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Viajar – Antes e durante uma pandemia
Viajar – Antes e durante uma pandemia
Viajar – Antes e durante uma pandemia
E-book186 páginas2 horas

Viajar – Antes e durante uma pandemia

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Sobre este e-book

Patrícia tem um enorme desejo de conhecer o mundo que a rodeia, mas tem de começar por algum lado. Quando começa a viajar sozinha torna-se num vício, que passa todos os meses a consumir, como quem compra droga. Uma vez concluído o primeiro destino com sucesso, a sua ânsia é cada vez maior, e decide ir mais longe.
Está tudo a correr lindamente, até que certo dia…surge uma pandemia chamada COVID-19 e aí tudo muda. Uma nova forma de viajar surge, mas a Patrícia não baixa os braços, e assim, logo que possa, faz-se à estrada, mesmo sabendo que o pior pode acontecer. Será que vai correr tudo bem?
Viajar sozinha é um prazer enorme para ela, mas…e os obstáculos com que tem de lidar? Será que vai reagir bem a todos eles?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de jan. de 2023
ISBN9791222079622
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    Pré-visualização do livro

    Viajar – Antes e durante uma pandemia - Patrícia Alexandra Saraiva

    Agradecimentos

    Um Grande obrigada...

    Aos que se cruzaram comigo e tiveram a ideia de um dia eu escrever um livro 

    Aos que tive a oportunidade de encontrar e conhecer nestas belas aventuras 

    E a todos vocês. 

    Este livro surge a partir dos meus diários de viagens, que já fiz, um por cada cidade visitada.

    Ao mostrar os mesmos a amigos, houve alguém que teve a lembrança de dizer que um dia os poderia transformar em livro e assim partilhar as minhas experiências com o mundo.

    BADAJOZ (junho 2019)

    Dia 1

    Esta aventura começou na noite de 31/05/2019 quando decidi comprar uma viagem. Uma viagem para um sítio qualquer, mas de preferência para um sítio não muito caro, nem para muito longe de Portugal.

    Para primeira viagem internacional o mais correto é começar pelo país vizinho – Espanha.

    Mas oficialmente, esta aventura começou hoje às 05:15h, quando o despertador tocou. Não dormi nada a noite toda, nem tomei calmantes para a ansiedade. Antes adormecer na viagem do que ficar em terra.

    Quando às 06:11h apanho o autocarro que me leva até à estação de comboios, os olhares dos outros passageiros são inevitáveis.

    Ao chegar à estação de comboios pelas 06:26h, exatamente a mesma coisa – mais olhares. Assim que cheguei reparo que só havia comboio para a Estação Gare do Oriente perto das 7h. Pensei Nem Pensar!.

    Às 06:36h apanhei o comboio que ia para a Estação do Rossio. Saí na Estação da Reboleira e aí apanhei o metro, com uma mudança de estação pelo meio. Nestas situações há que saber improvisar.

    Para me fazer companhia entre estações e transportes trouxe comigo um livro, mas não um qualquer. Trouxe O mundo é fácil!, do Gonçalo Cadilhe. Eu sei, Gonçalo. E sei que este é um livro que é para ler antes de embarcar, mas precisava de o acabar de ler e de ver os teus conselhos, caso precise.

    Às 07:40h cheguei à Estação Gare do Oriente e ainda tive tempo de comprar uma revista – Time Out Lisboa, a minha fiel informadora e também companheira.

    Às 08:01h o motorista A. abriu as portas do porão para arrumarmos as malas. Como só levava a mochila não foi preciso colocar lá. Seguiu-se o check-out e fui à procura de um bom lugar para me sentar.

    08:21h – Fizemo-nos à estrada, não sem antes o A. se apresentar e explicar os básicos da viagem – não deixar lixo, etc.

    Ao entrarmos na Ponte Vasco da Gama senti-me a levantar voo, como se de uma borboleta me tratasse, e entrei num misto de emoções, entre choro, lágrimas e sorrisos. Um misto de felicidade, com certeza do que estava a fazer e ao mesmo tempo com pena de deixar os meus pais, e de ir ao incerto sem saber o que me espera no fim desta estrada longa. Mas já estou aqui em cima, bem alto, e só vejo o azul do Rio Tejo à minha volta, enquanto Lisboa fica lá atrás e é já só uma miragem. Enxuguei as lágrimas e tentei conter esta expulsão de sentimentos, para ninguém dar por nada. Não queria passar este misto de sensações para os outros passageiros. Eu não era a única passageira a viajar sozinha, ali dentro daqueles 14 metros com 4 rodas, iam mais raparigas na mesma situação do que eu. A decisão está tomada, é agora ou nunca.

    Limpei a cara, foquei na paisagem à minha volta e na música que trazia, e sigo em frente acreditando que vai tudo correr bem. Estava previsto chegar às 12:10h (hora espanhola), e assim foi. Foi uma viagem rápida e nada cansativa. Mais demorei uma vez para chegar a Castro Verde, em pleno Baixo Alentejo.

    Fui a única pessoa a sair em Badajoz! Tudo o resto foi para Madrid.

    Assim que cheguei parei para apreciar o que estava a minha volta e aproveitei para ir ao aseo (wc) pôr as minhas necessidades em dia.

    Após esse breve momento, surgiu a tão famosa dúvida: E agora? Esquerda? Direita?. Dentro de mim, senti um bloqueio entre cruzar o que estava nos meus mapas e o que estava visível à minha frente.

    Os meus mapas do Google Maps estavam muito mas muito incompletos, devido à minha inexperiência, e lá tive de recorrer aos locais para conseguir chegar ao hostal. Mas pelo caminho ainda deu para fazer um reconhecimento pelos supermercados – Dia e Carrefour Express.

    Aproveitei e fiz umas compras muito básicas para as próximas horas – fatiados, pão de forma, fruta e pouco mais.

    O check-out estava previsto para as 13h e assim que entrei no hostal (Hostal de Las Heras), gostei muito do que vi. Mal se entra na porta principal sente-se logo um aroma a detergente, que dá logo confiança para ficar hospedado.

    Subo as escadas de madeira e ouço vozes. No cimo das mesmas, uma seta a indicar a receção à esquerda. À minha frente está um casal de namorados, estrangeiros também, a fazer o check-out.

    Após fazer o check-out com a M. (rececionista), recebo logo as chaves e a password do wi-fi. O meu quarto fica no piso de cima.

    Abro a porta e deparo-me com cama, mesa de cabeceira, toalhas, lavatório com espelho, roupeiro, cobertor, secretária, tv, wi-fi, tomadas e aquecedor. Até tem uma janela para as traseiras.

    Instalei-me, organizei-me e fui à descoberta.

    Fui logo ao oculista tentar arranjar os óculos de ler, pois o parafuso tinha caído e tinha-se perdido. Por 1€ lá puseram um parafuso novo e apertaram o outro parafuso, bem bom!

    Passei a tarde a visitar tudo o que havia à volta e comecei a explorar o centro histórico.

    Até às 14h consegui percorrer a pé uma série de sítios que tinha previsto e pelo meio fui surpreendida com algumas obras de street art. Como era a hora da sesta, as ruas estavam desertas. Se tive medo? Sim. Confesso que me passaram pela cabeça alguns filmes de terror, mas tentei não pensar muito no assunto. Consegui ser confiante ao máximo e ter fé, muita fé.

    Quando saí do El Corte Inglés/Supercor, ainda consultei os mapas, mas eram um pouco confusos. Então decidi aventurar-me por uma rua que por acaso ia dar ao centro histórico, e a partir daí fui explorando e fotografando tudo o que o meu olhar admirava e considerava como belo.

    Então, nessa caminhada vi o Ayuntamiento, o Edificio La Giralda, o lado exterior da Ermita de La Soledad, a Alcazaba, o lado exterior do Museo Luis Morales, o lado exterior e um pouco do lado interior do Museo de Arqueologia, a Plaza Alta, a Plaza de la Soledad, o Parque de La Alcazaba e a Torre Espantaperros. Não vi por esta ordem, claro.

    Como estava calor, e ainda era a hora da sesta, vim caminhado até ao Teatro. Logo, estava muito perto do Paseo de San Francisco, da Estação de Correos e do La Plaza (supermercado Dia).

    Aproveitei e comprei umas miniaturas de viagem que não há em Portugal, como por exemplo o detergente líquido para lavar a roupa em viagem.

    Voltei para o hostal, fui almoçar umas sandes e fruta, e como estava um pouco cansada aproveitei para descansar um pouco. Ainda tentei dormir. Mas não consegui. Por volta das 16:45h voltei a sair e fui explorar outras zonas. Desta vez, fui até à Puerta de Palmas.

    Mas antes de lá chegar esbarrei com uma loja de recuerdos. Oh, que milagre! Achei muito estranho no centro histórico não existir, pelo menos que eu desse conta. A montra dizia tudo, menos o preço. Entrei e vi que era não só uma loja de recuerdos, mas também uma loja de gelados e guloseimas. Perguntei preços do que queria e acabei por comprar 2 postais.

    Saí para visitar e apreciar, e fotografar a Puerta de Palmas. Foi um fim de tarde lindo! Só não cheguei a ver o pôr do sol, que deve ser magnífico! Após a visita, vim para cima e lá me aventurei por umas ruelas que vinham dar à Biblioteca Pública Municipal Santa Ana. Aproveitei para entrar e ver os livros. Ainda me sentei a ver e a ler alguns artigos da revista Cosmopolitan, que era o que havia de interessante. Aproveitei esta pausa para descansar. Como ainda tinha muito para ver, fui andando e, logo de seguida, dei de caras com o Monasterio de Santa Ana. Logo mais à frente está o MUBA – Museo de Belas Artes. Este museu é grátis e tem imensas obras lindas para ver. Entrei e vi os 3 pisos (0,1 e 2). O único senão é que não se pode fotografar. Os artistas que mais gostei foram: Adelardo Covarsi, Antonio Juez, Bonifacio Lázaro, Alejo Vera, Eugenio Hermoso, Pérez Jimenez, Gutiérrez Solana, Claudio Díaz e Felipe Checa.

    Quando saí de lá, voltei a fotografar outros ângulos do edifício La Giralda (fica mesmo ao lado) e da chaminé da Ermita de La Soledad, que são lindos ambos. Após isso, lá fui explorar mais umas ruelas de comércio que desconhecia, onde acabei por fotografar fachadas e montras de lojas tradicionais.

    No meio desse passeio encontrei mais uma loja de recuerdos, onde acabei por comprar o famoso íman para o frigorífico. A loja é a Casa Espada e não vende só recuerdos, mas também fatos e acessórios para as danças tradicionais, e merchandising de bandas. Sim, os meus recuerdos da praxe são sempre postais e ímanes dos locais por onde passo. Pelo menos até agora tem sido assim. Também podia trazer uma t-shirt gira, mas fica para uma próxima.

    Continuando o caminho dei de caras com a loja física da Yves Rocher Cosméticos. E aí fiquei de boca aberta ao ver tal coisa. Pensei que só existia via catálogo, mas afinal enganei-me. É muito interessante irmos a outros países e encontrarmos coisas que não temos em Portugal.

    Mal entrei, fui logo abordada por um rapaz que ali trabalha, que tira dúvidas e aconselha sobre os produtos expostos que podemos comprar. E como já fui comercial desta marca, e gosto de alguns produtos, lá acabei por comprar 2 bálsamos para lábios de frutas – framboesa e morango. Os preços são os mesmos que estão no catálogo, mas como agora não trabalho para eles, e nem me apetece estar à procura de quem vende estas coisas, aproveitei e comprei logo aqui.

    Compras feitas, e passeio dado, é quase hora de ir jantar e ligar aos meus pais. Mas antes ainda me sento no Paseo de San Francisco a ver as vistas e a relaxar um pouco.

    Ainda no jardim, tentei ligar para Portugal. Liguei, liguei, liguei…e nada! Das duas uma, ou não estão a atender ou o roaming não está a deixar. E agora? Ainda por cima prometi-lhes que ligava à noite. A outra hipótese era pedir a uma amiga que lhes ligasse e dissesse que estava tudo bem comigo, mas não era a mesma coisa.

    Já no hostal, ainda fui tentar pesquisar na net (no telemóvel), mas sem sucesso. Deixa lá, amanhã tento outra vez.

    Dia 2

    Mal acordo, lembro-me de ligar de novo aos meus pais. Quem me atendeu foi uma rececionista das consultas externas do Hospital Universitário.

    Hospital Univesitario, Hola! Cual consulta quieres?

    Hola, no quiero consulta, yo so quiero hablar com mi madre e mi padre, en Portugal.

    Cual consulta? Volta a insistir a menina.

    Disculpame. – E desligo o telefone. Que barraca! Pedi logo desculpa, claro. Aí fez-se luz na minha cabeça. Para que é que serve o indicativo??? Para alguma coisa, não é? O segredo estava no indiciativo. Aquele número, sem o indiciativo, aqui pertence às consultas externas do hospital, e em Portugal pertence

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