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ATENAS
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E-book156 páginas1 hora

ATENAS

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Sobre este e-book

Grécia ? terra dos deuses, da mitologia, dos pensadores e dos esportes ? transpira (e inspira) história. Foi Atenas ? onde o clássico e o moderno convivem em harmonia ? que Airton Ortiz escolheu para fincar raízes e viver como um grego comum, sem as regalias da vida de turista. Em mais de quarenta bem-humoradas crônicas, Ortiz narra a vida do cidadão ateniense ? as dificuldades enfrentadas durante o período de crise, a luta da população por seus direitos e os pequenos recantos que apenas os atenienses conhecem. Ler Atenas é viajar sem precisar sair do sofá.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de mar. de 2023
ISBN9788582400562
ATENAS

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    ATENAS - JOSE AIRTON MACHADO ORTIZ

    capafront

    Dedico estas crônicas a Sócrates.

    Assim, finalmente, temos algo em comum.

    Agradecimentos

    Meus agradecimentos ao Grupo Zaffari, cujo mecenato possibilitou as viagens que deram origem a este livro.

    Democracia era uma forma de governo que existiu na Grécia antiga.

    Ficou conhecida como governo do povo, pelo povo, para o povo.

    Sumário

    Capa

    Agradecimentos

    1 - Hélade

    2 - Monte Olimpo

    3 - Hellas

    4 - Plateia Syntagmatos

    5- Leoforos Vasilissis Amalias

    6 - Parlamento

    7 - Hotel Grande Bretagne

    8 - Museu Arqueológico Nacional I

    9 - Museu Arqueológico Nacional II

    10 - Taverna

    11 - Templo de Zeus

    12 - Monte Lykavittos

    13 - Plaka

    14 - Cemitério de Keramikos

    15 - Gazi

    16 - Acrópole de Atenas

    17 - Thisio

    18 - Museu da Acrópole

    19 - Lysikrates

    20 - Monte Areópago

    21 - Anafiotika

    22 - Monte Pnyx

    23 - Monastiraki

    24 - Teatro de Dioniso

    25 - Pireu

    26 - Odeon de Herodes Ático

    27 - Syntagma

    28 - Estádio Panatenaico

    29 - Grande Calçadão

    30 - Palácios olímpicos

    31 - Ágora Grega

    32 - Stoa de Átalo

    33 - Templo de Hefesto

    34 - Stoa de Zeus Eleutério

    35 - Hospital Geral Sotiria

    36 - Liceu

    37 - Stoa Poikile

    38 - Makrygianni

    39 - Ágora Romana

    40 - Nikaia

    41 - O barbeiro de Atenas

    42 - Ágora Moderna

    43 - Praça de guerra

    44 - Sobre o Autor

    45 - Créditos

    1

    Hélade

    Abre-se o pano.

    Os helênicos acreditam que a Terra é um disco separado ao meio pelo Mar, como chamam o Mediterrâneo. Bem no cen­tro está a Hélade, tendo como pontos de referência o mon­te Olimpo, na Tessália, residência dos deuses; e Delfos, na Ática, residência do Oráculo.

    A mitologia é formada por doze deuses e deusas principais, além de uma infinidade de semideuses, musas, ninfas, monstros, gigantes e por aí afora. Toda cidade tem o seu patrono, que deverá ser apaziguado e lisonjeado; cada cidadão pode venerar este ou aquele deus, dependendo da necessidade do momento. Mas ai de quem ousar desafiá-los.

    Segundo ato.

    Entram em cena escritores, filósofos, dramaturgos, escultores, pintores, médicos, historiadores e uma infinidade de cabeças pensantes. A crença popular é substituída pela razão. As divindades cedem o palco aos humanos. Surge a pólis, a democracia e as belas-artes. Constroem o Parthenon. Aristóteles abre uma escola, chamada Liceu. Alexandre, o Grande, es­palha a cultura helênica pelo mundo.

    Terceiro ato.

    Chegam os romanos. As cidades-Estado, mesmo Atenas e Esparta, que viviam em pé de guerra, nas chamadas Guer­ras do Peloponeso, são transformadas na província greco-roma­na da Acaia. Os romanos renomeiam o país, dando-lhe o nome de Grécia, em homenagem a uma antiga tribo da região, os graikos. E adotam seus costumes.

    Quarto ato.

    Na virada do calendário, surge um novo Deus. Todo­-pode­roso, ele se revela por meio do filho, um disfarce que vem dos tempos de Zeus. A nova mensagem chega a Ate­­nas com o apóstolo Paulo. Os antigos templos são substituídos por igrejas cristãs ortodoxas. O céu é loteado entre os mais vivos.

    Quinto ato.

    Muitas guerras depois, e não mais apenas de uma cidade contra a outra ou contra os tradicionais inimigos persas, a Grécia se transforma num país moderno. Por fim, as Olim­píadas. Duas. A última embeleza Atenas, mas dá início a um grande endividamento externo. Os aristotélicos gregos, erro após erro, empurram o antigo mundo helênico para o caos.

    Fecha o pano.

    Fica uma pergunta:

    Por que a Grécia, que moldou o mundo, não consegue moldar a si própria?

    Vamos lá ver?

    2

    Monte Olimpo

    Abre-se o livro.

    Zeus, o deus dos deuses, era filho de Cronos, da família dos titãs, gigantes filhos da terra e do céu, surgidos do caos. Ele derrotou o pai e assumiu o poder, dividindo o mundo com os irmãos. Era o mais vivo deles.

    Como quem parte pega para si a melhor parte, Zeus ficou por cima, com o céu; Posêidon ficou com os oceanos e Hades com o reino dos mortos. Zeus morava no Olimpo, Posêidon num castelo sob as águas e Hades no submundo. Um inferno.

    Mas, que fazer?

    Quem nasceu para ser Hades nunca chegará a Zeus.

    Zeus usava o raio como arma e se protegia com um escu­do feito por Hefesto. Teve muitos filhos com a esposa e outras deu­­sas, mesmo assim, gostava de se disfarçar de humano para seduzir as donzelas mortais e ter com elas seus semideuses.

    Como Hércules.

    E tantos outros.

    Era casado com Hera, protetora das mulheres e da fa­mília, a rainha do céu, que era ciumenta e dominadora. Íris, a deusa do arco-íris, era sua mensageira e servente. O casal teve alguns filhos, como Ares, deus da guerra. Rejeitado por Zeus, o belicoso deus era venerado pelos espartanos, eternos rivais dos atenienses. Que, curiosamente, eram protegidos por Atena, também filha de Zeus.

    Sério.

    Vá entender os deuses.

    Outro filho de Zeus, Hefesto, o artista celestial, nasceu coxo. Naquela época, nem os deuses eram perfeitos. Na verdade, eles representavam as imperfeições humanas. Hera ficou tão aborrecida ao ver o filho deficiente que o jogou do céu. Não foi politicamente correto, mas Hera era Hera.

    Por ter forjado os raios de Zeus, Hefesto ganhou como es­posa Afrodite, a mais bela das deusas.

    Os romanos a chamavam de Vênus.

    No Brasil, virou sinônimo de preservativo.

    O que deveria ser um prêmio de consolação foi, na verdade, uma grande sacanagem com o pobre Hefesto: a deusa do amor, por não gostar do marido deformado, o traiu com quase todos os deuses do Olimpo. Sem falar nos semideuses e nos simples mortais. Caía na rede, era peixe; fosse divino ou humano.

    Não bastasse isso, a curvilínea senhora, mancomunada com o filho Eros, inflava corações, provocando até guerras, como a de Troia. Como hoje, os deuses mais confundiam do que ajudavam.

    Exemplos não faltam.

    Cada descida de Zeus na terra era um problema no céu.

    Com Latona, Zeus teve Apolo, deus da música e craque no uso do arco. Ele era ainda deus do Sol, assim como sua irmã gêmea Ártemis era deusa da Lua. Também deusa da caça, Ár­temis era, ironicamente, padroeira dos animais sel­vagens.

    Outra de Zeus.

    Que os romanos chamavam de Júpiter.

    Com Maia, Zeus teve Hermes, mensageiro dos deuses, pa­dro­ei­ro dos viajantes; um bonitão com chapéu e sandálias aladas. De todos os deuses, era o mais bajulador, sempre dispos­to a puxar o saco do pai todo-poderoso. Era também deus do comércio e até da ladroeira. Isto é: de tudo que requeresse certa habilidade.

    Nesse quesito, o mundo continua igual.

    Talvez um pouco mais criativo.

    Com Reia, Zeus teve Deméter, deusa da agricultura. A filha dela, Perséfone, casou-se com Hades e se tornou rainha do submundo. Dizem que ela se orgulhava muito disso, afinal era uma rainha. Rainha é rainha, seja onde for; quer no céu, na terra ou no inferno. Hades tinha um auxiliar: Caronte. O barqueiro esquelético vivia entre as brumas, transportando os mortos para o outro lado do rio.

    Com Sêmele, Zeus teve Dioniso, deus do vinho. Ele não representava apenas o domínio embriagador da bebida, como diziam – e ainda dizem! – seus opositores; mas também seu poder civilizatório. Conhecido pelos romanos como Baco, Dio­niso se tornou famoso pelas memoráveis festas que orga­nizava.

    As chamadas bacanais.

    Enfim, um deus com alguma utilidade prática.

    Com Memória, Zeus teve as musas, as nove deusas do canto e da memória. Além de inspirar os artistas, cada uma protegia um ramo especial da literatura, da ciência e das artes. Ainda hoje, as musas andam por aí, embora nem sempre representadas à altura.

    Cada época com os seus poetas.

    Havia ainda as três graças, deusas do banquete, da dança e de todas as diversões sociais e belas-artes; as três parcas, filhas de Têmis, deusa da justiça, que teciam o fio do destino humano: com suas tesouras, cortavam-no quando bem entendiam; e as três fúrias, deusas que puniam quem escapava da justiça. A pior delas era Megera.

    Namorei uma, quase nos casamos.

    Mas era uma deusa, mesmo assim.

    Além dessa turma, havia Nêmese, a deusa da vingança; Pã, deus dos rebanhos e dos pastores, que morava na Arcádia; os sátiros, divindades que viviam nos bosques e nos campos; Pluto, deus da riqueza; e Momo, deus da alegria.

    Este, muito popular no Brasil. Embora por aqui tenha sido rebaixado a rei.

    Era tal o poder de Zeus que ele teve uma filha, Atena, deusa de uma infinidade de coisas, sem que precisasse de uma mulher como parceira, sonho de muito homem. Atena saíra adulta da cabeça de Zeus, e completamente armada. Sua planta predileta era a oliveira, ainda hoje a árvore símbolo da Hellas.

    Como os gregos atuais chamam a Grécia.

    3

    Hellas

    Depois de criados os deuses, era preciso criar os animais.

    Para servir às divindades.

    Os titãs Prometeu e Epimeteu foram encarregados da tarefa. Ao dotar as feras com suas características físicas, Epi­me­teu gastou todo o arsenal de forças, garras, penas, rapidez, carapaças e outros atributos, nada restando para armar os hu­manos.

    Com um punhado de terra e um pouco de água, Prometeu havia criado o homem à imagem e semelhança dos

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