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O Despertar Para O Paraíso
O Despertar Para O Paraíso
O Despertar Para O Paraíso
E-book227 páginas22 horas

O Despertar Para O Paraíso

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Sobre este e-book

Poderia um grande amor, duas almas apaixonadas distantes, esperar quanto tempo for possível para ficarem juntas? Seria possível para um jovem viúvo, presenciando a morte da esposa dar uma nova chance para o amor? Este livro contra a trajetória de Anna em busca da felicidade. Um história de amor que emociona e nos leva a refletir sobre o significado da vida.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de jan. de 2018
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    O Despertar Para O Paraíso - Carina Cardoso

    I - A chegada

    Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.

    - Francisco Cândido Xavier

    Anna despertou de um sonho. Será mesmo que sonhara ou realmente estivera naquele mundo estranho e fantástico?

    _Quem dera, fosse realidade tudo aquilo!

    Achou melhor ficar atenta para não esquecer nenhum detalhe. Lembrou-se de ter se deitado, fechado os olhos e como se estivesse passado através de algum portal mágico, viu-se em um gramado verde, espesso e cheiroso. Olhava para o céu e havia nele um arco-íris tão colorido, de cores tão vibrantes que não era possível que fosse natural. Não havia chovido naquele dia.

    Ficou algum tempo observando o céu, quando se deu conta da presença de um estranho ser, pequeno e felpudo, muito parecido com um gato siamês, daquele todo cinza, com lindos olhos azuis, que a fitavam com muita ternura, como que pedindo uma nova dona.

    Embora o ambiente fosse agradável, e de toda a beleza que a envolvia, sentiu um calafrio descer por sua espinha, um aperto no coração, uma sensação estranha de que algo estava errado.

    Andou um pouco e explorou o local, viu então mais algumas pessoas logo a sua frente, foi ter com elas e perguntou onde estava. As pessoas então a olharam com expressões espantadas e uma senhora de sorriso franco lhe respondeu:

    _Caríssima, você está no paraíso. Deve ter chegado há pouco tempo, por isso está perdida e assustada, não se preocupe, logo será cuidada por especialistas em receber pessoas como você, que ainda não entenderam direito como tudo aconteceu...

    _ Diga-me, do que se lembra? – Continuou a senhora - Sabe como foi que deixou o mundo dos vivos? Esteve doente, sofreu algum acidente? Tente lembrar-se do máximo possível, tudo ajuda na hora de iniciar o tratamento.

    _Que tratamento? – Perguntou Anna à senhora.

    _Comentei sobre pessoas especialistas em ajudar, não foi? – Respondeu.

    _Então, eles vão tratar seus medos, farão com que aceite estar aqui, e com o passar do tempo, também comece a ajudar os que chegam, para depois finalmente poder voltar ao mundo dos vivos, através de outra pessoa, outra vida, será alguém mais...

    _Eu não aceito estar aqui! – gritou Anna – Nem sei quem é a senhora, e também não me importa, quero voltar para casa! Esse lugar me assusta, e além do mais, tenho pessoas me esperando em casa, então, dá para imaginar o quanto estou ocupada para ficar aqui de papo para o ar, falando de sei lá o que.

    Aturdida, Anna continuou: _ Paraíso que nada! Acredito que tenha sido dopada por alguém lá na lanchonete que estive, ainda há pouco, um sonífero ou algo assim, e me trouxeram para cá, deve ser alguma brincadeira, querem me deixar nervosa e conseguiram, porém, acabou a graça, voltarei para casa. Apenas me diga onde fica o ponto de taxi mais próximo, ou eu mesma acho!

    A senhora ouviu a tudo calmamente, com um olhar que só os sábios têm, sorriu levemente e apontou um caminho.

    Anna saiu correndo na direção mostrada, e foi parar em uma espécie de praça, ou algo que o valha, foi quando então encontrou mais pessoas como aquela senhora que conversou, todas com olhar sereno, tranquilas, roupas leves e claras, pareciam felizes, sem receio de nada.

    Ela chegou perto de um senhor, e novamente questionou sobre o ponto de táxi, e novamente recebeu aquele sorriso tranquilo, como se ele soubesse que era uma novata no local, perdida e sem saber como sair dali.

    Correu novamente, chegou a uma colina, parou para descansar e prestou atenção ao pôr do Sol.

    O astro rei se retirava majestoso, deixando o céu colorido com tonalidades de laranja, rosa e vermelho. O vento estava fresco e acariciava a pele, fazia esvoaçar os cabelos, colocava neles um brilho todo especial, assim como nos olhos, e então, Anna pensou que talvez estivesse no paraíso. Se fosse realmente isso, ali deveria entender sua antiga vida e iniciar uma nova, limpar-se de todos os maus sentimentos, pensamentos e compreender como e o porquê fora parar ali.

    Voltou então ao ponto de partida para conversar mais com aquela senhora tão agradável e que a recebeu tão bem.

    Refez o caminho, prestando mais atenção aos detalhes, o verde das folhas, o cheiro das flores, tudo aquilo parecia um imenso jardim. Foi se acalmando, andando vagarosamente, respirando melhor e pensando em como chegou até ali...

    Não me lembro de ter morrido! Como foi isso? Acidente? Adoeci? – Pensou Anna.

    Ficou calculando quanto tempo estaria ali sem saber, horas, talvez dias, ou até anos...

    Quando finalmente chegou ao local de início, lá estava a senhora com seu mesmo sorriso e olhar de sabedoria, esperando-a. De alguma forma, ela sabia que voltaria até ali.

    _Está pronta para conversarmos agora, querida Anna?

    _Sim, espero que esteja com tempo, pois tenho muitas perguntas, estou cheia de dúvidas e nem sei por onde começar.

    _ Tempo é o que não nos falta. – Disse com sorriso aberto e maternal - Conversaremos sobre o que quiser e pelo tempo que for necessário. Porém, já vou avisando, não responderei a todas as suas dúvidas, pois, sinceramente nem teria como fazer isso. Apenas me proponho a lhe ajudar a se encontrar, a descobrir seu caminho e com isso achará suas respostas, é assim que funcionam as coisas por aqui, apenas ajudamos quem chega assustada como você, e, com o tempo descobrirá sua verdade e também prestará auxílio aos que chegarem.

    Anna assentiu levemente e começou a perceber que ali não seria mais a menina mimada de outrora, e sim, uma pessoa como qualquer outra naquele lugar e, se quisesse adaptar-se deveria começar a trabalhar nisso sem demora.

    Decidiu explorar o lugar e as pessoas, e principalmente tentar descobrir o que aconteceu, o que houve com ela, e como estavam seus familiares, seus amigos, e.… ele, claro!

    II - Os vivos

    A desilusão é a visita da verdade.

    - Francisco Cândido Xavier

    Marcos acabara de chegar de um dia cansativo de trabalho, daqueles intermináveis, tomou um banho frio e como de costume, sentou-se na cama e deparou-se com o retrato em cima da cômoda... Como foram felizes! Anna sem dúvida era uma pessoa complicada, no entanto, sabia ser maravilhosa aos que amava e retribuía amor, sorrisos e gentilezas como poucos.

    Sentia uma enorme falta de sua voz, de seu perfume, seus ataques de risos em horas erradas. Não devia ter ralhado tanto com ela, deixe que ria. O que incomodava tanto antes, é o que daria tudo para ter de volta!

    Por que tanta teimosia? Por que não me ouviu e ficou em casa aquela noite?

    Tudo bem... Já faz dois anos e ainda parece que foi ontem.

    Voltando a si, lembrou que tinha um compromisso logo mais e começou a se arrumar. Sairia com amigos pela primeira vez em dois anos... Nem lembrava mais o que era ir a um barzinho e tomar alguma coisa, rir dos outros, contar piadas... Anna era tão boa nisso!

    Escolhia lugares ótimos, era muito bem informada das atividades da cidade.

    Que diabos! Estou me arrumando exatamente para superar isso tudo e parece que regredi – Pensou Marcos – Não quero mais pensar nela, vou guardar o retrato em um lugar bem trancado e fechá-la em meu coração também... Chega de Anna!

    O celular toca, é André, seu amigo que provavelmente está ligando para evitar qualquer desistência de sua parte.

    _ E então, já está pronto? Posso passar aí? – Pergunta André.

    _ Ainda não, cheguei cansado demais!

    _ Nem pense em desistir! Vamos sair hoje nem que os porcos voem! Estou feliz de finalmente ter decidido ir ao novo bar, dizem que é ótimo e tem lindas damas disponíveis, então nem pense em mudar de ideia!

    Marcos saiu de seus pensamentos, trocou de roupa e foi para sala esperar o amigo, que não tardou a chegar.

    _Vou relutante, nem sei mais me comportar nesses lugares, aliás, nunca soube, ela que me levava e...

    _Ela morreu meu amigo! – Interrompeu André – Aceite isso ou morrerá de depressão, dois anos já se passaram e você deve voltar a ter uma vida. E já se faz tarde, entendeu?

    _Sim... Eu sei, porém, esse tempo todo tenho me dedicado ao trabalho, recebi duas promoções, de tanta dedicação, ganho bem, sou jovem, mas...

    _ Nada de mas, agora vamos nos divertir, e quem sabe arrumar uma garota bem maluquinha para você, daquelas que topam qualquer coisa, bem loucas mesmo, será ótimo ver a sua cara!

    E lá se foram, para a noite, sem tocar mais no assunto. Afinal de contas, era para agir e não para falar.

    Chegando ao bar, Marcos percebeu o quanto era elegante, com mesas cobertas com toalhas brancas, um pianista tocando jazz e paredes brancas. Chamou a atenção o balcão de madeira maciça, de cor escura, causando um belo contraste com as mesas e as paredes.

    O barman, impassível, ouvia os pedidos e acompanhava as conversas com uma desenvoltura admirável, mesmo para alguém tão jovem. Seus ouvidos conheciam muitas histórias de traição e ciúmes. Pode-se dizer que no mundo de hoje, era um verdadeiro psicólogo.

    Marcos desviou imediatamente sua atenção ao perceber uma garota, que a princípio se parecia muito com Anna, porém, em sua versão loira, mas logo a impressão esvaiu-se. Não havia nada de Anna naquela garota, que posteriormente descobriu chamar-se Beatriz. Eram como água e óleo.

    Criou coragem, e foi tentar puxar uma conversa... Mas como? Há tanto tempo não fletarva com ninguém... O amigo lhe deu o suporte necessário, quase pegando pelo braço e levando-o para a mesa dela.

    André era assim, extravagante, algumas vezes chegava a ser constrangedor. Era boa gente, apenas exagerado em suas ações e palavras, não tinha paciência para tristeza. Com seu sorriso aberto, falava alto e gesticulava muito, e quem não o conhecia chegava a se assustar, porém, era só até ter dois minutos de conversa para ser conquistado por seu enorme coração.

    E lá foi Marcos caminhando desajeitado, observando o mármore do piso, sentindo-se como que pesando uma tonelada. Suas mãos suavam, estava gelado. Chegou ao bar, e logo o experiente barman percebeu seu nervosismo e tratou de lhe oferecer uma dose de uísque. Para acalmar e dar coragem – disse. Ele aceitou com gratidão e sorveu tudo em um único gole, e finalmente chegou perto da linda e misteriosa Beatriz e sentou-se ao seu lado.

    Ela era muito educada, e cumprimentou-o com um belo sorriso, que deixou Marcos ainda mais admirado por sua beleza.

    _ Boa noite. Está lotado hoje aqui, não é mesmo? - Disse Marcos, com uma voz mole e boba, sem saber bem como começar.

    _Na verdade não sei, é a primeira vez que venho aqui, fui intimada por minhas amigas, aquelas duas loucas ali, rindo de nós, está vendo?

    Marcos riu também e assentiu.

    _Então... posso confessar que é a minha primeira vez também, e fui intimado por aquela coisa grande e sorridente ali, fazendo sinal de positivo.

    Ela deu um sinal com a mão e riram da situação inusitada em que se encontravam.

    _ Gostei da sua cantada... bem clichê, mostra que não está acostumado a sair e flertar com garotas em bares.

    _Não mesmo. Faz tempo que não saio com os amigos. -Observou o olhar complacente dela e percebeu que a conversa renderia, e quem sabe, até um novo encontro!

    Conversaram por horas, até que, Marcos resolveu abrir o coração e contar a dor que foi perder Anna. Tentou deixar claro que estava preparado para um novo amor.

    E assim terminou a noite. Trocaram telefones e pegaram cada um o seu táxi.

    III - Marcos e Anna

    Ajude o companheiro que segue pelo seu caminho. Aproxime-se e ofereça-lhe amizade. Coloque ao alcance dos outros a fonte generosa da sua amizade, oferecendo as águas cantantes da simpatia fraterna. O verdadeiro amor surge na urna da amizade honesta como jóia preciosa da verdadeira afeição. Amizade é luz no caminho – clareie sua estrada.

    - Divaldo Franco

    Marcos e Anna se conheceram ainda no colégio, uma escola antiga e tradicional da cidade.

    O colégio funcionava num prédio antigo, de ar europeu, com várias colunas de estilo grego, com salas grandes e pátio bem aberto e arborizado. O chão das salas e corredores eram de madeira escura, cujo verniz era mantido impecável, nem mesmo parecia que passava tanta gente por ali.

    Era uma bela manhã de quarta-feira e Anna estava indo para a sua aula de Matemática, matéria que ela não apreciava nem de longe, distraída e pensando em como resolver o quinto exercício antes de o professor fazer a correção final e contabilizar os pontos para a média do semestre, quando de repente deu uma trombada com Marcos que também estava distraído pensando em como responder o que significava a citação O amor não há de ser eteno, posto que é chama.

    O que lá ele entendia de poesia? E principalmente de amor? Conhecia Vinícius de Moraes pelos velhos discos da mãe e só de nome, não sabia que o homem era poeta também!

    E assim foram ruminando suas dúvidas até que veio a trombada, e depois a risada constrangida e os pedidos de desculpa.

    Mas para ele foi como encontrar um anjo na Terra, olhos e cabelos negros, pele muito alva, cheirava a frutas frescas, a voz era pura melodia, suave e forte ao mesmo tempo.

    Sim, Deus esqueceu um de seus anjos aqui, pensou na hora, e não vou lembrá-lo!

    Depois do material recolhido e apresentações feitas, começaram a conversar, no entanto, devido à pressa, marcaram um encontro no intervalo.

    E, como dois adolescentes engajados nos estudos, perguntaram um ao outro como havia sido a aula... E descobriram que Anna amava poesia e Vinícius. E sendo Marcos, um mestre em matemática, atentando para o fato de que ele estava um ano adiantado e já estudara tudo o que ela estava aprendendo daquela matéria, pensou que seria uma ótima desculpa para vê-la com mais frequência. Afinal, também precisava de ajuda com Literatura Brasileira. E estudariam a tal ponto de Marcos recitar, emocionado, o Soneto da separação!

    E foi assim que iniciaram o romance. Quando se deram conta, alguns bons e difíceis anos depois, logo após terminarem a faculdade, estariam quase casados.

    Queriam, se firmar nas carreiras. Afinal, ela formou-se em Recursos Humanos e ele em Administração de Empresas e estavam começando no primeiro emprego.

    Mas isso tudo não os impediu de ficarem juntos, alugarem um pequeno apartamento, comprando móveis usados e mesmo assim serem felizes.

    A vida era corrida, não havia muito dinheiro, mas as coisas iam bem.

    Com o passar do tempo, Anna começou a mostrar-se uma pessoa difícil, ciumenta, nervosa. Brigava e fazia drama por qualquer atraso, qualquer telefonema de alguém que ela não conhecia, questionava o porquê de não ter sido apresentada. E assim, a vida foi ficando mais complicada.

    Marcos, ao contrário, era muito calmo e muito apaixonado. Então procurava não se incomodar e respondia quem era e a razão de não conhecer a pessoa ao telefone com a paciência de quem ama... Ela então aceitava, meio a contragosto, a explicação dada e se acalmava até a próxima ligação, atraso ou outra coisa qualquer.

    Foi ficando cada vez mais nervosa a medida que ele ia crescendo na empresa e trabalhando cada vez mais horas do dia, e quase sempre aos finais de semana.

    A solidão e o emprego que ela odiava fez com que a neurose se instalasse de vez e talvez precisasse recorrer a algum tratamento médico.

    Alguns meses depois ela parecia estar bem mais calma, forte e decidida a ser uma boa companheira e profissional. Queria voltar a trabalhar, e isso

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