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Amarguras
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E-book138 páginas1 hora

Amarguras

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Sobre este e-book

Isaque é um jornalista o qual, a partir de um dado momento, é atingido por uma súbita vontade de escrita. Dessa maneira, o mesmo passa a discorrer seu ano letivo e as amarguras incutidas nele, com visão subjetiva, bastante filosófica e reflexiva, seja com os ocorridos em si ou seus próprios pensamento acerca deles. É de elementar ressalva que seu ano é marcado por uma questão bastante peculiar: O absurdo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de out. de 2021
Amarguras

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    Amarguras - João Victor Vial Dos Santos

    Amarguras

    Sumário

    Do meu livro:      5

    1 Cumprimentos      6

    2 A festa      7

    3 O dia seguinte      8

    4 Sobre minha escrita      9

    5 Trabalho      10

    6 Vontade de escrever      11

    7 A dança      12

    8 Em casa      13

    9 Olha a hora!      14

    10 Me conhece?      15

    11 Cafajeste      16

    12 Para você, leitor      17

    13 Acabo por ceder      18

    14 A menção      19

    15 Minha casa      20

    16 Sobre o autoconhecimento      21

    17 Fevereiro      22

    18 O parque      23

    19 A reflexão da maçã      24

    20 Da reflexão na literatura      25

    21 O domingo      26

    22 O aniversário de Adriana      27

    23 O emplastro de Brás Cubas      28

    24 Carnaval      29

    25 A máscara      30

    26 A delegacia      31

    27 Notícia      32

    28 Sepulcro      33

    29 O meu irmão      34

    30 A carta      35

    31 Não esqueça      36

    32 Eu lhe dou, e recebo      37

    33 Dia no trabalho      38

    34  Dona Filomena      39

    35 A demissão      40

    36 O boato      41

    37 Remoção      42

    38 Releva      43

    39 Volta      44

    40 Visita      45

    41 Segredo      46

    42 As semanas      47

    43 A rua      48

    44 Do escritor      49

    45 Mágoa      50

    46  Novas histórias      51

    47 Domingos      52

    48 Petrópolis      53

    49 O esperado      54

    50 Fluoxetina      55

    51 Da existência e da vida      56

    52 Notas      57

    53 As profissões      58

    54 O eterno retorno      59

    55 A jornada continua      60

    56 Sobre as ideias      61

    57 Da frieza de congelar      62

    58 As dores da perda      63

    59 Um dia de Agosto      64

    60 Pai      65

    61 Minha pessoa      66

    62 Piedade      67

    63 Arrependimento      68

    64 Apresentando      69

    65 Sobre o passado de Aurora      70

    66 Resumo seco      71

    67 Dissidência      72

    68 Museu      73

    69 A ampulheta      74

    70 A dúvida impossível      75

    71 Xenófanes de Colófon      76

    72 Felicidade      77

    73 Posse      78

    74 O casamento      79

    75 A apatia      80

    76 A verdade      81

    77 Influência      82

    78 Romance      83

    79 Não sei      84

    80 Seu Clóvis      85

    81 Nova gente      86

    82 Desande      87

    83  Alguns textos      88

    84  Do estranho      89

    86 O inédito mal      91

    87  O abandono      92

    88  Livros      93

    89  Prefiro não nomear      94

    90  Fome      95

    91 ...      96

    92  Regresso      97

    93  A carta de despedida      98

    94  Entretempo      99

    95  Jornada      100

    96  O fim      101

    Apêndice      102

    Só um resumo de um trecho da vida minha, e prevalece o título. É verdade, não minto dos melhores momentos e ânimos, sublimes fases, felicidades, plenitudes: porém a vida não passa de amarguras. Evitamos o sofrimento inevitável; aceitamos a cólera insuportável; carrega o instante do óbito cada um dos pesos amarrados em nós, de humanidade atroz, que pior só se se extinguisse dessa mesma. A vida me quer por tempo longo, e por ora usufruo-a escrevendo.

    Do meu livro:

    Não é bem com orgulho tal, presumo que no ano de 2020 — que não sou bom com datas — ponho a reclinar-me como um arco-íris sobre o monte, ao caderno. O feixe multicolorido tomando-lhe por fundo o céu, e eu escrevendo um livro.

    Vontade sempre houvera em mim, aqui no Rio de Janeiro, onde trabalho como jornalista, de me tornar escritor; esforço então é esse feito agora. Adendo que acredito não ser de importância a pequena trajetória de uma incerteza e alguns rabiscos de letras que nada são por ora: desaprovo que sou icônico, menos ainda um importante. — Todavia, esse caminho é persistente única maneira dum escape ao futuro meu e desta obra, que o da humanidade não há. Aliás, chamo-me Isaque.

    1

    Cumprimentos

    De bom grado consigo falar que me cabe. Quer isso dizer, começar pela minha festa de aniversário em janeiro. Pretendo antes, como obrigado e ainda de bom grado; alertar, adicionar, dizendo: não morri como Brás Cubas. Ando erguido no meio de tanta gente que acho-me rastejando. Sou homem dotado com vitalidade férrea. Acréscimo: narro do início da minha tendência em ceder a escrever, até quando consigo manifestar tal desejo —: ou seja, desde do meu livro.

    2

    A festa

    Sim, leitor, sim. O menos ilustre, uma efígie falsa de algum pilar gigantesco e significativo: Eu. Falando de mim, e pior ainda, de meu aniversário, porque me resta muito a morrer como me restava antes. Talvez menos falte agora: volvemos ao que traça os fios do destino.

    Minha festa de aniversário, no dia 15 do mês de janeiro, ano de 2020. Recebi os gracejos significativos do início de minha morte, quero dizer, nascimento, às meia noite. Desejavam coisas diversas, acolheram-me não antes de abrirem a porta do quarto qual eu ficava nas visitas: o mesmo quarto de meu irmão; nunca me mudei de verdade. Havia cerrado os olhos na casa de meus pais e irmão mais novo, passei o dia anterior lá. Com sinceridade mais sincera, lembro só de um ocorrido: esqueci de falar que tenho os meus vinte e seis anos. Heráclito está contentíssimo da mudança minha — e se eu fosse um gênio como Fernando Pessoa e seus heterônimos, o meu seria João Victor Vial. Se ora houvesse como pomba a voar sobre cabeça da multidão, a consciência do desconhecimento de si, saberiam do que falo: a falta de nós mesmos.

    Ao incidente retornando como cachorro até o dono, paixão até o fim, que seria a perdição: fora basicamente um episódio horrendo manuseado por desgraça ou salvação, da filosofia, principalmente de Camus: O Absurdo. Depois de um dia e uma tarde comuns de verão, e calorosas, quais adoráveis soavam só por não curtir eu da bajulação costumeira de um aniversário (todo dia é meu dia), mãe trouxe-me um bolo de hora última e uns salgadinhos gostosos. Até mesmo avó minha participou junta do ar que acomodava intimamente a família, ocorrendo à noite esse ato. E quando digo que para mim nunca fez significado grande as vésperas fenomenais como final de ano e aniversário, é pura franqueza —: são preenchidos com mentirinhas e depressões esmagadoras: é como se o ano existisse já estragado, e ninguém o faz ruim; prometem as coisas mais doentes e desejam impossibilidades ou nojeiras inúteis: felicidade é exemplo. A maneira que a desejam não tem a necessidade de ser comentada, e por isso que vira impossível e digna de repúdio... Vou pular, por preguiça, sobre os aniversários; resumo em palavras-chave: Hipocrisia e adulação. Mas quem não seria hipócrita? Nesse aspecto considero julgável tornar-se um.

    Hora era de acender as velas do bolo com gosto de efemeridade: as velas, jurava que podiam ser dedos de esqueleto e entonces ganhariam representação plena. Acenderam, batemos palmas e o cantamos na harmonia de um coral seja em dório, frígio. Feito, me foram abraçar. Braços de ambos, pai e mãe, envolveram-me pelas costas; um sestro, na direita o outro. Que estariam comemorando ali? Aquilo teria mesmo significado? Me perguntei desde o início do dia

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