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Fé E Ciência Um Embate Desnecessário
Fé E Ciência Um Embate Desnecessário
Fé E Ciência Um Embate Desnecessário
E-book157 páginas2 horas

Fé E Ciência Um Embate Desnecessário

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Sobre este e-book

Essa obra mostra que existe um grande engano sobre o embate entre a Fé e a Ciência, e que História tem mostrado que esses temas são complementares
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de jun. de 2016
Fé E Ciência Um Embate Desnecessário

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    Fé E Ciência Um Embate Desnecessário - Antonio Siqueira E Isidoro Mazzarolo

    Fé e Ciências um Embate Desnecessário

    Prof. Antônio Siqueira
    Prof. Isidoro Mazzarolo
    Brasília- 2016

    Ciência e a Religião perderam, uma e outra, o seu dom supremo-

    que é a educação da consciência humana.

    Está perdida a arte de forma-se e criar-se almas e ela só será redescoberta

    quando a Ciência e a Religião, repensadas e refundidas em uma única força viva,

    convergirem para a sublime tarefa de magnificar a humanidade".

    Éduard Schuré

    AGRADECIMENTOS

    Quero pedir desculpas antecipadamente se por acaso não agradeci todos que contribuíram direta ou indiretamente nesse trabalho, mas de antemão expresso os meus sinceros agradecimentos a; Edna, Lia e Ellen pela paciência de ouvir os meus comentários e contribuir com sugestões para elaboração dessa obra. Ao Prof. Cleyton Lago, pelos comentários no manuscrito de elevados teor e coerência nas observações. E em especial ao Prof. Isidoro Mazzarolo pela colaboração na elaboração do capitulo Religião e Espiritualidade que contribuiu para o enriquecimento do Livro.

    Dedicatória

    Aos que tem Fé.

    Sumário

    Introdução

    "Céus, continuem o tratamento!

    Sinta o homem supérfluo, alimentado

    Por suas paixões que escraviza

    seu regulamento, que não vê

    por que não sente, logo seu poder".

    Shakespeare

    Ao longo dessa obra procuraremos entender o motivo pelo qual o embate entre a Ciência e Fé não é procedente e vamos avaliar várias correntes de pensamento que reforçam essa ideia. Como por exemplo, o pensamento do Prof. Michael Behe – Universidade de Lehigh (defensor do movimento – Design Inteligente), afirma sem rodeios que as estruturas ao nível molecular são de certa forma tão ajustadas que não sobra muita margem de manobra para a evolução atuar. O limite para existência da vida é influenciado por processos importantes como a coagulação do sangue e outros processos bioquímicos são tão precisos que uma pequena variação impediria o sucesso da vida na Terra.

    O Professor Michael Behe não é um criacionista. Acredita no método científico e não procura dogmas religiosos para suas respostas. Mas argumenta que as máquinas biológicas foram planejadas – seja por Deus ou por alguma outra inteligência superior.

    A Física também contribui para reforçar a ideia de que o embate entre Ciência e Fé é desnecessário, quando afirma que as constantes físicas básicas estão dentro de um limite muito estreito para que a vida inteligente exista com nós conhecemos.

    Nessa obra procuraremos não particularizar a questão do Teísmo, desígnios, e focar o debate em um campo mais amplo, onde a Ciência é confrontada com a Fé.

    O tema de conflito entre a Ciência e Religião foi muito bem abordado no Livro de Peter Harrison - Ciência e Religião e coloca mais argumentos para os apaixonados pelo tema, concluindo que, longe do que todos pensam esse tema não está esgotado.

    Além do embate entre a Ciência e a Fé, existe um ponto que merece ser esclarecido, é o entendimento sobre a Espiritualidade do ser humano como a raiz para todas as Religiões e é algo que transcende os princípios da razão e é inerente a ser humano. A Espiritualidade é expressa pela Justiça, pelo Amor, a Honestidade e confiança no próximo.

    E por mais que o mundo moderno tenha afastado o Homem da Fé, em prol da Ciência, o que tem restado a esse homem moderno é a neurose, a solidão, e a falta de sentido da nossa existência. O abandono do transcendente tem levado a nossa sociedade a não percepção do Sagrado camuflado (Mito, resíduos religiosos, rituais) nas nossas atividades, o que contribui para desagregação social vivenciada por nós.

    Ruptura da Fé e Ciência

    "Desde o advento da Ciência, no século XVII, que rejeitamos a mitologia

    como produto das mentes supersticiosas e primitivas. Contudo,

    só agora conseguimos ter uma perspectiva mais profunda

    e completa da natureza e do papel do mito na história do Homem. "

    Claude Lévi-Strauss.

    A ruptura da Fé e Ciência se inicia com a filosofia Cética há mais de 2000 mil anos, e migrou para a modernidade dando o subsidio para o movimento crescente que combatia e combate a Fé. Alguns nomes se destacaram nesse movimento no século XVI, como por exemplo: Michael Montaigne, Charon, Pierre Gassendi, e La Monthe Le Vayer e David Hume.

    A origem do Ceticismo se dá com Pirro de Élis (364-275 a. C) (pirrônicos) e seu discípulo Tímon, Arcesilau e Carnéades. As obras Pirro chegaram até nós por meio do seu discípulo Sexto Empírico, a mais conhecida é Hipotiposes Pirronianas formada por três livros, existem outros onze livros chamados de Contra os homens de Ciência.

    Esse movimento tinha como objetivo problematizar o conhecimento, desconfiar de todas as posições filosóficas, e buscar a verdade absoluta. Os pirrônicos apresentavam as seguintes características: primeiro- uma face negativa, dialética e antidogmática; segundo – no aspecto positivo sua filosofia lidava com um mundo das aparências a da vida comum.

    O Ceticismo no início possuía duas correntes os Acadêmicos liderados pela Nova Academia com Arcesilau, e Carnéades ou da Filosofia de Pirro de Élis (pirrônicos).

    Os pirrônicos desejavam adquirir a felicidade sem a necessidade do epoché (ou seja, sem a necessidade de passar pelo estágio da suspensão do juízo) e acreditavam que podiam salvar as pessoas das doenças e das crenças.

    Para Sexto Empírico o ceticismo era um estágio de suspensão de juízo (epoché) que levava para o caminho da quietude da alma (atarraxai) que era a verdade. Sexto acreditava que existem três questões em qualquer filosofia: primeira – sobre as coisas qual é a verdadeira natureza; segunda- como nós estamos em relação a essa coisa; terceiro- o que esperar dessa situação.

    A busca da verdade é dinâmica, e quando um argumento parecia insuperável aparece outro argumento superior que anula o primeiro. Deste modo os pirrônicos procuram não dogmatizar uma afirmação, deste modo para Sexto um dos objetivos dos pirrônicos era combater as filosofias teológicas.

    Os Acadêmicos eram chamados de moderados, e seus filosóficos buscavam a tranquilidade da alma, e seguiam a filosofia de Sócrates "só sei que nada sei". Para eles o conhecimento era algo inatingível, e que algumas ideias são mais corretas que outras, e propõem o critério de probabilidade dessa ideia estar correta.

    O Ceticismo foi um instrumento usado pelos Iluministas para atacar o pensamento da época e a crença religiosa. O Ceticismo pirrônico foi resgatado por Montaigne (1533-1592) e por Francisco Sanches (1500-1622) médico e autor do livro Que nada se sabe, e resgata a busca pela verdade que era a proposta de início dos Céticos essa filosofia deu início a um ataque direto aos aristotélicos e toda a filosofia cristã naquele momento.

    No século IV a. C. Epícuro (341-270 a. C.) desenvolve o Epicurismo uma filosofia que afirmava que tudo era feito de átomos, átomo - palavra grega tem um significado de algo que não pode ser mais dividido, logo tudo é finito, e esse mesmo princípio devia acontecer com os Deuses.

    Os Epicuristas ironizavam os Deuses, conforme podemos observar no texto a seguir: " Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é imperfeito: o que é impossível em Deus. Se pode, e não quer, é invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus. Se pode e quer, o que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então a existência dos males Por que Deus não os impede" Era o início da dessacralização fornecendo argumentos para o acirramento do embate entre a Ciência e a Fé.

    No texto acima também enfatiza a recomendação de Epícuro por meio da lógica a prática do Ateísmo e levou o homem a justificar o seu interesse nos prazeres materiais. Esse pensamento foi mais tarde combatido por meio da filosofia cristã, e foi reverenciado posteriormente pelo pensamento renascentista.

    Outro aspecto que contribuiu para a ruptura da Ciência e Fé foi o uso indevido de Platão pela Ciência para justificar seus argumentos. A alegação indevida ocorre por que Platão acreditava na existência de um artífice, que ele chamou de Demiurgo, que participou ativamente da criação. Acompanhe essa ponderação; no Gênese Deus criou o homem e a mulher e tudo em sua volta a partir do nada, em Platão a criação de tudo (Timeu e Banquete) se deu para pôr ordem no Caos e para isso era necessário à matemática para explicar. Deste modo, a Ciência se fortalece como detentora da explicação da Criação e acaba trazendo para si o domínio do conhecimento.

    Outro evento que contribuiu para ruptura da Fé e Ciência foi dado pelo III Concilio de Latrão (1215), e nessa ocasião a Igreja Católica concluiu que as escolas clericais não estavam prontas para continuar na liderança do ensino, e propôs a restruturação da escola de Oxford para atender as novas demandas, e coube a Robert Grossteste implantar, esse modelo educacional. Grossteste era adepto de Platão e foi influenciado pela razão pura, e a partir desse evento foram estabelecidas as bases para implantação das Universidades Europeias.

    O processo de separação formal entre a Fé e a Ciência teve início a partir do século XIV com o Renascimento e o seu apogeu ocorre com o Iluminismo (sec. XVIII). O Renascimento tinha como um dos objetivos a redescoberta da Antiguidade Clássica que combatia o misticismo da época por meio de atitude do homem que se limitavam apenas a contemplar as artes sacras.

    E a Instituição a que foi atribuída à responsabilidade pela situação a que se encontrava o Homem da Idade Média foi a Igreja Católica, a maior congregação da Idade Média. A nova classe social (burguesa) carente de poder e tinha recurso materiais estava ansiosa para estabelecer uma nova ordem de social, e partiu para o ataque á Igreja Católica e a fazer alianças com a Ciência.

    As questões morais prejudicavam os interesses da classe burguesa, o caminho era fazer um pacto com a Ciência para promover à ascensão sócio-político da burguesia que usava o embate entre Ciência e Fé para adquirir um espaço político na nova ordem social.

    A nova ordem social pretende dar ao homem uma visão de mundo diferente, e ele passa a ocupar uma posição de destaque, e aproveitava para usar as pessoas que sofriam descriminação por se dedicarem a explicar os fenômenos da Natureza, e suas propostas eram agora bem recebidas e os personagens sentiam-se amparados pelo novo modelo social.

    O Iluminismo tinha outro objetivo, propor que a crença na Religião levava a prisão do homem a superstição e misticismo, e estabelecia padrões de comportamento, até mesmo na maneira de comer e pensar. Essa redescoberta da Antiguidade Clássica promoveu na sociedade uma mudança de pensamento baseado em novos valores e incorporando a beleza do mundo natural. E os novos acontecimentos, como as grandes navegações, a invenção do papel e da imprensa, contribuíram para implantar as novas mudanças.

    Bertrand Russell faz uma colocação sobre a ruptura entre Fé e Ciência, na obra A Filosofia entre Religião e a Ciência, o seu texto merece ser visto nesse momento: "Depois de Dante, tanto por motivos políticos como intelectuais, a síntese filosófica medieval se desmoronou. Teve ela, enquanto durou, uma qualidade de ordem e perfeição de miniatura: qualquer coisa de que esse sistema se ocupasse, era colocada com precisão em relação com o que constituía o seu cosmo bastante limitado. Mas o Grande Cisma, o movimento dos Concílios e o papado da renascença produziram a Reforma, que destruiu a unidade do Cristianismo e a teoria escolástica de governo que girava em torno do Papa. No período da Renascença, o novo conhecimento, tanto da antiguidade como da superfície da

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