Síndrome do Pânico, Agorafobia, Depressão: Como eu venci
De Samuel Tadeu
5/5
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Sobre este e-book
Neste livro, você poderá acompanhar a dramática história de um homem que teve a sua vida literalmente destruída pelas crises de pânico, pela agorafobia e pela depressão. E que, depois de perder tudo, inclusive a dignidade, se viu diante do maior desafio de sua vida: abandonar ou não os medicamentos psiquiátricos.
Este livro traz ainda, todas as técnicas que o autor utilizou para conseguir atingir resultados extraordinários em sua luta contra os transtornos ansiosos e episódios depressivos graves.
Um relato emocionante de quem navegou por uma década pelos mais sombrios labirintos da mente, mas que ao final, conseguiu dar a volta por cima, recuperar a sua saúde física e mental e realizar o seu maior sonho: voltar a viver plenamente.
"O livro traz, de fato, uma grande oportunidade para que as pessoas acometidas pela síndrome do pânico vejam que existem recursos e ferramentas para levar uma vida equilibrada. Defino a obra como uma caixa de ferramentas, onde o leitor poderá traçar mecanismos de identificação que poderão ajudá-lo na construção do processo de cura."
Doutor Sávio Maia - Doutor em acupuntura pela Word Federacion of Acupuncture Moxabustion.
Membro da Federação Mundial de Medicina Tradicional Chinesa.
"Às vezes temos que buscar por métodos para superar algumas etapas difíceis em nosso cotidiano emocional, e a presente obra nos atenta para isso. O livro é bastante orientativo e nos dá boas pistas para lidar com o medo de viver. Muitas pessoas vão se identificar."
Nayane Ataides - Mestre em psicologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG), atriz e escritora.
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Avaliações de Síndrome do Pânico, Agorafobia, Depressão
1 avaliação1 avaliação
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Excelente... realmente o livro tem me ajudado bastante. Recomendo muitíssimo.
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Síndrome do Pânico, Agorafobia, Depressão - Samuel Tadeu
Parte 1
A primeira crise
Em um certo dia de 2008, eu estava em minha casa batendo papo e tocando violão com um grande amigo e colega de profissão. Naquela época, era comum nos encontrarmos pelo menos uma vez por semana para ensaiar o nosso repertório de música instrumental.
Logo após o início do ensaio, por volta das 19h30, recebi um telefonema de meus pais dizendo que não poderiam me visitar naquele dia como haviam prometido. Segundo eles, o trânsito estava péssimo, e, como já estavam atrasados, não poderiam passar em minha casa antes de seguirem viagem com destino à casa de minha avó¹.
Confesso que aquilo me deixou um pouco chateado, pois morava sozinho já há oito anos e sempre aguardava com muita expectativa e ansiedade por aquele encontro.
Por algum motivo, em minha mente pipocavam várias imagens de acidentes envolvendo minha família. Via mentalmente o carro deles se chocando com outro carro, capotando ou caindo de uma ponte. Afinal de contas, eles estavam na estrada, e isso era motivo mais que suficiente para acreditar que algo de ruim pudesse acontecer.
Retomamos o ensaio e, depois de mais ou menos vinte minutos, algo muito estranho e inesperado aconteceu. Uma série de sensações ruins tomaram conta da minha mente e do meu corpo. Nunca havia sentido algo tão aterrorizante em toda minha vida.
Olhei nos olhos do meu amigo e disse: Cara! Tem algo errado, estou me sentindo muito mal!
. De início, ele sorriu achando que eu estava de brincadeira ou algo do tipo. Quem dera fosse isso.
Aflito e sem entender o que estava acontecendo, olhei mais uma vez para meu amigo e disse: Me ajuda! Por favor! Estou morrendo!
. Levantei da cadeira e fui até o banheiro, no espelho me vi totalmente pálido. Minutos antes, a sensação que eu tinha era a de que estava morrendo, e logo em seguida passei a ter certeza de que estava. Meu coração acelerou de uma forma tão violenta que achei que iria explodir. Meu braço esquerdo e meu maxilar começaram a ficar dormentes, minhas vistas ficaram embaçadas e tive uma forte sensação de desmaio.
Em desespero, implorei mais uma vez a meu amigo por ajuda e para que me levasse ao hospital. Percebendo que a situação era séria, ele pegou a chave do carro e saímos em busca de ajuda médica.
Histericamente, por acreditar que estava morrendo, eu gritava para que ele corresse cada vez mais. No semáforo, implorava para que ele não parasse, para que ultrapassasse o sinal vermelho de qualquer maneira. Na minha cabeça, se não fosse medicado ou estivesse sob cuidados médicos urgentemente, eu iria mesmo morrer.
No caminho para o hospital avistei uma farmácia e gritei: Para! Para! Preciso ver como está a minha pressão!
. Desci cambaleando, meu peito doía tanto que parecia estar prestes a se partir.
O farmacêutico aferiu minha pressão e, logo em seguida, com um olhar de espanto, disse: Está 20 por 11, vá imediatamente para o hospital!
.
Meu desespero aumentou, meu estômago doía e tinha o lado esquerdo do rosto dormente. Percebi que ia morrer, e, já de dentro do carro, com muita dificuldade, consegui ligar para minha namorada. Lembro como se fosse hoje... Disse a ela: Estou tendo um infarto, estou indo para o hospital e acredito que nunca mais nos veremos, avise meus pais e diga a eles que os amo
. Eu chorava e tremia de forma descontrolada.
Quando cheguei ao hospital, fui direto para a emergência. Ao relatar os sintomas à equipe médica, imediatamente me deram um medicamento para abaixar a pressão e logo em seguida fui encaminhado para outra sala onde seria realizado um exame de eletrocardiograma. Nunca poderia imaginar, naquele momento, que voltaria a fazer esse exame dezenas de vezes nos anos seguintes.
Finalizado o exame, por mais incrível que pudesse parecer, o resultado foi absolutamente normal e a possibilidade de infarto estava totalmente descartada.
Por estar ainda muito agitado, aplicaram em mim outro medicamento na veia, uma espécie de sossega leão
. Depois de alguns minutos, fui me acalmando e ficando cada vez mais sonolento, até que dormi. Dormi tão profundamente que até hoje não me recordo de como voltei para casa. No dia seguinte, eu me sentia péssimo, como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Todo meu corpo estava dolorido, principalmente os músculos dos braços e das costas. Eu atribuí as fortes dores à elevação da pressão arterial, mas eu não tinha certeza, e essa era só uma das centenas de dúvidas e perguntas sem resposta com que eu passaria a conviver desde então.
A partir daquele dia minha vida nunca mais foi a mesma. Nunca mais houve um dia sequer em que não sentisse algo de estranho em meu corpo ou em minha mente. Começava ali um drama que duraria mais de uma década.
1 Naquela época, eu, meus pais e minha avó morávamos em cidades distintas.
A busca pelo diagnóstico
Passados alguns dias, procurei um cardiologista em minha cidade. Na consulta, contei com detalhes o que havia acontecido e apresentei-lhe o resultado do primeiro eletrocardiograma de muitos que viria a fazer posteriormente. Segundo a análise do médico, eu só tinha tido um pico hipertensivo e não havia nada com o que me preocupar. Aceitei o diagnóstico, embora com certa desconfiança. Eu estava confuso e inseguro, pois tinha medo de que tudo aquilo voltasse a acontecer.
Meus dias de paz duraram pouco. Mais ou menos vinte dias após a primeira crise, tudo se repetiu: dores no peito, taquicardia, sensação de morte e uma forte dor no braço esquerdo me levaram mais uma vez às pressas para a emergência. Era como um filme repetido. Fiz outro eletrocardiograma, tomei um medicamento para pressão e um calmante na veia. Após algumas horas em observação, os médicos me liberaram. Fui para casa e naquela semana não consegui trabalhar normalmente.
Na semana seguinte, voltei ao médico da primeira consulta e relatei mais uma vez o que tinha acontecido. Novamente ele disse que eu havia tido uma crise hipertensiva e receitou-me um medicamento para pressão de uso contínuo, mesmo sem que eu tivesse feito exames mais aprofundados.
Pensei: como assim? Então quer dizer que, aos vinte e oito anos de idade, terei que tomar anti-hipertensivo pelo resto da minha vida? E sem nem ao menos ter feito exames mais detalhados?
Achei tudo aquilo meio estranho. Minha cabeça era só dúvidas, minha vida estava saindo do controle e eu estava cada vez mais preocupado, pensativo e assustado.
Não sabia o que estava acontecendo com o meu corpo, e isso literalmente estava me tirando o sono. Passava todo tipo de pensamento pela minha cabeça: estaria eu com problema de coração? Rins? Seria alguma artéria ou veia entupida? Seria devido à alimentação? Problema neurológico? Câncer? Enfim, não saber o que eu tinha dava margem para que eu pensasse em todo tipo de coisa, todo tipo de doença, da mais simples até a mais grave.
Não aceitei o diagnóstico do cardiologista e, alguns dias depois, marquei consulta com um neurologista em uma cidade localizada a pouco mais de cinquenta quilômetros de onde eu morava. O neurologista, então, pediu para que eu fizesse vários exames, entre eles, eletroencefalograma e ressonância magnética.
Mais um dia de consulta e outros dois dias para realizar exames e posteriormente buscar os resultados, me tomaram três dias de trabalho. Aquilo tudo estava começando a mudar a minha rotina, e meus horários e compromissos profissionais estavam sendo bastante afetados. Mal sabia naquele momento que minha vida de peregrinação e martírio só estava começando.
Após