Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Moon Dance (Caminho Do Sangue Livro Um): Saga Caminho Do Sangue Livro 13
Moon Dance (Caminho Do Sangue Livro Um): Saga Caminho Do Sangue Livro 13
Moon Dance (Caminho Do Sangue Livro Um): Saga Caminho Do Sangue Livro 13
E-book264 páginas4 horas

Moon Dance (Caminho Do Sangue Livro Um): Saga Caminho Do Sangue Livro 13

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

A vida de Envy era ótima. Tinha um ótimo irmão, um ótimo namorado, e o melhor trabalho que uma garota poderia ter... atender no bar das boates mais populares da cidade. Pelo menos era ótimo até ela receber um telefonema de uma de suas melhores amigas sobre seu namorado estar dançando na pista da Moon Dance. Sua decisão de confrontá-lo desencadeia uma série de eventos que a apresentarão a um perigoso mundo paranormal escondido sob a monotonia cotidiana. Um mundo onde as pessoas podem se transformar em jaguares, os vampiros da vida real percorrem as ruas e anjos caídos caminham entre nós. Devon é um jaguar-homem, um pouco grosseiro e um dos proprietários da boate Moon Dance. Seu mundo é abalado quando ele vê uma mulher sedutora de cabelos ruivos dançando em sua boate, armada com um coração cínico e uma arma de choque. Com uma guerra de vampiros em volta deles, Devon promete fazer com que essa mulher seja sua ... e vai enfrentar o que for preciso para tê-la.
IdiomaPortuguês
EditoraTektime
Data de lançamento25 de mar. de 2019
ISBN9788893983358
Moon Dance (Caminho Do Sangue Livro Um): Saga Caminho Do Sangue Livro 13

Leia mais títulos de Amy Blankenship

Autores relacionados

Relacionado a Moon Dance (Caminho Do Sangue Livro Um)

Ebooks relacionados

Romance paranormal para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Moon Dance (Caminho Do Sangue Livro Um)

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Moon Dance (Caminho Do Sangue Livro Um) - Amy Blankenship

    Prólogo

    A Floresta Nacional de Angeles abriga perigosos pumas e jaguares que vagam pela vasta floresta. Às vezes, em noites claras, a quantidade aumenta por um curto período enquanto os animais-homem de Los Angeles, ou metamórficos como são conhecidos no folclore, percorrem a terra indomada entre seus parentes distantes. São aquelas noites em que os animais reais se recolhem em suas tocas enquanto os predadores da cidade invadem seu território por tempo suficiente para caçar ou, em raras ocasiões, resolver lutas que não podem ser resolvidas em território humano.

    Não há nada mais cruel do que quando esses metamórficos lutam e, se um deles for ferido, eles se tornam tão perigosos para os humanos quanto seus animais homólogos. Para proteger os humanos com quem vivem, suas disputas, quando possível, são feitas fora do alcance deles e o melhor lugar é nas profundezas de suas terras nativas de caça.

    Esta noite, a floresta ficou assustadoramente silenciosa quando os dois proprietários da maior boate da cidade entraram na terra indomável, tirando as roupas para deixar sua fera interior correr livre. Esta noite, eles estavam caçando o túmulo de um vampiro que poderia destruir os dois.

    Nas profundezas da floresta, onde nenhum humano podia ouvi-los, Malachi, o líder do um pequeno grupo de jaguares, correu pela escuridão da noite em direção a seu inimigo… um homem em quem ele nunca deveria ter confiado a segurança de seu melhor amigo. Seu alvo era outro metamórfico, esse com o sangue de puma correndo em suas veias, Nathaniel Wilder… seu sócio pelos últimos 30 anos.

    Malachi adentrou na clareira para encontrar Nathaniel parado, na forma humana, esperando-o. Dando alguns passos para frente, parecia andar mudando de uma forma para a outra, Malachi voltou para sua forma humana. Os dois eram letais, não importava em qual forma estivessem. Como humanos, ambos eram atléticos, com músculos bem delineados debaixo de uma pele macia. Metamórficos demoram mais para envelhecer e os dois homens pareciam que mal tinham passado dos 30 anos, apesar de ambos já terem mais de 50.

    Se fosse um filme de Hollywood, teria demorado vários minutos para uma mudança grosseira, mas esta era a vida real e não havia monstros nojentos na clareira. A nudez não era nada para um metamórfico e a lua iluminava como um holofote através de um espaço entre nuvens carregadas acima deles.

    Não precisava chegar a este ponto, disse Nathaniel, mantendo sua posição enquanto tentava convencer seu amigo. Me escuta! Isso aconteceu há 30 anos e as coisas mudaram… eu mudei.

    Trinta anos de mentiras! Malachi esbravejou, com sua voz ecoando na clareira. Seu olhar foi para o local em que ele enterrara Kane e ele sentiu uma pequena umidade em seus olhos. Por sua causa, eu mandei ele pra debaixo da terra… por sua causa, eu abandonei ele por trinta anos!

    Eu não posso permitir que você o desenterre, Malachi! Você sabe o que vai acontecer se você fizer isso, Nathaniel assistia nervosamente enquanto Malachi observava ansiosamente a cova do homem que um dia fora seu melhor amigo. Ele nunca tinha entendido. Kane era um vampiro e perigoso.

    Kane também era uma das duas coisas que impediam a formação da parceria entre jaguares e pumas… Kane e a bela, traiçoeira e infiel esposa de Malachi, Carlotta. Nathaniel a amou primeiro. Ele não pretendia que as coisas acontecessem da foram que aconteceram. No final, Nathaniel resolveu o problema por conta de um ataque de ciúmes… matando dois coelhos de uma só vez.

    Ele era o meu melhor amigo e nunca me trairia! Foi você quem me apunhalou pelas costas! Malachi voltou a lacrimejar de raiva ao tocar o brinco que ele estava usando; o brinco de Kane. O que ele fez? Quando ele encontrou Kane curvado sobre sua esposa morta, ele parou confuso, até que Nathaniel confirmou que Kane seria o assassino.

    Ela morreu ali mesmo naquele descampado, então ele achou que nada seria mais apropriado do que mandar Kane para debaixo daquela terra… aquele solo. Ele inclusive roubou o livro de magias de Kane e o usou contra ele por vingança.

    Sim, Nathaniel estava certo em uma coisa. A maioria dos vampiros são maus, mas existem algumas poucas exceções e Kane era uma delas. Mas nada era mais perverso do que aquilo que ele tinha feito. A magia só podia ser revertida pela alma gêmea de Kane.

    Malachi achou que era engraçado, naquela época, o fato de Kane não envelhecer e ainda assim nunca ter encontrado uma alma gêmea. No passado, Kane e ele frequentemente brincavam que essa mulher nunca nasceria. Sua mente recordou do sorriso de Kane ao falar Deus nunca teria senso de humor suficiente para algum dia criar uma mulher que aguentaria as minhas insanidades.

    Ele está lá embaixo há muito tempo, avisou Nathaniel. Com o tamanho da sede por sangue e da insanidade percorrendo por ele… se você libertar Kane agora, ele simplesmente nos mataria.

    Malachi levantou a cabeça rapidamente e encarou Nathaniel. Ele só precisará me matar porque você já estará morto.

    Coma a ameaça lançada, os dois homens se transformaram novamente em suas formas animais.

    *****

    Na beira do acampamento mais próximo da imensa reserva de caça, Tabatha King, ou Tabby como todos a chamavam, se sentou nos degraus do enorme trailer de seus pais, olhando para as estrelas que saíam das nuvens densas. Ela soprou a franja de seus olhos, feliz por finalmente ter parado de chover.

    Essa era a primeira vez que ela saía para acampar e a última coisa que ela queria fazer era ficar de molho dentro do carro. Ela estava tão animada por causa dessa viagem e ainda mais feliz quando os pais concordaram em trazer o cachorrinho da família, Scrappy. Foi necessário muita insistência, mas após prometer cuidar de seu melhor amiguinho, um filhote de York, ela finalmente conseguiu convencer seus relutantes pais.

    Scrappy estava latindo para a escuridão, agitado na coleira, querendo correr atrás das sombras que chamaram sua atenção. A menina se desesperou quando Scrappy repentinamente se soltou da coleira e fugiu. Ela se levantou no degrau de aço quando o filhote passou por um pequeno buraco na parte debaixo de uma cerca que separava o acampamento da reserva de caça.

    Scrappy, não! Tabby gritou e correu atrás do cachorro. Seus pais confiaram nela para não o perder. Parando na cerca, ela suspirou enquanto olhava a escuridão das árvores. Eu não sou covarde. Ela mordeu o lábio como sinal de determinação antes de se ajoelhar para analisar o buraco na cerca.

    Após alguns arranhões, ela conseguiu se espremer pelo mesmo buraco na cerca e correu pela floresta seguindo o barulho distante de latido. Você vai me trazer problemas, ela sussurrou duramente, então começou a clicar sua língua, sabendo que o filhote normalmente vinha ao ouvir esse som.

    Tabby, cadê você?

    Atrás dela, Tabatha ouviu sua mãe chamando, mas ela estava mais interessada em trazer o seu cachorrinho de volta para o acampamento. Scrappy era o seu cachorro e ela tinha que cuidar dele. Então, em vez de chamar pela mãe ou pelo cachorro, ela ficou quieta e seguiu o barulho do latido fino e alto de Scrappy.

    Não demorou muito para Tabatha ter que parar por um minuto e recobrar o fôlego. Ela se inclinou numa árvore e colocou suas mãos sobre os joelhos sujos, respirando e ouvindo os sons da floresta. Ela sempre quis ficar parada no meio da floresta e apenas escutar, como os índios faziam nos filmes da televisão.

    As nuvens de chuva, que se dispersaram por um tempinho, voltaram e a claridade da luz da lua de repente desapareceu. Seus olhos se arregalaram quando percebeu que ela não conseguia mais ver as luzes do acampamento.

    Tentando dar um passo à frente, ela olhou em volta, mas tudo que via era escuridão, vultos de troncos de árvores e sombras ainda mais escuras. Ela choramingou quando algo rosnou na distância atrás dela. Sabendo que não gostaria de estar ali, ela saiu correndo sem olhar para trás.

    Depois do que parecia uma eternidade, ela escutou Scrappy latindo novamente e seguiu naquela direção, torcendo para que aquilo que tinha rosnado não a estivesse perseguindo. Ela ouviu outro rosnado, mas desta vez estava vindo de algum lugar a sua frente.

    Cravando seus tornozelos no chão, ela tentou deslizar até parar, mas o solo estava coberto de folhas molhadas e sujeira da chuva. Em vez de parar, ela deslizou mais adiante de lado antes de cair em um declive.

    Ela perdeu a respiração quando seu corpo atingiu uma árvore caída, parando sua escorregada. A primeira coisa que ela percebeu após recuperar o fôlego foi que Scrappy não estava mais latindo. Ela ouviu o grunhido novamente e começou a subir de volta a colina quando ouviu um leve gemido. Levantando-se de joelhos, ela espiou por cima do tronco da árvore e viu uma pequena clareira onde a luz da lua iluminava.

    Lá no meio estava Scrappy, chorando como se tivesse apanhado do cachorro da vinhança onde moravam. O filhote estava abaixado e rastejando para trás. Os olhos azuis da menina se arregalaram quando ela percebeu o motivo. Dois animais estavam na clareira vagarosamente se movendo um em direção ao outro e Scrappy estava bem no meio.

    Palerma, Tabby chiou.

    Ela reconheceu os animais de fotos que seu pai mostrara antes de saírem para a viagem. Um era um puma e o outro ela reconheceu da televisão… um jaguar. Ela adorava assistir a programas de animais e não era medrosa como sua mãe quando os animais na TV tentavam atacar um ao outro. Mas isso era diferente… era real e um pouco assustador.

    Eram felinos que podiam devorar você, grandes também. Os belos animais circulavam um ao outro, rosnando profundamente em suas gargantas e seus olhos brilhavam como medalhões dourados. O som mortal foi levado pela brisa, soprando na direção de Tabatha enquanto ela continuava a assisti-los com um certo temor.

    Vamos lá, Scrappy, ela sussurrou, torcendo para que os enormes felinos não a escutassem. Venha pra cá antes que um deles pise em você. Ela ia falar ‘devore você’, mas ela não queria assustar o pobre filhote ainda mais do que ele já estava.

    Os felinos repentinamente gritaram, fazendo com que Tabatha cobrisse seus ouvidos com a mão por causa do barulho alto e assustador. Eles correram o mais rápido que conseguiam através da clareira, fazendo com que Scrappy colocasse o rabo entre as patas e guinchasse de medo.

    Vendo seu cachorro traumatizado, Tabatha rolou sobre a árvore e correu na direção de Scrappy o mais rápido que ela conseguia. Ela estava mais perto de Scrappy do que os felinos e mergulhou, rapidamente cobrindo o corpo pequeno do cachorro com o seu enquanto os dois animais saltaram e colidiram no ar logo acima dela.

    Por favor, não machuquem o meu cachorro! ela gritou.

    Ela gritou novamente quando as garras afiadas rasparam seu braço e uma outra passou por suas costas. Os felinos caíram no chão logo atrás dela com uma forte batida dos ossos, rosnando e gritando um ao outro. Ela permaneceu cobrindo Scrappy, que ainda estava tremendo e guinchando baixinho, sem se atrever a olhar para os animais lutando apenas a alguns metros atrás dela.

    Tabatha estava com medo de se mover e segurou o cachorro o mais apertado possível. Seus olhos estavam fechados e ela começou a sussurrar para Scrappy correr e pedir ajuda, se um dos felinos pegasse ela também. Algo molhado e morno foi jorrado em suas costas, mas ela ainda assim não se moveu. Finalmente, a luta parou e ela arriscou uma olhada sobre seu ombro.

    Ela começou a tremer e a chorar quando viu dois homens deitados atrás dela todo ensanguentados. Tabatha vagarosamente se ajoelhou com Scrappy em seus braços e começou a se afastar. Onde o puma e o jaguar foram parar? Os animais atacaram os homens e fugiram? Por que os homens não estavam vestidos?

    Nathaniel abriu os olhos repentinamente e mostrou dentes bem afiados para ela.

    Tabatha tropeçou para trás e quase caiu, mas recuperou o passo. Scrappy guinchou novamente quando o rosnado do homem se pareceu com o do puma e se balançou para sair dos braços de Tabby. Ele correu floresta adentro, latindo de medo.

    Malachi se contorcia, enquanto sangue jorrava de seu peito. Ele abriu sua boca e resmungou uma só palavra para a menina.

    Corra! sua voz desapareceu com o grito do jaguar que usava um brinco na orelha.

    Tabatha não pensou duas vezes e obedeceu. Ela se levantou e correu da clareira sem olhar para trás. Ela não se importava para onde estava indo, apenas queria se afastar do homem assustador coberto de sangue.

    *****

    "Obrigado e este é o noticiário local. Esta noite, uma família local tem motivos para comemorar. Sua filha, Tabatha, finalmente foi encontrada vagando sem rumo dentro da Floresta Nacional de Angeles depois de desaparecer por três dias de um acampamento perto do Lago Crystal para procurar o cachorro da família. O cachorro teria se soltado da coleira e corrido para a floresta. A menina de sete anos corajosamente correu atrás do cachorro e não foi encontrada até a manhã de hoje. Infelizmente, o cachorro não foi encontrado com ela. De acordo com autoridades, ela está no Hospital Comunitário se recuperando do choque, ao que parece ela sobreviveu ao ataque de um puma. A pequena Tabatha falou para guardas florestais sobre dois homens feridos na floresta, mas, após uma busca minuciosa na região de treze mil quilômetros quadrados1, nada foi encontrado. Mais informações serão atualizadas no decorrer da programação."

    Capítulo 1

    10 anos depois…

    Música alta tocava animadamente nas boates, luzes de neon roxas, mudando de cor em sincronia com a batida. A luz lançou um brilho misterioso no prédio do outro lado da rua. No telhado daquele prédio, um homem de cabelos loiros curtos e claros estava com um pé apoiado no beiral. Ele se inclinou para a frente, um cotovelo apoiado no joelho dobrado, enquanto fumava um cigarro.

    Kane Tripp inclinou levemente a cabeça e passou a mão pelos cabelos curtos e espetados. Ele odiava tê-lo cortado, estava com saudades do comprimento que já esteve. Ele ainda lembrava a sensação sedosa tocando em suas costas. Levando o cigarro até a boca, ele inalou profundamente sabendo que ele sentia falta de muitas coisas, como os cigarros que costumava fumar antes de ser enterrado vivo e deixado para morrer.

    Quarenta anos antes, ele fora pego desprevenido por Malachi, o líder de um pequeno grupo de jaguares, e acusado de ter assassinado a parceira do metamórfico. Antes daquela noite, Kane mantinha um bom relacionamento com os jaguares e seu líder era um de seus amigos mais próximos. Os seus lábios afinaram com a lembrança. Malachi o processou, o julgou e o sentenciou num acesso de fúria.

    Usando um feitiço do mesmo livro que Kane achou ter escondido com cuidado, Malachi lançou uma maldição nele, incapaz de se mover ou falar… incapaz inclusive de se defender. Então ele removeu o brinco de pedra-de-sangue de Kane, que o permitia andar à luz do dia. As pedras-de-sangue já pertenceram ao primeiro vampiro, Syn.

    Kane uma vez perguntou como poderia ter existido um primeiro vampiro e a resposta o deixou intrigado.

    Syn veio a este mundo sozinho, ferido e faminto. Um jovem o encontrou e, por causa da sua fome, Syn tomou todo o seu sangue. O vampiro rapidamente aprendeu que os humanos deste mundo eram criaturas frágeis, cujas almas os deixariam se ele compartilhasse o seu sangue, na esperança de criar uma família neste planeta. Mas, uma vez que as almas fossem embora, eles se tornavam inúteis para ele e um pouco mais monstruosos.

    Durante sua vida sem fim, Syn encontrou apenas três humanos que mantiveram suas almas… tornando-se seus filhos. A única diferença era que, uma vez que se transformassem, o sol os queimaria… fazendo com que seus filhos monstros se escondessem da luz do dia. Isso nunca fora um problema no planeta de Syn por causa da pedra-de-sangue.

    As grossas braçadeiras que Syn usava vieram de seu próprio planeta e eram feitas da pedra-de-sangue. Quebrando um pedaço de uma das braçadeiras, ele o transformou em um anel, um colar e um único brinco. Kane mais uma vez tocou o brinco que estava usando.

    Enquanto a pedra-de-sangue o proporcionou uma vida quase normal, foi o livro de feitiços de Syn que provocou a ruína de Kane. Syn deixou o livro ao seu escolhido para que usasse com sabedoria enquanto ele dormia. Dentro do livro havia um feitiço condenatório, uma forma de derrubar os filhos sem alma se eles se tornassem um grande risco para os humanos.

    Como esse feitiço fora usado nele, Kane conseguia apenas assistir, com olhos escuros e sem piscar, o seu amigo jogando aquela terra escura em cima dele. A última coisa que ele lembrava ter visto foi o céu cheio de estrelas acima da floresta.

    A escuridão era bastante consumidora e tão silenciosa. O feitiço o deixou aprisionado, mas ele ainda podia sentir coisas na terra deslizando sobre ele. Pequenas e mortais criaturas que evitavam comer sua carne morta-viva, mas inconscientemente roendo sua alma.

    Com o passar do tempo, ele estava certo de que tinha enlouquecido e ele passou a escutar sons com frequência… vozes. Elas eram bem-vindas em sua prisão e ele ansiava por ouvir mais. De vez em quando ele ouvia famílias e outras vezes ouvia apenas adultos.

    Algumas vezes ele tentava lutar contra o feitiço, pedir ajuda ou mesmo ser um tipo de companhia para ele mesmo. A magia pegou ele rapidamente, deixando-o completamente sem forças. Ele conhecia esse feitiço… ele já havia usado em monstros. Era uma magia complexa que requeria o sangue de alguém amado para libertá-lo. Um feitiço de amor tão forte que apenas a alma gêmea da vítima poderia quebrar.

    Sempre funcionava com os vampiros sem almas porque você precisaria de uma alma para chamar uma alma gêmea. Ele usou o feitiço mais de uma vez para livrar o mundo de seus irmãos demoníacos que não sabiam de nada a não ser o desejo por sangue.

    Kane riu maliciosamente da lembrança que o perseguia de saber que ele estava condenado… por que ele não tinha uma alma gêmea. Pelo menos, ele nunca tinha conhecido um enigma como esse. E se ele tivesse uma, seria improvável que ela simplesmente topasse em sua cova enquanto estive sangrando. Malachi estava com o coração tão partido… ele amava tanto sua esposa que ele queria que Kane soubesse o tamanho desse amor e desejasse por ele.

    Desejar por esse amor ele conseguiu. Muitas vezes ele chorava, implorando para qualquer deus que escutasse, para trazer sua alma gêmea e o libertar. Se ele realmente tivesse matado a esposa de seu amigo, então essa seria uma punição justa. Mas ele era inocente desse crime.

    Em uma certa noite, muito depois de perder qualquer esperança… ele escutou. O som inconfundível do rosnado de Malachi interrompeu sua conversa consigo mesmo, acompanhado de um outro grito animalesco de fúria. Então, para sua surpresa, ele ouviu a voz de uma garotinha diretamente sobre ele, gritando para que eles não machucassem seu cachorrinho.

    O som de sua voz pequena e amedrontada despertou algo nele, fazendo com que ele desejasse estar livre, para que pudesse protegê-la da besta da noite.

    ‘Malachi não machucará o seu cachorrinho, menininha’, Kane sussurrara mentalmente.

    Era verdade. Malachi não machucaria ninguém a não ser que essa pessoa o prejudicasse de alguma forma… especialmente uma criança. Sabendo que seu amigo estava em algum lugar acima dele, Kane sentiu uma centelha de vida retornar a ele. Ele cresceu em fúria quando a garotinha gritou novamente e ele escutou algo cair no chão com muita força. Sangue… ele sentiu o cheiro de sangue fresco derramado se entranhando na terra macia, em sua direção.

    Foi a coisa mais familiar que ele já tinha encontrado. O perfume invadiu sua mente e quase o levou a níveis maiores de insanidade, sabendo que ele não conseguiria alcançá-lo. Ele estava tão fraco por ficar tanto tempo sem beber… desejando a morte, mas sem nunca morrer. Foi quando ele sentiu seus dedos se movendo.

    Kane se concentrou nisso e direcionou aquilo que havia sobrado da sua mente para tentar se mover. Ele sentia os dias passarem, baseando-os no calor que ele sentia sobre si. O perfume de

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1