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Festa, Fé & Arte
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E-book111 páginas1 hora

Festa, Fé & Arte

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Sobre este e-book

“Sobre a cultura... que já vem de tempos antigos... a gente num pode deixar ir a baixo. Meu pai era tocador ...por causa dele eu tenho esse dom que Deus me deu de ficar no lugar dele...no pensamento dele. Porque ele tinha esse dom dessa cultura e é uma cultura do tempo antigo, ninguém pode deixar ir a baixo”. (Zé do Pife, 70 anos) Danças, ritos, orações, penitências, cantorias, sabores, artes manuais, festas do povo, tudo isso são representações de costumes e crenças, peculiaridades que tornam um grupo diferente dos demais. Este livro traz interessantes registros da história oral e de pesquisas que permitem ao leitor conhecer e entender as origens das principais manifestações da cultura tradicional de Petrolândia, do Sertão de Pernambuco e, porque não dizer, do Brasil. É uma relíquia.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de jan. de 2022
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    Festa, Fé & Arte - Paula Rubens

    FESTA, FÉ & ARTE

    MANIFESTAÇÕES DA CULTURA POPULAR EM PETROLÂNDIA

    Paula Rubens

    Petrolândia/PE

    2022

    INFORMAÇÃO DE DIREITOS E REGISTRO INTELECTUAL FESTA, FÉ & ARTE

    paularubens09@gmail.com

    Copyright © 2021 by Paula Rubens

    Todos os direitos reservados ao autor. Nenhuma parte desta publicação pode ser armazenada, fotocopiada, reproduzida por meios mecânicos, eletrônicos ou outros quaisquer sem a prévia autorização o autor.

    ______________________________ _______________________________

    EQUIPE RESPONSÁVEL PELA PRODUÇÃO Revisão Gilberlândio Francisco

    Imagem da Capa Thais Rubens Capa & Diagramação Antonio dos An jos Produção Editorial Dos Anjos Serviços ____________________________ ______________________________________

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    ______________________________ _______________________________

    Rubens, Paula

    Cultura Popular de Petrolândia/Paula Rubens – 202 2 166 f.: 1ª Ed.

    História Regional – Dos Anjos Serviços – 202 2 ISBN: 978-65-00-21519- 9

    1. Literatura brasileira; 2. Petrolândia (PE); 3. História ; 4. Folclore; 5. Dança; 6. Culinária Nordestina; 7. Artesanato; 8. Cultura Indígena; I. Título

    CDD. 981.34 CDU. 82- 94

    _______________________________________ ______________________

    REVISADO CONFORME O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO.

    ___________________________ __________________________________

    Editora Clube de Autores Publicações S/A CNPJ: 16.779.786/0001- 27

    Rua Otto Boehm, 48 Sala 08, América Joinville/SC, CEP 89201- 700

    www.clubedeautores.com.br

    A Dona Afonsina Cavalcante (in memória), que me ajudou a enxergar a cultura popular com respeito.

    A todos os anônimos produtores culturais d o Brasil, com gratidão.

    S umário

    Introdução.............................................................. 9

    Influências............................................................ 11

    O Ciclo do Natal.................................................... 23

    Festejos Natalinos................................................. 25

    Presépio ou Lapinha ............................................. 30

    Pastoril................................................................. 38

    Reisado................................................................. 53

    Entrudo................................................................ 69

    Carnaval............................................................... 71

    Os Penitentes ....................................................... 86

    Quadrilhas Juninas............................................ 101

    Dança de São Gonçalo ........................................ 106

    Rituais Índígenas................................................ 112

    Corrida do Umbu................................................ 113

    Toré.................................................................... 118

    O Menino do Rancho .......................................... 120

    Banda de Pífano ................................................. 121

    Artesanato.......................................................... 123

    Culinária ............................................................ 131

    Alfenim (puxa-puxa) ........................................... 132

    Aluá de Tamarindo ............................................. 134

    Beiju de Ouricuri na Palha.................................. 136

    Farofa Doce de Murici......................................... 138

    Licor de Murici ................................................... 139

    Cachimbo ........................................................... 141

    Anexos:............................................................... 143

    Referências......................................................... 159

    Introdução

    Para que serve um baú de relíquias escondidas , sem uso?

    Com essa pergunta a inquietar-me, venço o pudor e tomo coragem de publicar este apanhado d e memórias registradas a partir de cadernos amarelados, maravilhosas conversas sob as sombra s de mangueiras, terraços ventilados ou em torno de um bom café em acolhedoras cozinhas amigas cada vez mais raras.

    São memórias coletivas, raízes identitárias de um povo, tesouro que não me pertence com exclusividade. Sinto-me obrigada a compartilhar para não correr o risco de deixar que se perca .

    É com esse espírito que este livro, modestamente, pretende contribuir para a preservação do Patrimônio Cultural Imaterial de Petrolândia e, quem sabe, animar produtores de cultura e educadores a manter viva essa rica herança . O baú está aberto, o tesouro é de todos nós .

    9

    10

    I nfluências

    Banhada pelo rio São Francisco, Petrolând ia localiza-se no Sertão de Itaparica, região do Submédio São Francisco, muito próximo das fronteiras dos Estados de Pernambuco, Alagoas, Bahia e Sergipe.

    Nascida de Tacaratu, da qual se tornou vila e sede do município em momentos alternados, m udou de nome três vezes: foi JATOBÁ, depois ITAPARICA e por último PETROLÂNDIA. Em sua história recente, 1988, mudou também de território por força da inundação da cidade em decorrência da construção da Usina Hidroelétrica Luiz Gonzaga.

    Sua ocupação se deu pelos índios que, desde a pré-história, foram se fixando à terra a partir do aprendizado de técnicas de agricultura e em função do rio. Depois, pelo aldeamento de Brejo dos Padres implantado pelas missões religiosas e pelos portugueses e suas fazendas de gado .

    Por fim, pela implantação da ferrovia Piranhas - Jatobá, inaugurada em 1883, atraindo novos moradores a ponto de transformar o local em centro urbano, convergindo para si o movimento comercial de Vargem Redonda, Brejinho, Volta do Moxotó, Tacaratu, Floresta, Delmiro Gouveia e Piranhas,

    11

    principalmente. O trem funcionou regularmente até 1964.

    Desde a implantação da ferrovia, o município tem sido alvo de projetos federais que, entre períodos de progresso e decadência, geraram importantes oportunidades, muitos problemas e interessante intercâmbio cultural.

    Ainda durante a construção da estrada de ferro , foi ponto de partida da Comissão Hidráulica do Império para novos estudos visando à navegabilidade do rio .

    Nos anos 30, serviu de piloto à primeira experiência de fecundação artificial de peixes de água doce em água corrente. Um projeto da Comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste, subordinado à Inspetoria Federal de Obras contra a Seca, órgão este, com escritório e Posto de Saúde na cidade e no povoado de Icó, gerando assim, diversos empregos. Em 1943, foi modelo no Nordeste do primeiro projeto nacional de implantação de colônias agrícolas, com a criação do Núcleo Colonial de Barreiras, sob a condução da Comissão do Vale do São Francisco , atraindo diversas famílias de colonos da região.

    Por último, dos anos 70 a 80, recebeu as obras de construção da barragem, executada pela CHESF e suas diversas empreiteiras. Escritórios e canteiros de obra foram instalados, dobrando o número de habitantes do município em apenas uma década .

    12

    Todas essas intervenções geraram interações marcantes a influenciar na organização social e no modo de vida do povo .

    Embora a herança cultural mais forte seja a do povo indígena originário do lugar, a fase de formação urbana ocorreu sob forte influência da migração provocada pela chegada da estrada de ferro, trazendo ares de modernidade ao Sertão agrário.

    A facilidade de locomoção para o Estado vizinho através do trem, por oito décadas e a fixação de residência das famílias dos funcionários da Estrada de Ferro, tornou conhecidos os costumes, a moda, a culinária e as festas populares do povo alagoano . Principalmente de Piranhas, ponto inicial da Estrada de Ferro Paulo Afonso e local de origem dos empregados responsáveis pela administração da estação ferroviária.

    A herança indígena é marcante em praticamente todas as manifestações culturais da região, desde o gosto pelo consumo do murici e umbu (frutas nativas), o modo de produção da farinha de mandioca e do beiju, a utilização do coco de O uricuri na culinária e nos colares, o uso das canoas de vara, a forma de pescar, a técnica de fabricação de cerâmicas e o artesanato em palha até os rituais e danças místicas.

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