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Uma Vez Na Vida
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E-book212 páginas2 horas

Uma Vez Na Vida

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Sobre este e-book

Joana é uma pianista que mora no campo e nunca pensara em viver um romance até conhecer Jonas, um italiano atrevido que veio para o Brasil. Mas é com Ettore que ela se sente à vontade para conversar sobre seus sonhos lúcidos. Ela se vê perdida e confusa com seus sentimentos e tenta de todas as formas lutar contra eles, e mesmo assim não consegue manter a distância desejada do italiano que é irmão de sua melhor amiga. Agora sua vida passa a ter um novo olhar, um novo sentido.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de fev. de 2023
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    Uma Vez Na Vida - Giseli Regina De Oliveira Fernandes

    Uma Vez na Vida

    Giseli Regina de Oliveira Fernandes

    Vilhena –RO 2023

    Agradecimentos

    Agradeço à Deus pela graça concedida

    Ao meu Pai Miguel pelo incentivo a seguir meu projeto

    À minha Mãe Niceli por todo amor dedicado à mim e apoio aos meus projetos

    À minha Mãedrasta Nilda por me acompanhar nesse processo

    Ao meu marido Marcos Aurélio pela paciência e por acreditar em mim

    Ao meu filho Marcus Gabriel pelo carinho e palavras incentivadoras para que esse sonho se tornasse possível

    Às minhas irmãs Sheila, Bárbara e Aline que sempre me apoiaram

    Em especial:

    Ao meu filho Aurélio Miguel pelo apoio e incentivo com desenhos e motivações para que esse momento se tornasse possível.

    À minha irmã Neiva pelo incentivo desde o começo e revisão da leitura

    À minha sobrinha/afilhada Dara Cecília por todo apoio ao idioma italiano, críticas construtivas e por estar presente durante todo o processo

    Saudação à minha mãe divina e mentora que com sua honra e glória tornou tudo isso possível!

    Uma Vez na Vida

    Giseli Regina de Oliveira Fernandes

    O mesmo sonho estranho de novo! Que susto! Ainda está de madrugada. Vou tentar dormir.

    Capítulo 1

            A manhã estava radiante, embora eu preferisse ficar na cama, não queria me levantar naquele momento, mas como tínhamos visitas à noite o melhor era ajudar a minha mãe a organizar os preparativos, começando agora de manhã.

    Pensei em voz alta festa e bufei. Não que eu não gostasse de festa, mas quer saber na verdade? Não gostava mesmo. Por mais que eu só tivesse 15 anos, mesmo assim, não gostava de muito barulho.

    Abri a janela de madeira e senti a lufada forte do vento em meu rosto. O cheiro de terra molhada se misturava ao cheiro de arruda que minha mãe cismava em plantar em baixo da minha janela. Disse ela uma vez para mim se o banho com essa planta afugenta até forças espirituais negativas, imagina respirar todos os dias de manhã. Ainda mais na janela do quarto, que o cheiro penetra no ambiente.

    Argh! Mamãe e suas forças espirituais. Nunca entendi direito o que queria dizer, "forças espirituais, mas quanto ao cheiro, particularmente eu gostava e muito. Mas ao contrário de mim, meu irmão odiava e coitado dele, porque mamãe adorava plantar essa erva em todas as janelas- Eu sorria ao me lembrar dos últimos acontecimentos em casa, e quase me esquecia do tempo ao sentir aquela brisa em meu rosto. Hora de descer e ajudar com os preparativos" - pensei angustiada.

    Enquanto fazia minha higiene matinal escutei as passadas rápidas de mamãe pelo assoalho, vindo em direção ao meu quarto.

    _ Joana! Dónde estás?

    _ Aqui madre! – respondi.

    Ai caramba ela levantou tão animada que está até falando sua língua nativa, não posso desapontá-la demonstrando má vontade em ajudar com os afazeres.

    Eu não nasci na Espanha como ela. Nasci aqui mesmo no Brasil, na fazenda Esperança no estado de São Paulo. A fazenda fica situada a 50 km da cidade Rosário D’Oeste uma cidade arborizada de clima agradável. Toda noite o vento sopra seu ar fresco. O setor produtivo é bastante abrangente na região, por isso papai preferiu permanecer na fazenda e trabalhar junto com seus irmãos.

    Estamos no dia 04 de Novembro de 1967, em pleno sábado e Papai resolveu fazer um jantar de boas vindas para o filho do Sr. Giacomo Olivier Montanezzi amigo de meu pai, que está vindo da Itália. Papai sempre conta histórias e uma delas foi quando conheceu Sr. Montanezzi ainda muito novo em uma de suas viagens pela Espanha e sempre mantiveram contato, quando os dois se casaram foram padrinhos de casamento um do outro. Mas papai veio primeiro para o Brasil e há pouco tempo seus amigos vieram. Compraram uma fazenda perto da nossa, mas seus filhos ainda ficaram por lá para ajudar os avós que não quiseram vir. Mas por insistência do pai um deles estava vindo passear e conhecer o Brasil. Ainda acho que quem deveria fazer esse jantar era a mãe dele.

    Tudo bem se meus pais querem impressionar. O que me incomoda é o fato de se acharem no direito de combinarem de que quando tivessem filhos -e muitos por sinal- uniriam seus filhos em matrimônio. E que seria eu a prometida de tal feito. Meus pais falam nisso até hoje e é isso que me incomoda. Na verdade fico envergonhada.

    Ficavam imaginando a cena do casamento desse rapaz comigo que absurdo! Fico irritada só de pensar. Jonas! Aposto que é um rapaz feio de cabelos encaracolados, igual de Lolla irmã dele que é uma grande amiga minha e que por sinal é muito bonita, mas se a aparência for à mesma não deve combinar em um homem. Deve se apresentar com um cabelo grande e despenteado como os que estão usando agora... Também deve ser chato, e esse é quem está vindo para cá.

    Particularmente estou me sentindo muito mal, porque tenho certeza que eles falarão a noite toda sobre a mesma história. Sempre que se encontram falam sobre mim e esse rapaz e essa conversa acontece aqui ou na fazenda de Sr. Montanezzi.

    Nunca vou fazer uma coisa dessas com meus filhos. Que palhaçada! Essa frase pensei em voz alta, senti minhas bochechas arderem.

    Estava descendo as escadas quando senti o cheiro do café e ouvi o burburinho vindo da cozinha.

    _ Bom dia! - saudei no meu "sotaque brasileiro", como dizia minha mãe.

    Todos responderam ao cumprimento em uníssono.

    _ Que cara de bravo Javier! – meu irmão parecia ter chupado um limão.

    _ Estou de mal humor. aquela planta fedida que a mãe gosta está me enjoando.

    Rimos todos inclusive mamãe que a tudo ouvia em silêncio, coando o café.

    _ Tire de lá então Javier, já que é assim, mas que ela é um santo remédio é! E me traga que vou fazer um chá pra banho - disse mamãe olhando bem nos olhos dele.

    _ Não precisa ficar brava.

    _ Não estou - respondeu incisiva, esperou e retomou sua fala- traga para mim que assim não desperdiça.

    Ele fez que sim com a cabeça e engoliu seu último pedaço de pão molhado no chá mate e correu para arrancar a planta antes que ela mudasse de opinião. "Eca! Javier tem cada gosto terrível e um deles é gostar de molhar o pão com manteiga no chá Mate! Acho que nunca vou entender" pensei e suspirei, olhei em volta tentando buscar ânimo e indaguei: 

    _ Mãe é melhor começar por onde hein?

    _ Hija - disse em seu sotaque espanhol.

    Hoy a de ser lo día!, pensei, e ela continuou a falar sem nem imaginar o que eu pensava a respeito dessa festa e principalmente do convidado especial. Ainda bem!.

    _Seu pai está trazendo o milho para o curau. Se você quiser ir preparando a sobremesa... É uma boa... Ah! Tire o café da mesa primeiro.

    _ Claro mãe! Mãe – eu chamei novamente-

    _ Sim.

    _ Para com esse tal de HIJA – eu disse em tom de brincadeira.

    _ Mas por quê?

    _ Porque quando o pessoal chegar vai ser um tal de Hija Pronunciado pela senhora, "figlia" em italiano pela Dona Yolanda e depois ainda eu com meu filha em sotaque brasileiro como a senhora mesmo diz. E por fim ninguém vai entender nada- rimos muito de imaginarmos a situação, mesmo porque, quando Dona Yolanda sempre nos visita gosta de falar em italiano com mamãe e as duas ficavam ensinando e aprendendo as línguas faladas por elas.

    Eu gostava de participar para aprender um pouco, pois achava interessante ver como as línguas eram parecidas e ao mesmo tempo tão diferentes.

    Minha mãe é uma pessoa muito bondosa e alegre. Seu cabelo é escuro e seus olhos são azuis. Já meu pai tem os cabelos grisalhos, de alguém que já teve o cabelo castanho um dia. Seus olhos também são castanhos, parecendo chocolate ao leite. Suas bochechas são rosadas, parecendo de um papai Noel, que nos contaram quando criança.

    Pensar nele por um momento me faz lembrar seu humor alegre e sábio, mas comete pequenos delitos, como esse de querer agradar as pessoas e esquecer que nós da família nem sempre concordamos.

    Às vezes parece que ele se preocupa mais com os outros do que com a família. Mas eu o amo mesmo assim e mamãe pelo jeito também, lógico que um amor diferente do meu. E pelo jeito mesmo, ela também gosta de agradar as pessoas. Acho na verdade que eu é quem sou a diferente da casa.

    Olívia minha irmã mais nova é uma simpatia em pessoa e até mesmo Javier que é encrenqueiro consegue fazer mais amizades que eu. Eu sempre fiquei com meus livros e partituras. Às vezes e muito às vezes mesmo gosto do fogão para fazer doces. É minha única especialidade no fogão.

    Todos em casa comem a minha comida, talvez, por serem obrigados eu acho, porque quando mamãe faz a comida, eles amam. Sei disso porque eles a elogiam e isso não acontece quando sou eu quem prepara, por isso, penso dessa forma, que não cozinho tão bem. Mas quando se trata de doces, eles são os primeiros a vir me pedir e elogiar, principalmente Javier. Meu pai diz que é uma das coisas que eu faço com amor, porque a outra é tocar piano, o que ele certamente tem razão.

    Estava terminando de tomar café e me lembrei de Lolla minha amiga. Filha da Yolanda amiga da mamãe.

    _ Lolla vem mãe?

    _ Veeemm sim! - disse ela, em coro como se estivesse cantando.

    Ufa! Ainda bem! - pensei.

    A porta se abre e damos de cara com Javier com a camiseta amarrada no rosto para tampar o nariz com as ervas na mão. Mostrava a barriga bronzeada pelo sol que contrastava com aqueles lindos olhos castanhos amendoados bastante expressivos e que naquele momento ele demonstrava certo horror à planta.

    _Que absurdo! - mamãe esbravejou.

    Eu rio das graças que ele faz. Mamãe se irrita e joga uma esponja nele e começamos a rir.

    _ Javier, me ajuda filho! - papai grita ao longe.

    Javier mal coloca a esponja molhada, que acabara de acertá-lo, em cima da mesa e vai ao encontro de papai vestindo novamente a camiseta deixando os cabelos ainda mais despenteados.

    Javier tem ombros largos, braços e peitos musculosos pelo trabalho braçal que faz. Seu cabelo está meio grande precisando de um corte e seus lábios não são tão grossos, mas bem desenhados. Tem um sorriso largo e dentes perfeitos.

    O dia transcorre bem, sem grandes transtornos. Estou exausta! Acho que ninguém vai se preocupar se eu não descer hoje. Me iludo e logo me lembro de Lolla, que com certeza virá e será uma grande desfeita não aparecer. Aperto os olhos ao me lembrar de que é o irmão dela quem está vindo. Mas se ela não vier, não vou descer. – penso rapidamente e isso aquiesce meu coração.

    "Fiz de sobremesa: curau e canjica" - penso ao olhar em cima da mesa e no fogão para ver se está tudo em ordem. Mamãe está terminando a galinhada com pequi, que eles adoram, e como é de se esperar, sempre em novembro ela aproveita e faz tudo com pequi. Se desse ela colocaria até na salada, nem vou dizer isso a ela vai que isso dá ideia- Sorrio ao pensar em tal combinação.

    Olho para a tigela de vidro com a alface e a rúcula já lavadas. Ao lado os tomates estão picados junto com a cebola. O feijão cozido temperado com banha de porco. Nossa como a Mamãe gosta de comida forte! Mamãe esqueceu-se de um detalhe importante a família Montanezzi não come nada que venha de porco, mas não tive coragem de lembrá-la, afinal tudo já tinha a banha de porco e quando lembrei, já era tarde demais. Bom está tudo certo, penso em me retirar quando escuto papai e mamãe conversando lá fora.

    _ José, amanhã a família do senhor Grimaldi Balthier vem para o churrasco também? Junto com a família Montanezzi?

    Ah não pai - pensei antes mesmo da resposta de meu pai.

    _ Estava pensando em convidá-los o que acha Aurora? 

    Não. Não. Não - eu pensava e cruzava os dedos em figa, atrás das costas para caso eles entrassem na cozinha, não os vissem.

    _ Acho uma excelente ideia!

    _ Combinado então!

    "Argh" - Bufei!- depois de ouvir essas últimas palavras eu quis mesmo foi sumir dali. Não pela família Balthier, mas eu não podia acreditar que seriam duas famílias aqui em casa, além da nossa. E ainda churrasco amanhã. Eu havia escutado direito?

    Almoço em pleno Domingo. Missa. E ainda mais trabalho no dia seguinte! Pelo que eu já sabia nada de Lazer, nada de ficar no meu quarto lendo ou qualquer outra atividade da qual eu gostasse. 

    Fui para meu quarto, tomei banho e deitei rezando para Lolla vir só amanhã com os pais dela para que eu pudesse descansar. Estava exausta, por mais que todos nós havíamos trabalhado unidos.

    Olívia com seus 11 anos também tinha trabalhado muito, ela nunca se queixava, diferente de Javier que não podíamos pedir nada a ele. Na verdade ele queria sempre mandar talvez por ser o mais velho. Mas não é tão chato, como outros irmãos mais velhos que eu conheço.

    Capítulo 2

    Senti uma mão me tocando de leve e acordei assustada, havia cochilado.

    _ Minha filha se arrume os convidados chegaram. 

    _ Lolla veio?

    _Sim, e está te procurando. E vou te adiantar. Mesmo que ela não tivesse vindo... Você desceria – disse essas palavras bem devagar e frisando bem cada parte- Porque seu pai e eu queremos que você conheça o Jonas. Seria

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