Sujeiras
De Smith
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Sujeiras - Smith
Prefácio
Vejo rostos de quem nem conheço em meus textos. Sujeiras foi um processo mais longo do que o esperado, a ideia de escrever um livro veio em 2020. Notei que já havia escrito o suficiente para publicar algo, mas o que me faltava era uma direção, decidi revisitar e ler textos antigos. Cheguei até um texto que escrevi em novembro de 2019 (texto este que não está no livro), parti dele, porém não durou muito tempo. Senti que a escrita estava repetitiva e desfocalizada.
A premissa de uma coletânea de poemas com uma temática ou conceito central que unisse tudo o que escrevi era o que faltava. Além disso, o tema deveria ser abordado por perspectivas diversas, opostas ou não, procurando sempre ser plural.
Analisei o que unia todos os rascunhos
, investiguei as camadas e vozes que poderiam ser acrescentadas ou subtraídas, fui costurando tudo. E em algum momento cheguei até o nome: Sujeiras. Pensei em mudar o nome e o livro várias vezes, no entanto acabei por gostar e acostumar-me com as minhas Sujeiras
e ficou.
Já nomeado, pensei o significado do próprio: O que quero dizer com Sujeiras? O que são Sujeiras?
Expandi e reduzi a palavra que transformei em conceito e finalmente condensei algumas coisas sujas
. O meu entendimento é o seguinte: a sujeira pode ser um ato, uma situação, um sentido ou uma forma de enxergar algo. A sujeira se relaciona com a culpa, a vergonha, o medo, o desejo, a violência, com o mal, com abandono, com sexo, com as superficialidades e casualidades, com as coisas, com a morte. O livro tem um teor forte e não procura fazer qualquer elogio ou apologia aos temas