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Porto Das Canoas
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E-book165 páginas1 hora

Porto Das Canoas

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Sobre este e-book

A última década do século 18 assistiu uma migração constante de mineiros para os territórios paulistas, aumentando significativamente o número de moradores do chamado Sertão do Rio Pardo, onde futuramente seriam erguidas as freguesias de Franca, Batatais e Casa Branca. Franca foi a primeira freguesia criada na região nordeste de São Paulo que, mais tarde, ficou conhecida como Alta Mogiana. Igarapava nasceu do desmembramento das terras de Franca e foi a cidade de maior destaque da Alta Mogiana no início do século 19. O que aconteceu para um declínio tão acentuado? Vamos te contar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de dez. de 2012
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    Porto Das Canoas - Fernando Couto

    1

    2

    PORTO DAS CANOAS

    O RETRATO DE UM DECLÍNIO

    3

    4

    FERNANDO COUTO

    PORTO DAS CANOAS

    O RETRATO DE UM DECLÍNIO

    1ª Edição

    Editora Consvltvs

    Igarapava/SP - 2015

    5

    © Fernando Rodrigues do Couto

    DIREITOS RESERVADOS:

    Fernando Rodrigues do Couto

    (11) 94868-5995

    fernando@consvltvs.com.br

    www.consvltvs.com.br

    Catalogação na Fonte do

    Departamento Nacional do Livro

    C768a Porto das Canoas (02 : 2015 : Igarapava, SP)

    Porto das Canoas: o retrato de um declínio – Igarapava:

    Fernando Couto, 2015

    168 p.

    ISBN 978-85-913961-1-5

    Publicado em co-edição com Editora Consvltvs.

    1. História – Igarapava 2. Educação – Brasil. I. Fernando Couto

    (Brasil). II Título

    CDD: 397.0985

    Organização e Revisão final: Fernando Couto (Igarapava-SP)

    Diagramação e arte: CONSVLTVS (www.consvltvs.com.br)

    Capa: foto da fachada da antiga cadeia pública municipal, aban-

    donada há mais de 60 anos. Fonte: autor.

    6

    Dedico esta obra aos ami-

    gos que ainda acreditam num futu-

    ro melhor para Igarapava, a minha

    família, ao querido professor Walter

    Bichuete que contribuiu imensa-

    mente com fatos históricos impor-

    tantes e aos políticos que não co-

    nhecem a história de nossa cidade.

    7

    8

    Sumário

    Apresentação....................................................... 11

    Introdução............................................................. 13

    1. O sertão paulista e a febre do ouro................ 16

    2. A Estrada dos Goyazes.................................... 23

    3. As Anselmadas................................................. 32

    4. O padre Zeferino Baptista Carmo..................... 45

    5. O Arraial de Santa Rita do Paraíso.................. 49

    6. Quem foi Santa Rita de Cássia........................ 54

    7. Um século de crescimento desordenado........ 56

    8. As Revoluções de 1930 e 1932....................... 85

    9. O principal golpe contra o crescimento........... 94

    10. Os garimpeiros da esperança...........................101

    11. Jesus Maria José – Nosso maior pecado.........108

    12. O Coronel Quito – Anjo ou Demônio?..............125

    13. O triste retrato do declínio................................ 135

    14. A história se repete.......................................... 151

    15. Qual a solução para Igarapava?......................160

    Bibliografia............................................................. 167

    9

    10

    Apresentação

    Como é inerente a todo ser humano, os Igarapa-

    venses não fugiram a regra e estão desperdiçando o bem

    mais precioso de suas vidas: o tempo. E de quebra dilapi-

    dando a herança de nossos netos.

    Somos os novos bandeirantes, que apenas garim-

    pam o ouro que a mina Igarapava ainda pode oferecer, e

    assim que não sobrar mais nada vamos mudar de endere-

    ço, como os mais jovens já fazem atualmente.

    Dilapidamos o patrimônio de nossos filhos e envi-

    amos todos para longe daqui com o objetivo de "ganhar a

    vida". Ora, porque somos obrigados a fugir de Igarapava

    para sermos reconhecidos profissionalmente? Porque não

    criar uma raiz onde nascemos? Aliás, uma pergunta: Ainda

    existem crianças nascendo aqui? Quantas crianças nasci-

    am da década de 50 e quantas nascem agora?

    Fizemos esta consulta e o resultado é preocupan-

    te e impressionante.

    11

    A cada aniversário de Igarapava costumo fazer

    um balanço do que tivemos de positivo e de negativo, en-

    tendendo o negativo como algo que deixamos de fazer e

    positivo aquilo que implementamos com o objetivo de dar

    um futuro melhor para nossos cidadãos e a conclusão que

    tenho tido nos últimos 20 anos é impublicável.

    Fernando Couto

    12

    Introdução

    Há uma grande discussão, entre diversos autores,

    a respeito de quando surgiu o famoso Caminho ou Estrada

    dos Goyazes, que deu origem a diversas cidades paulistas

    e mineiras. A expedição do segundo Anhanguera, iniciada

    em 1.722, pode ser tomada como uma das primeiras res-

    ponsáveis pela abertura do caminho.

    A princípio é preciso ressaltar que a bandeira do

    segundo Anhanguera não foi a pioneira em explorar os

    sertões do centro-oeste brasileiro. Pelo contrário, sabemos

    que desde o fim do século XVI diversas incursões foram

    feitas a procura de riquezas para a coroa portuguesa.

    O que podemos afirmar com segurança é que a

    Estrada dos Goyazes foi a motivadora para o estabeleci-

    mento de diversos pousos as suas margens, que posteri-

    ormente se transformaram em povoados e vilas. A história

    de inúmeras cidades do interior de São Paulo nasce após

    a abertura da Estrada dos Goyazes.

    A partir do momento em que a trilha tornou-se co-

    nhecida e as notícias da descoberta do ouro goiano se es-

    palharam, o movimento cresceu rapidamente, deixando de

    13

    ser uma simples trilha para se tornar a passagem para al-

    cançar o ouro goiano. Esta nova realidade levou o Gover-

    no de Portugal a tomar uma atitude para proteger as des-

    cobertas e passou a conceder as primeiras sesmarias.

    Aos olhos de Portugal, a concessão de sesmarias

    ao longo da Estrada dos Goyazes seria a única alternativa

    para controlar organizadamente o escoamento desta ri-

    queza.

    Em 1.730, uma Carta Régia proibiu que houvesse

    mais de um caminho para as minas de Goiás e Cuiabá. O

    controle efetivo da rota não servia apenas para coibir o

    contrabando do ouro, mas também para manter a ordem e

    vigiar o tráfico humano, bem como cobrar taxas sobre tudo

    o que trafegasse em todos os sentidos. A preocupação em

    controlar e povoar as margens da estrada se fazia neces-

    sária também para garantir a segurança dos brancos con-

    tra ataques indígenas.

    O primeiro lote de sesmarias foi concedido, em

    1.726, aos responsáveis diretos pela descoberta oficial do

    ouro goiano: Bartolomeu Bueno da Silva, João Leite da

    14

    Silva Ortiz e Bartolomeu Paes de Abreu. Tais sesmarias ti-

    nham como objetivo principal servir de vigilância e auxílio

    ao tráfego do caminho. Cada uma das sesmarias possuía

    o direito de cobrar taxas de passagem sobre os principais

    rios atravessados pela estrada: Rio Iguatibaia, Rio Jaguari,

    Rio Pardo, Rio Grande, Rio das Velhas, Rio Parnaíba, Rio

    Guacurumbá, Rio Meia Ponte e o Rio dos Pasmados, a

    cargo de Bartolomeu Bueno da Silva e João Leite da Silva

    Ortiz, e os rios Moji e Sapucaí, a cargo de Bartolomeu

    Paes de Abreu.

    A distribuição de sesmarias fazia parte de uma po-

    lítica muito bem definida da Coroa Portuguesa, que tenta-

    va garantir com isso o controle da exploração do ouro goi-

    ano e combater as inevitáveis tentativas de contrabando.

    Em todas as sesmarias, a Estrada dos Goyazes foi indis-

    pensável para a constituição dos primeiros assentamentos

    populacionais para auxiliar os viajantes com pouso e comi-

    da.

    15

    1. O sertão paulista e a febre do ouro

    O atual Estado de São Paulo se originou das Ca-

    pitanias de São Vicente e Santo Amaro, doadas pela Co-

    roa Portuguesa no século XVI, aos irmãos Martim Afonso

    de Souza e Pero Lopes de Souza, obedecendo às linhas

    do Tratado de Tordesilhas firmado entre Portugal e Espa-

    nha em 1.494.

    Primeiramente os portugueses fundaram as vilas

    de Santos, Itanhaém, Cananéia e São Vicente, todas no li-

    toral, com o objetivo de construir vários fortes para a defe-

    sa da nova Colônia e somente depois houve a criação dos

    povoados no planalto, sendo Santo André o primeiro e

    posteriormente o de São Paulo de Piratininga.

    Durante o século XVII, a população se dedicou

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