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Psicologia: Ela vê o que você faz e sabe o que você é
Psicologia: Ela vê o que você faz e sabe o que você é
Psicologia: Ela vê o que você faz e sabe o que você é
E-book643 páginas8 horas

Psicologia: Ela vê o que você faz e sabe o que você é

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Sobre este e-book

Os personagens são pessoas do cotidiano, dentro de suas histórias que acreditam serem reais. Sentem-se incompreendidos e rodeados de culpados por seus insucessos, dramas e mágoas. Reagindo ou não, nem sempre obtêm os resultados esperados. Embora seja sem esse propósito, acabam por dar outro significado para suas atitudes. Às vezes surgem conflitos nas várias esferas sociais, pessoais e familiares, produzindo insatisfação, decepção, insegurança ou até mesmo algumas psicopatologias. Com humor, descubra por que isso acontece acompanhando as várias peripécias interessantes, separadas em pequenas histórias individuais contadas pelo olhar da psicologia. Pode ser que sua história também esteja aqui! Coincidência...
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento26 de dez. de 2022
ISBN9786525435527
Psicologia: Ela vê o que você faz e sabe o que você é

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    Pré-visualização do livro

    Psicologia - Nícia Tavares

    Dedicatória

    Aos amados netinhos:

    Pedro Renato, Gabriela, Luis Fernando, Miguel, Felipe e Alexandre;

    Aos queridos netinhos do coração:

    Letícia, Gabriel, e Adele.

    Agradecimentos

    Embora não consiga mais lembrar as inumeráveis pessoas que me instigaram a escrever, agradeço imensamente a todas e todos que um dia cruzaram e permaneceram no meu caminho. Aquelas que cruzaram e foram, as que me fizeram e eu fiz bem e que fizeram e eu fiz mal. Da aceitação de erros e acertos surge essa interação onde sou produto. Gratidão imensa ao Universo, que me proporcionou pais amorosos, Dora e Vicente. E três joias preciosas, Valdir, Renato e Vivian, filhos para despertar em mim o amor genuíno.

    Prefácio

    A autora é psicóloga e

    decidiu escrever os casos trabalhados em seu consultório ou fora dele, como em outros trabalhos sociais e coletivos, durante os trinta anos no exercício da profissão. A demanda de pessoas era grande, e na tentativa de entender seus pensamentos, através do que fazem, com o objetivo de descobrir os motivos que os levaram a fazer, impulsionava-a às pesquisas, estudos e ações na prática. Seleciona então as atitudes deveras diferenciadas, inusitadas, jocosas ou bizarras. Resultou numa ampla variedade de temas acessíveis aos psicólogos e a todos os interessados em entender o porquê dos comportamentos das pessoas. Contando os casos em forma de histórias quotidianas, com leveza e humor, enquadrando-os dentro da teoria de abordagem analítica de Carl Gustav Jung, a psicóloga esclarece, traz conhecimento e, talvez, o leitor encontre a sua história em alguma página. Será mera coincidência, mas pode aproveitar para rir, rever suas atitudes ou refletir – como uma mera ficção.

    Começa-se a observar que tudo o que existe é interdependente e circunstancial; que todas as normas se modificam constantemente e perecem; que a troca e a interação são o modo natural de vida; que o indivíduo e o ambiente exercem influências recíprocas; que nada é estável; que tudo vive em estado de processo. Luiz Reissig

    Limite para o adolescente

    Sábado, passa da meia-noite. O porteiro, seu Juca, percebe um movimento na garagem do prédio e um carro avança em direção ao portão. Seu Juca reconhece o carro, mas o motorista é o Maneco, de 16 anos. O portão se abre, e lá vai Maneco:

    — Meus pais não confiam em mim, pensam que eu vou sair por aí e amassar todo o carro da mamãe! Então eles vão ver. Vou zoar a noite toda, beber todas e depois devolvo o carro direitinho na garagem. Quando eles voltarem do sítio não vão perceber. Para não dar bandeira, vou guardar a cópia que fiz da chave do carro na casa do Paulinho.

    São 4 horas e chega Maneco, dá luz alta, e seu Juca abre o portão. Trocam olhares e Maneco apela:

    — Seu Juca, se falar para o meu pai que me viu, já sabe, né?

    Seu Juca nada responde, mas alerta os pais.

    — Você não ficará mais em casa. Quando viajarmos, irá conosco!

    — Não vou! Aquele sítio é um tédio!

    — Aqui, neste apartamento, você não fica.

    — Tá limpo, eu fico no prédio, no apartamento de algum amigo, sei lá!

    A família viaja e Maneco perambula pelo prédio, dorme no salão de festas, almoça no apartamento do Paulinho. De repente... (Maquinação)... Primeiro andar...

    — Beleza, eu consigo arrombar a janela da cozinha, eu sei onde está a chave, e vou fazer uma chave reserva para mim. – Ao voltar da rua, já com a chave reserva da cozinha de sua casa, encontra seu Juca, que se prepara para mais uma noite de trabalho. – E aí, seu Juca?

    Seu Juca acena e pensa: Lá vem problema!.

    Esta é uma cena do

    cotidiano de tantos Manecos, Paulinhos, Marias e seus pais. Fica evidente nesse fato a dificuldade que os pais estão encontrando em estabelecer um limite entre teimosia e insubordinação, entre autonomia e independência. Parece que as bruscas mudanças dos dias atuais, unidas aos tantos argumentos em favor da causa própria dos filhos enfraqueceram as crenças e ideais desses pais. Então acabam, muitas vezes, optando por aquilo que o programa de TV sugere, ou aquilo que o vizinho permite o filho fazer, ou aquilo que eles pais não fizeram, ou que os outros não criticarão. É como se os pais não acreditassem mais nos antigos valores, e não conseguissem ainda absorver os novos, e isso ainda se junta à grande dificuldade que encontram em dizer não ao filho. Dizem sim pela grande culpa que sentem, pois sabem que estão dando pouca atenção ao filho por questões pessoais e profissionais (como tantos pais). Então, sempre que uma criança ou adolescente sentir fraqueza nos valores, falta de limite, descrença ou supervalorização em seu potencial, sentir-se-á inseguro e reagirá de forma estranha, contestadora e desafiadora. O adolescente se confunde e confunde os pais, sente-se manipulada e manipula, mente e faz chantagem, infringindo as fracas regras. Cria-se assim um círculo vicioso de discussões e desentendimentos, gerando mentiras, mágoas, enfraquecendo os laços familiares, justamente numa época em que estes laços são tão necessários para o filho suportar a angústia característica dessa fase do desenvolvimento emocional, deixando a porta aberta para as insanidades do mundo (drogas, violência, entre outros).

    Dar o limite certo na hora certa implica perceber o amadurecimento das aptidões da criança e seu grau de responsabilidade, bem como seus pontos mais fracos, suas dificuldades e seu grau de interesse para vencê-los. Mas para que os pais consigam perceber estas condutas, eles devem investir em si mesmos primeiramente, estudando o assunto, lendo e participando de cursos, palestras sobre o assunto; e em seu próprio autoconhecimento, resgatando seus próprios valores éticos e morais, que poderão ser compostos por valores antigos e bons, além de valores novos e bons.

    Além disso, faz-se fundamental resgatar (instalar) a cooperação. É através dela que a criança aprenderá a participar, entender-se e dialogar com a família, e o que é mais importante: estabelecerá o seu lugar nessa família e o lugar das demais pessoas (respeitando pai e mãe). Ela poderá, ainda, desenvolver o prazer de cooperar para depois operar, isto é, fazer sozinho.

    Dentro desta proposta, cada família deve então formar seu código particular para cumprir a ética e a moral vigentes na sua sociedade, de acordo com valores, crenças e ideais que tenham a ver com essa família, única e inigualável. É com determinação que os pais convencerão os filhos a cooperar. E quando um não se fizer presente entre pais e filho, será o bom senso que determinará e norteará o entendimento, baseado nesse código particular.

    Ensinar limites para um filho é tarefa árdua!

    E o que aconteceu no episódio do Maneco? Junte sua família e discuta sobre o assunto, levando em consideração seu código de ética particular. Analise o episódio e crie você mesmo uma solução para esse problema.

    Tarefa dos pais é dar limites aos filhos, mas também, deverá ajudar seus filhos a superarem suas próprias limitações.

    Droga - a cooperação pode ser uma saída na prevenção

    Outro dia li no para-choque

    de um caminhão a frase: Adote seu filho antes que um traficante o faça.

    Refleti, então, sobre o assunto: Por que os pais têm dificuldades na prevenção às drogas, e quando se dão conta, o filho já foi adotado pelo traficante? Ou já se envolveu com alguma droga, mesmo que lícita?

    Ocorre que justamente na fase da adolescência existe uma mudança de comportamento, e os pais se confundem, acreditando na personalidade forte ou no mau gênio dos filhos.

    Mas para detectarem realmente o processo de rebeldia que acompanha o adolescente, um trabalho anterior deve ser instalado, a cooperação da criança em relação às ordens dos adultos. Pais e filhos necessitam doar-se em conjunto nas tarefas cotidianas do lar, nas brincadeiras e na maior parte das atividades em que isso seja possível.

    Se o filho entende, participará, sentindo-se parte daquela família. Pertencimento é importante para as pessoas. Então coopera, isto é, inicia o processo de ação com a supervisão dos pais, sentindo-se útil, amado e seguro. Ele aprenderá, principalmente, a ouvir, entender e confiar nos pais.

    Na adolescência, seu processo rebelde tem a lógica de torná-lo uma pessoa independente e capaz de assumir e gerenciar sua própria vida. Nessa fase, se houver crescimento para independência, na juventude já teremos uma pessoa responsável, que agora opera, isto é, toma atitudes, tem ações e as executa sozinha.

    Ao percorrer esse caminho, perceberemos um adolescente cheio de vida, ansiando a independência e fazendo o possível para obter êxito; estudando, preparando-se profissionalmente e transitando entre a família e os amigos.

    Se a família optar por um caminho diferente da cooperação, dificilmente haverá uma operação eficaz; não se sentirá importante para os outros e nem amado. O adolescente não terá uma boa autoestima, estando propenso a acreditar que qualquer besteira serve para ele e, por fim, sentindo-se inseguro adota uma vida insignificante. Esse sentimento pode levar a procurar alguma forma de compensação dessa sensação de menos valia buscando uma bengala qualquer: um cigarro entre os dedos, um copo entre as mãos ou um ato infrator, como comprar uma droga na boca de fumo.

    Quando os pais têm um compromisso sério com a verdade, ocupam-se com os filhos mais do que se preocupam; conseguem obter melhor entendimento deles em relação aos rumos da educação na adolescência, e então terão filhos mais cooperadores que passarão pelo processo da adolescência como a maioria dos adolescentes passará: superando a dor da perda da infância.Entenderão melhor os limites da sua curiosidade e terão menos chances de desenvolver a dependência.

    Vínculos afetivos fortes, em que a qualidade de vida é priorizada, em que momentos de prazer são compartilhados em família podem contribuir muito para diminuir a incidência de dependentes químicos.

    Se quiser ter filho, responsabilize-se por ele.

    Brigas entre irmãos

    Já pensou se não brigassem?

    Um irmão quebra o brinquedo e o outro diz: Tudo bem, sem problemas, foi até bom quebrar!. Isso não existe, não é mesmo?

    O motivo principal é a própria briga, pois a criança aprende técnicas de ataque e de defesa, envolve os outros e sai do tédio. De maneira lúdica, ela começa o preparo para a vida adulta. Além da disputa pelo amor da mãe. Quem ela ama mais?

    Vai testar seus limites, se autoafirmar e aprender a negociar o que deseja, ou o que necessita. A pergunta mais inútil do mundo é: Quem começou?. Porque o objetivo de envolver o adulto na esperança de que acuse um e defenda o outro já foi alcançado. Quanto mais o adulto interferir, mais terá de interferir. Atenção com o recado que é dado ao filho mais velho, porque ele poderá trocar o não bater por não posso me defender.

    Deixe o filho falar, talvez tenha uma queixa legítima, mas também deixe claro que você tem como função, garantir que cada um se sinta seguro nesta casa, portanto não permitirá agressões físicas. Retire o outro da posição de vítima indefesa, mostrando-lhe que já não é aquele bebezinho, porque, por exemplo, sabe escolher roupas, alimentos, guarda as roupas no armário, etc. Busque soluções junto ao filho prejudicado para minimizar sua raiva, por exemplo, diga ao outro: Se ele é tão ruim, você não precisa brincar com ele; ou, Puxa, ele sabe deixar você chateado. Exercite o diálogo entre os filhos para evitar novas agressões.

    Podemos observar que, ao mentir, a criança utiliza sua inteligência para criar ou distorcer um fato com o propósito de livrá-la de uma situação difícil da qual necessita escapar a qualquer custo, por não querer ou não poder aguentar as consequências. Então, pode esconder um boletim por não querer assumir a responsabilidade sobre seu ato, o de não ter estudado o suficiente; ou por não poder assumir a emoção que a nota lhe gerou devido à crença de que será trucidada pelos pais. Que pode não corresponder à verdade.

    Temos de um lado aquela que mente, e do outro lado, para quem ela mente.

    Sabemos que mentir é uma atitude inteligente utilizada para que se livre da situação indesejada, mesmo que mentir seja imoral. Resta-nos ressaltar que o mentiroso acredita que seus pais não terão estrutura suficiente para ouvir sua verdade, então inventa algo que gostariam de ouvir. A mentira pode ter crédito, e isso deflagrará mais mentiras, porque funcionou uma vez e continua funcionando, até…

    A melhor maneira de enfrentar a situação é avaliando a realidade, percebendo, enquanto pai/mãe, que é necessário o fortalecimento de suas estruturas emocionais para não saírem gritando, espancando ou humilhando o filho que erra. Prepare-se para dar-lhe a segurança de poder e querer assumir esses erros. Quando a mentira virou hábito, é necessário ajuda de um profissional para vasculhar sua raiz, pois pode levar ao cinismo

    Quando disser sinto muito, olhe nos olhos da pessoa.

    Vestibular - grande passagem.

    Ao estudarmos o desenvolvimento humano

    desde os tempos mais remotos até os dias atuais, poderemos observar que em todas as épocas, de alguma maneira, a passagem da juventude para a vida adulta sempre foi marcante, seja por grandes festas ou por grandes provas de coragem.

    Como determinada tribo indígena do Brasil, por exemplo, em que o jovem deve vestir por algum tempo uma luva tecida com formigas cuja ferroada é muito dolorida, e deixar-se picar, repetindo esse feito algumas vezes. Com isso, não só era iniciado na vida adulta como também conquistava o respeito e a admiração da tribo por sua coragem. Surge, então, no século XX (com mais intensidade nos anos de 1950), um ritual moderno: passar no exame da universidade, passar por um trote e ser bicho por um ano (isso tudo vislumbrando um aprendizado profissionalizante, com duração média de cinco anos). E, assim, conquistar um lugar de respeito e admiração na sociedade moderna. Inicia-se então sua passagem para a vida adulta, tornando-se pessoa útil e contribuinte com os propósitos dessa sociedade.

    Ele permanece firme: às pressões das provas de seleção, à humilhação do trote e a discriminação. Está pensando na sua realização pessoal, profissional, no desejo de respeito, bem como no reconhecimento dessa sociedade. Para, assim, alcançar dignidade.

    Não seria um grande desafio se as condições de chegada até esse vestibular fossem outras mais amenas, mas temos uma seleção porque são menos oferta de vagas que o número de interessados. Portanto, os que mais sabem terão vantagens. Isso não dependeu só do esforço individual de cada vestibulando. Sabemos no entanto que os alunos, despreparados, são a maioria, pois foram de alguma forma prejudicados pela pouca qualidade no ensino brasileiro, gerando desmotivação ao buscar o saber, além de outras questões emocionais e sociais.

    Nas famílias, aparecem comentários de que as provas são difíceis, que o vestibulando é nervoso, o cursinho é muito caro; e que o gênio de 15 anos, filho do vizinho, entrou na USP (Universidade Sã0 Paulo), e que provavelmente o vestibulando está meio fraco e pode não conseguir. Reforçam no vestibulando a descrença no sistema e no conhecimento e garra de conseguir vencer.

    Vamos pensar nessa passagem, nesse ritual, começando pelos comentários que não ajudam em nada e que atrapalham muito. Evite-os por trazerem um clima de insegurança, ansiedade e esmorecimento, não bastasse déficit escolar que o vestibulando muitas vezes sabe que tem. Juntando tudo paira uma nuvem cinzenta em sua cabeça.

    Terá muito mais chances o vestibulando cujos pais, acreditando em seu filho e bom desempenho, propiciem um ambiente acolhedor e tranquilo. São pais que não depositam suas ansiedades, vaidades e orgulho sobre o filho. Todos, a seu tempo, seguirão seu ritual de passagem, mas os pais contribuirão bastante se permitirem ao filho lidar tão somente com suas próprias incertezas, angústias, limitações e culpas. Isso já é muito grande, não é? Então, os pais necessitam deixar guardadas as suas aflições, sem comentários sobre elas. Jovem, uma coisa é certa: muita gente tem passado por esse ritual e, mesmo não sendo nas condições idealizadas, quem se propôs efetivamente, conseguiu. Estamos falando de todas as pessoas que estão aí, profissionalizadas, com curso superior, e sabemos que é muita gente. Assim, tenha força para prosseguir, coragem para superar as suas dificuldades e ousadia para carregar o fardo que lhe pertence.

    Vá em frente, você consegue! Vitória!

    Voluntário – um ato heroico

    Dentre tantos comportamentos, sabemos que

    para realmente encontrar a paz e exercitar sua cidadania e solidariedade, faz-se necessária a ação. A ação, na forma de levar o amor, mas o amor que nada quer em troca, embora produza uma alegria inexplicável. Ernesto Vieira Morais, colaborador voluntário, escreve que deveria haver uma motivação interna, um desejo para participar das causas sociais espontaneamente e, assim, doar algo que se possua. Isso faria a grande diferença, pois refletiria em um mundo mais justo. Lembra ainda que as exigências do trabalho voluntário devem estar subordinadas à fé (individual), alimentada pelo serviço e pelo amor, num ambiente de paz, confiança e entendimento entre os membros, e que são chamados a serem servidores da comum união.

    Temos necessidade do sentimento de bem para aprendermos a lavar os pés uns dos outros, como um exercício de autoridade, contrário à necessidade de imaginar-se superior ou de dominar. Como percorrer esse caminho?

    Nós somos movidos a desejos e sempre temos a intenção de receber algo com nossos gestos: Dou para que me dês, realizes o meu desejo. Já no caso do voluntário, deve haver uma renúncia total dessa intenção, e a frase precisa ficar assim: Dou para que sejas feliz, e abro mão do que me darias. Porém, abrir mão de gratificações é sacrifício.

    Para ser capaz de um sacrifício, a pessoa necessita ser livre e mostrar que é dona total de suas próprias vontades, renunciando consciente e premeditadamente. É a pessoa que decide, movida por uma instância que está acima da individualidade dela, num exercício da autoridade sobre si mesma, não sobre outros, levando-a a abrir mão de satisfações pessoais.

    Neste ponto, querido leitor, devemos reconhecer que é um ato muito mais difícil do que se possa pensar. É um ato heroico. É desenvolver um logos (lógica) diferente do instinto desejoso, uma força do self (si mesmo), que rompe as barreiras, transcende. E conduz à cidadania e à espiritualidade.

    Para ser voluntário, não adianta ter passado pelas melhores universidades. É necessário passar várias vezes na fila da solidariedade com humildade, em que o maior sucesso não está fora do homem, mas na conquista do terreno de dentro de si mesmo. De conhecer-se e reconhecer seu egoísmo, equilibrando-o com o altruísmo. Só então, a pessoa terá condições de lançar-se na atividade voluntária como as propostas de Ernesto Moraes. Talvez isso explique porque, em geral, temos tão poucos voluntários. O que anima é que para ser, basta querer ser. Você já se voluntariou alguma vez?

    Não se mede a vida de uma pessoa pelo que ela acumula, mas pelo que ela distribui.

    Drogas - papo cabeça

    Saiba um pouco mais, não

    seja tão ingênuo ou despreparado. Surpreenda seu neto ou seu filho, sobrinho e outros. Saiba as verdadeiras respostas e não fuja quando o assunto for maconha, droga bastante difundida no meio estudantil, a partir do Ensino Fundamental.

    A rua, os amigos e os meios de comunicação, mesmo sem promover as drogas diretamente, podem passar a impressão de que usá-las é normal e até esperado. É chocante a facilidade (e o preço) para obter a droga. Acreditar que seus filhos nunca usarão maconha é um grande perigo, porque as pesquisas mostram que o acesso das crianças a ela é muito mais fácil do que os pais imaginam.

    Os avós têm um papel especial na vida das crianças, podem usar a intimidade e a confiança que lhes é depositada para persuasão. Portanto, aproveitem essa dica. Saiba o que é mito e o que é verdade sobre a maconha, mostrando claramente às crianças porque não deve ser usada.

    Mito: a maconha não é prejudicial porque vem de uma planta e é totalmente natural.

    Verdade: a maconha contém os mesmos elementos cancerígenos que o cigarro e em quantidades maiores.

    Mito: posso fumar maconha só de vez em quando sem problemas de dependência.

    Verdade: o uso ocasional conduz invariavelmente ao uso frequente.

    Mito: a maconha é um santo remédio.

    Verdade: o uso medicinal separa em óleo a substância essencial, e o canabidiol (CBD) atua no sistema nervoso central e ajuda no tratamento de doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas.

    Verdade: as pesquisas comprovam que, como controladores de vômitos, ela tem um efeito 94% inferior ao Plasil (metoclopramida).

    Mito: a maconha é pré-anestésico, relaxante muscular, eficaz no retardo tumoral.

    Verdade: as pesquisas nesta área demonstraram resultados negativos.

    Mito: a maconha não danifica o cérebro.

    Verdade: a maconha atua negativamente nos cérebros em formação de adolescentes, podendo provocar esquizofrenia com o passar dos anos. Também pode provocar transtorno bipolar em jovens, bem como Síndrome do Pânico.

    Se você ainda se pergunta: Será que a maconha é mesmo tão ruim para o meu filho? Porque nos anos 70 eu usei e, hoje, não sou dependente? Veja essas razões e conclua por si mesmo:

    Ela é ilegal, comprá-la é ato ilícito.

    Ela tem hoje um nível de THC (princípio ativo) até 12 vezes mais alto (mais potencializado) do que nos anos de 1960 e 1970.

    Há pesquisas comprovando o aumento da incidência de Síndrome do Pânico entre usuários de maconha assim como transtornos psiquiátricos.

    É provocadora de desmotivação, facilitando o abandono dos estudos.

    Os elementos cancerígenos de um maço de cigarros estão na mesma proporção para um cigarro de maconha.

    Fumar maconha ou andar com quem fuma pode significar estar exposto da mesma forma que: a outras drogas, a problemas escolares, vida sexual precoce, gravidez indesejada e problemas com a lei.

    O uso da maconha pode diminuir os reflexos, provocar visões distorcidas da realidade, diminuir a sensação de perigo e aumentar os riscos de acidentes.

    É considerada, no meio médico, como a droga idiotiza-te, provocando a perda da capacidade de concentração e da memória momentânea. Ela influencia na atividade cerebral, podendo prejudicar o desenvolvimento do cérebro e do corpo.

    Adolescentes que se apoiam na maconha deixam de enfrentar as dificuldades normais do crescimento e não conseguem aprender as lições psicológicas e sociais.

    De tudo isso, dessa síntese, o que se pode inferir? Pelo menos uma coisa:

    Maconha é droga! Negar que ela possui alguma condição medicinal não tira seu cerne maior de droga.

    Como orientar as crianças sobre esse assunto?

    A angústia maior que os pais sentem em relação à prevenção das drogas é porque não sabem o que fazer para preveni-la.

    A prevenção consiste numa afirmativa: Dizer sim à vida. Como?

    Fortalecendo a família, porque não há nada que funcione tão bem quanto o bom relacionamento e o diálogo entre pais e filhos, cultivado desde cedo para formar um jovem questionador, mas capaz de estabelecer pontes, pontes essas que o farão decidir adequadamente, sem necessidade de proibir suas tomadas de decisões. Lembre que diálogo não é monólogo, nem sermão.

    O

    1° passo

    a ser dado é uma revisão familiar, melhorando as relações conjugais, diminuindo os desafetos e as criancices do adulto, estabelecendo uma relação mais equilibrada. E também largando mão dos abusos de algumas substâncias, mesmo lícitas ou tidas como necessárias, como cigarro, cerveja, remédio para dormir ou emagrecer, lembrando que isso é vício e que as crianças estão aprendendo com seus pais: ou autonomia ou dependência. É difícil mexer em hábitos, mas é necessário viver bem.

    O

    2° passo

    diz respeito à paternidade ineficaz, pois falta de limites e direcionamentos gerando filhos mimados, birrentos e déspotas. Podendo apresentar por conta do temperamento impulsivo, desordem de conduta, dificuldade nas relações sociais e até fracasso escolar, quando estiver intimamente ligado à disciplina e frustrações. Temos bons livros, cursos, palestras e também psicólogos para orientação. Use esses recursos.

    Os pais devem acompanhar as etapas de desenvolvimento, com regras firmes e consistentes (não e sim com sentido lógico), estar junto ao filho para observá-lo sinceramente, melhorando essa relação, tendo sempre em vista que o amor é ilimitado, mas a tolerância deve ter limite. Buscar informações corretas e atuais sobre todas as questões que surjam (inclusive sobre as drogas). Lembre-se que ou o seu filho as ouve de você, ou aprenderá erroneamente entre os amiguinhos.

    Os pais precisam controlar suas próprias angústias e parar de assumir pesados compromissos financeiros só para não dizer não ao filho, satisfazendo-lhe além das necessidades, os caprichos.

    Criança necessita que o adulto o ajude- a tolerar frustrações, isto é, aguentar o não. Só assim ele poderá dizer um dia, não às drogas. Essa piedade que os pais sentem dos filhos, pena por serem filhos deles, é uma das grandes causas do insucesso da educação deles Na adolescência, serão mal sucedidos (pois os pais assim determinaram) e desajustados. E esses pais falarão mal dos coitados amanhã... Serão pessoas fadadas ao nível mediano de ações, não surpreendem.

    O filho precisa ter certeza de que a vida é boa, inclusive a vida adulta, para querer crescer. Viver o adulto não é só sobrecarga de obrigações, encargos e pesadas pedras. O mais importante não é o que se fala (evite os sermões), mas o que se faz diante do jovem. Sabemos o quanto é desgastante aos pais dar o suporte necessário ao filho adolescente, porém não há como pular a etapa do monitoramento. Portanto, pergunte ao filho: aonde vai, com quem e quando volta. Perceba que o filho não aceita discurso, mas clama por diálogo, participação e atenção.

    Dê isso a ele. Engaje-o em atividades assistenciais, sociais, culturais, regionais, religiosas. Comprometa-o com as tarefas cotidianas do lar, com os movimentos de cidadania, reivindique o funcionamento dos grêmios estudantis nas escolas. Faça-o se sentir uma pessoa atuante e de sucesso, além das notas da escola. Enfim, dê a vida, essa é a boa vida, saudável e compromissada. Envolvida nos vínculos afetivos, de esperança e confiança no amanhã.

    Nunca esqueça que existem coisas na vida que não se recuperam.

    Você vai comemorar o Dia dos Namorados?

    O dia 12 de junho

    foi instituído para os namorados comemorarem como o dia deles. Véspera de Santo. Antônio, dia das sortes casamenteiras, mas o que se comemora é o namoro mesmo? Fomos buscar no dicionário o significado dessa palavra, e namorar é: procurar inspirar alguém a nos amar, cortejar, é buscar com diligência, pedir com insistência, pretender o amor de alguém. Bem, é um forte candidato querendo ser eleito e amado por uma pessoa que se escolhe. Então é um processo que todos devem passar se quiserem amar.

    Só que nem todo mundo namorou, pois se Adão não teve sogra, o namoro dele foi diferente também, não precisou escolher a Eva (segundo nossa raiz judaico-cristã): Deus viu que o homem estava só... não é bom que o homem esteja só. Mas poderia ter dito que viu a mulher só, e que estar acompanhada pode ser uma escolha. Desde então, escolher e namorar alguém, nas mais diversas versões aqui no Ocidente, vem preenchendo a vida de amor, quando se acerta na escolha. Vamos pensar nessa escolha. A questão em evidência é: O que se vê no outro, diferente das demais pessoas, para se pretender o amor dessa pessoa? São cinco as situações que abordaremos:

    Escolhe-se o que se idealizou.

    Escolhe-se o que nos completa, porque não se tem.

    Escolhe-se o que nos parece familiar, parece conosco.

    Escolhe-se pelo prazer que aquela pessoa (objeto) poderá trazer.

    Retiro essas formas de escolha e encaro a pessoa real, com suas virtudes e fraquezas.

    No primeiro item, acreditar que encontrou a pessoa ideal significa lançar sobre alguém uma imagem que foi criada por você, e não é correspondente à realidade. As idealizações exibem pessoas fantásticas e sem defeitos. Como será o confronto com a pessoa real? Será muito conturbado, e você dirá que a pessoa, que antes era bacana, agora não é. Na verdade a pessoa não mudou. Você que não se dava conta do jeito dela porque queria acreditar na sua história da Carochinha. E a cada dia mais desconhece o outro produzindo relação sofrida.

    No segundo item, perceber que o outro lhe completa implica entender que essa pessoa tem o que lhe falta, e que deverão doravante lidar com as grandes diferenças entre ambos. Com o tempo, um se cansará de arrastar o outro naquilo que o outro não tem e que não se esforçará para ter. Será uma relação de exploração entre os dois.

    No terceiro item, a escolha é por ter a mesma cara. Seria melhor se namorasse sua imagem projetada no espelho, porque as pessoas poderão ter alguma semelhança, mas o que nos torna seres únicos é justamente o grande universo das diferenças. Ninguém é igual, e a descoberta disso trará frustrações e discussões.

    O quarto item está na moda, em que a escolha é feita segundo os prazeres: desfilar com a bonitona e com o sarado para despertar a cobiça dos amigos, sentindo-se como se desfilasse com um troféu.

    E pensar que você começou tudo isso para querer ser amado…

    O amor diz respeito a sentimentos, e o corpo é efêmero, passageiro. Escolher por esse prisma significa trocar toda hora de namorado, porque não há consistência em nenhuma relação que não estabeleça vínculos afetivos. Aqui conta a vaidade, e o amor não é vaidoso. Conta também tratar o outro como objeto humilhado. O amor não rebaixa, e sim enaltece as pessoas. E, pior ainda, demonstra imaturidade e certa falta de inteligência, deixando-se levar pelo lado da mídia, que não tem critérios. Forma-se então um quadro sobre quatro maneiras de aumentar (quando conseguirem chegar ao casamento) a fileira dos 45% de descasados por incompatibilidade de gênios.

    Embora muita gente namore desde bem cedo, esse namoro está aí para substituir a pouca infância de nossas crianças, e nada tem a ver com aprender a namorar. Todas essas formas são a representação do egoísmo, no desejo da satisfação imediata, que levarão o casal às rivalidades e ciúmes, longe do alvo pretendido.

    O namoro de uma pessoa madura com a intenção de propósito está no quinto item, e deve ter como premissa básica olhar a realidade do outro sem fantasia para ficar enfeitando a cena. Dando-lhe a oportunidade de ser diferente e ter suas próprias opiniões, mesmo divergentes. O desejo da harmonização deve ser a grande tônica da relação e, então, longe de ser oponente, um estará a serviço do desenvolvimento global do outro.

    Lembrando que o amor, sem atitudes inteligentes, não se sustenta. Namorar é aprofundar o relacionamento com paciência, sem orgulhos, arrogância ou interesses escusos, para fazer brotar o amor em qualquer fase, antes ou durante o casamento..

    O mundo nunca vai ter sentido com pessoas que não te sentem.

    Álcool na adolescência

    Mãe aflita: -Minha filha chegou na casa embriagada, fiquei sem saber o que fazer...

    Bom, não é necessário entrar

    em pânico. Isso acontece na primeira experiência com o álcool. A jovem acreditou que poderia parar na hora em que se sentisse atordoada. Ocorre que essa embriaguez é consequência do álcool que foi processado pelo organismo e que está no cérebro. Entretanto, tem mais álcool ainda, que ela já ingeriu que está no tubo digestivo e que também irá para o cérebro. Então, ela vai passar mal, perdendo o controle da situação porque não sabia que deveria ter parado bem antes.

    Após essa experiência, poderá rever a quantidade que tomou e adequar melhor as doses para a próxima festa.

    Uma conversa esclarecedora poderá resolver a questão. Se, no entanto, na próxima saída, a situação se repetir, acompanhe-a levando até as festas e buscando. Observando seu comportamento e o comportamento de suas amigas. É improdutiva a proibição, porque além de despertar mais curiosidade, o álcool faz parte das festas e comemorações, e ela deverá entender que bebida deve ser saboreada, não devorada. Mas se, apesar dessas precauções, ela continuar se embriagando, lembre-se que mesmo sendo socialmente aceito, o álcool é uma droga, e como tal deve ser encarada. Quando houver excessos constantes, procure ajuda, pois ela precisará de atenção para não adoecer dessa doença progressiva e incurável que é o alcoolismo.

    Dê um passo de cada vez, mas não perca a direção.

    Minha mãe cuida do meu filho

    Moça aflita: Tenho de deixar meu filho com minha mãe. É ruim?

    Para respondermos essa pergunta, necessitamos

    fazer uma revisão. Responda: Como sua mãe lhe vê? Ela a vê como uma pessoa responsável, sensata, tranquila, bem sucedida e admirável? Ou ela a vê como uma filha folgada, que sempre foge das responsabilidades, nervosinha e digna de pena porque nada dá certo? Se você optou pela primeira situação, certamente vocês terão harmonia nas decisões em relação à educação de seu filho. E mesmo que ela seja mais permissiva do que você, não terá a intenção deliberada de desautorizar suas ordens, portanto, chegarão a um consenso com facilidade. E a relação será mais tranquila.

    No entanto, se a sua opção foi a segunda, você poderá encontrar uma avó que não se sinta na obrigação de educar, mas sim de sabotar você. Os confrontos poderão surgir porque ela conhece seus pontos fracos. E não acredita que você seja capaz de educar seu filho, pelo menos não da forma como ela educou você. As comparações entre o gênio do filho e o seu mau gênio poderão acontecer. Nesse caso teremos conflitos instalados, causando muito desgaste emocional com danos principalmente para a criança, que será alvo nessa guerrilha.

    É sempre bom lembrar, no entanto, que as mães devem, nos dois casos, assumir suas funções de mãe, mesmo trabalhando fora. Pois, assim, seu lugar permanecerá preenchido. A avó só entrará se você deixar.

    Os fatos acontecem apesar dos seus desejos, mas a sua reação mediante os fatos, determinará os acontecimentos, de quase toda a sua vida, E será culpa sua.

    Vivendo a mulher-mãe

    No ano de 1908, quando

    o Dia das Mães foi comemorado pela primeira vez em uma igreja norte-americana, tínhamos as mães com um perfil bem diferenciado do que hoje conhecemos. Elas viviam dentro do lar, cozinhando no fogão de lenha, respondendo ao sistema patriarcal vigente. Não se interessavam pela leitura e escrita, pois elas eram desnecessárias. Casavam-se a partir dos 12 anos e traziam consigo uma aparência mais sofrida e desgastada do que sua idade cronológica.

    Carregavam a maternidade como seu bem mais precioso e, na maioria das vezes, essa era sua fonte única de dever e de satisfação, motivo pelo qual todas as suas energias acabavam canalizadas. Tínhamos a mãe clichê do avental todo sujo de ovo, cantada nos anos de 1950.

    No seu livro A mulher do terceiro milênio, Rose Maria Muraro conta que nem sempre foi assim, pois nas sociedades primitivas as mulheres ocupavam o lugar central e exerciam o papel fundamental na administração social. O homem nem sequer sabia que tinha importância na fecundação, pois essa função era atribuída aos deuses.

    Hoje, as mulheres mudaram muito, e representam, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 51,03% da força de trabalho no Brasil, arcando com dupla jornada de trabalho, arduamente lutando por seu reconhecimento profissional, equiparação salarial e clamando por sua realização pessoal. Para a grande maioria das mulheres significa, além da profissão, o exercício da maternidade, quando o desejo de gerar não consegue mais calar.

    E lá vai a mãe, agregar às suas tarefas o compromisso de fazer brotar, gerar, cuidar, orientar, sustentar de todas as formas o novo ser, seu filho. Às vezes, sem a presença do pai, cheia de sacolas na mão, cheia de culpa no coração, elas levam seus filhos às creches.

    Humanos nascem em estado de extrema dependência e necessitam da mãe por um período bem longo, maior do que a maioria dos animais que conhecemos. Por isso dependemos da aceitação, da dedicação, da solidariedade, bem como dos valores morais contidos nessa mãe.

    Valores e atributos esses, por sua vez, herdados de suas mães e avós através da observação empírica. Que não podem ser passados como foram recebidos, pois os tempos mudam, e não dá para seguir o modelo antigo. E ela passa por situações e circunstâncias na educação dos filhos em que tem que ser muito criativa para conseguir solucionar as questões que surgem a toda hora.

    Não sabemos se todas as mães do mundo são boas, mas podemos saber que se estamos aqui e agora é porque alguém, de alguma forma, solidariamente se ofereceu e dedicou-se ao nosso desenvolvimento, propiciando-nos condições favoráveis de proteção e amparo, desde a nossa frágil concepção até alcançarmos a autossuficiência.

    É ela que passou noites em claro, que agora quer passar suas verdades como se fossem as únicas verdades existentes. Que luta para que o filho não saia dos caminhos por onde ela já passou e conhece, pois deseja protegê-lo das pedras que estão lá.

    E o que dizer quando o filho solicita uma atenção especial (por ter nascido com algum déficit)? Daquelas mães abnegadas nas salas de espera dos consultórios, nos longos tratamentos (às vezes permanentes)? Como conseguem vibrar de felicidade por uma pequena aquisição do filho, sentida por ela como uma grande vitória?

    Dispostas ou cansadas, sorridentes, otimistas, confiantes em suas crenças, lá vão elas, as mães, quando se trata de fazer algo para seus filhos. São imbatíveis!

    Mesmo assim, nem sempre são reconhecidas por esses filhos como pessoas geniais e fundamentais na vida deles. Porém, mais uma vez, elas sofrem, mas não falam. As mães tudo desculpam e têm sempre uma explicação plausível para defender sua cria.

    Por tudo isso, receba nossa admiração!

    Para toda mulher que de alguma forma, em algum momento, exerce o papel essencial da figura parental feminina. A você, fé e força. Mãe, parabéns!

    Ame profundamente e com paixão. Você poderá se ferir, mas é o único meio de viver uma vida completa.

    Síndrome do Pânico

    Se for capaz de ler

    este artigo, é porque você conseguiu sobreviver aos diversos perigos durante seu processo de crescimento, tanto os causadores das limitações emocionais e cognitivas quanto os perigos externos referentes a permanecer vivo. Você sabe muito bem o que é sentir medo, porque foi graças a ele, entre outros, que está aqui e continuará se protegendo.

    O medo é uma forma de defesa do organismo contra um perigo iminente, e se manifesta sempre quando há uma ameaça concreta. Mas há outro tipo: o das pessoas que desenvolvem uma ansiedade enorme em relação a sentir medo. São pessoas que sentem um medo motivado por uma situação que não aconteceu ainda, mas que poderia acontecer no futuro. E que, na verdade, provavelmente não acontecerá. É medo de sentir medo.

    As ações começam a ficar mais limitadas, a pessoa não consegue distinguir de onde vem o perigo causador de tamanho medo. Tomando a casa como uma referência de refúgio, começam as dificuldades em sair, porque o mundo todo, indistintamente, passa a ser uma ameaça. Isso vai crescendo sem que ela se dê conta, sentindo-se cada vez mais angustiada e presa ao medo. Nesse momento, a pessoa entra num ciclo: o estado psicológico manda uma mensagem de perigo ao sistema fisiológico. Este desencadeará um conjunto de respostas físicas, tais como: descarga de adrenalina, taquicardia, sudorese, tremor nas mãos, no queixo e nas pernas, além de tonturas. Esses sintomas, por sua vez, serão reinterpretados psicologicamente como uma nova e verdadeira ameaça. Portanto, desencadeará todo o ciclo de novo, só que cada vez com mais intensidade.

    Desconfiando de tudo, essa pessoa acabará interrompendo a vida até o ponto em que, completamente apavorada, nem de casa sairá. E o outro passo será o medo de si mesma, não conseguindo mais ficar sozinha. Como se ela própria fosse sua maior ameaça. Frequentemente, essa pessoa busca a ajuda de cardiologistas, pois sente tontura, dor no peito, formigamento nos braços, como se estivesse prestes a enfartar. Tudo causado pela ansiedade do que está por vir. Esse tipo de medo já está longe daquele que ajudou o desenvolvimento, e agora está num grau que paralisa e deteriora qualquer tentativa de vida do indivíduo.

    Não devemos deixar os adolescentes e as crianças fora desse assunto, uma vez que sentir medo, não é privilégio dos adultos. A criança, por exemplo, tem o medo ansioso de perder a mãe na primeira e segunda infância, motivo pelo qual a mãe será extremamente desumana quando, para castigar o filho, diz bobagens (que não sente), como: não gostar mais dele, deixá-lo em algum lugar estranho caso não se comporte, que ele é feio, e outras coisas do gênero. Na idade escolar, as crianças desenvolvem medos relacionados a cair no ridículo perante os colegas, ao insucesso escolar e à falta de reconhecimento familiar. Sem falar sobre aquilo que não entende ou não pode controlar, como a escuridão, o sobrenatural, a morte e as situações desconhecidas. Assustar uma criança no intuito de educá-la pode trazer consequências nefastas para a vida dela. Elas também são susceptíveis à síndrome do pânico. Excesso de medo nas crianças provoca vários sintomas como: dores de cabeça, insônia, anorexia, distúrbios gástricos (dores de barriga, diarreia, vômitos), tensão irritabilidade, inquietação, falta de atenção, temores irracionais, dificuldade para aprender e fracasso escolar.

    Saiba se você tem síndrome do pânico, percebendo suas respostas positivas aos sintomas a seguir:

    Prejuízos das atividades diárias por medo de chegar a locais ou conduzir o carro até o destino da atividade.

    Sentir medo sem um fator externo determinado.

    Angústia sentida, acompanhada de um batimento cardíaco exagerado.

    Tontura, vertigem, atordoamento.

    Tremores, formigamentos em partes do corpo.

    Taquicardia e falta de ar.

    Sensação que vai morrer a qualquer momento.

    Tanto para as crianças quanto para os adultos, recuperar a autoconfiança é a solução. Mas quando esse quadro está avançado, serão necessários medicamentos e acompanhamento psicológico. Porém, se estiver no início, podemos utilizar algumas estratégias para interromper o ciclo do medo e diminuir a ansiedade, bem como os demais sintomas. Vejamos algumas dicas:

    Praticar exercícios físicos, pois liberam substâncias como endorfina, antidepressivo natural, que proporciona a sensação de bem-estar.

    Mudar conceitos e posicionamentos diante dos desafios da vida, pois a forma da pessoa ver e interpretar o mundo é que a leva ao sofrimento.

    Enfrentar a situação que causa desconforto quanto antes, pois assim diminui a ansiedade, com maior probabilidade de interromper o ciclo do medo.

    O medo, originalmente necessário à nossa existência objetiva, poderá vir a ser um poderoso inimigo se subjetivo. É preciso combatê-lo para poder reconquistar o poder de transformá-lo em energia potencial para a nossa defesa.

    Voltando a receber componentes como a serotonina, a adrenalina e a noradrenalina, que são as forças

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