O cobre e os figos
De Thays Horst
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Sobre este e-book
Em "O cobre e os figos", de Thays Horst, sentimos a presença tátil dos termos, a aspereza da palavra sede, a pulsação verde-enegrecida do fundo dos rios, a lisura da ponta dos dedos. Tocamos com os olhos o que se esfarela, o que se parte; o que, enfim, não cessa de se mover: um corpo, o desejo, a porção da página não ocupada, a porção ocupada por um verso urgente e repleto de nervos, músculos. Temos a sensação de que Horst escreve com as mãos, mas também com o que está dentro delas — tendões, veias, sangue. É pela presença aguda do corpo em cena que vamos nos colocando em cada um dos poemas do livro; como leitores, somos convocados à sua presença, ocupando pontas de versos e o coração de cada uma das páginas, sentindo ainda sua pulsação depois que elas acabam.
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O cobre e os figos - Thays Horst
1
observo
minuciosamente
mesmo de longe
tenho ido ao fundo de todos vocês
sem que me vejam
saibam
notem
só queria me afundar
cada vez mais
nessa parte esquecida
apodrecida
que vocês acham
que não têm
é sempre engraçado
esse medo
ser corrompido
enquanto se corrompem
todos
tenho trancado a respiração
como um hobby
e apertado o lado interno da coxa
desejando que você apareça
quando recobro a consciência
ou
me
afogo
ainda
mais
na
falta
dela
queria rasgar a garganta
com as mãos te arrancar
de dentro de mim
queria que você me dominasse
como você sabe
que gosto
mas do lado
real
qualquer momento
eu sei
te espero
urgente
sedento
para beber em
nós
sempre fomos um
e estou cansada de esperar
que você
destrua
as paredes antigas
de mim
aperto os olhos
com força
e quase sei dizer
onde você
se encontra
aqui
sei que você sabe a resposta
ecoando dentro de
você, eu
onde será
o
nosso
fim
2
pensei que você soubesse
entre nós havia
alguma coisa
montanha, abismo, rio fundo escuro demais
para ver
do outro lado
e eu fiquei sozinha com esse sentimento que
[pensei que era nosso e resolveríamos depois
você me pediria desculpa e eu estaria pronta
[para te perdoar
porque você sabe
não
você não sabe
eu não queria nada além
pensei que você me incluiria
no maior erro da sua vida
sem achar que ele
seria eu
que você consideraria
antes de decidir
por mim
nunca pensei que nossa reviravolta seria essa
você me ensinou a me abrir
não, você não ensinou mas
acreditei que sim
sempre fui responsável
por tudo que aprendi
te queria por perto por escolha
tão mais bonito
querer alguém
dessa maneira
você é todo esse amontoado
de coisas e eu
não me importo
prevalece
a dor
e
a clareza
de não precisar perdoar
para seguir em frente
3
você ri
dos meus trejeitos
e da forma como desvio
o olhar
no espelho
como se ao me encarar
eu visse você
sorrindo para mim
posso contar os segundos
que passam
quando você pisca
e esfarela
meu esterno
com as pontas lisas dos dedos
passa a língua
na boca
sua
minha
em todo o resto
você invade minha pleura
como
um câncer
que
não
corrói
mas
me
completa
vem
estamos prontos
não posso parar
de escrever sobre você
porque agora
eu sei como
e não quero mais
desviar
eu rio sério quase sem mexer a boca
você
de volta
4
eu sei do espanto
que deveria
ser
seu dedo
enfiado
fundo
na ferida
não dói
mas grito
preciso que você não
pare
agora
pelo canto
do seu olho
me vejo sangrar
e sinto
o gosto
da
revolta
na língua
sorrindo
olho
seus olhos secos
tão escuros
que eu poderia varrer
com um
sopro
você rasga
minha
carne
com
quase todos
os seus
dedos
dentro
de mim
posso te sentir
próximo
ao nervo
radial
assumindo
controle
respiro
lento
mas
bem no fundo
é como se
eu
respirasse
por nós
e agora que
você
me invade
não sei mais
onde começo
mas sei
exatamente onde
terminar
5
escrevo sobre
nascimento
como
se acabasse
de existir
e não coubesse nessa
explosão
re
nascer
nada me surpreende
talvez eu tenha nascido do avesso
sei que você entende
a ironia
se você cavar
como sei que quer
encontraria vestígios —
um eu que se importou
com coisas que ninguém
nunca entendeu
nasce o eu
dentro
do outro eu
mas é aquele
que