Amarguras
()
Sobre este e-book
Relacionado a Amarguras
Ebooks relacionados
Cântico Das Vozes Noturnas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAcalanto Nota: 0 de 5 estrelas0 notas“esc” Rever Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAlter Ego Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSinapse social: Cruzando a Ponte Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAntes não era tarde Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAqueronte – Cócito – Flegetonte – Lete – Estige Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA pétala: Sete dias nas colinas de Torreglia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFragmentos de uma realidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasÂnsia Eterna Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMinha história Saltando Fogueiras Nota: 5 de 5 estrelas5/5Uma Dádiva Na Poltrona 12 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPartizan Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRecortes do cotidiano Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm dia completo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAnjo Irado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPassagens de um viajante solitário: Parte II Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Vida Pelos Olhos Da Poesia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBreviário das interpretações de um nada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Onironauta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJá estive aí e não gostei Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPensar Em Pensar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Notas Indigentes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO perfume das flores à noite Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos escolhidos de D. Antonio de Trueba Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Paixão Secreta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasa lua ao avesso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNephesh De Cada Dia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAmnésia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Mistério Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Romance para você
Casamento arranjado: Parte I Nota: 4 de 5 estrelas4/5A empregada com boquinha de veludo Nota: 4 de 5 estrelas4/5Para sempre Nota: 4 de 5 estrelas4/5Noites Brancas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Orgulho e preconceito Nota: 5 de 5 estrelas5/5Simplesmente acontece Nota: 4 de 5 estrelas4/5Eu te darei o sol Nota: 4 de 5 estrelas4/5Contos Eróticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEmma Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBlack: Fugir não vai adiantar Nota: 5 de 5 estrelas5/5Uma Noiva de Mentirinha Nota: 4 de 5 estrelas4/5Casamento arranjado: Parte II Nota: 5 de 5 estrelas5/5Mata-me De Prazer Nota: 5 de 5 estrelas5/5Perdendo-me Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Proposta Nota: 3 de 5 estrelas3/5Sr. Delícia Nota: 5 de 5 estrelas5/5O pastor safado e sua assessora santinha Nota: 4 de 5 estrelas4/5Corninho Nota: 3 de 5 estrelas3/5O Acordo Nota: 3 de 5 estrelas3/5Ligados Pela Tentação Nota: 5 de 5 estrelas5/5Depois de você Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Ano em que te conheci Nota: 5 de 5 estrelas5/5PAIS E FILHOS - Turguêniev Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCasei Com Um Bilionário Nota: 4 de 5 estrelas4/5Momento Errado Nota: 5 de 5 estrelas5/5Fique comigo Nota: 5 de 5 estrelas5/5PRIMEIRO AMOR - Turguêniev Nota: 4 de 5 estrelas4/5Entre Dois Bilionários Nota: 5 de 5 estrelas5/5O lago místico Nota: 5 de 5 estrelas5/5O amor não tem nome Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Amarguras
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Amarguras - João Victor Vial Dos Santos
Amarguras
Sumário
Do meu livro: 5
1 Cumprimentos 6
2 A festa 7
3 O dia seguinte 8
4 Sobre minha escrita 9
5 Trabalho 10
6 Vontade de escrever 11
7 A dança 12
8 Em casa 13
9 Olha a hora! 14
10 Me conhece? 15
11 Cafajeste 16
12 Para você, leitor 17
13 Acabo por ceder 18
14 A menção 19
15 Minha casa 20
16 Sobre o autoconhecimento 21
17 Fevereiro 22
18 O parque 23
19 A reflexão da maçã 24
20 Da reflexão na literatura 25
21 O domingo 26
22 O aniversário de Adriana 27
23 O emplastro de Brás Cubas 28
24 Carnaval 29
25 A máscara 30
26 A delegacia 31
27 Notícia 32
28 Sepulcro 33
29 O meu irmão 34
30 A carta 35
31 Não esqueça 36
32 Eu lhe dou, e recebo 37
33 Dia no trabalho 38
34 Dona Filomena 39
35 A demissão 40
36 O boato 41
37 Remoção 42
38 Releva 43
39 Volta 44
40 Visita 45
41 Segredo 46
42 As semanas 47
43 A rua 48
44 Do escritor 49
45 Mágoa 50
46 Novas histórias 51
47 Domingos 52
48 Petrópolis 53
49 O esperado 54
50 Fluoxetina 55
51 Da existência e da vida 56
52 Notas 57
53 As profissões 58
54 O eterno retorno 59
55 A jornada continua 60
56 Sobre as ideias 61
57 Da frieza de congelar 62
58 As dores da perda 63
59 Um dia de Agosto 64
60 Pai 65
61 Minha pessoa 66
62 Piedade 67
63 Arrependimento 68
64 Apresentando 69
65 Sobre o passado de Aurora 70
66 Resumo seco 71
67 Dissidência 72
68 Museu 73
69 A ampulheta 74
70 A dúvida impossível 75
71 Xenófanes de Colófon 76
72 Felicidade 77
73 Posse 78
74 O casamento 79
75 A apatia 80
76 A verdade 81
77 Influência 82
78 Romance 83
79 Não sei 84
80 Seu Clóvis 85
81 Nova gente 86
82 Desande 87
83 Alguns textos 88
84 Do estranho 89
86 O inédito mal 91
87 O abandono 92
88 Livros 93
89 Prefiro não nomear 94
90 Fome 95
91 ... 96
92 Regresso 97
93 A carta de despedida 98
94 Entretempo 99
95 Jornada 100
96 O fim 101
Apêndice 102
Só um resumo de um trecho da vida minha, e prevalece o título. É verdade, não minto dos melhores momentos e ânimos, sublimes fases, felicidades, plenitudes: porém a vida não passa de amarguras. Evitamos o sofrimento inevitável; aceitamos a cólera insuportável; carrega o instante do óbito cada um dos pesos amarrados em nós, de humanidade atroz, que pior só se se extinguisse dessa mesma. A vida me quer por tempo longo, e por ora usufruo-a escrevendo.
Do meu livro:
Não é bem com orgulho tal, presumo que no ano de 2020 — que não sou bom com datas — ponho a reclinar-me como um arco-íris sobre o monte, ao caderno. O feixe multicolorido tomando-lhe por fundo o céu, e eu escrevendo um livro.
Vontade sempre houvera em mim, aqui no Rio de Janeiro, onde trabalho como jornalista, de me tornar escritor; esforço então é esse feito agora. Adendo que acredito não ser de importância a pequena trajetória de uma incerteza e alguns rabiscos de letras que nada são por ora: desaprovo que sou icônico, menos ainda um importante. — Todavia, esse caminho é persistente única maneira dum escape ao futuro meu e desta obra, que o da humanidade não há. Aliás, chamo-me Isaque.
1
Cumprimentos
De bom grado consigo falar que me cabe. Quer isso dizer, começar pela minha festa de aniversário em janeiro. Pretendo antes, como obrigado e ainda de bom grado; alertar, adicionar, dizendo: não morri como Brás Cubas. Ando erguido no meio de tanta gente que acho-me rastejando. Sou homem dotado com vitalidade férrea. Acréscimo: narro do início da minha tendência em ceder a escrever, até quando consigo manifestar tal desejo —: ou seja, desde do meu livro
.
2
A festa
Sim, leitor, sim. O menos ilustre, uma efígie falsa de algum pilar gigantesco e significativo: Eu. Falando de mim, e pior ainda, de meu aniversário, porque me resta muito a morrer como me restava antes. Talvez menos falte agora: volvemos ao que traça os fios do destino.
Minha festa de aniversário, no dia 15 do mês de janeiro, ano de 2020. Recebi os gracejos significativos do início de minha morte, quero dizer, nascimento, às meia noite. Desejavam coisas diversas, acolheram-me não antes de abrirem a porta do quarto qual eu ficava nas visitas: o mesmo quarto de meu irmão; nunca me mudei de verdade. Havia cerrado os olhos na casa de meus pais e irmão mais novo, passei o dia anterior lá. Com sinceridade mais sincera, lembro só de um ocorrido: esqueci de falar que tenho os meus vinte e seis anos. Heráclito está contentíssimo da mudança minha — e se eu fosse um gênio como Fernando Pessoa e seus heterônimos, o meu seria João Victor Vial. Se ora houvesse como pomba a voar sobre cabeça da multidão, a consciência do desconhecimento de si, saberiam do que falo: a falta de nós mesmos.
Ao incidente retornando como cachorro até o dono, paixão até o fim, que seria a perdição: fora basicamente um episódio horrendo manuseado por desgraça ou salvação, da filosofia, principalmente de Camus: O Absurdo. Depois de um dia e uma tarde comuns de verão, e calorosas, quais adoráveis soavam só por não curtir eu da bajulação costumeira de um aniversário (todo dia é meu dia), mãe trouxe-me um bolo de hora última e uns salgadinhos gostosos. Até mesmo avó minha participou junta do ar que acomodava intimamente a família, ocorrendo à noite esse ato. E quando digo que para mim nunca fez significado grande as vésperas fenomenais como final de ano e aniversário, é pura franqueza —: são preenchidos com mentirinhas e depressões esmagadoras: é como se o ano existisse já estragado, e ninguém o faz ruim; prometem as coisas mais doentes e desejam impossibilidades ou nojeiras inúteis: felicidade é exemplo. A maneira que a desejam não tem a necessidade de ser comentada, e por isso que vira impossível e digna de repúdio... Vou pular, por preguiça, sobre os aniversários; resumo em palavras-chave: Hipocrisia e adulação. Mas quem não seria hipócrita? Nesse aspecto considero julgável tornar-se um.
Hora era de acender as velas do bolo com gosto de efemeridade: as velas, jurava que podiam ser dedos de esqueleto e entonces ganhariam representação plena. Acenderam, batemos palmas e o cantamos na harmonia de um coral seja em dório, frígio. Feito, me foram abraçar. Braços de ambos, pai e mãe, envolveram-me pelas costas; um sestro, na direita o outro. Que estariam comemorando ali? Aquilo teria mesmo significado? Me perguntei desde o início do dia