O Senhor Do Silêncio
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O Senhor Do Silêncio - Hernani D'aparecida
Hernani D’Aparecida Alves Ribeiro
O SENHOR DO
SILÊNCIO
HOMOAFETIVIDADE | INVEJA | TRAIÇÃO & HOMOFOBIA
Hernani D’Aparecida Alves Ribeiro
O SENHOR DO
SILÊNCIO
HOMOAFETIVIDADE | INVEJA | TRAIÇÃO & HOMOFOBIA
Montes Claros
2012
Hernani D’Aparecida.
O Senhor do silêncio : homoafetividade, inveja, traição e homofobia / Hernani D’Aparecida. – Montes Claros : Hernani D’Aparecida Alves Ribeiro, 2012.
ISBN 978-85-914037-2-1
1. Literatura brasileira. 2. Homoafetividade. 3. Inveja. 4. Traição. 5. Homofobia. I. Título. II. Título: Homoafetividade, inveja, traição e homofobia.
Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização escrita do Editor.
A todos aqueles que um dia sofreram por amor.
Ou apesar dele...
Ou a despeito dele...
Aos meus queridos Nero (in memoriam) e Zuzú
e
A Zz., o meu algoz.
AGRADECIMENTOS
Não me considero uma pessoa com memória privilegiada, mas tenho que admitir que ela foi imprescindível para a criação desse livro. À minha memória, portanto, os meus primeiros agradecimentos.
Se a personagem central não tivesse esgarçado a minha vida, jamais teria algo para contar. A ela também a minha gratidão.
A um grupo de valiosos profissionais da UNIMONTES – Universidade Estadual de Montes Claros, sem os quais essa publicação teria sido muito mais difícil.
Aos dedicados profissionais do LAB das FACULDADES PITÁGORAS.
A todos eles, meus mais sinceros agradecimentos pela solicitude e prontidão ao atender aos meus anseios e pela disponibilização de seus recursos para a viabilização desse trabalho.
Ao meu "partner" Alex, que usou de sua sabedoria para extrair dos meus recônditos os mais puros e verdadeiros sentimentos, sensações e emoções.
E finalmente, à amiga K., ouvinte e confidente, que despertou em mim a necessidade de deixar registradas as desgraças de uma relação desastrosa que fulminou com muitos dos meus dias, mas que meu forneceu as verdades contidas nas páginas que compõem essa obra.
"Não sei sentir, não sei ser humano,não sei conviver de dentro da alma triste, com homens, meus irmãos na terra.
Não sei ser útil, mesmo sentindo ser prático, cotidiano, nítido.
Vi todas as coisas e maravilhei-me de tudo.
Mas tudo ou sobrou ou foi pouco, não sei qual, e eu sofri.
Eu vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos.
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse.
Amei e odiei como toda gente.
Mas para toda gente isso foi normal e instintivo.
Para mim sempre foi a exceção, o choque, a válvula, o espasmo.
Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto demais ou de menos.
Seja como for a vida, de tão interessante que é a todos os momentos, a vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,a dar vontade de dar pulos, de ficar no chão, de sair para fora de todas as casas., de todas as lógicas, de todas as sacadas e ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos".
Álvaro de Campos
Alex, o assunto vazou. - Disse eu com tremor nas palavras e nervosismo tonal. Incrédulo e decepcionado...
_Mas como? Quis saber este meu belo parceiro.
_No boteco, aos ouvidos de todos, da boca do tio.
_Mas este era um assunto só de vocês e foi preservado por mais de cinco anos... Como agora foi emergir?
_Realmente Alex, não sei quem teve a coragem de publicar. Estou aturdido e sem explicações. Ouvi baixarias, mas também detalhes que comprovaram que,quem disse, sabia da nossa verdade.
Nossa, não! Interpelou Alex.
Pois é, daquela verdade.
_E ele?
_Não sei de nada. Tenho tido notícias alhures de que continua a frequentar o mesmo local e não tem se preocupado em me defender. Está na dele!
Em toda catástrofe moral, só ficam de pé os valores cínicos.
Antonio Machado y Ruiz
Aí começou a minha via dolorosa. Difamado, injuriado. Desde antes da páscoa do ano passado não tenho sossego.
Pagar pelo que se faz é a mais justa das cobranças. Mas e quando nada foi feito para gerar tanta desgraça?
Quando se erra há a possibilidade de voltar atrás, se humilhar, pedir desculpas, perdão, jurar que jamais isto irá se repetir, ajoelhar aos pés da pessoa amada e fazer todas as loucuras que só os amantes e apaixonados conseguem fazer.
Até cenas ridículas são permitidas quando se ama. A ridicularidade, segundo Álvaro de Campos, só não é permitida a quem nunca amou.
Mas e quando a pessoa não fez nada para ser riscada do mapa de um dia para o outro?
De um amor ou paixão se transformar numa inimiga?
De ser ignorada de todas as formas?
De sentir o telefone bater, do outro lado, várias vezes ao seu ouvido, na tentativa de buscar explicações?
Clamar a quem?
Se humilhar e ser ridículo para quem?
Ninguém pode calcular o preço que estou pagando por coisas que jamais fiz!
Mais à frente contarei de, como de um ístimo para a reaproximação, se abateu como uma tragédia em minha vida.
_Aquela minha amiga tem me informado, mesmo que sem consistência, algumas coisas que me deixam ainda mais chateado.
_Que amiga é essa? Perguntou-me o Alex.
_Aquela que eu te disse que sempre estava comigo no boteco.
Chama-se B.- (vou logo apelidá-la de a buxa
e grafá-la em letras minúsculas, adiante todos saberão o porquê). Começou dando faxina em minha casa, depois passou a dar ração aos meus cachorros quando eu viajava e, daí para a minha mesa de boteco foi um pulo. Tudo naturalmente...
Para esclarecer, acrescento que, aqui em nossa região, quando empregamos um artigo antes do nome ou apelidamos alguém é para demonstrar o nosso desprezo, distanciamento e desqualificação pelo substantivo que o segue..
Ela, como você sabe, mora em frente ao boteco e mesmo sem frequentá-lo mais, ouve, do outro lado da rua, detalhes de fofocas envolvendo meu nome. Não vai mais lá mais ao local porque ouviu o próprio dono desmoralizá-la ao comentar sua façanha em se envolver com um vizinho casado. Ela forjou um flagrante em um motel para que a esposa dele os visse juntos,com o intuito de provocar a separação.
Para entender este dejeto, teremos que viajar até Comodo e conhecer o seu dragão e depois, mais a leste, irmos até a Tasmânia e deparar com o seu diabo. Se restar alguma sombra de dúvida....
Só assim poderemos precisar a que tipo me refiro. Ao longo desta descritiva todos terão compaixão pelos bichinhos citados. Saberemos que a massa bacteriana letal da boca daquele e a voracidade mortal deste, perdem para esta coisa ambulante.
Mas ela diz tudo incompleto. Sempre fica uma ponta sem amarrar. Seus irmãos continuam a frequentar o boteco, porém, segundo a mesma, eles não dizem nada. Não ouvem nada. Não sabem de nada.
Tem horas que penso que ela está tentando mitigar o escândalo, procurando me proteger das coisas que ela ouve sobre mim naquele lugar.
De uma coisa eu tenho certeza: ela sabe muito, mas não quer me dizer nada. Os motivos eu não sei, mas é impossível, naquela rede em que vive, nada cair em seus ouvidos. Ainda mais que ela só anda de antena ligada
. Mais à frente veremos em que isto dará!
Ela sempre tem um culpado sobre o vazamento deste assunto. Oscila entre o meu amado e a mulher dele. Está sempre me confortando e sendo condescendente comigo. Assim vou levando meus dias à procura de um porquê...
Eu até acho engraçado, mas como posso questioná-la quanto a isto? Penso que devo acreditar nela, afinal somos amigos há muito e devemos gratidão um ao outro.Além disso, temos confidências demais para estremecer esta nossa amizade.
Fico chateado quando penso no que fiz com ela antes da páscoa do ano passado.
_O que você fez, quis saber Alex.
_Estávamos bebericando e conversando com algumas pessoas. Assuntos normais do dia-a-dia. Só que entre nós havia pessoas que ela queria impressionar. Não era homem e sim, mulher.
Não! Ela não é lésbica (assim penso eu). Como as duas garotas que estavam conosco tinham curso superior, ela não quis ficar por baixo. Quando eu emiti uma opinião, cujo assunto não me lembro mais, ela deu uma de sabichona e zombou de mim na minha cara, mostrando que era ela quem tinha razão e conhecimento do mesmo. E num ahahahah! mandou-me calar a boca. Este foi um de seus arroubos do auto preconceito.
Foi o estopim para que eu despejasse nela toda a minha vontade de mostrá-la o seu verdadeiro lugar.
Ela é daquelas pessoas que se você der a mão, quer até o sovaco.Não perdia oportunidade para se dizer melhor do que eu e sempre afirmava que não havia ninguém melhor do que ela.
Uma pobre coitada que nunca havia sentado num boteco decente, se lambuzando com a oportunidade e com a minha companhia.
Há muito que já vinha acumulando motivos para desmascará-la e a hora foi aquela.
Fui ético e, sem ser preconceituoso, disse cobras, lagartas e lagartixas
verdadeiras sobre a mesma. Descasquei a sua presunção na vista de todos. Ela foi embora cabisbaixa. Ficamos alguns dias sem falar e, logo depois, ela me mandou um e-mail desejando feliz páscoa/2010.
Daí recomeça a nossa amizade.
E recomecei também com os meus questionamentos.
O homem está pronto para suportar qualquer sofrimento e disposto a isso desde que e enquanto consiga ver no sofrimento um significado.
Victor Frankl
Faz mais de ano que venho sofrendo. É uma dor angustiante que nem sei dimensionar. É duro. É difícil. É inexplicável.
Sofro dia e noite e acho que o mais doloroso hoje, é ter perdido o amor deste meu amor e sim, o silêncio sobre os motivos que o levaram a me rejeitar assim de uma hora para outra.
Ninguém sabe de nada. Às vezes me encontro com pessoas que ainda frequentam o bar, mas se negam a me dizer alguma coisa. Sempre se esquivam.
Como aquele boteco é um antro de fofoca e seu proprietário, um general, todos sabem algo, mas ninguém diz nada.
Estão querendo proteger alguém ou o assunto é muito sério! Por isto é que me angustio tanto: por não saber o que foi dito para ele se afastar de mim. Ou mesmo me odiar como às vezes parece...
Ele não quer nem ouvir falar de mim. Sou assunto encerrado. Ou quase.
Alguns dias atrás, quando liguei a fim de dizer que havia descoberto quem tinha feito todo aquele inferno, ele me mandou tomar naquele lugar. Ele ainda tem ressentimentos de mim.
Eu ainda o incomodo de alguma forma. Senão, seria fácil me dispensar educadamente como se dispensa qualquer assunto que não nos é interessante.
_Mas por que, meu querido? Perguntou-me Alex.
_ As pessoas souberam de algo que é verdadeiro, mas que eu nunca teria coragem de falar. Alguém o ridicularizou em meu nome e com as nossas verdades. Aí está o ponto! Foi tornado público algo que deveria ser só nosso – e era! Ele também deve estar sofrendo...
Ainda não tive coragem de voltar àquele lugar por vergonha, pois o tio dele disse com todas as letras, no meio de uma multidão que eu dava de cima do sobrinho dele. Que eu queria dar o c.. para o seu sobrinho e que o mesmo não quisera comer. Que o celular dele estava cheio de mensagens minhas assediando-o e ainda, que o seu PC
andava saturado de e-mails enviados por mim, tudo no intuito de seduzi-lo.
Sobre a citada investida sexual, posso afirmar que é por si absurda. Nunca falamos sobre sexo. Suponho que era por respeito ou medo.
Ele me sugerira sutilmente algumas aproximações e até apontou o dedo indicador para o meu pulso quando nos despedimos, um dia (esse gesto indica uma cantada). Só isso!
Fiz-me de desentendido. Naquele momento eu não tinha certeza se seria bom para nós dois. E acho que mesmo depois, não teria sido.
Nesses dias de minhas amarguras, Alex me perguntou quem era ele.
De súbito, quase respondi: É um centauro! Mas refreei minha impulsão, respirei.
E parei...
Como é difícil descrever alguém tão indescritível! Não há palavras ou eufemismos que delineiem o universo de alguém que se torna tão especial em nossas vidas.
Ainda mais quando esta resposta não é solicitada em seu tempo real, mas depois que o sentimento puro se imiscui com outros e na bagunça dos sofrimentos, torna-se difícil defini-lo. Porém, inda assim houve um começo e, é por lá que buscarei reminiscências para provar que um anjo ou um demônio existiu em minha vida.
A diferença entre as memórias falsas e as verdadeiras é a mesma que existe entre as jóias: as falsas sempre parecem mais brilhantes e reais.
Salvador Dali
Era o ano de 2004 e, como aprecio uma cervejinha ao final da tarde, passei a frequentar um barzinho que há na esquina da rua onde morava.
Marcava ponto todos os dias em que não estava viajando. Lá encontrei alguns conhecidos e a maioria desconhecida. Normalmente frequentavam o bar aos domingos, quando havia uma pelada e, no fim se reuniam para falar da vida e comentar sobre as pendengas da peleja. Entre os desconhecidos estava ele.
Bravo como um leão. Falava tão alto como o urro de um urso e nervoso e agitado como uma cascavel acuada. Grande, de porte atlético e o maior batedor de canelas
da pelada. Era o senhor temido na dividida das bolas. Todos abominavam a sua aproximação ao disputar uma jogada. Ele era o bate-estaca
, o quebra-osso
, o quebra-queixo
, o arrasa-cancela
.
Sempre bebendo,