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Aikido o caminho da sabedoria: A teoria
Aikido o caminho da sabedoria: A teoria
Aikido o caminho da sabedoria: A teoria
E-book1.170 páginas7 horas

Aikido o caminho da sabedoria: A teoria

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Sobre este e-book

Este livro foi escrito para os amantes das lutas marciais, da defesa pessoal, da medicina, filosofia e psicologia do Oriente. Esta edição, revista e ampliada, em 3 volumes, torna este livro quase uma "Bíblia" do Aikido, contendo preciosas informações ensinadas pelos grandes mestres, fruto da profunda e extensa pesquisa realizada pelo autor. Um pequeno dicionário de termos técnicos de lutas marciais, bem como exercícios especiais para a melhoria da saúde, estendem o valor do livro a outras àreas. Pensamentos filosóficos orientais ilustram a obra transmitindo ao leitor profundos ensinamentos de sabedoria. Sem dúvida este livro é indispensável na biblioteca de qualquer apaixonado pelo Budô.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de dez. de 2022
ISBN9788531522598
Aikido o caminho da sabedoria: A teoria

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    Aikido o caminho da sabedoria - Wagner Bull

    Capa

    Copyright © Wagner José Bull.

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco de dados, sem premissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou artigos de revistas.

    É proibida a reprodução de qualquqer parte deste livro, inclusive dos desenhos e ilustrações, sem o prévio consentimento por escrito do autor, sob pena de haver incidência nos direitos autorais protegidos por lei. Por outro lado, coloca-se o autor à disposição de qualquer outro escritor idôneo, que queira divulgar a arte, gratuitamente, para ajudá-lo.

    Esta atitude visa proteger os leitores para que não recebam informações distorcidas sobre o Aikido, que além de atrapalharem o desenvolvimento da arte no mundo, pouco auxiliarão os praticantes no processo de seu conhecimentos.

    As técnicas contidas neste livro destinam-se apenas a informar o leitor, constituindo um guia para o praticante que deve treinar sob a orientação de um mestre habilitado, competente e responsável.

    O autor, bem como a Editora, não se responsabilizam por quaisquer usos indevidos das técnicas e conceitos descritos nesta obra. Apesar de serem técnicas básicas, seu treinamento inadequado e sem orientação pode levar a graves lesões e até a morte, pois contém elementos de risco que são usados nos golpes avançados de defesa pessoal. O Aikido é derivado do Aiki Jujutsu que foi criado para ser usado nas antigas batalhas do Japão antigo.

    Quem desejar treinar a arte poderá se informar no endereço constante no final do livro.

    1ª Edição digital 2022

    eISBN: 978-85-315-2259-8


    Direitos reservados

    EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA.

    Rua Dr. Mário Vicente, 368 — 04270-000 — São Paulo, SP

    ISBN: 978-85-315-2259-8

    Fone: 2066-9000

    E-mail: atendimento@grupopensamento.com.br

    http://www.editorapensamento.com.br


    Produção de eBook: S2 Books

    Foto de Morihei Ueshiba, o Fundador do Aikido (1883-1969).

    Faz parte do alto nível no Budô se preocupar com a teoria e a cultura. A experiência dos outros também pode nos chegar através dos livros. Embora eles sejam o dedo que aponta para a Lua, podem nos dar a direção onde encontraremos a verdade através da experimentação direta.

    Morihei Ueshiba e seu filho Kishomaru no antigo Hombu Dojo.

    Dedicatória

    Este livro é dedicado à Morihei Ueshiba, Ô Sensei, por sua descoberta e exemplo vivo, e a seu filho Kishomaru, responsável direto pela disseminação da arte por todo o mundo, bem como ao novo Doshu Moriteru Ueshiba, o neto, com votos de que mantenha viva a tradição e esperando que todo o trabalho desta família não seja deformado pelo egoísmo e pela vaidade de falsos líderes.

    Índice

    Capa

    Folha de rosto

    Créditos

    Dedicatória

    Apresentação

    Prefácio

    O Autor

    Agradecimentos

    Comentário

    Sobre Esta Nova Edição Ampliada e Atualizada

    Introdução

    Todos Podem Praticar o Aikido

    As Artes Marciais Japonesas e o Aikido

    As Origens das Artes Marciais Japonesas

    A História do Aikido

    Cronologia de Ô Sensei, o Fundador do Aikido

    Genealogia do Aikido

    Biografias de Mestres Famosos

    O Caminho Espiritual de Onde Veio o Aikido

    A Religião Oomoto

    O Missogui

    Os Três Elementos

    Considerações Sobre o Caminho

    A Disciplina

    A Problemática Eterna do Homem

    A Integração Mente-Ki-Corpo-Universo

    O Espírito Japonês e o Ocidental

    Algumas Regras

    Lemas do Aikido

    Palavras de Morihei Ueshiba

    Tsurugui, a Verdadeira Espada do Aikido

    Considerações sobre o Treinamento

    Palavras aos Iniciantes

    O Aikido e os Problemas Psicológicos

    Estudo sobre o Ki

    Meditação

    A Respiração

    Kotodama

    As Aplicações na Saúde Física

    A Influência da Medicina Nishi nos Exercícios do Aikido

    A Utilização dos Meridianos

    O Aikido é uma Experiência Mística

    Outros Elementos do Aikido

    Contos de Sabedoria

    Programa Técnico Para o Curso Básico

    Entrevista com John Stevens

    Shigenobu Okumura

    Considerações de Um Uchideshi do Fundador

    O Primeiro Encontro de Morihei Ueshiba com o Mestre Sokaku Takeda e outros relatos

    André Nocquet e o Fundador

    Robert Frager

    Hito (O Homem)

    Moriteru Ueshiba, o Novo Doshu

    Entrevista com Wagner Bull Sensei pela Aikido Today Magazine

    Uma Resposta Branda

    Apêndice

    Sede Central do Instituto Takemussu

    Uma Palavra Final Sobre a Edição em e-book

    Outros dois volumes desta série que completam esta obra

    "É na harmonia entre a filosofia Yin oriental e Yang ocidental

    que reside o equilíbrio. A razão e o sentimento têm que funcionar em

    conjunto para que os interesses sejam atendidos e ao mesmo tempo o

    coração sinta alegria. Que nossas crianças sejam educadas para

    compreender esta verdade que o Aikido também ensina, e assim possam

    elas criar no futuro um verdadeiro mundo de paz e felicidade."

    Wagner Bull

    Nidai Doshu Kishomaru Ueshiba quando jovem, o filho do Fundador, foi o responsável direto pela disseminação do Aikido por todo o mundo. Homem de grande habilidade e inteligência, soube manter unido o Aikido antes e depois de sua passagem, preparando perfeitamente a sucessão para seu filho Moriteru, o atual Doshu.

    Moriteru Ueshiba, o novo Doshu, neto do Fundador em cujos ombros pesa a responsabilidade

    em manter o Aikido como um caminho de vida preservando o Budô.

    JIKU

    O centro, o eixo em torno do qual tudo deve girar.

    É impossível a existência da harmonia sem um núcleo firme. A família Ueshiba é o centro do Aikido.

    Apresentação

    "Sensei Wagner Bull é meu pai. Meu exemplo de conduta, meu exemplo de responsabilidade, meu exemplo de Sensei, por fim, meu exemplo de vida. Fiquei muito emocionado ao receber seu convite para escrever algo sobre esta 10ª edição, principalmente pela importância suprema desta obra a todos os aikidoístas ou curiosos espalhados pelo globo.

    Minha tarefa fica muito difícil quando Yamada Sensei, Sakanashi Sensei e Requena Sensei fizeram os prefácios dos três livros que compõem esta obra. Tenho apenas 21 anos e treino Aikido somente por 18 anos, sou ainda um simples Nidan, e cada vez mais tenho sempre comigo o sentimento de hibi shoshin (principiante que ainda tem um caminho muito longo a percorrer). Já os mestres citados possuem Dan avançados e com mais de 30, 50 anos de prática certamente. Por isso a minha grande indagação foi por que motivo meu sensei deu-me tal presente, que ao mesmo tempo significou grande responsabilidade, e fiquei a princípio intrigado, porque não o fez a outro instrutor mais experiente, e com renome em níveis internacionais como os mestres acima. Depois de refletir um pouco, parece que me veio a resposta.

    Apesar de meus 21 anos comecei a praticar a arte com três anos e meio, e todo meu desenvolvimento físico, intelectual e psicológico está estritamente relacionado a uma educação voltada para com os preceitos básicos do Aikido, tanto seu lado marcial como seu lado filosófico, dentro dos moldes que se ensina no Instituto Takemussu e estive sempre diretamente ligado a história deste Dojo. Dessa forma, a educação que recebi e o homem que me tornei hoje, refletem em grande parte o resultado do treinamento que fiz nesta arte marcial. Assim, acabei me tornando uma amostra viva do que o Aikido pode contribuir para as pessoas. Por essa razão, acredito que a melhor contribuição que eu posso dar ao leitor deste livro, é testemunhar como esses 18 anos de prática foram me lapidando positivamente, desde uma criança que iniciou e que viveu com plenitude sua infância (Ki), um adolescente, que apesar de passar por uma época de transformação, sempre continuou no caminho (Do), e um homem que cada vez mais ganha responsabilidades e consegue conciliá-las muito bem em seu dia a dia (Ai), e agora começa a compreender a abrangência e a importância deste caminho criado por Morihei Ueshiba para nos ajudar a entender melhor a vida. Não tenho dúvidas em afirmar que treinar Aikido é aprender como perceber, reagir e atuar melhor na vida, procurando seguir as leis da natureza. É ser natural, transparente.

    Como previamente mencionado, aos 3 anos e meio, não me lembro muito bem o porquê, talvez por sempre ver meu pai no tatame e o mesmo desde aquela época já ser o meu maior ídolo, quis insistentemente praticar aquilo que meu progenitor fazia com muita satisfação, por isso pedi para ele a permissão para treinar. Todavia o mesmo recusou, alegando que certamente me machucaria tendo em vista o fato de que só havia adultos no tatame e uma eventual queda em minha direção poderia me lesar seriamente. Algo importante que esse evento permite que eu comente, é a respeito de nossa relação pai-filho. Em minha formação, nada nunca me foi imposto. Qualquer desavença ou desejo era trabalhado com muita paciência até que eu entendesse que aquilo era errado ou vice-versa (jato que ainda hoje não ocorreu). Por esse motivo nunca fui uma criança reprimida, pelo contrário, sempre pude manifestar espontaneamente minhas vontades. Quando elas eram condizentes, e não levariam perigo, eu era prontamente incentivado a executá-las, por outro lado, se não eram próprias, tínhamos uma longa conversa até que realmente eu entendesse o perigo ou erro que cometeria ao tomar determinada atitude. Por tudo isso, com o decorrer do tempo, pude perceber que não há uma verticalização em nossa relação no sentido de no extremo maior de uma escala, estar o pai e no outro o filho. Todavia também não é horizontalizada (o que seria um grande erro). Ela é oblíqua aos exatos 45 graus, nem autoritarismo, nem liberalismo. Há muito mais companheirismo entre nós do que uma imposição de respeito. O respeito e admiração que tenho por meu pai é resultado de algo trabalhado, de todo o carinho e atenção que sempre foi manifestado durante todas as etapas de minha criação. Nada nunca foi imposto por ser ele mais velho ou mais forte. Por essa razão esses sentimentos são tão verdadeiros e duradouros. Meu pai hoje é um grande amigo, ou melhor, junto com meu irmão, são os meus melhores amigos. Ele é um grande companheiro que está ao meu lado sempre com a resposta a qualquer situação que eu não saberia resolver sozinho. Foi assim na escola primária, é assim agora na Faculdade de Medicina que curso. Foi assim com as primeiras paqueras e é assim nos meus relacionamentos mais amadurecidos de hoje e foi assim também nos meus primeiros dias de prática. Eis como transcorreram estes 18 anos de relacionamento meu com o Aikido.

    Por isso agradeço sempre a Deus por ter a sorte de ter uma pessoa como meu pai em minha vida. Forte e duro quando necessário, mas sempre sabendo ser suave nas horas mais tensas e extremamente rígido e inflexível, diante de minhas fraquezas, ou ao presenciar injustiças. Ele é para mim a expressão do verdadeiro princípio de Yin e Yang. Cheio quando só temos vazio e vazio quando só temos cheio. Retornando à história propriamente dita, através de minha mãe, a qual sempre fez tudo o que pedi, é claro, ela foi falar com Ueno Sensei, o mestre de meu pai na época, e conseguiu a permissão para eu começar a praticar.

    A partir desse momento começa toda minha saga no Aikido. Meu pai, um engenheiro que sabe planejar as coisas, sempre muito precavido, sabia que aquela situação levaria qualquer dia a seu filho ter uma lesão. Por essa razão chegamos a uma solução e reunimos todos os garotos de meu bairro e uma hora antes do treino de Ueno Sensei tínhamos uma aula com nosso Sensei Wagner Bull. Essa distinção entre pai e sensei é algo que tenho muito bem conciliado. Em casa tenho o pai Wagner José Bull, que amo muito e o tenho como ideal, já no Dojo só encontro meu Sensei Wagner Bull o qual também admiro, respeito e idealizo ser como tal, por sua técnica extremamente eficaz e, principalmente, por sua conduta como líder, sabendo da grande responsabilidade que tem ao estar conduzindo pessoas em um caminho, que no fundo, leva à iluminação espiritual. Apesar de serem a mesma pessoa, no Dojo sou um aluno como todos os demais, não tendo nenhuma regalia por ser seu filho. Pelo contrário, por ser o aluno mais velho sempre fui cobrado tanto tecnicamente como eticamente para servir de modelo aos mais novos. Foi a partir dessa turminha que o Instituto Takemussu nasceu e durante esses mais de 15 anos vem contribuindo para a melhoria de milhares de pessoas. Hoje somos uma família muito grande com mais de 70 Dojo espalhados pelo Brasil, tendo ainda irmãos em Portugal e companheiros em Cuba, alunos do Instituto e amigos de tatame por toda a América Latina e até em Nova York, feitos graças a meu relacionamento no Aikido. Sensei Wagner foi um dos poucos Ocidentais na América Latina a conseguir o título de 6º Dan, fazendo acabar com a lenda que havia no Brasil de que só japoneses e seus descendentes mereceriam ter altos níveis promocionais.

    Gostaria de deixar claro que foi através tanto da base física e técnica como psicológica e emocional ensinada no Aikido, que obtive o modelo para minha formação e educação. Hoje, aos 21 anos, acredito estar muito bem preparado para viver a realidade mundial. Minhas habilidades nos esportes que pratico certamente são o resultado de toda a parte de movimentação do corpo (Tai Sabaki e Kihon Waza) que desde pequeno desenvolvi nas aulas deste caminho marcial, bem como a atenção com o meio (Zanchin), desenvolveu minha rapidez na tomada de decisões ligando-as aos movimentos do corpo, visto que eu fazia Jiu Waza desde pequenino, graças à ajuda de meus companheiros, com meu irmão Miura, que era meu Uke favorito. A calma, paciência, perseverança, dedicação e respeito para com o próximo que normalmente caracterizam minha forma de agir são também outra premissa que o treino constante desenvolveu em mim ao longo dos anos. A base ética creio que ocorre porque sempre no início, bem como no final de cada movimentação conjunta, cumprimentamos nosso parceiro (Uke e Nague) em sinal de respeito, pelo fato do mesmo estar emprestando seu corpo para que nós possamos evoluir. Além disso, para nos desenvolvermos na arte é necessário muito esforço e isso não fica restrito ao Dojo, mas é extrapolado para fora, em nossa vida em geral. Só crescemos se trabalharmos arduamente em um contínuo Shugyo. Não existe sucesso sem esforço.

    Outro ponto a comentar é que a vida saudável que levo é decorrente da prática do Aikido. Sem uma alimentação sadia, com qualquer tipo de vício, ou horas de sono mal dormidas, torna-se impossível a realização de um treino que nos faça progredir. Por isso, quando a pessoa começa a praticar o Aikido ela passa, mesmo que inconscientemente, a ter hábitos mais sadios. Minha teoria para isso é que o praticante substitui aquela sensação advinda do vício por uma sensação de prazer tanto física (oriunda do treino que trabalha tanto músculos como o sistema cardiorrespiratório) como emocional, provocada na medida em que no Instituto Takemussu somos como uma grande família. Dessa forma, o simples fato de chegarmos no Dojo já nos gera a sensação de estarmos num lugar onde todos buscam harmonia e que são verdadeiros irmãos e nos sentimos bem. Quando digo família, quero dizer no sentido de que pertencemos a uma organização na qual buscamos todos um objetivo comum. E nesse sentido todos os membros se ajudam mutuamente como irmãos. Algo que aprendi e tento passar aos meus companheiros, como Sempai, é o fato de que temos que fazer todo o esforço possível para manter essa união, esta irmandade, pois isso é muito difícil de conseguir nos dias de hoje. Tenho certeza que o maior bem que ganhei após esses 18 anos de Aikido foi a amizade de meus companheiros no Aikido. Pessoas em quem posso confiar, ajudar e ser ajudado quando necessário. Algo que tenho absoluta certeza que durará para o resto de minha vida.

    Agradeço a meu sensei por ter me possibilitado desfrutar dessa arte. Conhecendo como meu sensei trata as coisas que faz no que se relaciona ao Aikido, tenho certeza que quem ler este livro entenderá perfeitamente as bases teóricas e técnicas do mesmo em conjunto com todo o processo que busca a iluminação espiritual através de um treinamento físico que é a proposta do Aikido que ele me ensinou a seguir. Todavia saliento ao leitor que somente quando o mesmo estiver no tatame treinando com a mesma atitude que temos em nosso querido Instituto Takemussu é que realmente ele sentirá todos o benefícios dessa arte e entenderá realmente o que o Sensei Wagner Bull quis dizer nesta obra. Afinal, nada substitui a prática.

    São Paulo, 18 de Março de 2003.

    Alexandre Sallum Bull

    Kannagara Tamashii Haemase (seguindo o espírito de Kannagara cada vez se ficará mais feliz)".

    Yoshimitsu Yamada, 8º Dan – aluno direto do Fundador do Aikido na exuberância de sua juventude. Foi o professor do autor que lhe abriu as portas para o reconhecimento internacional, transmitindo-lhe as formas de treinamento corretas ensinadas pelo Aikikai de Tóquio, promovendo-o a 6º Dan, culminando com o reconhecimento oficial do Instituto Takemussu e a possibilidade de se realizar exame de faixa preta oficial nesta organização brasileira em nome da central japonesa, inclusive para altos graus, aos seus associados e alunos. Ele disse:

    Desde que eu fui promovido as pessoas perguntam como eu tenho me sentido como um 8º Dan, e particularmente se isto fazia eu me sentir diferente. Na verdade não. Eu não me sinto diferente com exceção de que esta honra me confere uma responsabilidade distinta. Mas na verdade, eu não posso crer que isto aconteceu. Por favor não me tratem como um homem velho. Quando eu comecei a treinar Aikido eu nunca sonhei que um dia eu poderia me tornar um 8° Dan. Agora isto aconteceu. Mas mesmo que eu neste momento tenha o mesmo grau que outros grandes sensei e meus sempai como Tamura Sensei, Saito Sensei e Tada Sensei, estas pessoas continuam como meus professores e sempai, e estou ainda abaixo deles. Mesmo que eu melhore no futuro, eles também melhorarão. Assim, não há forma de eu os alcançar. Isto significa que se algum dia você atingir o mesmo grau que outras pessoas que estavam antes acima, deve-se lembrar que você não é necessariamente melhor do que elas. O mais alto que você sobe, mais humilde você deve se tornar.

    Yamada Sensei aos 60 anos, na plenitude de sua maturidade, em seu famoso Dojo, o New York Aikikai.

    Prefácio

    É sempre um prazer para mim escrever um prefácio para um livro, especialmente neste caso, quando foi escrito por um de meus alunos.

    Estamos vivendo nesta sociedade moderna, cercados por novas tecnologias como computadores, e-mail, internet e então torna-se possível se obter uma grande quantidade de informações e é fácil, assim, para qualquer pessoa, escrever livros sobre qualquer assunto sem ter tido nenhuma experiência prática real. Eu fico estupefato como alguém consegue escrever a biografia de uma pessoa sem conhecê-la, ou mesmo sem identificar de onde veio a fonte da informação atribuindo a si um conhecimento que não domina e compreende, simplesmente reproduzindo o que leu, mas não assumindo esta condição, e vai passando a imagem ao público leitor de possuir uma autoridade e uma experiência que, de fato, constou apenas em sentar-se em uma cadeira de frente a um computador e escrever, sem ter ido a lugar algum para pesquisar e dar sua contribuição pessoal. Infelizmente eu tenho visto este fato acontecer não somente nos Estados Unidos, mas em várias partes do mundo, com relação a livros e escritos sobre o Aikido, o que é lamentável e incorreto sob o ponto de vista ético e inclusive prejudicial, pois as informações chegam distorcidas ao leitor o que prejudica seu aprendizado correto. Hoje existem tantas fofocas e informações desnecessárias sobre os indivíduos pelas revistas e internet, e aspectos importantes do treinamento são tratados com superficialidade e de forma banal, e o que é pior, muito do que há nestas informações é falso pelas razões que já mencionei.

    É claro que este livro não é o caso. O autor, Wagner Bull, que é um grande pesquisador desde muitos anos sobre o Aikido escreve esta 10a edição revisada e ampliada. Ele também recebeu muitas informações indiretas através da leitura de centenas de livros e artigos que possui sobre o Aikido e tendo uma das mais amplas bibliotecas e videotecas particulares que eu já conheci sobre esta arte, e certamente, também usou desta moderna tecnologia eletrônica para poder escrever de forma tão abrangente sobre tantos aspectos técnicos, teóricos e históricos do Aikido que eu me referi acima. Também é evidente que ele não pôde vivenciar pessoalmente todos os fatos, nem ouviu diretamente de todas as pessoas citadas as informações que aqui declinou, afinal, o Aikido foi criado quando ele nem sequer havia nascido e muitas das informações tiveram que ser na sua maioria, fruto de relatos de outras pessoas. Mas no seu caso existe uma grande diferença, pois seus cinquenta e quatro aniversários que ele completa neste mês de março de 2003, trinta e quatro deles foram dedicados à prática e ao ensino desta arte, com enorme esforço pessoal e tendo sido os últimos 14 anos, como meu aluno.

    Yamada Sensei no antigo Hombu Dojo sendo projetado por seu professor, o Segundo Doshu, Kishomaru Ueshiba.

    Detalhe da foto da página seguinte. Década de 50. Yamada Sensei é o último à direita.

    Yamada Sensei atacando o Fundador com um Jo e recebendo uma técnica.

    Possibilitei-lhe ter contato com muitos outros alunos diretos do Fundador, alguns meus amigos de juventude, outros mestres de Aikido de meu relacionamento, através de apresentações pessoais ou recomendações, e assim acredito que ele aproveitou bem estas oportunidades treinando e conversando com eles e acredito que ele esteja capacitado e tenha o discernimento e a experiência necessária, adquirida nas leituras e em cima do tatame, para separar aquilo que é real e genuíno do que é falso e distorcido.

    Mesmo assim, é claro que sem o benefício desta nova era de tecnologia eu penso que o autor deste livro não poderia ter coletado todas estas informações que ele obteve de forma tão ampla e variada, satisfazendo a curiosidade de quem acha necessário ampliar sua cultura geral sobre a arte, bem como aqueles que estiverem interessados em conhecer de forma profunda e especializada alguns dos aspectos específicos sobre o Aikido. Por outro lado é importante lembrar ao leitor que nem tudo neste livro será genuinamente o que ensinou o Fundador e seus alunos diretos, por mais que o autor tenha se esforçado em cumprir sua proposta, pois temos que levar em conta sua interpretação pessoal em torno do que aprendeu e ouviu, além do que, certamente, o autor colocou também nesta obra, muito de sua própria experiência e visão pessoal do Aikido dentro do que treinou, viu e ouviu, como é característico de sua personalidade, e se isto é bom por um lado, pois pode enriquecer o livro, visto que ele deixa de ser apenas um mero reprodutor fiel de informações e passa a conter novos elementos, este é um aspecto relevante que o leitor tem que levar em conta na leitura desta obra em termos dela ser aceita sem reflexões como uma fonte autêntica e perfeitamente fiel dos ensinamentos do Fundador. Infelizmente Morihei Ueshiba não está mais entre nós e não podemos mais ouvir suas explicações diretamente.

    Considerando todos estes aspectos, eu gostaria de chamar entretanto este livro como um BOM FILHO desta nova era de informações.

    Penso que minha opinião um tanto negativa sobre a nova era de tecnologia que vivemos atualmente, leva em conta o fato de eu ser ainda uma pessoa dos velhos tempos, e assim eu não me sinto confortável nela. (Embora eu admita que ela traga uma série de conveniências, como este livro por exemplo, escrito cobrindo tantos aspectos sobre o Aikido). Na verdade eu acredito que uma boa parte desta nova tecnologia é muito mais útil para ser usada nos negócios do que para o "Budô. Antes desta explosão da tecnologia e da internet, as pessoas entre as quais eu me incluo, e que estavam envolvidas com o Budô", somente ficavam focadas em seus treinamentos e ensinamentos de seus mestres. Devo ainda também acrescentar em relação ao aprendizado do Aikido, meu temor de que muitas pessoas atualmente estão muito mais preocupadas com a busca de informações supérfluas e desnecessárias para se aprender o Aikido. Elas deveriam concentrar-se mais em seu treinamento do dia a dia, que é realmente o que é significativo na minha opinião.

    Eu vivi em minha juventude, quando comecei a aprender o Aikido, em uma época muito mais simples, nós somente respeitávamos nossos professores e seguíamos as suas instruções. Isto era suficiente no passado. Obviamente, atualmente muitas pessoas que estão envolvidas com o Aikido têm o desejo de aprender informações corretas a respeito do Fundador, e é minha expectativa de que este livro satisfaça esta necessidade e seja o mais fiel possível ao seu legado. Eu fui uma das pessoas que teve a fortuna de ter tido a oportunidade de receber ensinamentos diretamente dele, e inclusive, de viver sob o mesmo teto com Ô Sensei, Morihei Ueshiba. Desafortunadamente eu era muito jovem para entender tudo o que ele tinha para nos oferecer então, e por outro lado, este meu contato com ele ocorreu no crepúsculo de sua carreira, quando ele estava com idade avançada. De qualquer forma, teria sido muito bom se eu pudesse ter tido a mesma maturidade que tenho hoje do que tinha naquela época quando fui seu estudante. No entretanto venho acompanhando pessoalmente que desde aqueles tempos até hoje em dia, apareceram tantas estórias a respeito do Fundador que eu sinto que vão longe demais. Elas se tornam relatos, que foram feitos de estórias que foram ouvidas já distorcidas, e assim multiplicam a confusão e a desinformação sobre os fatos verdadeiros acaba ocorrendo.

    Considerando tudo isto que mencionei, é meu desejo que a leitura deste livro onde o autor se propõe a chegar o mais próximo possível dos ensinamentos genuínos do Fundador, possa atingir seu objetivo e assim transmitir ao leitor realmente quem foi Ô Sensei, e que esta descoberta possa ajudar o leitor a descobrir seu legado e o que ele realmente queria que nós aprendêssemos do mesmo. Com muita frequência algumas pessoas têm usado esta arte maravilhosa para elevar seus egos, preencher suas ambições pessoais, ou como uma ferramenta para produzir conflitos e isto está muito errado.

    Este livro também focaliza o sucessor do Fundador, Kishomaru Ueshiba. É muito importante reconhecer o êxito que ele teve em suas atribuições como o segundo "Doshu", pois este foi o fato principal que fez com que o Aikido se tornasse acessível para todo o mundo. Sem a sua obra, eu tenho certeza que este livro não existiria pois o autor não teria tido a oportunidade de ingressar em um Dojo de Aikido no Brasil no passado, motivado exatamente pela política de expansão da arte por todo o Mundo iniciada quando assumiu seu cargo.

    Eu não posso ler em português, assim deixo ao leitor julgar efetivamente o valor real desta obra, mas baseado no esforço, dedicação e amor que Wagner Bull tem pelo Aikido, e sabendo da curiosidade, da devoção e principalmente com a seriedade com a qual ele encara tudo o que diz respeito a esta arte marcial, eu não teria dúvidas em recomendar a leitura desta obra aos leitores brasileiros como uma grande fonte de informações sobre esta extraordinária arte.

    Nova York, 6 de Março de 2003.

    Yoshimitsu Yamada

    Seminário em Hamilton, Nova Iorque, comemorando os 30 anos da chegada de Yamada Sensei aos EUA. Graças a seu carisma e capacidade, dezenas de milhares iniciaram-se no Aikido.

    Foto do 30º Aniversário do New York Aikikai em 1994 e os alunos de Yamada Sensei presentes vindos de todas as partes do mundo. O autor está no canto superior esquerdo, bem atrás dos alunos mais antigos. Nesta época fazia apenas 7 anos que havia se tornado aluno deste grande mestre. Nas primeiras filas os alunos mais antigos como Mike Abrams, Harvey Kornisberg, Peter Bernarth, Steve Pimsler, Bruce Bookman, Butch, Gina, Arnie, Jane Ozeki, Donovan, Maureen e tantos outros vindos de Toronto, São Francisco, Brasil, Peru, Argentina, Montreal, Marrocos, Porto Rico, da Europa, da Índia, da Ásia, enfim, gente de todo o mundo que adora Yamada Sensei.

    Grandes mestres que deram aulas no maior seminário de Aikido até hoje feito nos Estados Unidos comemorando o 30° Aniversário do New York Aikikai, onde o autor teve a felicidade de estar presente e ter uma amostra geral de suas técnicas e personalidades. Da esquerda para a direita os Shihan:

    Kawahara, Kanai, Akira Tohei, Shibata, Tamura, Yamada, Doshu Moriteru, Sugano, Chiba e Kurita.

    Abaixo, foto de Yamada Sensei no começo de sua carreira nos Estados Unidos. Ele chegou em 1964 a Nova York, enviado pelo Hombu Dojo.

    O Autor

    Alexandre, Wagner e Edgar Bull, foto da primeira edição, 1986.

    Wagner José Bull nasceu em Londrina – PR, Brasil, em 5 de março de 1949. Viveu até os 21 anos no Paraná, nas cidades de Apucarana, Londrina e Curitiba.

    Durante o curso universitário iniciou-se na prática do Aikido sob a direção do Prof. Jorge Dirceu Van Zuit. Graduando-se em Engenharia Civil em 1971, mudou-se para São Paulo e continuou seus estudos de Aikido como aluno do Prof. Ono e Toshio Kawai, tendo em 1978 recebido a faixa preta dos mestres Shikanai e Torata, ambos ligados ao Hombu Dojo e à Federação Internacional de Aikido.

    Foi aluno de Massanao Ueno, 7° Dan de Takemussu Aikido, por 3 anos e de quem aprendeu a conexão Xintô da arte. Viajou aos EUA tornando-se aluno do Prof. Yoshimitsu Yamada, 8° Dan do Aikikai, aluno direto do Fundador e de quem recebeu transmissão direta dos segredos da arte, e de quem o autor recebeu o 6° Dan, entrando para a elite do Aikido.

    Foi um dos primeiros latino-americanos a conquistar este título que lhe permite a classificação de "Shihan" (Mestre-Modelo, segundo a tradição do Aikido). É também pós-graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, conhecendo os idiomas inglês e francês, o que muito auxiliou na pesquisa de livros estrangeiros.

    Como engenheiro civil foi empresário de construção e obras públicas. É casado, tem dois filhos, Alexandre e Edgar. Alexandre, é aluno assíduo das aulas paternas desde os 3 anos e meio de idade e hoje com 21 anos, ensina no Dojo Central do Instituto Takemussu e tem o nível de Nidan. Edgar, que é Ikkyo (faixa marrom) segue os passos do pai e do irmão treinando Aikido, embora aos 17 anos sua grande paixão, por enquanto, seja o tênis de mesa, aliás, ele tem sido um papa-troféus neste esporte.

    Edgar, Wagner e Alexandre Bull, foto da décima edição, 2003.

    Quantas coisas se passaram, quantos amigos, quantos alunos, quantos mestres, quantos mais Dojo associados, quantos seminários, quantas viagens internacionais, quantos gashukus, quantos exames de faixa, quantas descobertas, quanto aprendizado, quanta pesquisa, quantas entrevistas, quantos livros, quantos vídeos, quantas demonstrações, quantas revistas, quanta gratidão, quanta lealdade, quanto entusiasmo, quanta devoção, quanta confiança, quanta dedicação, quanta disciplina, quantos gastos, quanto tempo despendido, quantas decepções, quantas traições, quantas aulas, quantos uchideshi, quantas promessas, quanta ajuda, quanta política, quanta superação... procurando sempre buscar o progresso mas com trabalho, os prazeres com escrúpulos, os conhecimentos mas junto com sabedoria e jamais receber benefícios financeiros sem moral. Tivemos que fazer política sim, mas com muito idealismo, falamos muito de religião sim, mas propusemos sacrifícios e estudamos a ciência e as técnicas poderosas do Aikido não apenas para satisfazer nosso interesses, mas com humanismo! Foram 17 anos de trabalho, luta, conflitos, suor, sucessos, realizações, harmonia e, principalmente muita, mas muita... alegria!

    (Frase do autor em uma quente tarde de sábado, fevereiro de 2003)

    Apoiado nos dois pilares extremos, o da vida empresarial ocidental que visa o lucro material e o do treinamento austero espiritual-marcial japonês do Oriente que almeja a iluminação espiritual através da prática do Aiki, o autor vem treinando, buscando colocar a mente em favor do sentimento através do Aikido como ensinam todos os verdadeiros caminhos da sabedoria. O Instituto Takemussu reflete esta síntese.

    Agradecimentos

    Todas as invenções e todos os métodos são construídos com base na experiência de outras pessoas desta e de antigas gerações. No que se refere ao Aikido, devo agradecer a todos os sábios chineses, hindus e japoneses cujos nomes desconheço e que foram os primeiros a dedicar parte de suas vidas à formação das bases da arte. Os primeiros conhecimentos que adquiri foram os do Prof. Jorge Dirceu Van Zuit. Posteriormente os professores Keizen Ono e Toshio (Reishin) Kawai deram-me uma base fundamental, durante muitos anos, sobre a qual pude desenvolver-me e assimilar os preciosos ensinamentos de Ueno Sensei e Yamada Sensei, meu atual instrutor.

    Foi também muito importante meu relacionamento com Horiê Sensei, "Godan" tragicamente desaparecido, que fez com que despertasse em meu espírito a grandiosidade e funcionalidade da arte.

    Yoshimitsu Yamada Sensei deu-me a base necessária em termos técnicos e políticos para que eu pudesse ensinar a arte com segurança, apresentando-me e recomendando-me a seus amigos, alunos diretos do Fundador, e dando-me respaldo junto à comunidade aikidoísta internacional.

    Alguns livros que li serão mencionados na bibliografia do volume 3. Devo muito a todos os seus autores, pois se não os tivesse estudado, este livro não poderia ainda ser escrito da forma que foi, procurando ser o mais abrangente possível e eu teria que esperar até que, segundo a tradição japonesa, eu descobrisse todos os pontos importantes através da experiência direta.

    Sobretudo, devo agradecer aos companheiros que treinaram e que treinam comigo me dando a oportunidade de continuar a aprender com eles, bem como meus alunos cuja lista enorme deixarei de enunciar. Agradeço também, a meus professores de Física, Lógica e Filosofia Ocidental, que sem seus ensinamentos, esta apresentação do Aikido de uma maneira didática, tão a gosto dos ocidentais, não seria viável. Não poderia porém deixar de agradecer nominalmente a:

    MORIHEI UESHIBA: o Fundador, pela abertura do caminho.

    KISHOMARU UESHIBA: pela continuidade e expansão do treinamento do Aikido.

    WALDEMAR E LUZIA BULL: meus pais.

    REISHIN KAWAI: pelo pioneirismo em introduzir o Aikido no Brasil junto com Nakatani e Ono Sensei, embora tendo consciência de sua dificuldade na divulgação da arte ao público brasileiro, principalmente por não entender nossa cultura e não perceber o que Ono Sensei, seu aluno e fiel companheiro sempre soube, ou seja: que é o coração que move o mundo, e a essência acaba prevalecendo sobre a forma exterior.

    KEIZEN ONO: pelo seu elevado espírito de união e nobreza de caráter.

    ALÉSSIO VAZ PRIMO: meu tio, por me ensinar a usar a lógica e seu apoio constante.

    Nada de grande se faz sozinho. Na foto acima, tirada durante uma aula especial para professores no Dojo central do Instituto Takemussu e dada por Yamada Sensei, estão algumas das principais pessoas, mas não todas, em cujo trabalho o Instituto Takemussu foi edificado e se desenvolve, pois ele é trabalho conjunto de muitos entusiastas e alunos dedicados e fiéis aos princípios estabelecidos de trazer ao Brasil o verdadeiro Aikido tradicional de Morihei Ueshiba sob o princípio: o Aikido é um caminho espiritual que usa uma poderosa arte marcial japonesa eficiente de defesa pessoal como ferramenta.

    MASSANAO UENO: por mostrar-me a importância do sentir no Aikido e na vida, e fazer ver que o Aikido é seguir o coração apoiado pela razão.

    ALEXANDRE SALLUM BULL: meu primogênito, cuja evolução, dedicação intensiva e interesse natural pela arte, estimulam e recompensam-me.

    EDGAR SALLUM BULL: meu segundo filho, por mostrar-me que é sempre possível vencer os obstáculos quando se tem coragem, disciplina, persistência e vontade de fazer as coisas.

    Gostaria ainda de expressar meus agradecimentos a antigos e atuais companheiros de treino e especialmente a: Carlos Eduardo Dutra, Daniel Bornstein, Luis Fernando Salvador, Prof. Breno de Oliveira, Luis Rovella, Nelson Ferrone, Cecília Barros, Rinaldo Pascoli, Kengo Adachi, Makoto Nishida, José Gomes Lemos, Kazuo Ishikawa, Luis Pantaleão, Paulo Naoki, Severino Alves Silva, Ricardo Leite da Silva, Herbert Pizano, Silvano Correia, Júlio Hoshiko, Shigue Kozuma, Prof. Udo, Prof. Shikanai, Prof. Torata, Fernando Takyama, Carlos Alfredo Pallácios, Prof. Chiuzo Oya e ao pessoal do Dojo Kokoro que redigitaram o texto original e à Carolina Ortiz que corrigiu a ortografia. Também não poderia deixar de listar e de agradecer a estes meus alunos e amigos que fazem o corpo do Instituto Takemussu através de seus esforços em ajudar-me a divulgar o Aikido de Morihei Ueshiba:

    Ademir Norio Alikawa, Adriana Trindade Fonseca, Agnaldo José Vademar, Alberto Santa Cruz Coimbra, Alessandra Santilli, Alexandre Barros, Alexandre Borges, Alexandre Badô, Antonino Barreto, Antonio Carlos Bueno, André Eduardo Coello, André Luis de Oliveira Santos, André H. Nabarrete, Alexandre Bueno, Cid H. Ribeiro, Ciro Jun Takeda, Cícero Vergeti, Cícero Oliveira, Carlos Humberto Barbosa Gomes, Cristina Godoy, Claudia Osawa, Carlos Villablanca, Cristiano Lobo, Cristina Miotto, Claudio Ribeiro, Constantino Dellis, Carlos Alberto Cirto Martins, Daniel Ricardo de Souza, Danilo Pecaro Monteiro, Diogo Quintana, Douglas Barbosa Dias, Eduardo Alves de Paula, Edson Rodrigues, Eduardo Maruyama, Éder Bueno, Emy Yoshida, Eduardo Pelegrini, Enderson Hideki Kinjo, Erich Marinelli, Eduardo Coelho Gonçalves, Eduardo Omena Bastos, Flávio Ari Rovella (in memoriam), Fernando Sant’Anna, Prof. Fernando Takiyama, Fernando Silva Braga, Fernando Barros Sanchez, Fabiano e Regina Yamada, Flávio Jun Uchikawa, Fernando Coutinho, Felizberto Gouveia Conde, Fernando Penteado, Frederico de Campos Ventriglia, Frederico Daguer Abdalla, Fábio Campi, Frederico Guimarães, Gilberto Nagel, Guilherme M. Zwicker Isbaille, Geraldo Luis Garcia, Hildebrando de Aquino, Hildebrando de Aquino Júnior, Hugo Silva Marques, Ilídio Lazarieviez Antonio, Jessé Lemos Nakel, Júlio César L. de Paula, José Ademir Costa Júnior, José Luiz Camargo dos Santos, João Marcelo Silva de Alcântara, José Fernando Machado, José Ortega (in memoriam), José Otávio F. do Amaral, Kazuo Gondo (in memoriam), Kefren Alves, Letícia Gomes de Souza, Luis Cláudio Freitas da Silva, Leonardo Paiva, Ligia Narazzaki, Luis Carlos Cintra, Luis Ricardo Silva, Luis Eduardo Silva Machado, Luiza Tizuko Ono, Luis Rovella, Luis Elias Teixeira, Luis Carlos Araújo Souza, Márcio Satio Miura, Marco Tulio de Souza Jr., Márcio Aurélio Teixeira, Marcos Rogério Galvão, Márcio Akama Barbosa, Mauro Miyasaki, Marco Aurélio Omena Silva, Miguel A. de Souza Aguiar Neto, Márcio Alessandro Braga Oliveira, Márcio Ribeiro, Marcelo e Paulo Leonel da Silva, Marcos Bonadia, Miguel Gomes Queiroz, Mônica Morita, Maria Cristina R. Godoy, Marcelo Sakai, Marcos e Daniel, Marcos Paulo de Carvalho Oliveira, Marcelo do Amaral Rissio, Nicole Ephan Youssef, Nelson Wagner dos Santos, Ney Tamotsu Kubo, Nilce Mitsuko Kubo, Osmar Batista da Cunha, Paulo e Anália Farinha, Pedro José Rodrigues de Oliveira, Rafael Attie, Rafael Silva, Rodrigo de Souza Ribeiro, Rodrigo Alves de Oliveira, Ronaldo Barbosa França, Rubens Fujita, Rodrigo Ramos Rodrigues, Renato Ribeiro Soares, Ricardo Avedissian, Renato Soares, Rodrigo Salgueiro Pardo, Roberto Matsuda, Rogério Toledo, Rodrigo Palma, Sérgio Ricardo Coronel, Sérgio Messias, Sidney e Eva Coldibelli, Satie Fucatu, Susana Mayumi Iha, Thiago Campello, Thiago Conde, Wilson A. Mendonça, Wagner Consani, Wilson M. Umebala, Washington F. Borges, Wilton Alves dos Santos e muitos outros...

    Massanao Ueno, pastor xintoísta e mestre de Takemussu Aikido, discípulo de Suzuki Sensei e que atualmente não pertence ao Aikikai, veio ao Brasil com a missão de desenvolver o Xintoísmo em nosso país na década de 80, com quem o autor teve a sorte de treinar durante 3 anos de forma intensiva, período em que ocorreu uma grande transformação em sua maneira de ver a arte do Aikido, e onde teve a oportunidade de sentir a conexão entre o Aikido e o Xintoísmo. Esta experiência foi profunda e influenciou de forma marcante a criação posterior do Instituto Takemussu como uma organização divulgadora do Aikido como um caminho de iluminação espiritual usando uma arte marcial como ferramenta. Ueno Sensei era extremamente marcial quando praticava o Aikido e carregava um ar de misticismo que impregnava a todos que o cercavam. Este fato foi a grande causa que levou o autor a escrever este livro no qual Ueno Sensei o orientou e corrigiu sempre que foi solicitado. O autor lhe tem enorme respeito e gratidão. Se o Instituto Takemussu alcançou dimensão internacional devido ao apoio de Yamada Sensei, foi Ueno Sensei quem plantou as sementes no solo fértil no coração e nas mentes dos pioneiros fundadores desta instituição.

    Treinemos Aikido para fazer do mundo uma grande família – Morihei Ueshiba.

    Ao querido Prof. Jorge Dirceu Van Zuit, deixo meu agradecimento especial. À minha esposa Marília Sallum Bull, minhas desculpas pelos inúmeros finais de semana que ficou em casa, para que eu pudesse executar este trabalho que me deu muitas alegrias e pelo seu contínuo apoio, incentivo e suporte nas atividades do Instituto Takemussu.

    Wagner José Bull

    "A satisfação está no esforço

    feito para alcançar o objetivo

    e não em tê-lo alcançado."

    Mahatma Gandhi

    Comentário

    Existem muitos livros publicados sobre o Aikido, escritos por pessoas com muito mais experiência e conhecimento que o autor sobre a matéria. Porém, em sua maioria são editados em línguas estrangeiras e de difícil acesso àqueles interessados no assunto. Recentemente, várias obras de qualidade foram traduzidas para o português como as de Mitsugi Saotome, Koichi Tohei, John Stevens, William Gleason, Morihei e Kishomaru Ueshiba. Por outro lado, sendo a maior parte delas escrita por japoneses e principalmente praticantes de Budô, não contêm explicações mais detalhadas, com explicações teóricas, pois, de acordo com os antigos mestres, é perigoso dar explicações pormenorizadas a pessoas que ainda não atingiram determinado domínio, podendo, se mal interpretados, serem levados a caminhos enganosos. Acreditam que cabe ao mestre muito mais estimular nossa observação do que a entorpecer, com respostas fáceis.

    Invariavelmente esta filosofia é praticada em seus livros com raras exceções. Eventualmente, algum praticante famoso que tenha tido mais contato com ocidentais se arrisca a alguma explicação teórica, mas mesmo assim o faz timidamente. Pelo fato de sermos ocidentais e educados dentro da cultura cartesiana da análise, entendemos que mesmo para o aprendizado do Budô, onde sentir e perceber é o fundamental, o praticante do Ocidente precisa equacionar suas dúvidas teóricas para então sim poder experimentar somente as sensações. É parte de todo nosso sistema educacional ensinar primeiramente a teoria e depois a prática, e fazê-lo sempre de forma sistemática, caminhando das coisas básicas para as mais complexas, mesmo com o risco de perderem-se as noções da totalidade, como contra-argumentam os japoneses. Não fosse este espírito de análise, o Ocidente não teria sido capaz de inventar a penicilina, a cirurgia moderna, o avião, o computador e tantas outras maravilhas. A esta afirmativa o oriental contesta: tampouco teriam sido inventadas a bomba atômica, a poluição, a degradação química e física da natureza pelos resíduos industriais e tantos outros malefícios.

    É evidente que um meio termo se faz necessário. No Ocidente é crescente o interesse por seitas, práticas e culturas orientais, e no Oriente a implantação e o desenvolvimento das modernas técnicas e tecnologias ocidentais é um fato, naturalmente este sincretismo vai ocorrendo.

    Em 1986, surgiu a nossa ideia de escrevermos algo sobre esta moderna arte marcial japonesa, baseado em experiências próprias, leituras e contatos com inúmeros praticantes e mestres, permitindo assim, uma maior divulgação do Budô de Morihei Ueshiba em nosso meio. Saiu a primeira edição lida com entusiasmo pela classe marcial brasileira.

    O presente escrito serve apenas como uma complementação aos estudos do leitor, uma vez que o Aikido não pode ser aprendido apenas teoricamente e somente com a prática constante é que permite o entendimento e a obtenção dos resultados benéficos à saúde mental e física, sendo portanto, a frequência a uma academia com regularidade, imprescindível para o aproveitamento global. Procuramos neste livro sempre que possível dar uma explicação para as técnicas, pelo menos naqueles pontos em que tivemos oportunidade de observar no decorrer das aulas, e que apresentam sempre dúvidas e questionamentos nos praticantes.

    Deixamos para a sensibilidade do leitor, a percepção da totalidade dos movimentos através da observação da sequência dos desenhos. O leitor praticante verá que uma segunda leitura deste livro, alguns anos futuros, lhe possibilitará a visão de pontos, nas sequências das técnicas, que não havia percebido na primeira leitura. Isto será devido ao seu desenvolvimento interior e sua percepção da prática harmoniosa dos movimentos, percebendo e sentindo coisas na segunda leitura que não havia percebido na primeira observação diretamente.

    O mesmo ocorre com as observações e explicações teóricas. O Aikido é um caminho sem fim, quanto mais se treina mais se conhece. A descoberta de fatos novos é uma constante por parte do autor.

    Algumas pessoas, principalmente mestres japoneses de grau um pouco mais elevado que o autor, fizeram críticas a este trabalho, alegando que o autor não tinha ainda conhecimento suficiente para escrever um livro tão amplo como o presente em sua primeira edição. A estes gostaríamos de lembrar-lhes que os seus extraordinários conhecimentos ainda são muito pequenos quando comparados aos de Ô Sensei ou outros mestres de alto nível. E em se raciocinando na maneira de pensar destas pessoas, elas também não deveriam ensinar, uma vez que não conhecem tudo, o que evidentemente é um erro. Na verdade o que importa é o progresso do indivíduo, seu esforço em atingir uma meta e não o quanto esta meta é importante quando comparada com a de outro homem. Nosso propósito principal é provocar o interesse do leitor para buscar o aprendizado do Aikido!

    Toda vez que algum assunto nos dava insegurança, procurávamos os mestres através de livros ou entrevistas pessoais, sempre tentando dar uma informação mais próxima do pensamento de Morihei Ueshiba, e sempre com o espírito de quem pode não estar com a última palavra, sempre abertos para o aprendizado e ideias novas. Neste aspecto, Ueno Sensei foi fundamental para a compreensão dos ensinamentos mais profundos na elaboração da 1a edição.

    No início do livro, que nesta nova edição foi feito em 3 volumes, o leitor encontrará uma introdução onde estas ideias ficarão mais claras, em seguida, será apresentada uma breve história das artes marciais e do Aikido, onde sua filosofia e princípios ficarão entendidos. Posteriormente, virão as explicações das técnicas com desenhos que elucidarão visualmente a arte, acreditando que uma imagem vale por mil palavras. Visando atender um desejo encontrado na maioria dos estudantes de artes marciais, foram introduzidas técnicas de defesa pessoal baseadas no antigo Jiu-

    -Jitsu, além de ensinamentos sobre Jo-Jutsu e Ken-Jutsu, que é um requisito sempre solicitado pelos iniciantes da arte. Procurou-se também mostrar o Aikido em sua totalidade na forma mais abrangente possível dentro da capacidade e experiência do autor, não se restringindo à pura apresentação de técnicas. Por último, foram agregados muitos textos novos oriundos de artigos extraídos do jornal São Paulo Shimbum onde o autor escreve em uma coluna quinzenal sobre artes marciais desde 1997 para a colônia japonesa que hoje tem mais de 1 milhão de membros.

    O conhecimento do Aikido, além de ser útil para o homem brasileiro comum também pode ser de grande validade para os praticantes de outras artes marciais, principalmente para os amantes do Judô, Karatê, Kendo e Capoeira.

    Aos primeiros, oferecem uma variedade de técnicas de imobilização e defesa pessoal, visto ambas as artes terem sua origem no antigo Jiu-Jitsu, como veremos.

    Aos segundos, os movimentos circulares de deslocamento do Aikido podem enriquecer a movimentação dos praticantes. E aos terceiros, amantes da luta com sabre, o Aikido, por ter sido dela também derivado, oferece uma riqueza de técnicas que podem ser incorporadas perfeitamente dentro dos Kata de espada e muito úteis na defesa a mãos nuas.

    Os capoeiristas acostumados aos movimentos naturais do corpo poderão incorporar facilmente em seu repertório as técnicas de defesa pessoal do Aikido, ampliando sua capacidade defensiva e outras.

    Na visão do autor, bem no fundo, todas as artes marciais repousam sobre os mesmos princípios básicos que fez questão de salientar neste livro, sem nada ocultar, tornando-o uma ferramenta importante, que pode ser utilizada plenamente para o estudo de qualquer Budô. Mais de 400 livros sobre artes marciais, centenas de vídeos, artigos e revistas foram consultados, tornando esta obra uma verdadeira enciclopédia do Aikido.

    Jigoro Kano quando conheceu o Aikido, enviou três dos seus melhores alunos para aprender com Ueshiba e ele foi ensinado na Kodokan por Kenji Tomiki, como disciplina complementar ao Judô.

    Atual sede mundial do Aikikai, o Hombu Dojo, em Tóquio.

    Antiga sede do Aikikai.

    Localização do Hombu Dojo em Tóquio:

    WAKAMATSU KAWADA Station (Subway (metrô) OEDO line): 5 minutos a pé. Das estações SHINJUKU SHINOKUBO: 10 minutos de táxi. Da estação SHINJUKU Station, ônibus No 74 destinação JOSHIIDAIMAE, descer na parada NUKEBENTEN MAE (6ª parada stop): 3 minutos a pé.

    Instrutores atuais do Hombu Dojo (2003):

    • Shigenobu Okumura Shihan 9° Dan

    • Sadateru Arikawa Shihan 9° Dan

    • Hiroshi Tada Shihan 9° Dan

    • Masatake Fujita Shihan 8° Dan

    • Seijuro Masuda Shihan 8° Dan

    • Masando Sasaki Shihan 8° Dan

    • Nobuyuki Watanabe Shihan 8° Dan

    • Seishiro Endo Shihan 8° Dan

    • Etsuo Takezawa Shihan 7° Dan

    • Masatoshi Yasuno Shihan 7° Dan

    • Shoji Seki Shihan 7° Dan

    • Koichi Toriumi Shihan 7° Dan

    • Tsuruzo Miyamoto Shihan 7° Dan

    • Yoshiaki Yokota Shihan 7° Dan

    • Hayato Osawa Shihan 7° Dan

    • Yukimitsu Kobayashi Shihan 6° Dan

    • Shigeru Sugawara Shihan 6° Dan

    • Takanori Kuribayashi Shihan 6° Dan

    • Takeshi Kanazawa Shihan 6° Dan

    • Mariko Takamizo Shihan 6° Dan

    • Hiroshi Fujimaki Shidoin 5° Dan

    • Yoshinobu Irie Shidoin 5° Dan

    • Tomohiro Mori Shidoin 5° Dan

    • Hiroyuki Sakurai Shidoin 5° Dan

    • Eiji Katsurada Shidoin 4° Dan

    • Hiroyuki Namba Shidoin 4° Dan

    • Makoto Ito Shidoin 4° Dan

    • Teijyu Sasaki Shidoin 3° Dan

    • Kouzirou Suzuki Shidoin 3° Dan

    • Toshio Suzuki Shidoin 2° Dan

    Organograma do Hombu Dojo (2003):

    Doshu:

    • Moriteru Ueshiba

    Comissão de Exame de Graduação:

    • Presidente: S. Endo

    Comissão de Administração

    • Presidente: S. Okumura

    Assuntos internos e gerais:

    • Hayato Osawa

    Departamento de Instrutores:

    • S. Seki

    Tesouraria:

    • S. Sakiyama

    Chefe dos Instrutores:

    • S. Seki

    Diretor do Departamento Internacional:

    • H. Yonemochi

    Diretores assistentes:

    • H. Somemiya

    • Massaki Tani

    • Ms. T. Ikeda

    Grandes mestres de Kendo e Ken-Jutsu, são hoje instrutores renomados de Aikido. O Karatê, quando chega nos Kata mais elevados, incorpora técnicas circulares de Jiu-Jitsu, todas comuns ao Aikido. Ao iniciante de Karatê, também na visão do autor, praticando Aikido e aprendendo a cair, já conseguiu algo muito importante que lhe auxiliará quando exercitar sua técnica na vida real. A recíproca também é verdadeira. No conhecimento técnico do autor, várias técnicas de Judô e Karatê fazem parte de seu repertório predileto.

    Em nossos anos de prática temos testemunhado a facilidade com que os judocas aprendem o Aikido. Por já saberem cair, sendo Judô e Aikido frutos ambos do Jiu-Jitsu antigo, apesar de diferentes, os judocas com pouco tempo de treino já alcançam graus de desenvolvimento que os iniciantes normais levam anos para tal. Um escritor japonês chegou a dizer que são artes complementares.

    Para terminar, salientamos que fizemos o máximo que nos foi possível para trazer ao público ocidental as bases do Aikido. Lemos os livros que nos foi possível encontrar. Discutimos com os mestres e colegas no que nos foi permitido, e buscamos, tal qual esponja, toda a água de conhecimentos experimentais que tínhamos e os colocamos no papel. Alguns pontos importantes faltam, pois o autor ainda não aprendeu tudo. No futuro, talvez, se tivermos a felicidade de continuarmos em nossa rota, novamente uma atualização se fará necessária. Se este livro puder ajudar o leitor a encontrar a sabedoria, por pouco que seja, nos consideramos gratificados, pois recompensados já o fomos, no prazer imenso que tivemos em escrevê-lo, desde já convidando a refletir sobre este poema abaixo que escrevi...

    AIKIDO

    Quando o corpo não segue a vida

    a mente do homem se agita

    as contradições martirizam a consciência

    os músculos retesam, a coluna dobra,

    a boca seca, a respiração se interrompe.­­

    Lembre-se do In e do Yo, do Do.

    As ideias se encaixam,

    as contradições se fundem

    a energia nasce do sincretismo.

    Respire fundo, relaxe, sinta seu centro.

    Perceba as vibrações de seu corpo

    em ressonância com o Universo,

    que vibra com você, na mesma nota.

    Seu espírito ficará calmo

    e um profundo sentimento

    de paz e harmonia

    repousará no coração.

    E seu ser fluirá ondularmente

    Sobre os movimentos circulares,

    do Irimi e do Tenkan.

    Paulo Proença tem ajudado muito o Instituto Takemussu fazendo traduções importantes supervisionadas pelo autor como os livros Budô e A Filosofia do Aikido, e dezenas de artigos constantes do site www.aikikai.org.br, um dos mais completos do mundo sobre Aikido.

    Foto do Fundador na porta de entrada da sede moderna do Aikikai.

    O autor buscou verificar pessoalmente no Japão a história da arte e tentar absorver os legados de Morihei Ueshiba, bem como inspiração e força para continuar com a divulgação correta do Aikido para si e seus alunos do Instituto Takemussu.

    Ainda existem grandes mestres na ativa, alunos diretos do Fundador no Japão, sempre dispostos a dividir seus ensinamentos com aqueles que os procuram com sinceridade, respeito e amor pela arte e queiram ser herdeiros da tradição. Principalmente com a morte do Fundador, surgiram pequenos grupos dissidentes que querem se tornar organizações reconhecidas mundialmente como o Aikikai, porém sem sucesso. Embora alguns deles sejam liderados por mestres tradicionais, são iniciativas limitadas e inexpressivas em termos de representatividade internacional.

    A verdadeira tradição de Morihei Ueshiba vinculou-se à Fundação Aikikai, que foi criada por Morihei e que teve por sucessores membros da família Ueshiba. Pertencer ao Aikikai é fazer parte de uma grande família que tem entidades filiadas em todos os países do mundo. Praticamente para qualquer lugar ou cidade importante que se viajar no mundo pode-se sempre encontrar um Dojo do Aikikai, onde o recém-chegado, ao apresentar suas credenciais como integrante desta organização, é sempre recebido de braços abertos como membro da família.

    SHIZEN TAI

    (O Kamae natural)

    Os principiantes aprendem o Kamae triangular, que é ensinado para formar a base no instante da ação decisiva, e pensam usá-

    -lo também como posição de guarda antes do ataque. Isto é um erro. O Fundador ensinava Mukamae, ou seja, sem Kamae, o melhor é usar a posição natural: Shizen Tai.

    HOMBU DOJO

    Significa Dojo central. No entanto, no Aikido devido à popularidade, o termo é usado para o local onde está situada a sede mundial do Aikikai, no bairro de Shinjuku, em Tóquio, Japão.

    "O tempo gasto em andar,

    parar, sentar e deitar é

    seguramente o melhor Dojo."

    Sogen Zenshi

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