADERITO FRANCISCO HUO 

O espectáculo de Jack Talento

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Escrito por Carlo Felice Tassini

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Copyright © 2021 Carlo Felice Tassini

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Todos os direitos reservados

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www.babelcube.com

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Traduzido por ADERITO FRANCISCO HUO

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Carlo F. Tassini

o espectáculo de

jack talento

Independently published

Publicado em 2020

Todos os direitos literários são de propriedade exclusiva do autor.

O espectáculo de Jack Talento

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Monólogos e outras histórias

O monólogo teatral o Espectáculo de Jack Talento teve uma menção especial na oitava edição do Concurso Internacional Fiur'lini (Kapelweg - Holanda) e foi finalista na oitava edição do prémio de poesia e narrativa CITTA' DI SASSUOLO/CIDADE DE SASSUOLO - Sassuolo (Modena).

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O conto  Fisa foi finalista na quinta edição do Concurso Internacional Fiur'lini (Kapelweg - Holanda) e foi premiado na VIII edição do Concurso Nacional de Poesia e Narrativa LE QUATTRO PORTE/AS QUATRO PORTAS – freguesia de Cento (Bolonha).

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O conto "NadeŽda foi premiado na XII edição do Prémio Literário Internacional CITTA' DI RECCO/CIDADE DE RECCO - Recco (Génova) e na primeira edição do Prémio Literário Internacional CASTEL GOVONE" - Finale Ligure (Savona).

O espectáculo de Jack Talento

(quase um monólogo)

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Abafados como se proviessem do exterior, na escuridão da sala de teatro, sentem-se o tinido de um molho de chaves e o disparo de numerosas voltas de uma fechadura. Sucessivamente alguns passos... e algumas imprecações.

Mas onde caramba... 

Thump... Ruído pouco sonoro de alguém que esbarra contra alguma coisa.

Aiah! E felizmente porque conheço este lugar como os meus bolsos.

Ouvem-se disparar alguns interruptores.

Mas que diabo pode ser?

Ao disparo de mais um interruptor, acende-se um olho-de-boi. O feixe de luz gerado pela poderosa lâmpada ilumina, exactamente no centro do palco, um cartaz pendurado por apenas três cantos num painel de madeira. No manifesto está escrito O espectáculo de Jack Talento.

Hei! Onde estás?

O círculo luminoso gerado pelo olho-de-boi move-se sobre o palco e ilumina peças desfeitas de uma cenografia. Ouvem-se ainda interruptores a disparar e finalmente o palco ilumina-se completamente.

Ah, aí estás!

O feixe de luz enquadra, pouco visível, um piano.

Espera que desço!

Ouve-se um rumor de passos. Um homem chega por baixo do palco, repara-se um pouco em volta e sobe. Está vestido à moda dos anos Cinquenta. 

Olá formoso, sou Jack.

Mas onde te meteram?

O homem afasta o piano tornando-o bem visível ao público, procedendo desta forma deixa cair um maço de manifestos.

Boa invenção a roda... (indicando os pés do piano) e as rodinhas...

Inclina-se para controlar aquilo que caiu e desdobra um manifesto.

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Aqui estamos, eu e tu... Jack... Talento e o seu espectáculo... 

Segura com a mão o cartaz e com a outra arrasta ao lado do piano um pequeno trono de madeira colorido de ouro. Senta-se encostando os pés no banquinho do piano, depois com uma atitude respeitosa coloca uma folha de jornal entre os pés e o banquinho.

Hum, eu sempre me questionei onde santo deus encontram todas estas coisas...os aderecistas. Este deve ser um trono do Rei Lear que representaram na semana passada. Soube que foi um meio fracasso... deveriam explicar-me como é que se possa fracassar com uma obra como aquela. O texto foi escrito por um fulano que de dramaturgia percebia muito... e depois há um certo número de personagens. Não é por acaso como num monólogo onde se na noite do espectáculo o actor não está em forma... são graves encrencas. Certamente no nosso espectáculo nós somos dois... seja como for, de como palavreias tu... praticamente é um monólogo.

Escuta, não para mudar o assunto mas, devo dizer-te que estive com o boss, o empresário. Para a questão da renovação do contracto...

Inspira e expira lentamente e profundamente.

Mas, sabes o que disse? Sabes o que teve a coragem de dizer?

Estica a mão direita sobre o teclado e acena o inicio de The man I love de Gerswin.

Que o nosso espectáculo é antigo e que a música que propusemos é do outro século. A partir daí percebi: ou nunca viu o espectáculo ou não conhece uma ova a história da música.

Provavelmente são verdadeiras ambas as coisas... Porém não me perdi de espírito, sabes? Preguei-lho logo com raciocínios de ferro... lho disse que, na verdade, a nossa música não é apenas do outro século pois que nós começamos a nossa viagem musical a partir do fim do século XVII, de Bach... donde tudo começou, para depois passar para Mozart, Beethoven, Chopin, em seguimento no