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Meras Coincidências?
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Meras Coincidências?
E-book168 páginas2 horas

Meras Coincidências?

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Sobre este e-book

Uma invenção genial que pode revolucionar o mundo. Um plano mirabolante que tinha tudo para dar certo. Porém, coincidências estranhas começam a ocorrer e podem colocar tudo a perder. Phill, Barney e Charlotte mexeram com algo perigoso e sagrado. Seriam realmente meras coincidências ou algum castigo divino? Os três conseguiriam concluir o plano? Conseguiriam escapar ilesos e milionários? Uma aventura que irá prender sua atenção até o final.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de out. de 2019
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    Pré-visualização do livro

    Meras Coincidências? - Luiz Ricardo Veit

    Funciona!!!

    Phill caminhava lentamente pelos corredores da escola. Trazia um sorriso tênue no canto dos lábios. Olhou para todos com um ar de superioridade. Tinha vontade de dar uma gargalhada. Rir muito. Bem alto. Mas se conteve. Entrou na sala para uma de suas aulas de doutorado. Sempre foi superdotado. Um nerd genial. Perguntava-se o que fazia ali. Não precisava mais provar sua capacidade. Era inteligente demais para discutir sistemas e linguagens com professores e colegas. Queria ir embora, mas, novamente, se conteve. Sentou-se na classe e olhou para seu colega e único amigo, Barney. Manteve-se quieto, com o mesmo sorriso tênue no canto da boca. Barney, inquieto e impaciente, ficou esperando alguma palavra. Nada. Não segurou a ansiedade e perguntou:

    — E aí? Funcionou?

    Phill continuou impávido. Com o mesmo sorriso, olhou sério para Barney e disse:

    — É óbvio que sim.

    Barney deu um murro na classe, gritando o tradicional yesssss. Alto e forte, o murro fez um barulho imenso, e todos na sala se voltaram para ele.

    — Foi mal — murmurou Barney meio constrangido.

    — Mantenha a calma — disse Phill.

    Barney não cabia em si. Estava eufórico. Precisava falar.

    — Quanto iremos ganhar? Isso vale muito. Tem ideia?

    — Sim. Dois bilhões de euros — respondeu Phill.

    — Fala sério. É uma coisa fantástica, mas não é para tanto. Ninguém irá pagar tanto assim — disse Barney.

    — Depois que eu te falar o meu plano, irá entender que irão pagar isso sim. Talvez até mais — completou Phill.

    — Está delirando? É muito dinheiro por uma invenção. Mesmo uma tão espetacular como esta. Mas quem irá investir 2 bilhões de euros neste negócio? Imagine quanto tempo irá levar para ter o retorno.

    — Nós mesmos investiremos. Seremos os donos da mais espetacular empresa de transporte do mundo— falou Phill.

    — Não entendi.

    O professor entrou na sala e deu bom dia.

    — Falamos a noite— encerrou Phill.

    O plano

    O almoço foi angustiante para Barney. Falava com os olhos com Phill. Queria saber detalhes. Mas Phill era calado. Bem o oposto de seu amigo. Discreto, calmo e observador, contrapunha com o jeito desleixado e engraçado de Barney. Dizem que os opostos se atraem e isto realmente aconteceu neste caso.

    Barney erguia as sobrancelhas como se perguntasse e aí?.

    Phill ignorava. Em um momento, disse:

    — Há muita gente aqui. Espere. À noite falamos.

    Barney estava enlouquecendo. Não entendia aquele valor. Era muito dinheiro por um mecanismo que eles inventaram após vários anos de tentativas.

    Tudo bem que era algo inédito e que revolucionaria o setor de transportes, mas era uma invenção. E para dar lucro era preciso investir. E bastante. O protótipo já havia tirado praticamente todas as economias dos dois. Era quase impossível ter dinheiro suficiente para investir em um negócio destes.

    O que Phill estaria pensando?

    Será que ele nunca vai tirar aquele sorriso do rosto?, pensava Barney.

    Restava-lhe olhar o relógio e esperar as horas passarem.

    Vizinhos de edifício, Phill e Barney eram amigos há muitos anos, desde a infância. Seguiram o mesmo rumo: a tecnologia. Eram apaixonados por informática, mecânica e tudo que representasse o novo, o moderno.

    Ansioso, Barney aguardava Phill chegar. Nunca vinham juntos. Phill gostava de ir devagar, em silêncio. Ficava arejando a mente. Muitas soluções das dúvidas que surgiam na criação do projeto eram solucionadas assim.

    O barulho na porta principal do edifício podia significar que a angústia estava terminando.

    Barney grudou o ouvido na porta. Os passos na escada lhe faziam ficar mais aflito. A porta abriu. Era ele.

    Até Barney abrir as três fechaduras de sua porta, Phill já tinha entrado e fechado a porta dele.

    Que saco!!, pensou Barney.

    Impaciente, bateu com força na porta.

    Phill abriu e disse com voz calma:

    — Espere eu tomar banho.

    Barney não se segurou e gritou:

    — Quer me deixar maluco? Vamos falar agora.

    Barney era muito forte e alto. Nunca usava esta vantagem para conseguir algo, mas quando se impunha era alguém a se temer.

    Phill, mais baixo e franzino, arregalou os olhos e falou agora com a voz um pouco mais trêmula:

    — Tá bem. Entra. Vamos conversar.

    Acomodado no sofá, Barney olhava para Phill esperando-o preparar uma dose de seu whisky preferido.

    Após o ritual diário, Phill olhou para Barney e disse:

    — Inventamos algo extraordinário. É apenas o início das pesquisas, mas funciona, certo?

    Barney acenou positivamente com a cabeça.

    — Se quisermos ampliar o aparelho, precisaremos de muito estudo e pesquisa, certo? — continuou Phill.

    Novamente, Barney acenou afirmativamente.

    — Mas o que aconteceria se falássemos sobre este nosso projeto para investidores? Pois para podermos continuar, necessitaremos de investidores, certo? O que acha que aconteceria? — questionou Phill.

    Barney coçou a cabeça e meio sem convicção disse:

    — Ficaríamos ricos.

    — Não — gritou Phill. — Perderíamos os créditos pela criação.

    — Como assim? — Espantou-se Barney.

    Phill tomou um gole do Whisky, olhou para Barney e tentou explicar pacientemente.

    — Acha que seremos aclamados como os criadores do teletransporte? Acha que nos permitirão sermos os inventores de tão fantástica criação?

    Barney deu de ombros. Ficou sem entender e sem ter o que dizer.

    — Te respondo — completou Phill. — Não. Não. Não. É óbvio que não.

    — Porquê? — perguntou Barney.

    Mais um gole e Phill respondeu:

    — Porque não. Esta invenção vale muito dinheiro. Mas não seremos nós que iremos aproveitar isso. Nos pagarão meia dúzia de euros pela patente e nos deixarão de lado. Irão usar nosso conhecimento e, no momento que tiverem o domínio do sistema, irão nos dar um belo chute.

    — Será? — indagou Barney. — Não iriam fazer isso. Nós inventamos. Nós ficamos anos estudando e pesquisando. Nós sabemos como funciona.

    — Sim — concordou Phill. – Mas, para que haja evolução, deveremos abrir todo o livro. Quem investir irá querer tudo esmiuçado. Perderemos nosso trunfo.

    — Entendi — disse Barney. — Mas e qual a solução? Não teremos dinheiro para investir no aprimoramento do equipamento. Estamos duros.

    Phill virou o copo e falou pausadamente.

    — Iremos ganhar dinheiro com o equipamento do jeito que está. Sem que ninguém saiba. E, com o dinheiro, investiremos no aprimoramento.

    Sem expressão, Barney ficou esperando Phill continuar.

    — Faremos um golpe. Um golpe sujo. Eu sei. É errado. Mas é para que possamos investir. Melhorar a qualidade de vida das pessoas. Seremos famosos e ricos. Um único golpe. Que renderá 2 bilhões de euros.

    Barney parecia uma estátua. Continuava esperando Phill esclarecer mais.

    — Pegaremos um objeto valioso e pediremos o resgate. Faremos isso confortavelmente, bem distante de onde a ação irá ocorrer e ninguém saberá quem foi.

    — Roubar? — perguntou Barney.

    — Não necessariamente — contemporizou Phill. — Apenas pegaremos e devolveremos. Intacto. Nada de tiros, de mortes, de correria.

    — É roubar — murmurou Barney com um ar de decepção.

    Phill se sentou próximo a Barney e olhou bem em seus olhos, falando:

    — Pense comigo, Barney. Durante anos imaginamos este projeto. Tínhamos este sonho desde pequenos. E conseguimos. Pelo menos, quase. Conseguimos teletransportar objetos de um equipamento até o outro. Não sabemos ainda a distância, mas ela é grande. O que queremos é poder teletransportar pessoas. E, com o dinheiro, iremos conseguir. Nosso objetivo era criar o teletransporte e ficarmos ricos. Vamos apenas inverter a ordem. Ficaremos ricos e criaremos o teletransporte.

    Barney parecia catatônico. Era um misto de medo e decepção. Não sabia bem o que sentia. Em sua mente, passava a ideia que iriam divulgar a descoberta e serem aclamados pela mídia. Iriam a emissoras de TV para serem entrevistados. Seriam capa de revista. Ficariam famosos. Tudo honestamente.

    Este plano de Phill não era bem o que imaginava.

    — Mas que objeto tão valioso assim valeria 2 bilhões de euros? Isto não existe — falou Barney após recuperar-se um pouco do susto.

    Phill levantou-se e, meio sem jeito, falou com pouca confiança:

    — Se nós pegássemos....

    — Roubássemos — interveio Barney.

    — Pegássemos — continuou Phill — o quadro da Mona Lisa, por exemplo, nos dariam um milhão, no máximo dois milhões de euros, certo?

    Barney ficou impassível.

    — Outra obra de arte ou a coroa da rainha ou qualquer objeto neste sentido seria a mesma coisa, certo? —continuou Phill.

    Barney não moveu um músculo.

    — Então teríamos que pegar...—disse Phill ao ser interrompido por Barney.

    — Roubar...

    — Pegar um objeto extremamente valioso para conseguir dinheiro suficiente para sermos ricos e podermos investir em nossa obra — completou Phill.

    — Mas, com 2 bilhões de euros, nem precisaríamos mais trabalhar. Porque investir? — indagou Barney.

    — Porque é nosso sonho. E, para não dar na vista, também — respondeu Phill.

    — Nosso sonho era mais nobre — disse Barney.

    Phill respirou fundo e com ar aborrecido desabafou:

    — Bil, estou cansado de ficar trabalhando, estudando e pesquisando sem ter retorno. Se você acha que teremos retorno divulgado a nossa invenção, está enganado. Não vou perder anos de minha vida para que um esperto venha e tire esta conquista. E é isto que vai acontecer. Sempre é assim. O inventor, a pessoa que cria, sempre é a que menos ganha. Não temos ninguém para nos acompanhar. Para nos proteger. Seremos peixinhos para tubarões. Se tivermos dinheiro, poderemos fazer tudo sozinhos. No máximo, com um administrador. Um consultor. Terminaremos o aparelho e depois viveremos da glória de sermos os criadores.

    — Eu entendo, Phill — disse Barney. — Até concordo em tudo, mas não era o que eu imaginava. Por isso estou desapontado. Mas que objeto é este que está pensando e que vale tanto assim.

    Mais animado e esperançoso, Phill tomou fôlego e tentou explicar:

    — Um objeto tão valioso que parece até uma fantasia. Conhece a Pedra Negra que fica na Kaaba?

    Barney arregalou os olhos e meio incrédulo falou:

    — A pedra sagrada dos muçulmanos? Perdeu o juízo. É impossível. E só nós dois ainda por cima? Vou chamar um médico para te internar.

    — Calma — pediu Phill. – Primeiro, não seremos só nós dois. Teremos que ter pelo menos mais dois ajudantes. Vou te explicar o plano.

    — Estou ouvindo — disse Barney.

    Sentando-se novamente, Phill começou a explicar:

    — Bom, tenho que confessar que estava trabalhando em outros projetos sem você saber.

    — Hã? — Surpreendeu-se Barney.

    — O equipamento do qual você se gabava poder fazer um do tamanho de uma caixa de sapato, eu aprimorei. Fiz ele maleável. Tipo um saco. De silicone. Basta colocar sobre o objeto que quer teletransportar e pronto.

    — Porque não me falou? — perguntou Barney.

    — Você estava eufórico, fazendo ele cada vez menor— respondeu Phill. — Não entendia porque desta fixação em fazer ele menor se nosso objetivo era teletransportar pessoas, mas deixava você ficar feliz. Tive a ideia vendo aqueles teclados para computador de silicone.

    — Mais uma decepção— lamentou Barney. — Continue.

    — Bem, por isso precisamos de dois ajudantes. Pessoas que se passem por muçulmanos. Eles irão a Meca. Um num dia

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