Telefones úteis em casos de emergência
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Telefones úteis em casos de emergência - Jéssica Lusia
PREFÁCIO
Há muito a Literatura vem sobrevoando a distância oceânica que separa o amante do objeto sobre o qual projeta sua afeição. Da mesma forma, a dramaturgia vem, ao longo dos séculos, lançando repetidamente sua rede sobre esses mares repletos de espécimes escorregadios – alguns insignificantes, outros tão esplendorosos e incapturáveis quanto o próprio sentimento em questão. No último século, porém, a partir das percepções da psicanálise, a literatura dramática voltou seus olhos para as profundezas abissais que existem entre uma ilha e outra, e assim expôs – através da ineficácia do discurso – a dificuldade de comunhão entre dois desejos aparentemente confluentes, mas, ao fim e ao cabo, antagônicos. O isolamento que daí se evidencia – do desejo não correspondido e do vazio humano nunca totalmente preenchido – fez emergir tesouros admiráveis, textos que mostram personagens à deriva, os quais, na tentativa de firmar conexões com outros, acabam muitas vezes falando para si mesmos.
Alguns autores, porém, optaram por dissecar o domínio e a manipulação presentes em certos tipos de relacionamento: Edward Albee, R. W. Fassbinder e Patrick Marber (em suas peças mais conhecidas adaptadas para o cinema) são exemplos disso. É também o caso de Jéssica Lusia. Em Telefones úteis em casos de emergência, a jovem dramaturga se pôs a esquadrinhar o tabuleiro das relações contemporâneas cujas regras ambíguas, impermanentes e cambiantes servem de passatempo ao tédio. Dispondo-o em cena de maneira inventiva, a autora criou um jogo no qual as artimanhas dos competidores não os fazem avançar. Pelo contrário: no labirinto sufocante da incomunicabilidade, seus personagens vagueiam perdidos por um salão de espelhos que refletem ressentimentos, falta de perspectivas e vazios interiores. No texto, o ideal amoroso apregoado pela sociedade não passa de um desejo fabricado, muito semelhante àquele que a publicidade utiliza para induzir o consumidor a cobiçar algo que ele não necessariamente precisa. Impelidos ao consumo, esses sujeitos se tornam obcecados por fantasias de um sentimento tão fugaz e aleatório quanto a faísca que propiciou que o Universo surgisse, e nele as minúsculas bactérias que bilhões de anos depois viriam a perseguir incessantemente essa ilusão romântica como se fosse algo concreto e estável.
Valendo-se de estratégias comuns à escritura dramatúrgica contemporânea (flutuação do diálogo, rupturas e alternâncias discursivas, elipses e mudanças bruscas de ambientes, supressão de rubricas, ausência de didascálias etc.) e ancorada numa construção