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Um Tempo Com Você
Um Tempo Com Você
Um Tempo Com Você
E-book584 páginas5 horas

Um Tempo Com Você

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Sobre este e-book

Quando Giovanna, uma garota prepotente e esnobe tira uma tarde de estudo com um cara de sua turma mal sabia ela que sua vida mudaria para sempre. Confinados em uma pacata ilha, o jovem casal sem notar o perigoso truque do destino, deixa seus instintos sexuais falarem mais alto e em pouco tempo se vêem em um ciclo vicioso de um delicioso jogo de amor e prazer surpreendendo e saindo do controle até mesmo da própria Giovanna. Agora, disposta a se descobrir e encarar sua nova realidade, a garota precisará romper preconceitos, mudar conceitos, forçar despedidas e desencontros se quiser talvez se tornar uma pessoa melhor...
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de jan. de 2017
Um Tempo Com Você

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    Um Tempo Com Você - Dani Santos

    UM tempo

    COM

    você...

    2

    Primeira edição/2017

    Todos os direitos reservados pelo autor

    É proibida a reprodução parcial ou total sem permissão escrita do autor

    _____________________________________________

    ssdaniella@hotmail.com

    Dani Santos

    3

    4

    PREFÁCIO

    __________________

    "No seu olhar vi toda beleza

    Que a natureza

    Se negou a me mostrar

    Em toda minha vida...

    E para você entrego os meus dias

    Nessa estripulia que vivo

    No seu abraço quero estar"

    -HARMÔNICOS

    5

    6

    1

    Era por volta de cinco horas da tarde. Meninas muito bem arrumadas

    estavam sentadas no banco da praça de uma faculdade. Com muitas

    gargalhadas, falação alta e gritaria contavam histórias e fofocas. Com o tempo,

    o grupo foi se dispersando restando apenas Giovanna e Melissa. As amigas

    ainda animadas pela conversa falavam e gargalhavam sem parar.

    Giovanna era muito linda, tinha um corpo escultural. Belos seios, cintura

    fina, cabelos castanhos escuros longos e lisos, pele branca, olhos claros e

    estatura mediana. Na infância foi modelo mirim. Na adolescência perdeu o

    interesse pela carreira. Tudo era muito fácil na sua vida. Com seus maus

    completados vinte e dois anos, nunca teve dificuldades para conseguir o que

    quer que fosse em sua vida. Filha de médicos poderosos na cidade, sempre

    teve tudo que quis, de moda, viagens, futilidades, garotos... Sentia como se

    tudo estivesse aos seus pés. Pelo seu jeito esnobe e prepotente, não era

    agradável para muitos da universidade. Ainda apaixonada pelo ex-namorado,

    com quem recentemente havia terminado seu relacionamento, não se passava

    por sua cabeça a ideia deles não voltarem, afinal uma frustração desse tipo

    jamais poderia acontecer com ela.

    Com Melissa não era muito diferente. Também rica, odiava ficar próxima

    de pessoas diferentes do seu mundo. Com caráter parecido com o da amiga,

    também não tinha muito contato com os outros alunos da universidade e

    mesmo sabendo que a maioria das amigas eram apenas interesseiras, nunca

    se preocupou com isso. Na verdade, as duas garotas acreditavam realmente

    que o mundo girava em torno delas. Tinha um cabelo ruivo natural, olhos

    verdes claros, cabelos alisados com ajuda de química. Também era bela, mas

    tinha sua beleza escondida ao lado de Giovanna.

    -Maldito celular, já está descarregando de novo. Vou ter que comprar

    algum lançamento. Esse é péssimo. – comentou Giovanna guardando o objeto

    na bolsa.

    -Mas você não sai da internet, assim não tem bateria que aguente.

    -Mas ele está com defeito mesmo. Tenho que carregar de duas em duas

    horas. Eu lá preciso suportar isso?! É só jogar essa porcaria com bateria e tudo

    7

    no mato e comprar outro.

    -Esse durou quanto tempo? Três meses? Daqui a pouco você terá que

    colocar três mil reais mensais como despesa com Iphone. Esse aí foi quanto?

    -Sem drama amiga. O outro deu problema porque caiu na água, esse

    aqui acho que veio com defeito de fábrica.

    -Está na garantia e é só a bateria.

    -Que negócio de garantia... Quero um novo. Esse defeito é uma perfeita

    desculpa... Encontrei aquele outro lindo que está em lançamento no shopping,

    com um design para lá de hiper, mega fantástico. Acho que era dois e

    setecentos. Papai não vai brigar, foi defeito de fábrica mesmo, falta só eu tirar

    um tempo para ir lá.

    -Podíamos ir nesse final de semana.

    -Com certeza. A gente combina.

    Giovanna avistou seu ex-namorado se aproximando com os colegas e

    comentou:

    -Olha lá o Paulo. Vou lá falar com ele!

    -Para com isso Giovanna!

    -O quê?

    -Fica correndo atrás dele. Sabe como ele é convencido.

    Giovanna estendeu um sorriso.

    -Amiga, ele gosta de mim também e eu não estou correndo atrás de

    ninguém. Você acha que tenho cara disso?

    -Acha mesmo que ele gosta de você?

    -Certeza.

    Melissa estendeu um sorriso de pouco caso.

    -Ora, qual a graça? É verdade amiga. Ele gosta de mim, sempre gostou.

    É porque homem desse tipinho dele fica com medinho de confessar que está

    apaixonado por alguém.

    -Já que é assim, deixa ao menos ele se aproximar.

    -Melissa... Isso é ridículo! Não ligo nem um pouco para esse negócio de

    quem chega primeiro... Tanto faz...

    Giovanna levantou-se e se aproximou dos rapazes que não estavam

    muito longe dali. Melissa olhava tudo atentamente com um sorriso de descaso

    8

    nos lábios acostumada com a cena.

    -Oi garotos. -sorriu ela meio rebolando fazendo os rapazes abrirem um

    espaço para ela entrar na roda.

    -E aí gata? - responderam muitos deles com sorrisos cafajestes.

    -Como anda a louquinha? -disse um deles tocando no seu cabelo.

    -Para de me atormentar, seu chato. -respondeu ela tirando a mão do

    rapaz.

    Paulo olhou para Giovanna por alguns segundos e retornou a conversa

    com os amigos. O garoto era extremamente bonito, lindos olhos verdes,

    cabelos pretos um pouco ondulados na altura da orelha. Sempre se vestia

    muito bem e o perfume que o rapaz usava, Giovanna conhecia há quilômetros

    de distância. Rico, inteligente, conquistador, porém cafajeste. Muito cafajeste.

    Paulo nunca se interessou em namorar sério com ninguém, só em sonhos

    Giovanna imaginava isso. O garoto era muito conhecido na faculdade pelo seu

    jeito popular e galanteador com as mulheres, mas também pelo seu jeito de

    desprezar e até humilhar pessoas quando contrariado.

    Giovanna logo se encaixou na conversa dos rapazes como quem não

    tinha interesse algum em estar ali. Por ser muito bela e atraente chamava

    atenção de Paulo e dos amigos dele. Bobamente, não conseguia disfarçar seu

    olhar para Paulo que era percebido até por Melissa que se encontrava no

    banco um pouco atrás.

    -Vamos para lanchonete? Estou afim de uma coca!- sugeriu um dos

    rapazes.

    -Vamos. -disse o outro dando o primeiro passo.

    -Podem ir meninos, estou com a Melissa. Até a próxima. -disse ela se

    distanciando.

    Paulo olhou para ela rapidamente e retrucou:

    -Ei, espere! -disse enquanto seus amigos se afastavam - Tenho que

    falar com você.

    Giovanna piscou para a amiga, fazendo Melissa sorrir e seguiu com o

    rapaz para uma sombra de um coqueiro próximo.

    -Vai fazer alguma coisa hoje à noite?- perguntou ele com seu jeito

    descolado, mascando um chiclete e coçando o seu brinco da orelha esquerda.

    9

    -Não.

    -Vamos sair então? Passo na sua casa ás oito.

    -Claro. Tudo bem.

    -Beleza então.

    O rapaz saiu, Giovanna olhou para a amiga empolgada. Melissa se

    aproximou.

    -Hoje a noite é nossa. - disse ela orgulhosa.

    -Ele te chamou aqui para falar isso? Por que não falou ali mesmo?

    -Ah sei lá.

    -Te fazendo de boba.

    -Que nada Melissa. Nada haver.

    -Para onde irão dessa vez?

    -Não sei. Ele não disse.

    Um silêncio se fez entre as meninas.

    -Tenho certeza que ele gosta de mim também. É difícil para ele, eu

    entendo. O ego à flor da pele, sempre metido a garanhão se entregar a alguém

    deve ser um desafio...

    -Você tem que aprender a disfarçar mais seu olhar. Fica o tempo todo

    olhando quase babando quando estão juntos, todo mundo percebe.

    -Gosto, gosto mesmo e não nego. Acho bom ele saber.

    -Ele quer sair com você só para curtir. Você é bonita, atraente... Já

    cansei de te falar isso. Os amigos dele são loucos para ficar com você

    também. Ele fica com você só para aumentar o ego dele, acho que isso não

    tem nada haver com gostar.

    -Melissa, vamos parar com essa conversa? Hoje eu e ele vamos voltar

    senão não me chamo: Giovanna Carpolini.

    Melissa sorriu.

    -Ah Me...Parece que não sabe com quem anda.

    -Amiga não é isso. É porque você fala como se só importasse o que

    você sente. Alô... Ele também tem que querer, tem que sentir... E a única coisa

    que ele sente por você é tesão, não está com cara que quer voltar.

    -Já que é assim, vamos fazer uma aposta. Nada de dinheiro, por favor.

    -Tudo bem. Que tal o celular que você está querendo?

    10

    -Não. Esse eu quero ter o prazer de comprar...

    -Roupa?

    -Isso é muito particular né miga...Sabe como sou enjoada. .

    -Já sei. Ficar uma semana sem maquiagem.

    -Jamais. Pirou?

    As garotas retornaram para a sala de aula cada qual com sugestões

    diferentes para a aposta e gargalhavam com cada nova ideia.

    -Já pensou que coisa ridícula?

    -Eu mudava de cidade.

    -E se você fingir que está atendendo uma ligação no celular e fazer o

    maior escândalo aqui dentro da sala?

    -Nossa Melissa... Infantil demais.

    Melissa sorriu.

    -Que tal pedir desculpas para a Keisy?

    -Nem com a faca no peito.

    As duas sorriram.

    -Ah Me... Tinha que ser alguma coisa bem discreta, entende? Não quero

    pagar mico nem ser desmoralizada. Algo em completo off, que fique entre a

    gente mas que você poderia me zoar para sempre e eu detestaria fazer com

    certeza...

    Melissa procurou com o olhar algo que lhe inspirasse e de repente se

    focou em alguém.

    -... Tem que ser algo que eu jamais faria no meu juízo normal, mas que

    seja sigiloso, pelo amor de Deus. Claro que não vou precisar passar por isso,

    mas quero que seja uma aposta justa.

    -Você não sabe da brilhante ideia que tive nesse exato momento.

    -O quê?

    Melissa olhou para amiga com um sorriso zombeteiro.

    -Diz logo.

    -Que tal passar uma tarde com o Leonardo?

    -Leonardo?

    Melissa olhou para um rapaz sentado do outro lado da sala e Giovanna

    se exaltou. O rapaz era magro, moreno claro, tinha olhos bem grandes, cabelo

    11

    ondulado meio bagunçado, vestia uma roupa simples. Retraído respondia um

    exercício calmamente.

    -Você está fazendo graça né?

    -Claro que não Giovanna. -disse Melissa.

    -Você está louca? É o cúmulo do absurdo. Eu ficar um dia inteiro com

    esse garoto estranho? Me poupe.

    -Ora... Ninguém vai ficar sabendo, do jeito que você queria. Ele não tem

    amigos e não conversa com quase ninguém aqui mesmo.

    -Você só pode estar ficando louca. Olha bem para ele... Caras esquisitos

    desse jeito fazem chacina em faculdades ou planejam ataques terroristas, ele

    tem perfil claro de psicopata. Não consigo ficar com ele nem um minuto,

    imagine uma tarde. E se ele me matar?

    Melissa sorriu.

    -Ah qual é amiga... Está exagerando, ele é até bonitinho. É estranho,

    precisa de uns retoques no visual mas apenas isso. Seria uma coisa diferente,

    você ia ficar louca de indignação, um castigo para você e eu... Vou gargalhar

    muito. -Bonitinho? Não acho nada bonito um cara estranho que mal olha e fala

    com os outros lendo o tempo inteiro livros de conspiração. Você já viu aquele

    símbolo estranho tatuado no braço? Pode até ser idolatria satânica ou de

    bruxaria, quem sabe outro símbolo desconhecido do nazismo ou...

    -Tá. Ele é nerd e antissocial, e daí? Você não vai agarrar ele.

    -Nerd tatuado? – Giovanna pensou um pouco – Não sei não em?!... Me

    poupe amiga, me poupe mesmo. Aliás, de qualquer forma, como faríamos

    isso? Impossível eu ficar junto com uma pessoa muito tempo sendo que nem a

    conheço.

    -Calma. Tenho um plano esquematizado.

    -Nem precisa me falar, não vou precisar fazer.

    -Trato feito então? - perguntou Melissa estendendo a mão.

    Giovanna olhou para a amiga, pensou um instante e apertou sua mão.

    -Ai, ai...

    -Vai ser do jeito que eu quiser viu?

    12

    2

    -E aí!?- disse Paulo com um sorriso safado mascando mais um chiclete.

    Com as mãos no volante olhava as pernas de Giovanna enquanto ela

    arrumava o vestido após sentar-se na poltrona do carro.

    -Oi. – falou ela dando um selinho no rapaz.

    -Nooossa... Vestidinho novo, toda poderosa. Assim você me deixa sem

    fôlego. Ficou linda! – disse o rapaz mordendo os lábios.

    -Obrigada. -sorriu ela orgulhosa.

    -Tentei te ligar a tarde inteira, mas não deu certo. Queria que saíssemos

    mais tarde.

    -Ah, meu celular idiota vive descarregado. Nem liguei mais ele desde

    então. Por que não ligou aqui em casa?

    -Sabe como seus pais me amam né? – ironizou ele.

    Um silêncio rápido se fez.

    -E aí, para onde vamos? Tem alguma ideia?

    -Ora, não sei, pensei que tinha programado alguma coisa diferente,

    afinal você que me chamou.

    -Sim, lógico. Claro que eu sei várias opções, mas se quiser ir para algum

    lugar especial, pode dizer.

    -Ah. Me leve para onde você estava planejando. O importante é que a

    gente possa ter um canto para ficar sozinho e tal...

    Os jovens se encararam por alguns instantes maliciosamente e Paulo,

    ainda com seu sorriso cínico, virou sua vista para a estrada e ligou o carro.

    O casal seguiu para a casa do rapaz. Giovanna que conhecia bem

    aquele trajeto estranhou.

    -Vamos para sua casa?

    Paulo ainda com o olhar fixo na estrada, sorriu.

    -Papai viajou. Farrinha básica, sabe como é.

    -Nem fiquei sabendo.

    -Hou... Farra particular. Não foi divulgação geral, senão ia dar bagunça.

    -Ah sim.

    13

    -Mas e aí? Você quer ir para lá?

    -Ora, por mim tudo bem. – mentiu ela pensativa.

    Assim que se aproximaram da enorme residência de Paulo, uma música

    agitada e abafada pôde ser ouvida. O segurança da mansão ao reconhecer o

    carro do filho do patrão acionou o sistema de destravamento e abriu o portão

    prontamente. Quando chegaram à festa, entraram de mãos dadas pela sala.

    Alguns amigos e conhecidos de faculdade já estavam presentes com

    conversas e risadas, cada qual tinha um copo de bebida em mãos. Dois

    amigos de Paulo fumavam na varanda. O som estava muito alto, mas nada

    que incomodasse os vizinhos, pois a casa era grande. Giovanna sentou-se no

    sofá enquanto Paulo foi conversar com alguns rapazes.

    -E aí gata?!

    -Oi Ricardo.

    -Como está você?

    -Bem.

    -Legal esse vestido. Onde você comprou?

    -Isso é lá pergunta que se faça.

    -Ora, eu vou comprar um vestido para Sandra né? Esse vestido ia ficar

    maravilhoso nela.

    -E você acha que serei idiota de dar o endereço da loja, para depois ela

    ficar desfilando por aí com um vestido igual o meu?

    -Ora... Talvez tenha outras opções de cor, modelo... Sei lá.

    -Não querido. Pode desistir.

    -Pode desistir mesmo viu Bolota! - disse Paulo sentando-se ao lado de

    Giovanna e lhe dando um copo com bebida – Essa aqui é minha.

    Giovanna olhou para Paulo e sorriu orgulhosa.

    -Eh rapaz... Não estava dando em cima da tua gata não, que onda

    Paulo... Estávamos falando de outra coisa.

    -É bom mesmo.

    Paulo lentamente beijou o pescoço de Giovanna lhe dando arrepios. A

    moça sorriu levemente.

    -Que tal mais tarde a gente fazer uma festinha no meu quarto? -

    sussurrou ele.

    14

    Giovanna pensou um pouco meio sem jeito e sorriu.

    -Calma, a gente mal chegou!

    Paulo sorriu com lerdeza e após dar um beijo em seu rosto foi conversar

    com mais outros colegas deixando-a novamente sozinha. Giovanna sentiu um

    vazio ficando ali, meio magoada, mas acostumada com aquele jeito estranho

    de Paulo. Ela apesar de concordar com tudo que o rapaz havia proposto até

    então para agradá-lo, queria mesmo era ficar a sós com ele, o que

    aparentemente ele não fazia muita questão.

    Paulo assim que chegou à roda de amigos, deu uma piscada para Vivian

    que correspondeu com um sorriso. A moça loira, alta, com seus grandes olhos

    azuis, corpo avantajado, tinha jeito evidente de puta rica: conversas ousadas e

    maliciosas, maquiagem forte, roupa sensual e salto alto. Paulo parecia fazer de

    tudo para chamar atenção da garota e a garota demonstrava claramente que

    ele estava conseguindo.

    Giovanna olhou para uma garota sentada em outro sofá como se

    passasse mal e se aproximou.

    -Você está bem Renata?

    -Pior impossível. - gargalhou a garota bastante bêbada.

    -Não parece muito feliz.

    -Revoltada com meu namorado.

    -Ah... Sei como é. – disse ela olhando Paulo ao longe.

    -Mas tudo passa. -disse a garota com a cabeça baixa – Tudo passa!

    Incluindo essa resseca que está chegando...

    O tempo correu. A festa foi mais formal do que bagunça, assim como

    Paulo queria. Mais pessoas foram chegando e a casa ficou pequena.

    -Imagine se não fosse uma festa particular em? -sorriu Giovanna para

    Paulo.

    -Ora... Sabe como eu sou né?

    Giovanna balançou a cabeça.

    -Vamos para o quarto agora? Já estamos mais de três horas aqui. Por

    favor, por favor, por favor...

    A garota sorriu.

    -Tá bom.

    15

    Assim que o casal chegou ao quarto, Giovanna pensativa se jogou na

    cama.

    -O que foi?

    -A Vivian já deu em cima de você?

    Paulo estendeu um sorriso.

    -Claro que não.

    -E a Carol?

    -Também não.

    Um silêncio se fez entre o casal.

    -Por que isso agora? O que aconteceu?

    -Elas ficam o tempo todo olhando pra você... Nem ligam se estou do seu

    lado.

    Paulo continuou com o sorriso orgulhoso.

    -Ora, Giovanna... Você sabe como eu sou né? A culpa não é minha.

    Confesso que acho elas duas muito bonitas, olho para elas com admiração e

    tudo, mas jamais ficaria com nenhuma delas. Para que vou querer outra se eu

    já tenho você?

    Paulo se jogou sobre Giovanna e começou a beijá-la. Giovanna

    empurrou o rapaz e se sentou.

    -Já que fala isso, porque então não quer voltar a namorar comigo?

    Paulo impaciente respirou fundo e sentou-se também.

    -Nossa... Lá vem você de novo com essa história.

    -Claro que sim. Você diz que gosta de mim, então por que faz isso?

    -Anna, gosto de você, você sabe muito bem disso.

    -Eu já não sei de nada. – disse ela chateada.

    -Se eu não gostasse de você não estaria com você agora, pode ter

    certeza. Tenho oportunidades de ficar com várias mulheres, posso até

    conhecer muitas interessantes, mas eu amo é você. Poderia estar lá embaixo

    bebendo e no fim da festa, levar qualquer uma que eu quisesse aqui pra cima.

    Mas o que faço? Antes de terminar tudo, trago você para cá porque é a coisa

    mais importante que tem aqui. Não ligo para nada disso se estiver com você...

    Eu sou apenas um pouco imaturo com isso, não sei se estou preparado ainda

    para ir fundo nessa. Ainda fico meio perdido, sem saber o que fazer direito e

    16

    também porque quero aproveitar mais um pouco minha vida, mas ao mesmo

    tempo não quero perder você. Desculpa se não consigo ser o cara perfeito, do

    jeito que você sonha... Você confia em mim?

    O rapaz olhou-a nos olhos e aproximou seu rosto lentamente da garota.

    Giovanna continuou pensativa, mas no fundo bem mexida com as palavras do

    rapaz.

    -Que tal a gente continuar assim? A gente vai ficando aqui, ficando ali,

    deixa rolar... O que importa é que nos amamos e que estamos juntos. Se

    quiser, pode até considerar que estamos namorando oficialmente.

    Giovanna olhou para Paulo que estendeu um leve sorriso correspondido

    por outro meio indeciso.

    -Agora, vem aqui e me dá um beijo. Estava morrendo de saudade de

    você.

    3

    Próximo às três horas da manhã, quase todos na festa encontravam-se

    embriagados, estava tudo bem mais animado. Paulo e Giovanna já haviam

    retornado para o salão há um bom tempo.

    -Já vou embora Paulo. -disse Salete abraçando o amigo.

    -Já vai? Fica mais um pouco.

    -Hoje cedo tenho que ir para a fazenda com meus tios. Foi ótima a festa.

    Alguém quer carona?

    Paulo olhou para Giovanna.

    -Olha aí amor, ainda quer embora?

    A garota pensou um pouco, queria que ele fosse deixá-la.

    -Se quiser ficar mais um pouco, eu te deixo depois.

    Já com sono Giovanna decidiu:

    -Acho que vou com ela. Estou com sono.

    -Vou deixar vocês na porta. - disse ele acompanhando as garotas,

    encarando disfarçadamente Vivian. Giovanna se sentiu meio triste, pois queria

    muito que ele fizesse questão de deixá-la.

    17

    Os três jovens se aproximaram do automóvel. Paulo brincando carregou

    Giovanna nos braços a fazendo gargalhar.

    -Depois do casamento manda é andar rápido! -sorriu Salete entrando no

    veículo e abrindo a porta para a colega.

    Os dois jovens encostaram-se no carro e deram um rápido beijo.

    -Te amo viu? Não se esquece disso não. E se eu sumir pode me ligar.

    Desculpa por eu ser um cretino.

    -Tudo bem. –disse Giovanna dando mais um beijo apaixonado no rapaz.

    – Vou tentar respeitar o seu tempo.

    Assim que as duas mulheres passaram pelo jardim e saíram pelo portão,

    Giovanna sentiu falta de sua bolsa com a chave de casa.

    -Meu Deus... Esqueci minha bolsa. Salete, você espera eu buscar? Isso

    que dá sair sem meu carro...

    A garota sorriu amigavelmente.

    -Lógico. Sem problemas.

    Giovanna desceu rápido do carro e entrou novamente na casa. Os

    seguranças, como já a conheciam, não fizeram resistência.

    -Mateus, você viu o Paulo?

    -Não. Ele não estava com você?

    -Estava, mas depois ele entrou.

    -Vi não.

    A garota impaciente, pois Salete a aguardava do lado de fora procurou

    por Paulo em todos os cantos da sala. Meio encabulada com o sumiço do

    namorado decidiu ir ao seu quarto, pois sabia que sua bolsa estava lá. Assim

    que se aproximou da porta antes de pegar na maçaneta escutou vozes lá

    dentro. Uma delas rapidamente reconhecida. Um frio na barriga lhe deu

    imaginando a pior possibilidade.

    -Mas ela não se importa?

    -Na verdade, ela até se importa. Mas ela gosta de mim, acho que

    prefere ficar comigo mesmo assim.

    Um silêncio se fez entre os dois.

    -Você não sente nada mesmo por ela?

    Paulo sorriu.

    18

    -Vivian, que pergunta em?

    -Ora, você a trata tão bem. Fica andando com ela para lá e para cá... Sei

    lá.

    -Gosto dela sim. Assim como gosto de você e de todas as que me

    procuram.

    Paulo gargalhou malandramente.

    -Mas acho tão estranho. Já que gosta dela como gosta de todas,

    porque não anda comigo ou com outras que você tem um lance como faz com

    ela? Por que fica brincando de se esconder? Todos seus amigos sabem, mas

    parece que você se importa se ela descobrir algo. Não entendo.

    -Eu já te expliquei tudo isso. Não quero confusão. E você sabe que você

    é minha preferida, a mais gostosa, leoa insaciável, não precisa ficar se

    importando.

    -Claro que não me importo.

    -Pois é.

    Giovanna franziu a testa com aparência raivosa e surpresa.

    -Eu fico com ela porque, sei lá... Temos uma longa história, é uma amiga

    especial e as vezes eu fico com pena também sabe? Ela gosta muito de mim.

    Às vezes me dá agonia.

    Paulo respirou fundo como se estivesse cansado.

    -Eu já tentei baixar a bola dela, tentei me afastar, mas sabe como eu sou

    né? Eu tenho dificuldade de dizer não, sou muito educado com os outros. Ela

    vem toda atraente para o meu rumo... Eu não consigo evitar. Tenho medo de

    magoar mas sou egoísta demais para fugir disso. As mulheres tinham que se

    aproximar de mim sem negócio de sentimentalismo porque eu realmente não

    sei como lidar.

    -Até porque ela é bem bonita, deve ser difícil mesmo... – completou

    Vivian.

    -Ela é sim, mas acho você bem mais gata.

    A garota sorriu.

    -Aposto que você deve falar a mesma coisa para ela quando se refere a

    mim.

    -Claro que não. Nem toco no seu nome quando estou com ela. Ela é

    19

    louca. Para você ver, eu sou muito mais sincero com você. Eu consigo falar

    com você tudo que eu sinto, tudo que eu faço porque sei que você não vai se

    importar. Já com ela, se eu tiver jogo aberto e falar que fico com você ou com

    outras, ela enlouquece, chora, se desespera nos meus pés, fica me ligando,

    me sufoca... O engraçado é que ela mesmo criou na cabeça dela esse meu

    lado honesto e leal porque eu não fiz isso.

    Giovanna abismada deixou duas lágrimas caírem, rapidamente

    limpando-as.

    -Nossa... Mas então, ela só está piorando em?

    -Pois é... Lembra que eu te disse que ela fica com raiva de mim porque

    eu não quero namorar com ela?

    -Sei.

    -Hoje ela falou de novo, estou perdendo a paciência. Poxa vida... Eu já

    disse que não quero namorar, ela não entende. É muito chato.

    -Eu acho que simplesmente se for para acontecer, vai acontecer. E ficar

    cobrando só vai afastar ainda mais.

    -É difícil lidar com ela, é muito infantil. Ela acredita em amor meloso,

    pensa que só porque gosta de mim eu tenho que gostar dela... Parece que vive

    no conto de fadas.

    -Do tanto que você fala, deve ser mesmo. Não a conheço muito, mas

    deve ser.

    -Agora, que tal você me dá um beijo? Estava com saudade de você.

    -Eu também estava morrendo de saudade. Estava para te puxar para

    um canto naquela festa e te morder todinho.

    -Safadinha...

    Com raiva e magoada, Giovanna bateu violentamente na porta, fazendo

    o casal paralisar por alguns segundos.

    -Oi. -gritou Paulo mudando a voz meio assustado.

    Novamente mais batidas.

    -Quem é?

    Outras batidas. Giovanna escutou um cochicho rápido de Paulo com

    Vivian e após alguns minutos o rapaz abriu a porta.

    -Anna? -perguntou ele querendo disfarçar seu espanto.

    20

    A garota empurrou Paulo e entrou violentamente no quarto ligando a luz.

    -O que foi amor? O que está procurando? - perguntou ele fingindo

    bocejar – Estava tirando um cochilo. Você sabe... Toda vez que eu bebo muito

    whisky eu...

    -Cala boca cretino! -gritou ela- Vivian pode sair de onde estiver

    escondida, eu escutei toda conversa de vocês.

    Vivian saiu do banheiro sonsamente levantando os braços em sinal de

    rendimento.

    -Seu vagabundo!-disse ela estapeando o namorado.

    -Anna, a gente não está namorando. Não temos nada um com o outro.

    A garota furiosa foi até a cabeceira da cama e pegou sua bolsa que

    estava pendurada.

    -Olha... Você sabe que eu te amo Giovanna... É a primeira vez que eu

    fico com a Vivian, acho que estou bêbado e fiz merda...

    Vivian pareceu se controlar para não gargalhar.

    -Não parece que vocês estão ficando a primeira vez. Aliás, já que não

    estamos namorando, querido, não tem porque me justificar nada.

    Paulo foi se aproximando.

    -Anna, não quero perder você de novo. Desculpa se...

    -Vá se danar! -gritou ela empurrando violentamente o rapaz na cama e

    saindo do quarto.

    Com passos firmes, a garota indignada desceu as escadas enquanto

    Vivian zombava de Paulo por sua cara-de-pau.

    -Que papo furado de dizer que não ilude ela... Olha essa conversa sua

    agora? -Falei essas coisas para amenizar a situação. – disse ele pensativo.

    Vivian gargalhou da canalhice.

    21

    4

    (...)

    -Como vou dormir se não consigo?

    -Giovanna, você tem que ficar tranquila. Não deixa esse idiota estragar

    sua noite, não vale a pena.

    -Melissa, eu nunca escutei tanto absurdo ao mesmo tempo. Ele falava

    as coisas tão friamente sabe? Se fazendo de vítima como se eu fosse uma

    garota completamente louca e obcecada por ele.

    -Amiga, olha... Só quero muito te dar um conselho: não vá mais atrás

    dele. Para com isso.

    -Dessa vez não vou mais.

    -Espero mesmo. Se você continuar indo atrás, só vai piorar as coisas.

    Você é tão bonita, tão inteligente... Eu sei que a gente não manda no coração

    amiga, mas o Paulo já brincou demais com você.

    -Eu odeio os homens. Ele está parecendo com o Bruno.

    -O problema é que você sempre se interessa por cretinos. Aliás, não vou

    falar nada porque eu também não sou diferente.

    -Que ódio. Ele se fez de bom moço hoje só para transar comigo. Falou

    tanta coisa bonita, realmente me fez sentir importante, até disse que eu podia

    considerar que tínhamos voltado oficialmente. Vê se pode? Ah, mas quer

    saber? Eu também sou muito trouxa. O cara me deixa sozinha a maior parte do

    tempo para ficar com os amigos, fica paquerando outras comigo do lado e só

    lembra de mim para me levar para cama já está na cara que só quer curtir com

    minha cara.

    -Amiga, você sabe como ele é. Não é a primeira vez que você se

    estressa com ele por esse motivo. Você tem que dar um tempo para si mesma

    e largar esse cara de mão. Tem que ficar mais esperta quando for conhecer

    alguém.

    -Não consigo me interessar por outros caras que não seja do nosso ciclo

    de amizades e infelizmente nessa nossa turma só tem safado.

    Melissa respirou fundo.

    22

    -Olha amiga, amanhã vou aí para conversarmos melhor tudo bem?

    -Tudo bem.

    -Tenta dormir.

    -Não vou conseguir. Estou com muita raiva. Meu sangue está quente.

    -Relaxa, você tem que fazer um esforço agora para esquecer ele de vez.

    -Obrigada amiga por me ouvir. Desculpe te acordar.

    -Fica tranquila. Amanhã a gente conversa, está bem? Beijo.

    -Beijo. Boa noite.

    (...)

    Giovanna desligou o celular e respirou fundo, como se relembrasse as

    palavras de Paulo. Como ele pôde ser capaz de inventar tanta história? Ainda

    assim, a garota olhava atentamente para o celular na esperança de talvez o

    rapaz ligar e se explicar. Chorou de raiva por sentir ainda essa vontade. Foi no

    notebook e abriu seu diário eletrônico.

    "Trouxa, trouxa... Estou muito irritada, preciso escrever. Sei que quase

    90% desse diário é falando dessa praga em minha vida que se chama Paulo.

    Nem eu suporto mais falar desse vagabundo assim como o teclado, a tela e o

    próprio diário não suportam mais o mesmo assunto. As letras do nome dele no

    teclado já devem estar afundadas. RIDÍCULO. Prometo, dessa vez, nunca falei

    tão sério: Não tocarei mais nesse nome. É perda de tempo. Certo que ele já

    me traiu algumas vezes e eu já disse que ia desistir muitas vezes também,

    mas nunca ouvi ele dizer tantas coisas de mim na maior cara-de-pau. Não

    sabia que ele era tão falso. Eu acreditava que apesar das traições, ele gostava

    de mim. Fazia porque era danado, mas não. Ele me colocou no último nível,

    me desmoralizou, brincou com o que eu sentia e o meu gostar para ele não

    passa de uma loucura, de um surto. Ele é tão ridículo, tão convencido que me

    enoja. Eu também sou convencida, reconheço, mas eu não mereço isso. Eu

    não sou inferior a ele em nada por mais que ele queria me fazer sentir assim.

    Ele me enrola com aquele bem-me-quer malmequer. Não dá para saber se ele

    quer ficar comigo ou não. Uma hora ele me dá um coice, outra hora uma

    rosa...Não sei também que necessidade é essa que tenho de ficar insistindo

    com ele. Só

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