Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

A Nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e o consequencialismo nas ações formativas da magistratura brasileira
A Nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e o consequencialismo nas ações formativas da magistratura brasileira
A Nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e o consequencialismo nas ações formativas da magistratura brasileira
E-book178 páginas2 horas

A Nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e o consequencialismo nas ações formativas da magistratura brasileira

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Promulgada a CF/88, o judiciário passou a ser fortemente demandado para garantir aos jurisdicionados uma gama formidável de novos direitos, muitos deles considerados fundamentais na nova ordem jurídica. São direitos individuais e coletivos, sociais e econômicos, inseridos em uma rede protetiva de princípios e valores constitucionais atuantes nas diversas esferas da vida em sociedade, como meio ambiente, saúde e previdência (pública e privada), habitação, propriedade, livre iniciativa, relações de consumo e de trabalho, dentre outras. Os juízes brasileiros, fiéis a uma longa tradição dogmática da civil law, findaram estimulados pelo fenômeno da constitucionalização de ramos tradicionais do direito, a eles conferindo eficácia de direitos fundamentais. Houve, assim, nos processos decisórios dessa classe de profissionais, um incremento da opção pelas decisões baseadas em princípios, muitas vezes exclusivamente, justificadas pelo caráter normativo que lhes dotou a Constituição Federal. Com o advento da Lei nº 13.655/18, inserindo novos dispositivos (artigos 20 ao 30) na velha Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei nº 4.657/42), que passou a ser chamada de "nova LINDB", o primeiro desses comandos é o foco desta obra, restrito à esfera judicial. Ele trata do consequencialismo jurídico (art. 20), um padrão normativo que passou a exigir dos juízes a análise de consequências práticas em suas decisões, sempre que baseadas em valores jurídicos abstratos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de out. de 2022
ISBN9786525256085
A Nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e o consequencialismo nas ações formativas da magistratura brasileira

Relacionado a A Nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e o consequencialismo nas ações formativas da magistratura brasileira

Ebooks relacionados

Direito para você

Visualizar mais

Avaliações de A Nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e o consequencialismo nas ações formativas da magistratura brasileira

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    A Nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e o consequencialismo nas ações formativas da magistratura brasileira - Fernando Clemente da Rocha

    capaExpedienteRostoCréditos

    À Jade, com amor e alegria incontida por sua chegada.

    Agradecimentos

    Muitos contribuíram para a conclusão com êxito do trabalho que deu origem a este livro, e começo por agradecer à minha esposa Lourdes, companheira de longa jornada, pelo incentivo paciente e com carinho nos momentos mais inquietantes dos estudos e pesquisas.

    Sou particularmente grato ao IDP – Instituto de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, ambiente acadêmico em que encontrei o respaldo necessário para a minha pesquisa. E mais importante, o incentivo que recebi de seu qualificado corpo docente, e aqui destaco os professores Luciano Benetti Timm, Thomas Victor Conti e Flávio Henrique Unes Pereira.

    O primeiro como meu orientador e incentivador maior, e que assim permanece com o envio regular de alguns de seus escritos, gesto cordial que tem o sentido de contribuir para o meu constante aperfeiçoamento; o segundo, jovem professor e economista, um talento já reconhecido nos meios acadêmico e profissional, essencial para a minha compreensão de conceitos das ciências econômicas, notadamente aqueles relacionados aos campos de estudos da Análise Econômica do Direito e do Direito e Desenvolvimento; o terceiro, como coordenador do curso de mestrado profissional da instituição em São Paulo, apoiador de tempo integral, sempre disponível para aconselhamentos e apontar caminhos.

    Um agradecimento muito especial dedico ao Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), um reconhecido expoente naquela Corte Federal, pela honra que me dispensou ao integrar a minha banca de defesa. Um prestígio que carregarei com intenso e inesquecível orgulho em minha trajetória profissional, judicante e acadêmica.

    Agradeço também aos desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJSE) e também à Escola Judicial de Sergipe (EJUSE), instituições que tenho a honra de integrar há quase três décadas. Recebi de ambas o incentivo inicial que resultou, ao fim e ao cabo, neste livro, seja pela concessão de licença de afastamento para os estudos, da parte do primeiro, seja pela receptividade pedagógica do tema objeto da pesquisa, da parte da segunda.

    Coroando tudo, por ser a razão e o sentido de qualquer trajetória humana de sucesso, agradeço a Deus!

    Prefácio

    Foi com muita alegria que recebi o honroso convite de prefaciar a obra do Dr. Fernando Clemente da Rocha, juiz estadual do Tribunal de Sergipe e meu ex-orientando de mestrado profissional no IDP. Lembro-me da primeira aula em meu curso sobre Direito e Desenvolvimento, em São Paulo, quando Fernando já manifestava uma preocupação de como o Direito e especificamente a magistratura brasileira poderiam contribuir com o desenvolvimento econômico do país. Fernando desenvolveu desde ali um gosto pelo estudo interdisciplinar, fundamentalmente no campo do Direito e a Economia.

    O tema que Fernando propôs – depois de muita reflexão e mesmo críticas em seu projeto de qualificação nas quais os Prof. Thomas Conti e Ministro Ricardo Cueva do STJ contribuiram fortemente – foi associado ao consequencialismo e ao pragmatismo jurídico, ou seja, uma análise profunda dos artigo 20 e seguintes da Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB), que se conecta perfeitamente com sua carreira de magistrado e o fez a partir de lentes derivadas das ferramentas de Análise Econômica do Direito (AED).

    Como já tive oportunidade de mencionar em outra oportunidade, a AED é denominada por muitos teóricos do Direito norte-americano como a grande ferramenta de análise de problemas jurídicos do século XX. Sua recepção no Brasil foi atrasada, seja pela falta de intercâmbio acadêmico das faculdades de direito brasileiras e de seus professores com os Estados Unidos, e mesmo com a língua inglesa, seja pelo preconceito ideológico que ainda domina muitos centros jurídicos do país, mas vem crescendo nos últimos anos e se consolidando cada vez mais, inclusive em precedentes judiciais do STF, do STJ e de tribunais de justiça e TRFs, como outro ex-orientando meu, o também magistrado Guilherme Caon, demonstrou em sua pesquisa de mestrado na UNISINOS/RS.

    Fernando faz estudo aprofundado dos propósitos da LINDB, da maneira correta de se fazer um consequencialismo judicial preocupado com o mundo real e a partir de evidências científicas que não mais se satisfazem com o dogmatismo jurídico – que, embora importante, não responde a temas de elevada complexidade jurídica, econômica, política e moral, como os casos difíceis atualmente enfrentados pelas cortes de justiça.

    Mas talvez a parte mais promissora de seu trabalho seja a sugestão de um programa de ensino de Direito e Economia nas Escolas de magistratura, antecipando de alguma maneira a recente decisão colegiada do CNJ de incluir essas matérias nos concursos.

    Quem sabe a pesquisa não possa ser incorporada nos programas das Faculdades de Direito já em preparação ao futuro magistrado ou magistrada?

    De toda sorte, a obra é um guia de aplicação de novos e alvissareiros dispositivos legais da LINDB, não por acaso chamada também de Lei da Segurança Jurídica, dado que previsibilidade e impactos das consequências decisórias, legais e regulatórias são essenciais ao desenvolvimento econômico.

    Por tudo isso, recomendo vividamente a leitura dessa obra!

    Luciano Benetti Timm

    Advogado

    Mestre e Doutor em Direito (UFRGS)

    Pesquisador de Pós-Doutorado na Universidade da Califórnia (Berkeley)

    LLM em Direito Econômico Internacional (Warwick)

    Professor da FGVSP

    Ex-presidente da ABDE, 2007 e 2017

    Ex-secretário Nacional do Consumidor, Ministério da Justiça

    Apresentação

    Recebi, com grande satisfação, o convite de Fernando Clemente da Rocha para apresentar esta obra, fruto das pesquisas que realizou para elaborar a dissertação que fora oferecida ao programa de Mestrado Profissional em Direito, Justiça e Desenvolvimento do IDP/SP, sob minha coordenação acadêmica.

    Em seu livro, intitulado A Nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e o consequencialismo nas ações formativas da magistratura brasileira, Fernando Clemente da Rocha lança um olhar realista, pragmático, sobre as consequências sistêmicas produzidas pela atividade decisória dos magistrados brasileiros, chamando a atenção para o fato de que, na maior parte das vezes, os Juízes não são influenciados pelos reflexos de suas decisões ao exercer a judicatura. Em outras palavras, na observação precisa do autor, a práxis decisória predominante deixa de considerar tanto os limites quanto os efeitos que devem nortear a atividade jurisdicional, tendo por consequência, ao fim e ao cabo, o agravamento da insegurança jurídica.

    Daí a se defender – como o faz Fernando, com proficiência – que o consequencialismo, cuja matriz jurídica reside, sobretudo, no art. 20 da LINDB (Decreto-Lei n. 4.657/1942), seja componente curricular necessário (isto é, obrigatório e permanente) de cursos de formação (tanto inicial quanto continuada) de magistrados brasileiros. Mais do que isso, o autor lança luz sobre a importância dos diálogos interdisciplinares entre Direito e Economia (Análise Econômica do Direito), de sorte a justificar, ainda no contexto da matriz curricular de cursos de formação profissional de Juízes, a inserção das ciências econômicas.

    Vale ressaltar que a presente obra se destaca pela riqueza do material bibliográfico e mesmo empírico que lhe serviu de substrato teórico. O autor se vale de regulamentos, pesquisas, e, ainda, da análise de casos concretos (previdência privada complementar fechada e contratos bancários) para demonstrar, de modo categórico, os impactos dessas decisões no ambiente socioeconômico, de sorte a evidenciar categoricamente a importância de que as decisões judiciais se revelem atentas aos efeitos que produzirão para além da esfera jurídica das partes envolvidas em um determinado litígio.

    Por meio desta obra, brinda-nos o autor com suas valiosas reflexões, amparadas em rigorosa metodologia de pesquisa e orientada por evidências práticas, colhidas do próprio judiciário, que certamente em muito contribuirão com o debate e a reflexão a respeito da necessidade de se efetivar, vez por todas, a matriz consequencialista como vetor dogmático para o exercício da atividade jurisdicional. A proposta do autor é, com efeito, da ordem do dia: incentivar a aproximação de magistrados aos efeitos práticos, econômicos, de suas decisões, numa perspectiva abrangente, se revela um essencial passo adiante na pavimentação da cultura da segurança jurídica e do desenvolvimento no Brasil.

    Flávio Henrique Unes Pereira

    Doutor e Mestre em Direito Administrativo (UFMG)

    Presidente do Instituto de Direito Administrativo do Distrito Federal

    Coordenador e Professor do Mestrado Profissional do IDP

    SUMÁRIO

    Capa

    Folha de Rosto

    Créditos

    Introdução

    Capítulo 1 Análise De Consequências Nas Decisões Judiciais: Aspectos Polêmicos

    1.1. O Padrão Decisório Instituído Pela Nova Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB)

    1.2 O Apelo aos Princípios nas Decisões Judiciais e a Aplicação do Art. 20, CAPUT, da LINDB às Relações Privadas

    1.3 Análise de Consequências como Engajamento Institucional no Processo de Desenvolvimento

    Capítulo 2 Efeitos De Intervenções Judiciais Nas Relações Contratuais De Alto Impacto Socioeconômico Sem Análise De Consequências: O Caso Da Previdência Privada

    2.1. O Mito do Solidarismo Acrítico nas Decisões sem Considerar Consequências

    2.2. Breve Casuística de Reforço na Análise de Consequências em Decisões Judiciais: O Caso da Limitação Constitucional dos Juros Reais

    Capítulo 3 O Desafio Da Análise De Consequências Frente Ao Perfil Ético-Humanista Das Ações Formativas Da Magistratura

    3.1. A Grade Nacional Obrigatória e Unificada de Disciplinas e o Espaço Residual Formativo das Escolas Judiciais Regionais e Estaduais

    3.2. Reflexos na Magistratura da Formação Jurídica Dogmática no Brasil

    3.3. Vieses Cognitivos na Abordagem de Impactos Decisórios nas Ações Formativas Vigentes

    3.4. A Importância do Diálogo Interdisciplinar Direito & Economia na Consideração de Consequências das Decisões Judiciais: Métodos Empíricos da Busca da Eficiência sem o Sacrifício da Justiça

    3.5. Proposta de Ajustes de Práticas nas Ações Formativas Profissionais da Magistratura na Perspectiva do Consequencialismo da LINDB

    Conclusão

    Referências

    Anexo

    Lista De Siglas

    Landmarks

    Capa

    Folha de Rosto

    Página de Créditos

    Sumário

    Bibliografia

    Introdução

    Não é nova a discussão sobre o papel ideal dos juízes nas sociedades modernas, sendo formuladas múltiplas teorias acerca das decisões judiciais, umas mais e outras menos dogmáticas, e até antidogmáticas. Qualquer que seja o sentido, quando se cuida da atuação desses agentes institucionalmente incumbidos da pacificação de conflitos, o fato é que perpassam diferentes concepções ao longo do tempo. Abrange, assim, desde uma perspectiva de realismo pragmático puro, enxergando o direito no que dizem os juízes, modelo anglo-americano que carregaria inúmeras vantagens na distribuição da justiça (POUND, 1976), passando pelo positivismo legal até as versões mais modernas que exaltam os princípios.

    O conteúdo deste livro investiga a atuação desses profissionais nos diversos contextos da realidade empírica, dados os desafios de um país como o Brasil, socialmente multicomplexo, a reclamar o enfrentamento de demandas crescentes de forma eficiente. Com efeito, ao tratar da realidade brasileira ao longo de décadas, significa explorar a importância a ser dada pelos juízes brasileiros ao resultado concreto de sua atividade decisória, especificamente ao avaliar consequências sistêmicas, opondo-se a juízos

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1