O Onironauta
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O Onironauta - Otaviano Lacet
OTAVIANO LACET
DEVANEIO
(Livro Um)
Natal
2017
Catalogação da publicação da fonte.
Lacet, Otaviano.
O onironauta / Otaviano Lacet. 2. ed. – Natal: Small Axe Books, 2021.
180 p.: il.
Editora parceira da Buobooks – vendas internacionais.
ISBN 978-85-93758-00-3 (1. ed.).
ISBN 978-65-994084-0-3 (2. ed.).
1. Literatura brasileira. 2. Literatura. 3. Ficção. I. Título.
CDU 821.134.3
L131o
Elaborada por Verônica Pinheiro da Silva CRB/15-692.
Revisão de língua portuguesa e tipográfica: Kaline Sampaio de Araújo Projeto gráfico e diagramação: Mauricio Oliveira Jr. - DRT 1515/RN
Capa: Karen Carvalho do Amaral
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OTAVIANO LACET
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DEVANEIO
(Livro Um)
Natal
2021
2ª Edição
DEDICADO
A Deus, meu Pai, que se fez visível e real por todos os passos de minha vida.
A minha avó, Dona Menininha, a maior contadora de histórias do meu mundo.
Ao coração de minha alma, Adriana Palmer Pereira da Silva Lacet. O seu amor me deu asas, olhos e pés ligeiros para percorrer a mim mesmo.
A Diana Palmer Pereira Lacet, minha companheirinha incansável.
Você é o sol dos meus dias.
A Jordan Palmer Pereira Lacet, que na época da 1.ª edição era apenas um sonho e agora é uma realidade, sendo a trela mais linda que Deus colocou na Terra.
AGRADECIMENTOS
A jornada empreendida até aqui não teria sequer sido iniciada se não fosse pelo auxílio de muitas mãos. Entre estas se destacam as de meus pais, Aluizia Maria e José Lacet, que, com seus dignos exemplos, cada um a seu modo, fizeram de mim um homem livre e de sonhos francos.
Agradeço em especial a Andrea Lacet Cardoso, Siro Cardoso de Souza e a Aimée Lacet Cardoso – minha irmã, cunhado e sobrinha, respectiva-mente – que nunca deixaram de acreditar em mim e fizeram de cada um dos meus sonhos sua própria bandeira de guerra: amo vocês!
A minha tia Ângela Maria Cesar Pereira da Luz, por me mostrar um mundo com outras cores e linhas, delineadas sempre pelo seu amor doce.
Sua asa é imensa e abarca todo o meu mundo!
Aos meus sogros, Edimilson e Rosana Pereira, todo o meu agradeci-mento pela paciência e pelos ombros largos sempre disponíveis ao meu cansaço.
A Marcelo e Athos Palmer, meus amigos e irmãos-cunhados, recebam de braços abertos o meu mais sincero obrigado
pela fé deposi-tada em mim. Acreditem: vocês são pena e nanquim na minha vida.
Aos amigos fiéis de todas as horas José Bittencourt Barreto Junior e Jorge Guilherme Bezerra de Medeiros Junior. Obrigado por existirem e se assim não fosse eu os inventaria.
A Maria do Socorro Cardoso da Costa, por ser o nosso sorridente anjo da guarda sempre. Que Deus lhe conserve uma bênção na vida dos que lhe conhecem.
A Mauricio Oliveira Junior, que foi o primeiro profissional a acreditar neste projeto e, sempre sorrindo, fez-me crer que era possível seguir em frente.
A Cleudivan Jânio de Araújo e Ivan C. de Carvalho Júnior, que pacientemente compartilharam comigo as suas sábias experiências, dando-me renovadas forças quando as que eu tinha já minguavam.
E ao meu querido amigo e companheiro escritor Paulo César Palhares, que iluminou não apenas o meu caminho, mas o de todos que têm o prazer da sua companhia. A sua postura de vida perante o mundo me inspira a ser um ser humano melhor, sempre, nada menos.
Prefácio do autor
O livro que está em suas mãos já teve muitos nomes, rostos e formatos, tendo crescido comigo, no mais amplo sentido, tal como um bom companheiro. Enquanto os meus cabelos brancos iam chegando e os anos se indo, lá estava ele insistindo em renascer, mudar de ideias, reinventar-se tal como a minha própria vida assim fazia a cada nova etapa, resistindo a tornar-se o morador de uma gaveta qualquer da casa.
E foi assim, fazendo-se sempre pertinente, que ele veio à tona.
Os leitores talvez nunca venham a apreciar a total dimensão das palavras acima, pois seria preciso os olhos de um pai que vê o filho galgar fases – e estar lá em todas elas. Mais precisamente, seria necessário aquele sorriso bobo no canto da boca, os olhos mirando um horizonte invisível aos demais, deixando claro aos de fora
que um filme particular está se passando naquele exato momento. E nele estão os traços pertencentes unicamente a uma época que não voltará... não por falta de vontade, mas pelo simples fato de que nós já não somos os mesmos. Melhor assim.
A coragem crua, irreflexiva e imperativa da juventude está aqui nessas páginas, convivendo com os medos, subterfúgios e a calma da maturi-dade de agora. Sim, ele foi gestado por um longo período, moldando-se a cada novo eu
que surgia, até o ponto em que se tornou sujeito de si mesmo, necessitando ser colocado para fora por pura necessidade de espaço próprio. Da mesma feita, este foi o marco e a deixa do meu ama-durecimento como escritor e pessoa, numa junção de fatores que me fizeram não apenas sentir, mas estar de fato pronto para o exato momento.
Como dizem os britânicos: just in time!
E agora que as comportas foram abertas, saiba que tenho um universo inteiro, repleto de mundos os mais plurais, prontos a se deixarem observar. Cada um deles advém da mais pura essência de um sonho por
muito tempo gestado – e agora plenamente vivido. Sinta-se convidado a embarcar nessa prolífica viagem, na qual a única certeza é a de que nos divertiremos juntos.
Abraços na alma!
Otaviano Lacet
Natal, 11 de agosto de 2016.
SUMÁRIO
Prólogo
13
Capítulo 1 - Touché
14
Capítulo 2 - Estado Triuno: Primeiro movimento 19
Capítulo 3 - O Treze Pardo
24
Capítulo 4 - Arquiducado de Naya
32
Capítulo 5 - Devaneio hardcore
36
Capítulo 6 - Aremir Maor
46
Capítulo 7 - Sonho, ressaca e Rock’n’Roll: segundo movimento 49
Capítulo 8 - Os Mielins: terceiro movimento 59
Capítulo 9 - Chás e verdades amargas
63
Capítulo 10 - Farras, chamados e Youkais 70
Capítulo 11 - Desejo e tirania
76
Capítulo 12 - O Vel Amentibus
79
Capítulo 13 - Ubasoku-Yamabushi
85
Capítulo 14 - O Cartógrafo: quarto movimento 91
Capítulo 15 - A Vivenda Mitiya
97
Capítulo 16 - O feiticeiro dos sonhos
101
Capítulo 17 - Let it be
105
Capítulo 18 - A mesa escura: quinto movimento 111
Capítulo 19 - O despertar
119
Capítulo 20 - A cerveja amarga de Fiandör 124
Capítulo 21 - Os Desertos Insanos
129
Capítulo 22 - Verdades insones
137
Capítulo 23 - Hadouken
144
Capítulo 24 - O Cão Celestial
150
Capítulo 25 - Sexto movimento: Caos
162
Prólogo
Os braços diuturnamente frenéticos de Aremir Maor, o Selecionador, pararam de repente tendo ainda em mãos um Desperto. Nos milênios decorridos desde que assumira a sua função tal fato jamais ocorrera. Os Mielins subalternos que o serviam sequer tiveram tempo de se surpreen-derem, pois a mesma onda de poder, êxtase e temor que atingira seu mestre também os trespassara tal como um raio. Entre a realidade e o Sonhar surgia uma terceira força, capaz de destroçar ambas.
13
Touché
Capítulo 1
14
Aziz estava de saco cheio de tudo aquilo. Com o olhar vago, que passeava pelo entorno da requintada biblioteca de seu pai, milhares de ideias envolvendo fogo, água e excremento iam e vinham em sua mente. Não que de fato planejasse perturbar uma poeirinha que fosse naquele lugar, mas afinal de contas imaginar-se fazendo já lhe era um alento e tanto naquelas longas e modorrentas horas que, diariamente, passava ali.
O cômodo, dentre todos os lugares do mundo, conseguia enervá-lo de tal maneira que parecia ter sido feito sob medida para este fim. A arti-ficialidade da decoração, as coleções de livros da moda, os quadros caros de arte moderna e até mesmo os móveis – assinados por designers espe-cialistas em arrancar dinheiro de ricos ignorantes ávidos por arrotarem grandeza – lhe caíam tão bem quanto um soco no estômago. Era assim que via tudo aquilo. E combinava perfeitamente com seus pais.
Eles, por sua vez, só iam até o local quando queriam demonstrar intelectualidade para terceiros e listar as grifes presentes no recinto. Tal condição criava, apesar de tudo, um campo neutro
que possibilitava a Aziz e os pais trabalharem juntos – devidamente separados, é claro. Ali a ingerência produtiva era mínima e qualquer correção ou poda
seria proposta à distância, via e-mail, Whatsapp ou qualquer outro meio que preservasse a frágil paz entre eles e suas formas tão díspares de ver o mundo. Holiday in Cambodia, do Dead Kennedys, tocava baixo num canto da biblioteca e parecia ser a trilha sonora perfeita para a situação.
Formado em Jornalismo, era Aziz quem cuidava de parte
das rela-ções públicas de seus pais. E isto significava se ocupar das tarefas mais corriqueiras, previsíveis e mecânicas possíveis – ou, em outras palavras, tudo aquilo de menor potencial danoso, com trilhos bem definidos e sem margens para sair deles. Com certeza era um trabalho sacal e pouco desafiador, mas não pior do que já havia visto e experimentado do "lado 15
de fora – só que ganhando muito menos. Era fácil acalmar a insatisfação ao se lembrar disso. E assim, sem meias palavras ou discursos emocionais, empacotou seus idealismos e os guardou como que para dias mais apropriados, já não se importando se de fato viriam. Tal
enquadramento"
agradara seus pais, motivando-os a oferecer-lhe o emprego novamente
– antes completamente desprezado pelo filho – e terem a esperança de quiçá ciceronearem uma carreira de sucesso na esteira da deles.
Enzo e Sofia Mandral eram considerados dois magos
da literatura motivacional, com milhões de livros vendidos em todo o mundo. Seus títulos lançados abarcavam desde o mundo empresarial até as finanças domésticas, incluindo-se nesse meio diversos produtos licenciados, compondo um verdadeiro império do faça você mesmo
. A estratégia central por trás de tudo isso era bem simples, sendo composta basicamente de um conjunto sem fim de frases feitas
e motivações pouco criteriosas –
que exigiam quase nada de mudança pessoal dos seus seguidores. Para Aziz tudo aquilo não passava de verborragia descarada, com o agravante de explorar a esperança (ou a falta dela...) de pessoas sedentas por um norte a seguir. E tal percepção, desde sempre, havia dado o tom da relação dele com seus pais.
A coisa até seria mais fácil de digerir se ficasse no campo da divergên-cia de ideias, mas o fato era que adentrava cada poro de sua vida pessoal.
O culto à imagem, aos modelos preconcebidos de sucesso
– entenda-se
capacidade de gerar dinheiro
– e à competitividade predatória foram valores conclamados como leis em sua educação e qualquer coisa fora disso era simplesmente taxado de fracasso
. Assim, desde cedo Aziz percebeu que a sua natureza não se encaixava nestes ditames e descobriu no avô paterno, Agamenon Mandral, o contraponto às teorias que insistiam em lhe pintar como um fiasco completo. Engenheiro elétrico aposen-tado, inventor amador compulsivo e guitarrista sofrível de uma banda 16
sessentista igualmente ruim, ele era o lastro do neto e o pesadelo do filho.
As tardes que se arrastavam na biblioteca, porém, traziam um gosto amargo de resignação – e nem toda a filosofia alternativa do avô apagaria isto. Durante anos se debatera contra aquela realidade e agora ali estava ele: de braços dados e dependente dela... imerso em dúvidas e questionando cada um dos valores que adotara nos últimos anos. O despejo do minúsculo imóvel por falta de pagamento parecia ter sido a gota d’água de sua derrocada, mas a quitação da dívida pelos pais e o retorno à casa destes foi o transbordo adequado da maré de azar que vinha vivendo. Em outras circunstâncias tal discurso poderia