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A segunda Cinelândia carioca
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A segunda Cinelândia carioca
E-book353 páginas4 horas

A segunda Cinelândia carioca

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Sobre este e-book

Resultado de uma pesquisa de mestrado em Comunicação e Cultura, A segunda cinelândia carioca aborda a relação entre o espaço urbano da Tijuca e as salas de cinema que existiram no bairro carioca. A obra resgata um período importante no desenvolvimento urbano do Rio de Janeiro e serve de modelo para pesquisas futuras que possam dar conta do alcance sociocultural que o cinema conheceu no século passado. A pesquisa foi realizada entre 2007 e 2009, e conta agora, nesta segunda edição, com acréscimos feitos pela autora.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de out. de 2012
ISBN9788565679053
A segunda Cinelândia carioca

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    A segunda Cinelândia carioca - Talitha Ferraz

    1983).

    CAPÍTULO 1

    Urbanização e cinema: a cidade, a Tijuca e os modos de vida modernos

    Clarisse, cidade gloriosa, tem uma história atribulada. Diversas vezes decaiu e refloresceu, mantendo de todos os esplendores, a qual, comparada com o atual estado da cidade, não deixa de suscitar suspiros a cada giro de estrelas. [...] A ordem de sucessão das épocas havia se perdido; que existiu uma primeira Clarisse é uma crença muito difundida, mas não existem provas para demonstrá-lo. [...] Sabe-se com certeza apenas o seguinte: um certo número de objetos desloca-se num certo espaço, ora submerso por uma grande quantidade de novos objetos, ora consumido sem ser reposto; a regra é sempre misturá-los e tentar recolocá-los no lugar. [ Ítalo Calvino, As cidades invisíveis ]

    [1.1]

    Apontamentos sobre a urbanização do Rio de Janeiro

    Notas sobre a Belle Époque carioca

    Quando o Rio de Janeiro foi urbanizado, nos primeiros anos do século XX, a cidade possuía em média 600.000 habitantes e apresentava um aspecto praticamente colonial, herança da Era Imperial ainda remanescente. A história nos conta que o ambiente desta primeira capital republicana trazia ruas estreitas e insalubres, becos sujos e pessoas vivendo segundo todas as sortes ou azares de epidemias.

    Os mais abastados da população moravam em casarões e palacetes e, às vezes, mantinham casas de campo em arrabaldes do Rio, como o Engenho Velho, região que deu origem à Tijuca. Já os desprovidos habitavam cortiços espalhados pelo Centro, os quais logo desapareceriam quando o prefeito Pereira Passos¹ empreendeu a maior reforma estrutural já vivida pela cidade, em 1902. Esse intento de Pereira Passos foi um importante, quiçá principal, vetor de modernização do Rio de Janeiro, resultando em imensas obras e construções, que remodelaram não apenas a aparência arquitetônica e a infraestrutura da cidade, mas também as relações sociais.

    O início do século XX representou um momento de extremas mudanças, adaptações e mobilizações em torno de ideias como desenvolvimento e progresso. Através da introdução de padrões europeus, a cidade desempenhou os papéis – por vezes contraditórios – de sua Belle Époque. Um processo civilizador frenético fez jorrar aparelhamentos modernos num núcleo urbano ainda equipado por heranças de um arcaísmo persistente. Bondes elétricos e fornecimento de energia elétrica seriam apenas um dos tantos exemplos de avanços que passaram a integrar a realidade de algumas áreas do Rio de

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