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Miscelânea da História de Ponta Grossa
Miscelânea da História de Ponta Grossa
Miscelânea da História de Ponta Grossa
E-book152 páginas1 hora

Miscelânea da História de Ponta Grossa

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Sobre este e-book

"Miscelânea da história de Ponta Grossa" é um misto de memórias, crônicas ligeiras, contabilidade, propaganda e catálogo que revela alguns fatos curiosos que merecem desta­que porque dão os contornos de uma identidade local que então se formava. A maior importância da obra está no mapeamento da cidade, pois Manoel Cyrillo Ferreira descreve sua organização pelas colônias, edificações, tipo de comércio, indústria, religião ou lazer. A atenta observação da vida cotidiana pontagrossense, sobretudo entre o fim dos Oitocentos e a década de 1930, e o fato do autor integrar o conjunto social local da época, faz com que seu texto expresse – em certa medida – o olhar (ao menos de parte) da própria sociedade princesina sobre si mesma.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de nov. de 2022
ISBN9786586967609
Miscelânea da História de Ponta Grossa

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    Miscelânea da História de Ponta Grossa - Manoel Cyrillo Ferreira

    Miscelânea da História de Ponta Grossa: Estado do Paraná

    Manoel Cyrillo Ferreira

    Miscelânea da História de Ponta Grossa

    Estado do Paraná

    Logo da editora UEPG

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

    Reitor

    Miguel Sanches Neto

    Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Culturais

    Edina Schimanski

    Diretora da Editora UEPG

    Beatriz Gomes Nadal

    Copyright © by Editora UEPG

    Equipe Editorial

    Coordenação Editorial

    Beatriz Gomes Nadal

    Revisão

    Emilson Werner e Rodrigo Pallú Martins

    Capa e Projeto Gráfico

    Andressa Marcondes

    Diagramação

    Andressa Marcondes e Jackson Caillot

    Ilustração da Capa

    Um novo olhar, por Adriana Rodrigues Suarez - nanquim sobre canson

    F383

    Ferreira, Manoel Cyrillo

    Miscelânea da história de Ponta Grossa: Estado do Paraná/ Manoel Cyrillo Ferreira. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2022.

    EPUB

    1ª. ed. 1935

    ISBN: 978-65-86967-60-9

    DOI: 10.5212/86967-60-9

    1.Ponta Grossa - história. 2. Princesa dos Campos – história . 3. Memórias. I.T.

    CDD: 981.62

    Ficha catalográfica elaborada por Maria Luzia F. Bertholino dos Santos CRB9/986

    Depósito legal na Biblioteca Nacional

    Editora filiada à ABEU

    Associação Brasileira das Editoras Universitárias

    Editora UEPG

    Praça Santos Andrade, n. 1

    84030-900 – Ponta Grossa – Paraná

    Fone: (42) 3220-3306

    E-mail: vendas.editora@uepg.br

    Site: www.editora.uepg.br

    2022

    Sumário

    Capa

    Folha de rosto

    Dados Institucionais

    Créditos

    A alma encantadora de Ponta Grossa

    A cidade que nos habita

    Preâmbulo

    Capítulo I

    Capítulo II

    Capítulo III

    Capítulo IV

    Capítulo V

    Capítulo VI

    Capítulo VII

    Capítulo VIII

    Capítulo IX

    Capítulo X

    Capítulo XI

    Capítulo XII

    Capítulo XIII

    Capítulo Ao Centenário de Ponta Grossa

    Capítulo XIV

    Capítulo XV

    Segunda parte

    Capítulo I

    Capítulo II

    Capítulo III

    Capítulo IIV

    Capítulo VI

    Capítulo VII

    Capítulo VIII

    Capítulo IX

    Capítulo X

    Capítulo XI

    Capítulo XII

    Capítulo XIV

    Capítulo XIV

    Capítulo XVI

    Capítulo XXVII

    Capítulo XXVIII

    Capítulo XXIX

    Capítulo XXX

    Capítulo XXXI

    Capítulo XXXII

    Capítulo XXXIII

    Capítulo XXXIV

    Capítulo XXXV

    Capítulo XXXVI

    Capítulo XXXVII

    Capítulo XXXVIII

    Capítulo XXXIX

    Capítulo XL

    Capítulo XLI

    Capítulo XLII

    Nota Suplementar Capítulo XLIII

    Manoel Cyrillo Ferreira

    Pontos de referência

    Página de Título

    Página Inicial

    Página de Direitos Autorais.

    Capa

    Sumário

    A alma encantadora de Ponta Grossa

    Se há uma matriz mental para as notas colecionadas rapidamente por Manoel Cyrillo Ferreira, está no livro didático de Afonso Celso – Por que me ufano de meu país (1900). Este volume Miscelânea da História de Ponta Grossa é um Por que me ufano de minha cidade. Sua visão é a de quem estava integrado à vida social e fazia parte das tomadas de decisão do município. Fala longamente da Santa Casa de Misericórdia porque participa de sua diretoria. Não há, portanto, espaço para os problemas da cidade, pois a concepção de cidadania – refere-se às grandes figuras locais como o cidadão Fulano de Tal – é a das projeções social, econômica, política e cultural. O livro se caracteriza como um misto de memórias, crônicas ligeiras, contabilidade, propaganda e catálogo, unido pelo orgulho da cidade, que se destaca como a segunda em importância no Paraná. Fragmentário e oficialesco, parcial e apaixonado, tendendo para o colunismo social e para o registro burocrático, o volume revela alguns fatos curiosos, que merecem destaque porque dão os contornos de uma identidade local que então se formava.

    A maior importância da obra está no mapeamento da cidade. Manoel Cyrillo Ferreira descreve sua organização, seja pelas colônias, seja pelas edificações, seja pelo tipo de comércio, indústria, religião ou lazer. Ficamos conhecendo a diversidade da composição urbana e rural de Ponta Grossa em um desfile de nomes de prestígio. Preponderam ainda os sobrenomes ibéricos, os do início da colonização – definidos como os naturais. Surgem os estrangeiros empreendedores (os vindouros) e aparecem rapidamente as figuras populares, principalmente como grupos (refere-se com frequência aos russos-alemães) e como tipos enlouquecidos que vagam pelas ruas com suas manias. Estes últimos são figuras caricaturescas, destacadas porque risíveis. Há muita alta sociedade e pouco povo no livro porque, como ficou dito, a obra foi escrita a partir do lugar social do autor, com intenção de elogiar as autoridades, as pessoas de posse e a constituição de seus espaços de cultura, lazer, trabalho e fé.

    Neste mapeamento, encontramos referências a prédios que compunham a paisagem urbana e nos perdemos por ruas que brotam vivas nas descrições. A leitura é um flanar por uma Ponta Grossa já com densidade histórica, fixada em plena Era Vargas, quando a região se desenvolvia sob o comando nacional do mandatário que ela ajudara a alçar ao poder na Revolução de 1930 – uma revolução feita por Getúlio Vargas a partir de Ponta Grossa. Este passeio é agradável e o leitor colhe aqui e ali alguns episódios característicos.

    Interessante, por exemplo, foi saber que a estrada de ferro Curitiba-Ponta Grossa, oficialmente inaugurada em 1894, começou a funcionar antes, transportando tropas por conta da Revolução Federalista. E que, durante essa invasão, a população local não se opôs, entregando vacas leiteiras a serem carneadas para alimentar os revolucionários. Isso diz muito de um espírito local, afeito a receber os vindouros, seja pela atividade histórica dos tropeiros, seja pela expectativa de lucrar com os imigrantes que aqui aportavam. Entre a guerra e a paz, somos antes pela última. Quem enfrentou os revolucionários foi a Lapa, interrompendo a marcha deles.

    É curioso também saber que, entre 1892 e 1893, por falta de cédulas menores, a cidade criou a própria moeda, de circulação local, uns cupons de 100 a 500 réis, que foram muito utilizados. De espírito econômico, preocupado com guardar para o futuro, o ponta-grossense não gastou todos os cupons que recebeu para, em vez disso, constituir poupanças caseiras que, anos depois, não teriam valor algum.

    Esta Ponta Grossa nascida no morro da catedral tinha, no momento da edição do livro (1936), pouco mais de 30 mil habitantes. Havia deixado para trás seu modelo econômico principal, a extração da erva-mate e da madeira, e vivia de novas atividades: as nascidas com a estrada de ferro, a presença dos militares com seus soldos e a Cervejaria Adriática, representação da indústria exportadora, possível agora graças às linhas férreas. O tecido urbano se espraia com a força operária (invisível no livro), mas o autor reconhece tratar-se de uma cidade que trabalha, sem distinção de classe. Bairros e colônias são povoados a ponto de exigir outros tipos de serviço, como o transporte urbano, iniciando o movimento dos auto-ônibus da Empresa Irmãos Rizental, inaugurada por volta de 1930.

    Manoel Cyrillo Ferreira publica seu livro neste período de mudança econômica e urbana, em que ainda prevalecem os sobrenomes importantes, alma social da Ponta Grossa que se destaca, enquanto tem como motor da economia uma gente trabalhadora, que não é nomeada, mas a quem se credita o processo de desenvolvimento.

    Entre naturais e vindouros, a Ponta Grossa moderna, que hoje vive um novo processo de crescimento, querendo retomar o lugar que tinha à época, de mais importante município do interior do estado, nasce nos anos 1930 para se consolidar nos anos 1950, com a criação das faculdades. Aí, então, já seríamos um centro produtor de conhecimento, com intelectualidade e técnicos formados aqui, e atrairíamos outro tipo de vindouro, o que chegava para lecionar, para pesquisar, para dinamizar o conhecimento local.

    Na cidade moderna, diluem-se os sobrenomes e cresce a circulação monetária entre as classes, permitindo sonhar um espaço democraticamente aberto a todos. Manoel Cyrillo Ferreira, ao mesmo tempo em que rende homenagem ao modelo social de onde veio, anuncia o fim deste ciclo. A partir dele, é a cidade que vai se tornando uma grande miscelânea de pessoas, trajetórias e projetos – com suas grandezas e suas misérias. Sem dúvida, este livro é um valioso documento do fim de um tempo e de anúncio de outro: um agora que ainda está em curso.

    Miguel Sanches Neto

    Reitor da UEPG

    Ponta Grossa, setembro de 2021.

    A cidade que nos habita

    Singularidade e preciosidade são dois dos principais critérios que caracterizam um acervo de obras raras, orienta o sítio da Biblioteca Nacional¹. Não basta que determinada obra seja antiga, é preciso

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