Alespe, Sertão E Poesia
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Alespe, Sertão E Poesia - Amaurilio Sousa & Outros
INFORMAÇÃO DE DIREITOS E REGISTRO INTELECTUAL ALESPE, SERTÃO E POESIA
E-mail: j.amaurilio@hotmail. com
Copyright ©2021 by José Amaurilio de Sousa e Outros
Todos os direitos reservados ao autor. Nenhuma parte desta publicação pode ser armazenada, fotocopiada, reproduzida por meios mecânicos, eletrônicos ou outros quaisquer sem a prévia autorização o autor. ______________________________________________ _______________________________________________
EQUIPE RESPONSÁVEL PELA PRODUÇÃO
Digitação José Amaurilio de Sousa Capa & Diagramação Antonio dos Anjos Imagem da Capa Jorge Luiz Ribas
(https://pixabay.com/pt/users/jorgeribas - 1283080/
Revisão Dierson Tomaz Ribeiro; Severino Antonio Carneiro da Silva e Cecília de Sousa Neto.
Produção editorial Editora Clube de Autores
___________________________________________________________________ __________________________________
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
__________________________________________________________________________________________________
Sousa, José Amaurilio de
ALESPE, Sertão e Poesia/José Amaurilio de Sousa (organizador) – 202 1 272 f.: 1ª Ed.
Poesia Popular – Editora Clube de Autores – 202 1
ISBN: 978-65-00-28867- 4
1. Literatura brasileira; 2. Antologia; 3. Poesia Popular; 4. Outros; I. Título CDD. 3869.1
CDU. 869.0 (81)- 1 REVISADO CONFORME O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO.
Editora Clube de Autores Publicações S/A
CNPJ: 16.779.786/0001- 27
Rua Otto Boehm, 48 Sala 08, América
Joinville/SC, CEP 89201- 700
www.clubedeautores.com.br
APRESENTAÇÃO
O TECER DA POESIA SERTANEJA
Prof Dr. Peterson M. A. Araújo
(Acadêmico da Cadeira de No.28 da ALESPE)
Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo
(Tecendo a Manhã
do livro Educação pela Pedra
(1966) de João Cabral de Melo Neto)
O presente livro ALESPE, SERTÃO E POESIA
da Academia de Letras do Sertão Pernambucano (ALESPE) é uma joia materializada do raio da silibrina
emanado do coração de todos poetas e poetisas que, independente do seu lugar de origem, apreciam e admiram a poesia nordestina (e, especificamente, a poesia sertaneja).
Um ponto distinto das raízes da poesia sertaneja está na glosa
que chegaria em Pindorama (como os povos originários chamavam as terras que os portugueses renomeariam por Brasil) através das caravelas e naus cabralinas. Nessas naves aquáticas que singraram os mares, os versos viriam de duas formas principais: na memória de
cantigas dos marujos embalando suas saudades ensinadas por seus pais e avós; além de livretos em seus bolsos, vendidos em cordéis nas feiras lisboetas que retomavam (ao modo moçárabe) o canto antigo da métrica jâmbica dos aedos e rapsodos gregos.
Essas cantigas, lembradas (pela força da oralidade) ou escritas, tinham uma estrutura bem próxima a diversas formas bem íntimas da poesia sertaneja – a presença de um mote de quatro ou cinco versos (em alguns contextos, dísticos) e uma glosa de oito ou dez versos que deveriam recolher o mote dado (geralmente, ao término) tal como o ponto de amarração das linhas dos versos que percorrem o espaço infinito da imaginação.
No entanto, resta uma pergunta: Como essas cantigas chegaram e se aclimataram tão bem nas terras áridas e misteriosas dos Sertões que frutificaram nos versos cordelísticos brasileiros e nas vozes em desafio de cancãos, batistas, patativas, luízes, pedrosas, borgeanos, leandros, carneiros, bastiãos, severinas etc .?
Foram através dos cantos de homens e mulheres corajosos que entrecortavam os aboios que tocavam o
dilúvio bovino subindo a foz de grandes rios para atingirem os pontos mais cardiais dos sertões brasileiros. No entanto, no embate de vozes, que fizeram correr fúria, sangue e lágrimas, foram acrescentados o imaginário e a língua dos povos tupis, guaranis, cariris etc. além das pérolas do yorubá e do banto africanos que enriqueceram (e enriquecem) a glosa nordestina. E, ainda hoje, tudo isso está firmado em uma espécie de monumento feito pela própria natureza em afluente do Rio Pajeú através de um navio de pedra que lembra tudo isso.
Assim, no discurso e na educação pela pedra cabralinos, a presente obra vem informar a todos os incautos visitantes que, nessa região, seriam firmados os legítimos guardiães e guardiãs dessa fina flor vigorosa que emana continuamente como nascente eterna de versos, sonhos e sons.
Detalhando o processo de criação da obra que você, leitor(a), tem em suas mãos – a presente obra inicia sua produção, a partir do mês de abril do ano de 2021, através do arremate inicial de 4 motes principais (expostos abaixo) compostos pelos poetas Amaurilio Sousa, Antônio Carneiro,
João Luckwu e Rui Grúdi. Ao todo, demandou quase 5 meses de produção poética (através de grupo especial criado no whatsapp para essa finalidade) que resultou na produção de mais de 300 glosas e 3000 versos de 76 poetas e poetisas que tiveram a preciosa revisão métrica e gramatical, respectivamente, de nossos guardiões acadêmicos: Antônio Carneiro e Dierson Ribeiro. E, com o objetivo de convidá - lo(a) a se deliciar e a desafiá-lo(a) a acordar sua artéria lírica, estamos expondo os 4 preciosos motes que geraram esta obra magnífica:
M OTES
MOTE 01
No cultivo da língua e da cultura Brilha a ALESPE nas artes do sertão
(Amaurilio Sousa – Serra Talhada – PE)
MOTE 02
Eu sou mais um peregrino Das terras do meu Sertão
(Antonio Carneiro – Tuparetama – PE) MOTE 03
Quando tudo parece estar perdido Vem a chuva e começa a invernada
(João Luckwu – Serra Talhada – PE)
MOTE 04
Só quem pisa este chão esturricado É que sabe os problemas do sertão
(Rui Grúdi – Serra Talhada – PE)
JOÃO LUCKWU - SERRA TALHADA/ PE
JOÃO SOTERO LUCKWU NETO, nasceu no dia 03 de abril de 1969 na cidade Pernambucana de Serra Talhada-PE, filho de Moacir Godofredo Luckwu e Maria Ferreira Luckwu. Sendo o filho caçula de uma família
de cinco irmãos. No ano de 1987, aos 18 anos concluiu o curso Técnico em Agropecuária na Escola Agrotécnica Federal de Belo Jardim-PE. Formou-se em Licenciatura em Matemática pela FAFOPST e Bacharelado em Direito pela Faculdade de Integração do Sertão – FIS, posteriormente,
especializou-se em Advocacia Trabalhista pela
Anhanguera/Uniderp. Atualmente, exerce a advocacia, após ter sido aposentado como Servidor Público Federal lotado no DPRF-MJ. Casado com Celia Maria de Magalhães Luckwu desde 1996. Como fruto deste relacionamento, nasceram os filhos Júlio Henrique Magalhães Luckwu, Maria Cecília
Magalhães Luckwu e Maria Clara Magalhães Luckwu. Embora, sempre tenha sido admirador e amante da poesia, passou a escrever seus poemas recentemente, especificamente no ano de 2016, espelhando-se nos conhecimentos técnicos e ensinamentos do poeta Mestre Simplício Lira- Pio e, possuindo um estilo crítico atual, porém sem desprezar o estilo romântico e sertanejo em suas expressões.
Tem na fé a razão da existência São José lhe assegura a proteção Dezenove de março em louvação Clama ao santo que faça a providência Mesmo a seca assolando sem clemência Limpa o mato encoivara e faz queimada Esperança outra vez é renovada Alegrando o semblante entristecido Quando tudo parece estar perdido Vem a chuva e começa a invernada
.
Sertanejo é um valente lutador A bravura é a marca que carrega
Enfrentando a estiagem não se entrega Se apegando ao seu chão com destemor Nesta espera do inverno molhador
Faz promessa implorando a trovoada Vai pra roça cumprir sua jornada
Na certeza por Deus ser atendido Quando tudo parece estar perdido Vem a chuva e começa a invernada
.
Já faz tempo que vi o meu sertão Esfriando no pleno meio dia Escondendo o clarão que irradia Vendo a água escorrendo pelo chão Uma luz bem na frente do trovão Anuncia com os pingos a chegada Jorra o céu uma fonte abençoada
Pra molhar meu torrão tão ressequido Quando tudo parece estar perdido Vema chuva e começa a invernada
.
RUI GRÚDI – SERRA TALHADA – PE
RUI MEDEIROS DA SILVA, artista, compositor, c antor, professor, poeta, serra - talhadense por opção, nasceu em conceição do Ipanema (MG) no dia 09
de junho de 1955. Filho de Arnaldo Eugênio da Silva e Inêz de Medeiros Lima, casado, pai de três filhos: Rui Patrício, Parru e Rútri. Gravou três LPs e quatro CDs. Um dos maiores poetas de Serra Talhada e um dos maiores compositores do Sertão do Pajeú. Mote e poesia do livro: Eu e a Experiência de RUI GRÚDI
Esperando obter o pão em troca
Num sol quente que queima até a alma Sertanejo trabalha bem com calma Preparando coivara em sua broca
Se se estrepa ou se corta nem se toca Usa sal para a coagulação
Mas não deixa seu serviço na mão Continua assim mesmo mach ucado
Só quem pisa este chão esturricado É que sabe os problemas do sertão
.
Faz a queima e a terra está pronta Ele já se prepara pra plantar
Mas não vê uma nuvem se formar Lá na mata a cigarra sempre canta Ele corre pros pés de uma santa
E começa a fazer sua oração
Beija a foto de um tal padre Romão Que ele tem no pescoço pendurado "Só quem pisa este chão