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Investimento e produtividade do trabalho na indústria de transformação: uma análise aplicada ao Brasil entre 1996 e 2016
Investimento e produtividade do trabalho na indústria de transformação: uma análise aplicada ao Brasil entre 1996 e 2016
Investimento e produtividade do trabalho na indústria de transformação: uma análise aplicada ao Brasil entre 1996 e 2016
E-book200 páginas2 horas

Investimento e produtividade do trabalho na indústria de transformação: uma análise aplicada ao Brasil entre 1996 e 2016

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Sobre este e-book

Este livro é resultado de uma pesquisa realizada em um curso de doutorado em Economia entre os anos de 2015 e 2019 na Universidade Federal Fluminense. Neste período, o Brasil passou por intensas rupturas políticas que marcaram sua história. Neste mesmo contexto, o cenário econômico apresentava gargalos cada vez mais profundos e difíceis de serem superados. Várias agendas de pesquisas buscavam identificar e/ou apontar estes gargalos e consequentemente as possíveis soluções. A estrutura produtiva brasileira já era objeto de análise de inúmeros trabalhos e, cada uma ao seu modo e método, já apresentavam as limitações tanto produtivas quanto no tamanho, competitividade e etc. Neste bojo de pesquisa, o IPEA - Instituto de Pesquisa em Economia Aplicada - iniciou uma agenda de estudos voltada à investigação do desempenho da produtividade no Brasil.
Tendo estes estudos como pano de fundo e também como um direcionador da pesquisa, este livro é o resultado do aprofundamento da pesquisa voltado à produtividade na indústria de transformação no Brasil entre 1996 e 2016.
A pesquisa apresentada neste livro pauta no impacto dos investimentos, em suas diferentes modalidades, na produtividade do trabalho. Pretende-se, com essa pesquisa, contribuir para o debate acerca das limitações da estrutura produtiva industrial brasileira e consequentemente apontar pontos de vulnerabilidade a serem sanados.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de jul. de 2022
ISBN9786525239156
Investimento e produtividade do trabalho na indústria de transformação: uma análise aplicada ao Brasil entre 1996 e 2016

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    Pré-visualização do livro

    Investimento e produtividade do trabalho na indústria de transformação - Polliany Aparecida Lopes de Carvalho

    capaExpedienteRostoCréditos

    Para minha mãe Bibiane, minha avó Zilda

    e meus irmãos, Marcelo, Reyller e Mateus

    AGRADECIMENTOS

    A escolha do caminho tortuoso e cheio de pedras não seria tão gratificante e possível se não pela presença do meu orientador e professor Dr. Jorge Britto que conduziu nosso trabalho e me deu apoio em todos os momentos de incertezas e fragilidade. Jorge, agradeço a atenção, o carinho e a dedicação nestes longos 4 anos de doutorado.

    Aos demais professores do PPGE-UFF, alguns tive o prazer de ser aluna, outros não, mas a todos meu agradecimento por fazerem da Pós-graduação esse espaço plural e rico de conhecimento. Ao NIETI, núcleo de pesquisa industrial no qual fiz parte nestes anos, agradeço por todos os momentos de reuniões e discussões que acabaram por delinear minha pesquisa.

    Agradeço a professora Dra. Valentina Viego, docente na UNS – Universidad Nacional del Sur – na qual trabalhei por 4 meses no ano de 2017 em intercâmbio. Valentina, agradeço o convívio, a hospitalidade que me recebeu na Argentina e todo o conhecimento repassado.

    Aos meus amigos de jornada, que compartilharam comigo todos os meus anseios e angústias para chegar até aqui. A todos da instituição Universidade Federal Fluminense que em alguma medida fizeram parte desta trajetória, agradeço por compartilharem comigo, mesmo que um pequeno pedacinho desta jornada.

    À minha família agradeço imensamente. Mãe e avó, sem vocês nada seria possível e nem haveria motivações para tal. Ao meu irmão Marcelo Richard que em vários momentos teve paciência em me escutar, aos meus primos Reyller e Mateus os quais, cada um ao seu modo, fizeram parte desta jornada.

    E por fim, agradeço por todos os frutos que este ciclo de experiência e a jornada desta tese me trouxe. Novos elos de amizades, novos conhecimentos, novas experiências e inúmeras lembranças que deixarão saudades.

    LISTA DE SIGLAS

    ABDI – AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL

    BK – BENS DE CAPITAL

    CEPAL – COMISSÃO ECONÔMICA PARA AMÉRICA LATINA E CARIBE

    CNAE – CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADE ECONÔMICA

    FBCF – FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO

    FGV – FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

    IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

    IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA

    MDIC – MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS

    P&D – PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

    PF – PRODUÇÃO FÍSICA

    PIA – PESQUISA INDUSTRIAL ANUAL

    PIM – PRODUÇÃO INDUSTRIAL MENSAL

    PINTEC – PESQUISA INDUSTRIAL DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

    PO – POPULAÇÃO OCUPADA

    RENAI – REDE NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE O INVESTIMENTO

    SCN – SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS

    VTI – VALOR DA TRANSFORMAÇÃO INDUSTRIAL

    SUMÁRIO

    Capa

    Folha de Rosto

    Créditos

    INTRODUÇÃO

    CAPÍTULO 1 - PRODUTIVIDADE E SUAS FACETAS

    1.1 A DINÂMICA ENTRE INVESTIMENTO E PRODUTIVIDADE

    1.2 DETERMINANTES DO INVESTIMENTO

    1.3 O DESEMPENHO DO INVESTIMENTO NO BRASIL

    1.4 A PRODUTIVIDADE EM DEBATE NO BRASIL

    1.5 CONCLUSÕES

    CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA

    2.1 DADOS E VARIÁVEIS

    2.1.1 DADOS PARA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO DO BRASIL

    2.1.2 DADOS PARA OS GRUPOS DE INTENSIDADE TECNOLÓGICA

    2.1.3 DADOS PARA O SETOR DE BENS DE CAPITAL

    2.1.4 VARIÁVEL DE INVESTIMENTO

    2.1.5 VARIÁVEL PRODUTIVIDADE

    2.2 METODOLOGIA DE DADOS EM PAINEL

    CAPÍTULO 3 – INVESTIMENTO E PRODUTIVIDADE NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

    3.1 INTRODUÇÃO

    3.2 DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO E DOS GRUPOS DE INTENSIDADE TECNOLÓGICA ENTRE 1996 E 2016

    3.3 DADOS E RESULTADOS

    3.3.1 DADOS E RESULTADOS PARA A O CONJUNTO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

    3.3.2 DADOS E RESULTADOS PARA OS GRUPOS DE INTENSIDADE TECNOLÓGICA

    3.4 CONCLUSÕES

    CAPÍTULO 4 – INVESTIMENTO E PRODUTIVIDADE NO SETOR DE BENS DE CAPITAL

    4.1 INTRODUÇÃO

    4.2 CARACTERÍSTICAS E EVOLUÇÃO GERAL DO SETOR DE BENS DE CAPITAL ENTRE 1996-2013

    4.3 O SETOR DE BENS DE CAPITAL E SUA RELAÇÃO COM INVESTIMENTO

    4.3.1 METODOLOGIA

    4.3.2 DADOS E VARIÁVEIS

    4.3.3 DADOS EM PAINEL

    4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

    4.5 CONCLUSÕES

    CONCLUSÕES FINAIS

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    ANEXO I - RELAÇÃO ENTRE OS INVESTIMENTOS ANUNCIADOS DIVULGADOS PELA RENAI E OS DADOS DE AQUISIÇÕES OBTIDOS NA PIA (RENAI/PIA)

    ANEXO II – PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DA INDÚSTRIA GERAL E DA TRANSFORMAÇÃO NO PIB ENTRE 1996 E 2016

    ANEXO III - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DO VTI E DA PO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO DE ACORDO COM OS GRUPOS DE INTENSIDADE TECNOLÓGICA

    ANEXO IV – PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DOS GRUPOS DE INTENSIDADE TECNOLÓGICA NO TOTAL DAS AQUISIÇÕES DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

    Landmarks

    Capa

    Folha de Rosto

    Página de Créditos

    Sumário

    Bibliografia

    INTRODUÇÃO

    A instabilidade dos ciclos econômicos e a dificuldade em manter taxas de crescimento no longo prazo tem levado o tema a ser abordado frequentemente nas discussões políticas e econômicas em níveis nacionais e internacionais. Num cenário em que a globalização é um processo cada vez mais robusto e autônomo, os ciclos econômicos dos países são cada vez mais integrados à dinâmica internacional. Este processo se manifesta com maior intensidade nas economias subdesenvolvidas, em que a vulnerabilidade externa ainda é um obstáculo presente na dinâmica da economia doméstica.

    No Brasil, a preocupação em torno do crescimento e o destaque que é atribuído ao desempenho do produto não é recente. Houve períodos em que o crescimento econômico ocupou papel de destaque, como no governo militar, em que as altas taxas de crescimento resultaram na denominação do período de 1969 a 1973 como milagre econômico. Mas o que se observa é que os ciclos de crescimento econômico no Brasil, em geral, têm apresentado fôlego curto, processo este comumente denominado pela literatura de stop and go.

    Recentemente presenciamos novamente um ciclo de crescimento no Governo Lula na década de 2000, com destaque para o subperíodo entre 2007-2010, em que os resultados macroeconômicos, em conjunto com o bom desempenho do crescimento, levaram à interpretação de que se tratava de uma inflexão da curva de desempenho do crescimento em relação ao baixo desempenho do PIB nos anos anteriores (BARBOSA e SOUZA, 2010; MORAIS e SAAD-FILHO, 2011).

    No entanto, assim como foi o período do milagre econômico, o ciclo de expansão econômica no fim da década de 2000 encontrou limites e foi interrompido. Este foi um período de crescimento baseado na ampliação da demanda potencializada por dois componentes: o consumo – com destaque ao consumo das famílias – que foi expandido por conta do maior acesso ao sistema de crédito e por programas de financiamentos; e o componente exportações que, num momento de alta nos preços das commodities, permitiu a expansão da renda doméstica. Estes fatores também operaram como elementos que reforçaram o caráter não sustentável do crescimento neste período. Tratava-se de um momento peculiar e dependente do ciclo econômico internacional, baseado em fatores que encontrariam limitações no longo prazo.

    Considerando as dificuldades para manter o crescimento do produto no longo prazo, a produtividade é recorrentemente mencionada em debates como uma variável crítica que pode contribuir para a explicação da amplitude e intensidade dos ciclos de crescimento de longo prazo e ser instrumento de ações de política econômica. Em contraste, os ciclos de crescimento de curto prazo encontram-se restringidos em função de fatores exógenos, como ciclos de alta nos preços internacionais de commodities, depreciação cambial, fluxo de capital internacional e demais fatores, que contribuem para um crescimento que pode ter um fôlego curto. Em particular: A desaceleração do crescimento econômico brasileiro no pós-crise fez emergir com força um debate que estava congelado ou, pelo menos, relativamente apagado das discussões sobre a economia brasileira: a produtividade. (NEGRI e CAVALCANTE, p. 15, 2014)

    Desse modo, consolida-se a percepção de que a retomada do crescimento econômico dependeria, cada vez mais, dos ganhos de eficiência e da evolução da produtividade. Neste contexto, tanto que a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a partir de 2012, iniciaram estudos que abordam a produtividade em vários aspectos, os quais, além de elaborar um diagnóstico a respeito da evolução da produtividade, procuram avançar de forma mais sistemática ¹ na identificação das causas do baixo crescimento da variável. Os trabalhos recentes aplicados ao Brasil que abordam o tema da produtividade, revelam que múltiplos elementos afetam o desempenho da variável. O nível de escolaridade, rendimento médio do trabalhador (SQUEFF e NOGUEIRA, 2013), o ambiente de negócios (CAVALCANTE, 2015), infraestrutura (SCHETTINI e AZZONI, 2015), investimentos (MESSA, 2015), dentre outros.

    Tendo o contexto brasileiro recente como pano de fundo e visando contribuir com o debate atual, esta Tese tem por objetivo analisar os impactos do investimento na produtividade do trabalho, tendo como objeto de análise a indústria de transformação no Brasil entre os anos de 1996 e 2016. A variável investimento analisada neste trabalho foi obtida com base nos dados de aquisições, divulgados pela Pesquisa industrial anual – PIA, disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Sabe-se que este indicador constitui uma proxy (imperfeita) do investimento físico (tangível), e isso deve ser levado em consideração ao interpretar os resultados, pois diante disso obtém-se os resultados do impacto do investimento na produtividade levando em conta apenas parte do investimento, ou seja, são resultados subestimados em relação aos reais impactos do investimento na produtividade.

    Para alcançar os objetivos proposto nesta Tese, utilizou-se do método econométrico de Dados em Painel, e foram realizados três exercícios com diferentes recortes da indústria de transformação. A opção pelos recortes, partindo-se da indústria de transformação geral, passando pelos grupos de intensidade tecnológica e chegando ao setor de bens de capital, se deu em virtude da intenção de investigar se o investimento apresenta impacto diferente na produtividade do trabalho de acordo com a natureza do setor. Sabe-se que a indústria de transformação é composta por setores básicos como alimentos, bebidas, têxtil, couro e madeira, e bens de maior complexidade como componentes eletrônicos e máquinas e equipamentos. Neste sentido, os recortes setoriais aplicados nesta Tese foram adotados com o objetivo de observar o impacto do investimento em diferentes grupos setoriais. Diante disto, o trabalho foi dividido em 4 Capítulos, além dessa introdução e de uma conclusão final.

    No Capítulo 1 foi realizada uma revisão bibliográfica que auxilia na compreensão da relação entre as variáveis investimento, produto e produtividade; além de apresentar alguns resultados descritivos sobre o investimento setorial na indústria brasileira. Além disso, buscou-se contextualizar o cenário recente no Brasil abordando trabalhos que, nesta mesma linha, estão focados em identificar elementos que afetam a produtividade.

    No Capítulo 2 foi descrito a metodologia utilizada para os exercícios empíricos apresentados nos Capítulos 3 e 4, bem como a descrição das variáveis e do modelo aplicado. A dedicação de um Capítulo à abordagem metodológica se justifica por conta da importância em apresentar como a variável produtividade do trabalho foi obtida² e qual foi a variável utilizada como proxy do investimento, bem como detalhar de forma genérica o modelo aplicado.

    No Capítulo 3 são apresentadas estatísticas descritivas para a indústria de transformação e os resultados da aplicação do modelo de dados em painel para duas abordagens. Primeiro, procurou-se analisar a indústria de transformação em conjunto, observando-se a elasticidade da produtividade em relação ao investimento. Posteriormente,

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