Voleibol se aprende na escola

De Afonso Antonio Machado

Criar um instrumento de trabalho, voltado para a prática pedagógica cotidiana, com respostas às inúmeras indagações que cada profissional ou leitor tenha; que possibilite criar sobre a base, aqui apresentada. Desta maneira, construiremos, modelaremos, estruturaremos, avaliaremos de maneira integrada, um percurso que vai desde o primeiro contato com a modalidade até a abordagem competitiva.
Neste material, o voleibol recebe sua apresentação histórica e sua evolução, num tratamento que traça os caminhos percorridos e aponta aqueles ainda a serem trilhados, numa versão bastante clara e compromissada com a realidade escolar e competitiva. A abordagem técnica possibilita um trabalho inicial bastante sério e engajado com questões modernas da aprendizagem motora, sempre respeitando os aspectos próprios do crescimento e desenvolvimento dos aprendizes.
Não se trata de um livro que apresente fórmulas de uma iniciação esportiva escolar ou um treinamento campeão, tão pouco de propostas mágicas transformadoras, em que todos os que adotarem suas orientações conseguirão transformar seus aprendizes em astros do voleibol, mas um trabalho consciente e real, dentro das adequações existentes nas escolas e clubes brasileiros.

• Idioma: Português
• Editora: Fontoura Editora
• Data de lançamento: 10 de dez. de 2019
• ISBN: 9788583340553

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Referências

Capítulo 1

VOLEIBOL: SUA EVOLUÇÃO E GESTOS BÁSICOS

Objetivos

»Introduzir ao estudo do voleibol, fundamentando-o historicamente;

»Apresentar os gestos técnicos da modalidade e a evolução de cada um deles;

»Sugerir materiais esportivos adequados bem como adequação de gestos técnicos;

»Fornecer referências bibliográficas que possibilitem maior conhecimento sobre o assunto.

1.1 Introdução

Neste momento, iniciaremos nossos estudos sobre uma prática esportiva em evidência no nosso país. Quem nunca ouviu falar de nossas seleções masculina e feminina de voleibol? Quem nunca viu um jogo, ao menos pela TV, de nosso selecionado campeão? Mas como chegar a este nível? Como iniciar a trajetória?

O ensino dos esportes sociomotores, classificação na qual o voleibol está bem colocado, não deve se limitar ao ensino de um repertório de habilidades técnicas, como o passe, manchete, ataque e bloqueio, ou de outro conjunto complementar das questões coordenativas, como a resistência, força, velocidade, potência, flexibilidade, agilidade, tempo de reação....

Devemos estar atentos ao desenvolvimento de uma disponibilidade motora e cognitiva que avance da simples automatização de gestos e se volte para a compreensão das regras e das variabilidades a que estão sujeitos os indivíduos e a bola, no espaço do jogo, num modelo construtivista que otimize o aprendizado ou o treinamento, tendo o aluno/atleta como protagonista de seu desempenho.

Vamos a este conhecimento.

1.2 histórico do voleibol

O voleibol teve sua origem na América do Norte (EUA). Seu criador foi o professor Willian Morgan, na Associação Cristã dos Moços (ACM), em 1895, quando idealizou um jogo cujo principal objetivo era o de ser praticado por senhores executivos de Massachussets, principalmente durante o forte inverno norte-americano, quando era um tanto difícil a prática do tênis de campo.

Idealizou-se que grandes galpões abrigariam as quadras do novo divertimento, utilizando-se da rede de tênis e da parte interna de uma bola de basquete. Desta maneira, estimulava-se a prática de algum movimento que compensasse a vida sedentária de seus praticantes e permitisse momentos de recreação e lazer.

Devido à necessidade de improviso do professor Morgan, que procurava dar às suas classes, constituídas por homens de idade avançada, uma atividade suave e de grande motivação, criou-se um esporte altamente atlético. Seu nome inicial foi Minnonette (fazendo alusão ao fato da bola poder ser rebatida nos punhos e no antebraço); um ano depois passou a se chamar Voleibol, talvez por seu toque de vôlei (toque no ar).

Este jogo teve inspiração no tênis, observando-se o formato da quadra e a utilização da rede suspensa que separa as equipes e evita assim o contato pessoal.

Morgan estabeleceu que a bola deveria ser mantida no ar através de toques, procurando mandá-la ao campo adversário, transpondo uma rede de 1,98m de altura. O número de jogadores não era limitado, mas deveria ser igual em cada lado do campo; os jogadores fariam um rodízio, para que todos passassem pela zona de saque, onde deveriam sacar a bola, pisando sobre a linha de fundo, cada vez que a outra equipe cometesse falta.

A bola de basquetebol, inicialmente, era muito pesada e dura; então passou-se a usar somente a sua câmara, mas esta se tornou leve demais. Era preciso rever esta questão da bola, foi então que recorreram a uma firma especializada em materiais esportivos, A.G. SPALDING e BROTHERS, e após vários testes foi idealizada uma bola que satisfez as imposições do professor Morgan e esta permanece até hoje.

Inicialmente, o jogo de voleibol ficava restrito somente ao local de origem (Holyoke, pequena cidade norte-americana) até que foram apresentadas duas equipes, formadas por cinco (5) jogadores de cada lado, a um grupo de professores de educação física em conferência, na Universidade de Springfield, a quem Morgan confiou sua regulamentação para os ginásios das ACM, sua grande divulgadora.

Assim, o voleibol passou aos locais abertos; construíram quadras nas praias, nas estações de veraneio e em playgrounds, aumentando sua popularidade e número de participantes.

Em julho de 1896, a revista mensal norte-americana Physical Education publicou um artigo intitulado O original jogo de voleibol. Desta maneira, o voleibol veio preencher uma lacuna em matéria de jogos. Trata-se de um jogo de recinto fechado para os que desejam uma modalidade esportiva menos rude que o bola ao cesto, mas que exige bastante