Amada Por Um Assassino

De C.F. Rabbiosi

Raina adorava se apresentar no palco de Londres, mas uma noite se viu dançando apenas para ELE. Ela congelou, seus olhos azuis celeste foram atraídos para a galeria, onde o brilho quente das lâmpadas a gás cintilou sobre sua forma sombria. Se ela soubesse que este monstro — envolto em uma linda pele — iria arrancá-la de tudo no mundo que ela amava, talvez ela não tivesse relaxado tanto.

Lorde Marcus Loxley adorava ser um predador sanguinário, mas uma noite sua perambulação o deixou de joelhos na frente dela. Se ele soubesse o que aconteceria quando ela dançasse, que ela o lembraria de alguém que foi tudo no mundo que ele amava, talvez ele tivesse se afastado.

Determinado a possuí-la em todos os significados cintilantes da palavra, ele a arrasta mais e mais fundo em seu mundo depravado, desejando que ela se torne sua rainha salpicada de vermelho. Ela luta contra ele, assim como a escuridão dentro que ameaça consumir sua própria existência. E ah, como seu demônio enjaulado implora para ser libertado. Embora o desejo seja uma coisa perigosa, e uma parte dela ainda quer seu capturador.

Aproximadamente, profundamente, tremendo, consumindo.

Até que ela comece a se apaixonar por outra pessoa.

Enquanto isso, prostitutas estão sendo massacradas nas ruas enevoadas de paralelepípedos da extremidade leste de Londres, e ela começa a se perguntar: seu amante sombrio, aquele a quem ela está destinada, é o Estripador?

Com a beleza assombrosa dos tempos iluminados a gás da Inglaterra vitoriana e as cenas de crime historicamente precisas de Jack, o Estripador, Amada Por Um Assassino é um romance paranormal envolvente e lindamente escrito.

Aviso: conteúdo sexual e violência ilustrativa.

"Um conceito bastante interessante para um livro. As voltas e reviravoltas são fáceis de seguir, mas não fáceis de prever. Não consegui parar!“ - Exposure Book Blog

• Idioma: Português
• Editora: Next Chapter
• Data de lançamento: 5 de fev. de 2021
• ISBN: 9781071587478

Pré-visualização do livro

Capítulo 1

MARCUS

Londres, 1888

"O NOME DELA É RAINA CORLISS" A garçonete revelou quando olhou para o palco. O homem com quem ela falou não a reconheceu no mínimo, pois ele ficou sentado em um silêncio encantado, incapaz de desviar o olhar da beleza dançante à sua frente.

Sr. Marcus Loxley não se encaixava na pequena casa de teatro nos restos de Londres. Como um cavalheiro de criação, ele não podia frequentar lugares onde seria forçado a se misturar com as pessoas comuns. Porém Marcus era um predador e o sangue comum era tão... Delicioso de se atacar. Às vezes, visitava duas ou três casas de dança ou tabernas à noite procurando mulheres para beber. Ele adorava nada mais do que a perseguir em um beco escuro, onde ele poderia segurá-la e beber seu sangue cheio de terror profundamente nele. Então, Marcus pensou construindo entusiasmo, ele a forçaria a sair e —

Mais alguma coisa, senhor?

Ele segurou o pulso da mulher e encarou intensamente os olhos assustados dela. Uma pitada de diversão brincou em seu rosto absolutamente lindo enquanto ele pensava em comê-la, mas lembrando de onde ele estava e que essas coisas eram mal vistas na alta sociedade, ele levou a mão dela aos lábios e, em vez disso, passou-os suavemente sobre a pele leitosa. Ela estremeceu docemente, um calafrio formigou sua espinha.

Outro conhaque então. Ele disse com um sorriso travesso e a soltou. A garota respirou fundo e procurou pelo o seu copo antes de se apressar para enchê-lo. Ele sentiu o sangue dela correr, os pelos do braço dela se erguem e ficam em pé; era uma mistura de medo e desejo fazendo seus hormônios dançarem.

Sentado na galeria sozinho à mesa, ele mudou o seu foco de volta ao palco e Raina, assim por dizer. Ela o lembrava de alguém que ele amou há muito tempo, no tempo em que ele ainda sabia o que significava amor. Ela dançava lento e hipnoticamente, tecendo junto uma história em movimento. A musica era lindamente misteriosa, ele pensou, enquanto seus movimentos retratavam algo que o lembrava de uma garota apaixonada, tão alegre e inocente. Mas então a música intensificou e ficou mais escura, e ela se moveu rápido e mais dramaticamente. Ela arrancou o vestido branco esvoaçante, revelando apenas a renda preta e meias até a coxa, e ele sentiu a empolgação da multidão, pois eles também foram atraídos pela pequena sedutora.

A batida da bateria se tornou mais rápida e alta e ela caiu de joelhos. Tudo ficou em silêncio. Uma nota triste subiu do violino e ela foi deixada alcançando o nada, quase nua e sozinha, como se seu amor tivesse sido arrancado dela, junto com sua inocência. Sua alma deixou de querer, Marcus pensou.

A multidão aplaudiu e gritou assim que as luzes do palco apagaram. Marcus, no entanto, permaneceu congelado no tempo enquanto estudava a garota com seus olhos de vampiro. Seu coração trovejou em seus ouvidos quando o peito dela se moveu rapidamente para cima e para baixo, em seu braseiro de renda preta. Seus cabelos dourados caiam pelo o seu rosto e pelo seu abdômen nu, e ele sentiu enfeitiçado quando ela se ajoelhou ali, iluminada pela luz.

Uma memória mexida. De repente, a lingerie dela reluzente se transformou em um vestido branco, o rosto dela ficou manchado de cinza e os cabelos fluíram descontroladamente ao vento do oceano. Seus pulsos estavam amarrados na frente dela e ela levantou a cabeça em desafio.

Mas então foram os olhos do oceano exoticamente curvos de Raina que encontraram os dele e, embora ele estivesse escondido na escuridão, ele sabia que ela podia senti-lo. Ela se levantou e saiu do palco.

Em trezentos e cinquenta anos, Marcus havia aprendido a encontrar prazer na vida, ou qualquer que seja a versão dela— desfrutando de tudo e qualquer coisa que ele pudesse. Mas a vida tendia a se arrastar... Mesmo as coisas mais emocionantes perderam o brilho. Suas mortes se tornaram mais elaboradas, o sexo mais sádico. Ele perdeu a consciência há muito tempo, pois a moralidade não passava de algo inconveniente para sua autoindulgência. Do jeito que ele via isso, uma alma amaldiçoada a andar nesta terra para sempre, poderia muito bem se divertir. Os mortais tinham regras, porque viviam dentro de uma sociedade, e moral porque, um dia, morreriam e enfrentariam seu criador. E eles apreciavam a vida e um ao outro, porque nenhum deles dura. Ele vivia fora dessas realidades e havia esquecido como era ser humano e, portanto, vivia sem regras e sem ninguém. Porém, essa noite, algo estranho surgiu dentro de sua alma escura.

Sentindo-se abalado, ele levantou para sair, sacudindo o copo de conhaque intocado. Enquanto ele andava através do teatro ele sentiu os olhos de várias mulheres sobre ele, podia sentir o cheiro da luxuria escorrendo de seus poros. Se soubessem que tê-lo, significava morte para elas, e ainda assim provavelmente não poderiam ajudar a si mesmas. Putas estúpidas.

A celebração do equinócio de outono estava a todo vapor quando ele caminhou ao ar fresco da noite, e respirou os aromas do outono e de todas as pessoas que dançavam em fantasias e rostos pintados. Pelo canto do olho, ele viu de relance uma figura de cor negra no beco, uma com longos cabelos dourados que caíam na brisa. Seu sangue acelerou quando ele percebeu, é ela, e ele a seguiu. Excitação brotou por dentro com o pensamento de tocá-la, levá-la, possuí-la.

Ele a encontrou em um instante e a apoiou na cerca. A excitação parou abruptamente quando expressivos olhos castanhos brilharam de volta para ele. Ela abriu a boca para gritar, mas ele a sufocou pressionando a mão contra sua boca pequena. Ele não se incomodou em seduzi-la para um canto escuro primeiro, como provavelmente deveria, pois a fúria que o atravessava não permitia tais gentilezas. Ele se sentiu descontrolado, emotivo, pela primeira vez em muito tempo e isso fez seu sangue ferver.

Ele a agarrou pela garganta e a jogou no chão. Ela gritou, mas ninguém a ouviu durante suas respectivas celebrações embriagadas. Ele puxou a máscara preta de dominó de seus grandes olhos castanhos chorosos. Oh, muito bem, ele disse, afastando os fios selvagens do rosto dela. Logo eles fecharão para sempre. Talvez ela me lembre daquela charmosa garotinha de teatro depois de tudo, afinal, ele disse para si mesmo, e rasgou sua saia.

Dolorosamente duro, ele entrou nela e seu corpo estremeceu embaixo dele. Ela soltou um grito que só ele podia ouvir e ela começou a lutar. Oh sim, se contorça para mim, Marcus provocou, em seguida, afundou os dentes em seu pescoço. A perturbação que abalou sua alma no rosto familiar de Raina desapareceu quando o sangue pulsou em sua boca, e ele saboreava a sensação do corpo embaixo dele, acalmando para sempre. Terminando intensamente, ele se afastou dela e apertou as calças, colocando-se de novo em ordem. Ele se afastou com tanta calma que alguém poderia pensar que estava simplesmente saindo para um passeio noturno, e ele nem sequer olhou para a garota que estava morrendo como uma sujeira desgrenhada no beco. Afinal, era apenas mais um dia para o devastadoramente lindo e igualmente mortal para ele, Marcus Loxley.

Capítulo 2

RAINA

"HMM," SUSPIRO, SENTADA EM FRENTE AO espelho do camarim. Puxo os cachos bagunçados de cabelos que foram soltos no palco de volta para um coque arrumado e noto que minhas mãos estão tremendo, ainda emocionadas com a dança. Uau, como eu amo isso! Que sensação de liberdade para despejar minha paixão e dor em uma performance fazendo tudo simplesmente ... Desaparecer.

Fiz beicinho com os meus lábios carnudos e olho abismalmente para meus próprios olhos reflexivos. Senti algo diferente esta noite — arrepiante, mas mágico— como se todo o público tivesse desaparecido e eu dancei para apenas um. Minha respiração apanhou e é como se eu estivesse naquele palco pouco iluminado mais uma vez. Os aplausos e os gritos diminuem para um eco distante, e os holofotes atingem meu observador apaixonado no balcão enquanto o teatro se desvanece. Ele inclina sua cabeça, um sorriso malicioso brilha em seus lábios antes de me mandar um beijo e um desejo perigoso excita meu sangue que sussurra... Algo está por vir.

Ora! Você certamente sabe como provocar uma confusão, não é, garota atrevida? Eu me assustei e derrubei uma garrafa de rouge quando uma segunda face feita em tinta branca e pequena nos lábios vermelhos aparece no espelho acima de mim.

Cholendria! Eu pulo da minha cadeira para abraçá-la, mas tomo cuidado para não atrapalhar sua maquiagem ou desarrumar seu quimono vermelho brilhante. Ela está vestida ao máximo como o personagem masculino Ko Ko, de The Mikado. Cholendria e eu estudamos na mesma escola de artes cênicas por anos e de alguma forma conseguimos ficar juntas trabalhando no mesmo conjunto. Nós temos muitas coisas em comum, nossos pais esperavam que fizéssemos apresentações por um hobby e nos casássemos com homens ricos como qualquer garota respeitável, mas nenhuma de nós achou que poderíamos lidar com a gaiola de um casamento conveniente.

Meu estômago revira quando imagino sentada em silêncio em um jantar enquanto a Madame Nariz-em-pé toca uma música perfeitamente chata no piano e o Sr. Culote-levantado ri sem entusiasmo, hmm hmm hmm. Bom mesmo , enquanto fuma um cigarro. Depois eu podia ouvia: Oh Céus, então quer dizer que você cresceu sem um piano em casa? Uma garota especialmente monótona, vestida com uma fantasia extravagante, me perguntaria em toda a sua epicarticidade equivocada. Não, obrigada; levarei meu mundo excitante e em constante mudança nas casas de teatro toscas a qualquer dia.

És uma multidão atrevida que circulastes hoje à noite digo a minha amiga e a libero do meu abraço. Eu seguro suas mãos na minha frente.

Sorte então, já que você é tão destemida quando eles vêm. De qualquer jeito, continuarei em seguida, se você quiser ver como realmente se faz. Ela pisca e vira a cabeça, quase aremessando o coque preto falso da cabeça. Nós compartilhamos uma risada e isso me deixa tão feliz que sempre podemos ser nós mesmas e bobas juntas como gostamos.

Hmmm, tire essa bundinha adorável daí, sua vagabunda sem-vergonha, eu digo e me sento na frente do espelho.

Droga! Cholendria para na porta e sua voz brincalhona fica séria. Você viu aquela nova cerejinha, Annette? Ela sentiu falta da cortina dela.

Eu pensei por um momento. "Ela estava aqui. Ela disse que estava inquieta por cortejar minha atuação enquanto estávamos nos preparando para o show."

Ela encolhe os ombros e sacode um pouco o peito. Bem, adivinhe? Mal posso esperar para sair hoje à noite e ver em que problemas podemos nos meter! Quem sabe como deve ser divertido ter uma noite como esta. Ela finge inocência e eu ri.

Por que Chole, você está tentando me corromper?

Ha! Eu não poderia fazer nada pior do que você já é.

Muito bem, sou sua aventureira. Vamos logo que você os derrubem por aí. Sinto um pouco de emoção começar a se mexer. Vou encontrar Patrick mais tarde.

Os olhos dela brilharam. Você já deixou aquela coisa adorável molhar o pavio dele? Ela pareceu muito alegre.

Minha boca se abre, fingido choque. "Céus, não", eu digo, em uma tentativa de parecer séria.

Oh, os céus não tem nada a ver com isso. Ela levanta uma sobrancelha e sorri conscientemente. Prostituta! ela chama antes de sair da sala.

Eu a amo.

A verdade é que me sinto apaixonada por Patrick. Talvez eu o ame, não tenho certeza. Nós nos conhecemos há seis meses, pouco antes de eu começar a dançar profissionalmente. O proprietário de uma casa de teatro tosca me contratou para o entretenimento noturno, porque a garota de sempre estava sob o clima, descobri depois que estava grávida. As garotas que trabalham com esses tipos de bicos tendem a serem prostitutas glorificadas, facilmente compradas para ter uma queda ao lado. Lembro-me de estar sentada no bar naquela noite, ainda vestindo minha fantasia de renda e seda. Eu nem havia notado Patrick no começo, mas ele me trouxe um gim com pedras de gelo e sua linda mão chamou minha atenção. Tocou a minha quando peguei o copo e fui pega com seus impressionantes olhos verdes.

Isso foi um pedaço de Giselle? ele perguntou, e eu gostei de ver seus lábios muito-escuros-para-homens se moverem. Nós passamos o resto da noite sentados em uma das mesas no pub conversando sobre a graça e a postura da bailarina Giselle, a vitima de um nobre enganador que só queria brincar com o coração dela.

O sol nasceu e eu lhe dei boa noite, mas antes que eu pudesse ir embora, seus braços envolveram minha cintura, e ele me puxou contra ele por trás. Eu corei lembrando o toque suave de seus lábios no meu ouvido enquanto ele sussurrava: Eu não posso deixar você ir ainda. Ele apertou sua mão em mim e o beijo que se seguiu fez meu sangue correr.

Passamos todos os momentos que podemos agir na calada juntos quando ele está em Londres.

Eu coloquei um pouco de sombra esfumada nos meus olhos e pintei meus lábios de um tom mais escuro antes de colocar uma máscara de penas brilhantes e um dominó preto. Cholendria estava terminando sua atuação quando eu me sentei no meu lugar favorito do bar e havia pedido um shot. Eu bebi um gim e pedi mais dois para quando ela vier se juntar a mim.

"I’ve got a little list, I’ve got a little list, Cholendria cantava em um terrível sotaque japonês que fez a multidão rugir de tanto rir. All people who have flabby hands and irritating laughs..."

Esse lugar, realmente, não é tão ruim para a velha cidade de Londres, com seus tapetes pretos exuberantes, cortinas vermelhas e palco estilo Cherrywood. Existem dezenas de mesas na parte inferior e cabines particulares no balcão de teatro. Cabines que são frequentemente usadas para ligações ilícitas, devo acrescentar. O proprietário, Darryl, tem dezenas de atuações baratas a cada noite. Certamente não é nada como The Lyceum, onde peças elaboradas como O Curioso Caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde são colocadas a um custo incrível com atores famosos. Em vez disso, realizamos cenas curtas e adaptações de melodramas, operetas e pantomimas. Embora o custo seja significativamente mais baixo, as pessoas ficam loucas por danças e esquetes cômicos curtos em constante mudança.

Um homem se senta no bar e não tenta esconder que está me encarando. Olhando lascivamente, sério. Eu vi você dançar mais cedo, ele balbucia docemente. Você é muito bonita.

"I’ve got a little list, for those who chew peppermint and blow it in your face, they’d none of them be missed!" Minha amiga termina, e aplausos alegres soaram quando ela pula do palco e faz reverências enquanto aterrissa. Eu aceno em direção a ela e ela requebrou-se em minha direção.

Eu brinco com um dos copos cheios na minha frente. Estou feliz que você tenha se divertido, eu digo, dando um sorriso para ele. Ele era jovem, provavelmente com seus vintes e poucos anos e não muito bonito especificamente. Eu sempre tento ser gentil com as pessoas, e às vezes um pouco paqueradora por natureza. Ele parecia ser um bom sujeito.

Acha que eu poderia fazer você dançar no meu pau? Ele sorri largamente de pálpebras semifechadas.

Eu zombo e coloco uma mão suavemente na perna do garoto, depois o provoco com uma voz doce como mel. "Posso garantir que isso nunca vai acontecer." Ele leva um minuto para ouvir o que eu disse, tão distraído pelos meus dedos que percorrem sua coxa. Seu rosto cai em decepção quando eu puxo minha mão, assim que chega a um lugar feliz. Eu rio alto, sentindo os efeitos do álcool.

Tudo bem, isso já é o suficiente. Vá embora agora a voz severa de Cholendria o faz pular. Ela agarra o garoto pela orelha dele e o levanta do banquinho, e lhe dá um empurrão. Ele tropeça no chão e não se levanta.

Ei! Você começou sem mim. Ela disse, e levantou um dos shots ao ar. Um brinde. Eu levanto meu copo para me juntar ao dela. Para uma noite mais aventureira. Levo a bebida para a minha boca, mas ela me para. Para uma dupla de aventureiras selvagens, ela termina.

Eu posso beber para isso.

Capítulo 3

SAINDO DO SALÃO DE DANÇA NO MEIO do caminho e nos sentindo incríveis, nos juntamos ao mar de figurinos e músicos. A música ressoa ao redor, enquanto assistimos artistas de rua e observamos com admiração as joias, chapéus e todos os tipos de bugigangas que os vendedores têm em exibição. Um homem vestido como um bobo da corte se moveu bem na nossa frente e ficou sorrindo por um momento.

O que você é — Cholendria começou antes dele a abraçar e dá um beijo em seus lábios protestantes.

Uaaaaau! Eu gritei na noite viva e levanto uma garrafa de gim para o ar que enfiei no bolso e que havia pegado em uma das prateleiras. Depois de dois grandes goles, cutuco Cholendria com ele.

Ela recupera o fôlego e pega a garrafa, após ofegar: Você quer entrar nessa? Mas o jovem lascivo foge e nós duas caímos na gargalhada.

Quem era aquele?

Eu não tenho ideia. Ela leva a garrafa aos lábios e bebe gole após gole.

Uh huh... Eu acho que você está mentindo. Gostaria de saber se ele é um amante secreto dela e imaginá-los em algum caso clandestino.

Não, tenho certeza de que acabei de dar uns amassos na rua com um desconhecido.

Sua megerinha! Ele poderia ter sido... um artista de circo assassino!

Você é uma artista de circo, ela murmura.

O que é que foi isso? Eu a cutuco na lateral e ela se retrai com um grito. Ela pega meu braço e me puxa pela multidão.

Oh meu Deus, eu acho que você pode estar grávida agora, provoco enquanto continuamos pela rua movimentada, esbarrando em várias pessoas ao longo do caminho. Nós nos juntamos e cantamos com uma banda de artistas de rua. Pego uma bela moça de cabelos morenos que passava alegremente, nós rimos enquanto dançávamos e a giro em círculos.

Um grito atravessa o ar e os instrumentos dos músicos param abruptamente. A garota que eu girava alegremente em círculos tropeça e vira a cabeça na direção conforme suas mãos e joelhos se agitavam. Peguei a Cholendria e corremos em direção ao beco onde outros estavam se reunindo. Não via nada, mas várias vozes falavam ao mesmo tempo. Alguém dizia: Ela desmaiou de bebida? Então outra voz assustada diz: Ela não está respirando.

Empurro a multidão e deixo Cholendria para trás. Ah não! Annette. Ajoelho-me ao lado da garota que perdeu a cortina e desajeitadamente puxo as saias para cobrir a parte inferior do corpo exposta. Na rua mal iluminada, seu rosto está doentiamente pálido e congelado em um olhar antinatural, e seu pescoço goteja com um lento fio de líquido até a terra. Poderia ser eu, a frase rasteja em meus pensamentos e tremo.

Os policiais chegaram, então achei melhor sair do caminho deles. Cholendria e eu encerramos a noite, não querendo mais comemorar e, depois de expressar nossa incredulidade e tristeza, nos separamos. Ela apenas balança a cabeça enquanto se afasta. Eu mal conhecia a garota, mas isso não diminui a sensação de mal estar na boca do estômago.

A música já recomeça e as vozes excitadas e as risadas substituem o tom misterioso da morte. Este lado de Londres tornou-se um terreno fértil para o crime e o desespero, e muitos desenvolveram um entorpecimento com o número cada vez maior de cadáveres que se enrijecem nas estradas quebradas, envoltas em nuvens sufocantes de névoa. Mas a dormência feliz nunca vai me visitar, não depois que um louco tocou a morte na minha vida anos atrás, e me mudou para sempre.

Os sons animados da celebração começam a queimar meus ouvidos e mal posso esperar para me afastar, mas, à medida que desaparecem, os gritos profundos em minha mente começam a se formar, silenciosamente a princípio, e depois se tornam gritos ensurdecedores. Balanço a cabeça e tento me concentrar na batida dos pés na calçada e os gritos desaparecem, mas soluços assustadores ainda permanecem no meio do clomp clomp dos meus calcanhares.

Andando rapidamente pelas ruas iluminadas pela lua, me sinto desconfortável, certa de que um assassino enlouquecido saltará das sombras e cortará minha garganta a qualquer momento. Mas eu chego com a garganta intacta no parque onde Patrick e eu nos encontramos frequentemente por algum tempo solitário e quente.

Posso apenas ver uma figura sombria deitada de costas ao lado de um banco do parque. Acho que deve ser ele, olhando de soslaio com antecipação. A lua cheia ilumina a lagoa e brilha na água e corro em sua direção, esquecendo o pesadelo que deixei para trás. Ele mal diz Olá antes de me receber em seus braços e em cima dele, por isso acontece.

Deus, eu senti sua falta! ele diz, passando os dedos pelos meus cabelos e me puxando para um beijo.

Oh, eu também, digo a ele ao deixar seus lábios. Um desenho brusco próximo da visão ao nosso redor, em um pergaminho, encostado no poste de luz e os lápis de carvão estão na frente dele. Suas mãos seguram minha cintura, sugerindo seu desejo. Quando você conseguiu?

Há algumas horas atrás. Finalmente terminei a pintura em que estou trabalhando no estúdio.

Que maravilha! Quando posso ver? Eu corro meus dedos pelo seu cabelo loiro e macio.

Eu não tenho muita certeza. Este aprendizado é muito exigente. Quando você vai se mudar para a França? Ele pergunta maliciosamente.

Bem, tanto faz. O que você pode fazer para me seduzir, eu me pergunto? Brinco com seu cinto e olho para ele através dos meus cílios grossos.

Ele me joga de costas e envolvo minhas pernas em torno dele. Seu peso em cima de mim me faz sentir agradável e há algo incrivelmente erótico no pensamento de alguém passando, nos vendo assim. Eu me atrapalho com os botões da calça dele.

Não aqui no parque. afirma ele, e se deita no gramado ao meu lado. Eu fecho meus olhos, e ainda consigo ver as estrelas brilhando por baixo das minhas pálpebras, penso naquele em que ele segura minhas mãos acima da cabeça, e passa os seus dedos pela minha coxa... Então o rosto morto de Annette entra em foco e cega minhas estrelas da existência. Bem, que inferno.

Você lembra de eu ter mencionado sobre uma nova garota que havia começado no teatro? Minha voz falha.

Eu acho que sim. ele diz preguiçosamente fitando o céu.

Ela foi encontrada hoje a noite, morta no beco da Whitechapel Street durante o festival.

Ele sentou Oh, Raina. Que horrível! O que aconteceu?

Bem, ela parecia, oh, como você diz ...Eu procurei por palavras mais delicadas, mas ESTUPRO  e ASSASSINATO obscureceram meus pensamentos. O vestido dela estava todo rasgado e sua nudez estava lá para todos verem. Acho que sua garganta estava cortada, estava muito escuro para saber com certeza. Havia muito sangue.

Você realmente a viu? Ele me puxa para perto dele novamente, seu queixo no topo da minha cabeça. Isso é horrível.

Foi mesmo. Chloe e eu saímos de lá com pressa. Eu só queria chegar até você, sabia?

Droga. Isso foi bem perto do seu salão de dança. Você está bem?

Uma estranha sensação calorosa percorre meu peito e no meu rosto. Minha respiração está perdida com a visão do meu corpo esparramado no chão, onde dedos pálidos apertam minha garganta e depois seguem pelo meu peito nu. Cabelo preto e olhos penetrantes se aproximam do meu rosto e eu sinto algo quente, molhado e metálico quando sua boca se move grosseiramente sobre a minha. Sangue derrama do nosso beijo febril. Eu respiro estremecendo e pulo de pé. Patrick! Sinto muito, mas preciso ir. Me leve para casa?

Algo está vindo para mim. Eu deveria ter medo.

Mas eu não tenho.

Capítulo 4

MARCUS

NORMALMENTE, LORDE MARCUS SOMENTE precisava de algumas horas de sono, contanto que ele não se esgotasse durante a noite, no qual ele obteve contato durante as horas mais brilhantes do sol. Hoje, no entanto, ele sentiu como se não tivesse dormido nada. Ele pensou nela durante toda a manhã e tarde. Ele se sentiu assombrado pela garota dançarina, com o rosto do seu amor humano. Ela se movia com a mesma graça e beleza. Como pode ser possível? Ela foi tirada dele anos atrás, centenas, a única coisa que importava em toda sua vida. Coisas estranhas aconteceram, ele pensou, e pegou o anel de ouro que costumava usar em uma corrente em volta do pescoço. Mesmo agora, na sua ausência, ele ainda sentia isso quando pensava em sua esposa.

Ele jogou o edredom grande no chão, saltou da cama king-size de quatro colunas e parou na frente do monstruoso espelho emoldurado em