O Instrumento De Justiça
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O Instrumento De Justiça - Valdomiro Oliveira Filho
O Instrumento de Justiça
A
caro amigo
Com votos de paz.
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Rondonópolis, MT
2011
O Instrumento de Justiça
Valdomiro Oliveira Filho
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Rondonópolis, MT
2011
O Instrumento de Justiça
Filho, Val domi ro Oliveira O
Instrumento de Justiça-Valdomiro Oliveira Filho;
Rondonópolis-MT, 2011
146p.; 14,8 x 21
I. Espiritismo
II. Título.
Direitos autorais protegidos pela Lei 9610/98
É proibida a reprodução de parte ou da
totalidade dos textos sem autorização prévia do
autor.
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Rondonópolis, MT
2011
O Instrumento de Justiça
1º edição
Junho de 2011
Revisão: Valdomiro Oliveira Filho
Capa: Fotografia flor da siriguela
Arte final da capa: Gráfica Postil.
Diagramação: Valdomiro Oliveira Filho
Edição do autor:
Contato: valdomirofilho@r7.com
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O Instrumento de Justiça
Dedicatória
Dedico este livro aos meus filhos
Marcelo, Cristiane, Matheus e Leonardo, e aos meus
netos Gabriele, Murilo, Guilherme e Gustavo.
Tenho orado a Deus todos os dias para
que lhes conceda proteção, livrando -os de todo e
qualquer perigo. Tenho convicção de que Deus ouve
minhas preces, e também a confiança em cada um de
vocês, que certamente, ao longo de suas vidas,
envidarão esforços para que se tornem a cada dia
pessoas melhores.
Estejam convictos de que só o amor
exemplificado por Jesus resume as condições
necessárias para a construção de personalidades
saudáveis.
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O Instrumento de Justiça
SUMÁRIO
Prefácio
07
Capítulo I
10
Capítulo II
12
Capítulo III
27
Capítulo IV
31
Capítulo V
35
Capítulo VI
51
Capítulo VII
58
Capítulo VIII
73
Capítulo IX
95
Final
125
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O Instrumento de Justiça
Prefácio
Muitos acontecimentos da vida, bastas
vezes, parecem injustos e, a dor que ataca se mostra
muito intensa, superior, até mesmo, às forças do
momento, conduzindo os seres à desesperança e
revolta, gerando sentimentos que lhe aviltam a alma.
Entrementes, a espiritualidade sempre se
faz presente, promovendo amparo, que se materializa
por meio de um amigo, de um vizinho, de um irmão,
de um livro...
A desventura que atinge o próximo
retorna ao emissor, em verdadeiro movimento
cíclico, reparando a dívida contraída, juntando os
seres para que se ajustem e transformem seus
instintos primários de ódio e violência em amor.
A narrativa do querido Irmão José traz,
de forma viva e pungente, os caminhos tortuosos a
que as drogas conduz, abrindo a porta da violênc ia e
do crime.
Pinta,
ainda,
com
vivacidade,
o
sofrimento impingido àqueles que são vítimas de
delitos, desestruturando a organização familiar e,
consequentemente, constituindo-se em importante
condutor ao desvirtuamento do espírito, fomentando
mais barbáries e delitos.
7
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O Instrumento de Justiça
Transmite, porém, a mensagem dos bons
espíritos, demonstrando que a Justiça Divina existe e
nunca é olvidada e tudo o que acontece, inclusive as
aflições mais desesperadoras, são utilizadas para
reconduzir os seres às verdades do mundo maior ,
haja vista que por diversas ocasiões, têm a visão
enublada com o brilho fugaz da matéria, fomentando
os sentimentos de orgulho, ganância e prepotência,
que faz com o homem vilipendie seus semelhantes.
Este, enfim, é o livro que queremos, no
âmbito dos encarnados, apresentar ao público, como
mais um bálsamo que venha luarizar as dores d’alma
que se veem a braços com ocasiões doridas e
aparentemente sem uma significação compreensível.
Rondonópolis MT, 19 de abril de 2002
Dr. Emerson Odilon Sandim, Procurado r Federal,
autor
jurídico,
membro
do
clube
de
transcomunicação instrumental e Drª. Shirlei
Mesquita, jurista, autora de matérias jurídicas.
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O Instrumento de Justiça
Reconciliação
Reconciliai-vos o mais depressa possível com o
vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho,
para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos
entregue ao ministro da justiça e não sejais metido
em prisão. – Digo-vos, em verdade, que daí não
saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil.
(S. MATEUS, 5:25 e 26.)
Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no
altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem
qualquer coisa contra vós, – deixai a vossa dádiva
junto ao altar e ide, antes, reconciliar -vos com o
vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê -la.
(S. MATEUS, 5:23 e 24.)
Como é que vedes um argueiro no olho do vosso
irmão, quando não vedes uma trave no
vosso olho? – Ou, como é que dizeis ao vosso irmão:
Deixa-me tirar um argueiro do teu olho, vós que
tendes no vosso uma trave? – Hipócritas, tirai
primeiro a trave do vosso olho e depois, então, vede
como podereis tirar o argueiro do olho do vosso
irmão.
(S. MATEUS, 7:3 a 5.)
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O Instrumento de Justiça
CAPÍTULO I
A chuva está forte. Intensa enxurrada
corre
pelo
meio-fio,
invadindo
a
calçada.
Relâmpagos iluminam a noite, enquanto os trovões
quebram o silêncio. O vento provoca ruído
semelhante ao uivo de um lobo, e faz com que os
fios da rede de energia elétrica balancem
perigosamente.
Silveira afasta-se da vidraça embaçada
massageando ambos os braços, que estão arrepiados
por causa do frio, e volta para a tosca mesa
localizada no centro do pequeno quarto de pensão
onde se hospedara naquela noite.
É um homem alto e magro, de cabelos
pretos e revoltos, parecendo estar sempre em
desalinho. Uma bota de bico fino, calça jeans,
cinturão de fivela larga e camiseta formam sua
indumentária. Seu aspecto pode infundir medo, pela
rudeza de seus traços, mas seus olhos, nesse
momento, traduzem a natureza dos tormentos de sua
alma.
O aposento é simples e limpo. Há uma
cama de solteiro, coberta com lençol azul claro, uma
mesinha de madeira e um banquinho de assento
almofadado e pernas tubulares, a contrastar com o
resto da mobília.
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O Instrumento de Justiça
Arrasta o banquinho e senta-se, fincando
os cotovelos sobre a mesa. Apoia o rosto entre as
mãos e olha, fascinado, a arma à sua frente. Como
um autômato, pega-a e a leva à cabeça, mas nesse
instante reluta. A deposita sobre a mesa enquanto
lágrimas que tenta reter teimam em rolar por suas
faces.
Fitando-a nela vê desfilarem imagens de
uma vida. Recorda-se de como tudo começou.
Lágrimas mais abundantes e quentes agora rolam
livremente por suas faces sulcadas de rugas precoces.
Navega nas ondas do tempo e resgata
dos escaninhos de sua memória lembranças que lhe
são amargas. Se pudesse apagaria as cenas que
revivificava, mas elas permanecem fustigando -o,
tornando cada vez mais evidente a aflitiva sensação
mesclada de arrependimento e remorso.
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O Instrumento de Justiça
CAPÍTULO II
Navegando no mar encarapinhado de
suas lembranças, Silveira se vê com dezesseis anos
de idade em um salão que regurgita.
O ar está carregado de perfumes, fumaça
de cigarro e suor. A música é assustadoramente alta,
e no seu ritmo frenético os corpos se agitam,
rodopiam
e
desenvolvem
uma
coreografia
sincronizada.
Uma névoa branca irrompe de todos os
lados ao mesmo tempo em que ecoa estridente sirene
e um jogo de luzes começa a piscar. Gritos e
assobios entusiásticos escapam de muitos lábios .
Depois de permanecer algum tempo
imerso nesse frevo ele sai do recinto acompanhado
por Celino e Eleutério, seus melhores amigos.
Sopra uma brisa leve e fresca e o relógio
já marca mais de meia noite. Havia caído uma chuva
fina.
No vigor de sua juventude os três
garotos riem e brincam. Caminham pela rua, àquela
hora deserta. Convergem à esquerda e em uma parte
mais escura, sob a copada de uma Delonix regia
popularmente
conhecida
como
Flamboyant,
considerada uma das árvores mais belas do mundo,
devido ao colorido intenso de suas flores , param.
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O Instrumento de Justiça
Celino retira da meia um embrulho envolto em
plástico onde há pequena quantidade de substância
entorpecente. Percorre os olhos em todos os
sentidos e não constatando a presença de estranhos
confecciona um cigarro. Acende-o e aspira a fumaça
com prazer, soltando-a ainda quente dos pulmões.
Passa o cigarro aos outros dois, mas quando chega a
vez de Silveira a imagem de seus pais assoma à sua
mente perturbando-o. Um sentimento de culpa
começa a se formar, mas diante