Saúde do trabalhador: produção do adoecimento entre servidores públicos municipais
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Saúde do trabalhador - Ana Cristina Acorsi
Aos meus filhos Otávio Augusto e Luís Miguel, motivos sublimes da minha existência e que, com sua alegria e sua doçura, oportunizam-me ser uma pessoa melhor a cada dia.
A todos os estudantes que, assim como eu, buscam o aprimoramento e a construção de novos saberes e conhecimentos necessários à prática e modos de fazer saúde mais humanizados e afetivos.
AGRADECIMENTOS
A Deus que é sustento, luz e amparo em todos os momentos da caminhada.
Aos meus pais Ernesto e Márcia, e às minhas irmãs Paula e Daniela, que no seio familiar me ensinaram o amor, o respeito e a vivência da solidariedade.
Aos servidores públicos municipais que gentilmente e com grande paciência e zelo, participaram desta pesquisa, contribuindo para a difusão do conhecimento em saúde mental e saúde do trabalhador, todo o meu afeto e a minha gratidão.
Ao Programa de Mestrado em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais da UNOCHAPECÓ e a todo o seu magnífico corpo docente, pelos inúmeros momentos de aprendizado e lições de vida e humanidade.
À minha orientadora Márcia Luíza Pit Dal Magro, que mesmo nos momentos de maiores dificuldades, jamais desistiu deste sonho. Sua competência e carinho foram alicerces para manter o foco, a fé e a certeza de que tudo daria certo.
Às professoras Maria Chalfin Coutinho e Lisa pelas sugestões valiosas.
Aos amigos queridos da turma de mestrado, pelas alegrias e angústias divididas em dois anos de caminhada no intuito de amadurecer-se pessoal e profissionalmente.
À minha amiga e irmã do coração, Marta von Dentz que gentilmente me auxiliou na transcrição das entrevistas e na leitura do texto com preciosas contribuições.
Aos queridos amigos Jack, Silvinha, Juliano, Manu e Cris pelo auxílio na compilação dos dados e planilhas do Excel.
À amiga, irmã incansável de caminhada docente Scheila, que com sua paciência e ternura muito colaborou na revisão deste trabalho e nos momentos de angústias, meu carinho e minha admiração.
Aos meus colegas docentes do Pró-Saúde por tantas parcerias e tantos trabalhos realizados em equipe demonstrando que a multidisciplinaridade é possível de acontecer.
À professora Lisa, por compartilharmos da coordenação do Pró-PET Saúde e por todo conhecimento e aprendizado deste período, meu carinho e minha gratidão.
Aos estudantes, mas especialmente aos que fizeram parte da minha equipe do Projeto Rondon Operação Guararapes
, toda minha alegria em dividir com vocês momentos de humanidade e lições de vida e cidadania.
Aos amigos Igor Damo e José Hentz meu afeto e minha gratidão pelas sugestões valiosas de leitura, além do carinho e da amizade construídos.
Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta
. Carl Jung
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1 MEDICALIZAÇÃO DA VIDA
1.1 BIOPOLÍTICA, PODER MÉDICO E MEDICALIZAÇÃO
1.2 INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
1.3 TRABALHO E SAÚDE
CAPÍTULO 2 DELINEANDO O FAZER DA PESQUISA
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
2.1.1 O cenário da pesquisa
2.1.2 Participantes da pesquisa
2.1.3 Procedimentos utilizados no levantamento das informações
2.1.4 Atravessamentos e implicações na trajetória da pesquisa
2.1.5 Procedimentos de análise das informações
2.2 APRESENTAÇÃO DA CATEGORIZAÇÃO DOS DADOS
2.2.1 Caracterização dos trabalhadores usuários e profissionais de saúde do SASSM participantes da pesquisa
CAPÍTULO 3 CONTEXTO DE TRABALHO E SAÚDE
3.1 OS CONTRATOS DE TRABALHO NO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL
3.2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NO SERVIÇO PÚBLICO E O ADOECIMENTO
3.3 RELAÇÕES SOCIOPROFISSIONAIS
CAPÍTULO 4 A PRODUÇÃO DA DOENÇA MENTAL
4.1 DIAGNÓSTICOS
4.2 O AFASTAMENTO DO TRABALHO FRENTE AOS TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS
4.3 PAPEL DO MEDICAMENTO NA ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
APÊNDICES
ANEXOS
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
INTRODUÇÃO
Desde a década de 1990 o Estado brasileiro tem promovido reformas em sua estrutura administrativa que o aproxima do modelo gerencial. Este traz valores e estratégias de gestão do setor privado para o setor estatal, o que é considerado por De Paula (2005) como um reflexo do capitalismo flexível que tem [...] estreita conexão com as prerrogativas pós-fordistas da reestruturação produtiva da economia mundializada
(p. 38).
A adoção do modelo gerencialista no setor público produz várias consequências negativas para o trabalhador como a perda de estabilidade no emprego, o aumento das terceirizações, a implementação de estratégias voltadas à competitividade no contexto laboral a fim de ampliar a produtividade, a separação entre planejamento e execução, entre outras (LUZ, 2010). Assim, a reforma gerencial tem sido relacionada à precarização do trabalho no funcionalismo público como indicam os estudos de Santos (2006) e Luz (2010).
A precarização do trabalho, por sua vez, fragiliza os laços humanos, tornando as relações sociais instáveis e deixando os trabalhadores vulneráveis ao sofrimento e ao adoecimento. Para Seligmann-Silva (2011) as técnicas de gerenciamento utilizadas na ideologia da excelência acabam gerando nos trabalhadores cansaço. O cansaço, a falta de reconhecimento e o isolamento, muitas vezes, mascaram sentimentos de insegurança e contribuem para a produção de danos à saúde mental no interior das organizações.
A priorização por demandas exteriores em detrimento da interioridade e da reflexão sobre si mesmo, faz com que o sujeito busque de modo desesperado soluções rápidas para sua falta de identidade, de apatia e de sentido existencial. Esses sintomas acabam sendo associados na contemporaneidade à depressão, ao pânico e às adicções. Assim, pode-se observar uma inquietante desestabilização emocional e fragilização do indivíduo, face à desestruturação das formas de controle social e da fluidez das relações, bem como da flexibilização do trabalho e da vida (DANTAS, 2009b).
Nos contextos organizacionais atuais, não há espaço para as manifestações de dor e sofrimento. Essas vivências são, usualmente, diminuídas com o uso de medicamentos, na busca de alívio imediato, abrindo um espaço privilegiado
para o uso abusivo destas substâncias na população trabalhadora.
Uma explicação unicausal da doença permite trabalhar somente a relação causa-efeito imediata. Mesmo permitindo uma abordagem direta sobre o doente, esta informação torna-se solitária e reducionista. Observa-se, deste modo, que o modelo biomédico centra sua atenção no indivíduo doente priorizando ações de recuperação e reabilitação em detrimento às ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, deslocando-se a visão social e coletiva do processo saúde/doença (CUTOLO, 2006).
Ainda, na visão de Illich (1975), o controle institucional da população pelas empresas médicas vai retirando do indivíduo, de modo progressivo, o domínio da salubridade em vários campos da vida, como a política e o meio, o trabalho e o lazer, e a alimentação e o repouso. Deste modo, a dependência causada em face desta intervenção profissional tende a empobrecer o meio social e físico, diminuindo as possibilidades orgânicas e psicológicas de luta e adaptação que as pessoas comuns possuem, contribuindo para a medicalização da vida.
Neste sentido, o interesse pelo tema saúde do trabalhador no contexto do serviço público municipal de Chapecó tem estreita relação com a atividade da pesquisadora enquanto docente, em cursos de graduação da saúde e supervisora dos componentes curriculares de Estágios do Curso de Farmácia. Em todos os espaços de supervisão, seja nas farmácias de dispensação privadas, ou nas Unidades Básicas de Saúde (em Chapecó denominados Centros de Saúde da Família), bem como nos Serviços de Atendimento aos Trabalhadores, chamavam a atenção os casos de adoecimento dos trabalhadores da saúde e o uso de medicamentos por um número cada vez maior de pessoas. Desta forma, em contato com a Secretaria de Administração e do Setor de Recursos Humanos da Prefeitura Municipal de Chapecó, a ideia do projeto foi aceita e acolhida com solicitude, pois estas preocupações também perpassam as atividades inerentes ao poder público municipal.
A partir da realidade acenada, elencaram-se problemáticas em torno de: Como se dá a produção do adoecimento nos servidores públicos municipais? Esta tem relação com o trabalho que os mesmos realizam? Qual o impacto da assistência em saúde do trabalhador para a produção do adoecimento?
Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar a produção do adoecimento entre os servidores públicos municipais usuários de um serviço de atenção à saúde do trabalhador. E os objetivos específicos foram: identificar o perfil de adoecimento desses trabalhadores usuários; discutir o que orienta a prescrição e o uso de medicamentos psicoativos frente aos agravos em saúde mental e; entender