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As Declamações Deliberativas E Epidíticas De Erasmo De Rotterdam
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E-book664 páginas3 horas

As Declamações Deliberativas E Epidíticas De Erasmo De Rotterdam

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Sobre este e-book

É incomensurável a contribuição de Erasmo de Rotterdam, o príncipe dos humanistas, para a recuperação dos autores antigos durante o Renascimento. Uma de suas contribuições é a recuperação e transformação do gênero textual declamação (declamatio). Erasmo usou esse gênero para escrever suas principais obras, como o “Elogio da Loucura”, a “Queixa da Paz”, o “Sobre a Educação dos Meninos” e o “Elogio da Medicina”. O livro que o leitor tem em mãos procura ser uma espécie de introdução a esse gênero textual praticado por Erasmo e contém informações imprescindíveis para a leitura de suas principais obras.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de jun. de 2020
As Declamações Deliberativas E Epidíticas De Erasmo De Rotterdam

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    As Declamações Deliberativas E Epidíticas De Erasmo De Rotterdam - Marcos Eduardo Melo Dos Santos

    Agradecimentos

    Em primeiro lugar, aos meus pais, Emanuel e Luiza. Aos meus irmãos, Emanuel, Luiz e Hugo.

    À Professora Doutora Elaine Cristine Sartorelli, que orientou incansavelmente cada etapa do trabalho e sempre permitiu a liberdade para adoção ou não de suas sugestões. Devo reconhecer todo seu empenho. Guardarei admiração pela sua competência e gratidão por tudo que com ela aprendi.

    Não poderia deixar ainda de manifestar minha gratidão a tudo que o Professor Doutor Pablo Schwartz Frydman e a Professora Doutora Bárbara Costa e Silva, ambos dedicados pesquisadores das antigas declamações, contribuíram para o aprofundamento e a correção deste estudo. Aos Professores Doutores Paulo Vasconcellos e Pablo Schwartz Frydman que fizeram várias sugestões pertinentes durante o exame de qualificação e defesa da dissertação de mestrado, texto em que esse livro se baseia.

    Ao corpo docente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, que com muito esmero, excelência e solicitude me acompanhou nessa etapa, especialmente aos Professores Doutores José Eduardo Lohner, Pablo Schwartz Frydman, Márcio Suzuki, Maurício de Carvalho Ramos e Luiz Antônio Lindo, que também concederam indicações durante o trabalho de conclusão da disciplina que com eles cursei ao longo do mestrado. Não poderia ser omisso em agradecer à banca examinadora que com gentileza e competência arguiram e indicaram modificações no trabalho.

    À amiga, Professora Doutora Vanessa Guimarães Monteiro Ferreira da Costa, que também fez observações significativas no que se refere à tradução. Ao Professor Doutor Marc van der Poel que gentilmente enviou por correio seus artigos e livros sobre a declamação, não disponíveis à venda, a fim de contribuir com esta pesquisa. Aos professores de Língua Portuguesa, meus amigos, que incansavelmente me auxiliaram na redação, revisão e discussões de opções de redação, nomeadamente, os Professores Mestres Letícia Mendes Ferri e Weber Suhett de Oliveira.

    Sumário

    Prefácio de André Campos Mesquita

    Prefácio de Marc van der Poel

    Introdução

    1 - A declamação antiga

    A prática grega

    A prática latina

    Discussão terminológica

    O contexto republicano e o imperial

    A declamação segundo os autores latinos

    A Retórica a Herênio

    Cícero

    Sêneca, o Rétor ou o Velho

    A suasória em Sêneca

    Quintiliano

    2 - A recepção da antiga declamação no Renascimento

    Através das edições e traduções dos antigos

    A influência de Lourenço Valla

    Recepção, adição e renovação

    Definições da declamação pelos humanistas

    3 – A recepção da declamação em Erasmo

    Definições erasmianas

    Temas

    Contato de Erasmo com declamações precedentes

    Isócrates

    Plutarco

    Luciano

    Libânio

    Elenco das declamações de Erasmo

    4. Características das declamações erasmianas

    Declamação escrita e integral

    A disposição retórica

    As sentenças e os adágios

    Declamação e espelho dos príncipes

    Traços de suasória e de elogio

    Declamação e personificação

    Semelhanças com as personificações bíblicas

    As mulheres das Heroides de Ovídio

    Personificações femininas

    5. As declamações de Erasmo

    A queixa da paz

    Elogio da vida monástica ou Sobre o desprezo do mundo

    Elogio do matrimônio

    Resposta do bispo

    Elogio da medicina

    Contra o tiranicida

    Antibárbaros

    Sobre a morte prematura do filho

    Sobre a educação dos meninos

    Elogio da Loucura

    Considerações finais

    Bibliografia

    Fontes primárias

    Traduções da Queixa da Paz em ordem cronológica

    Outras fontes e traduções

    Dicionários

    Estudos

    Prefácio de André Campos Mesquita

    Filosofia e seus gêneros textuais

    O estudo da história da filosofia é quase sempre o estudo da história do pensamento filosófico. Quando se tem interesse por saber mais sobre um filósofo, o que se busca em geral saber é como ele pensava e quais eram suas ideias. Raros são os estudos que envolvem as formas de se expressar, a escrita ou o texto do filósofo.

    O olhar sobre o texto filosófico encontrou mais filólogos atentos à acuidade e fidelidade aos originais do que linguistas preocupados em analisar a produção dos gêneros do discurso empregados por filósofos ao longo dos anos.

    Dicionários filosóficos como Abbagnano, Lalande ou Huisman são uma amostra disso. Eles abordam os gêneros do discurso dos filósofos apenas de maneira circunstancial. Mesmo livros introdutórios sobre a obra de algum filósofo dedicam pouco ou quase nenhuma de suas páginas para discutir sobre o gênero discursivo empregado pelo filósofo em sua obra.

    Uma das exceções são os estudos do filósofo francês, Michel Foucault. Ele foi um dos poucos que se preocupou em ir além da história das ideias; seu olhar se deteve sobre as formações e transformações discursivas das produções científicas, sociológicas e filosóficas. Para Foucault, entender o conhecimento não era observar apenas – ao longo da história – como as ideias iam evoluindo, como elas iam gradualmente se afastando do erro e se aproximando da verdade; era, sobretudo, observar quais eram as condições de produção das coisas ditas, quando foram ditas.

    O seu domínio de análise eram os enunciados, o campo enunciativo e as práticas discursivas. Por meio do estudo dos discursos Foucault propunha identificar de que maneira o ambiente sócio-histórico determinava os sistemas de regras que possibilitava a difusão e veiculação dos enunciados em determinados tempos, lugares e instituições.

    O termo discurso (discursus) é uma tradução latina do grego διάνοια; e era uma oposição à νόησις (intuição). Essa oposição não poderia, no entanto, ser entendida como a anulação de um em favor do outro. O discurso era imaginado como um processo de análise do pensamento que estava baseado em uma primeira intuição. A intuição proporcionava o conteúdo de verdade e o discurso era a forma, ou seja: o percurso para o raciocínio. O discurso é uma operação intelectual que possibilita o trânsito do conhecimento por meio de uma sequência ordenada de juízos.  Conforme afirmou Leibnitz: Discursus est transitus cogitantis a sententia ad sententiam, ordine quodam sive consequentiarum sive alio ut in methodo.

    O estudo dos gêneros do discurso, todavia, não é algo que viria a surgir no século XX. Aristóteles escreveu amplamente sobre gêneros como poética e retórica. Para Aristóteles, havia três elementos componentes do discurso: aquele que fala; aquilo sobre o qual se fala; aquele a quem se fala.

    No Capítulo III, da Retórica, Aristóteles vai definir o discurso como sendo um som vocal ou um conjunto de sons vocais que tem uma significação convencional. O discurso pode ser tomado em sua totalidade ou em suas partes. Em sua totalidade, o discurso serve para negar ou afirmar algo. O discurso não é um objeto restrito à lógica, ele também aparece na retórica e na arte poética, ele é tomado como um conjunto de termos concatenados que diz algo sobre alguma coisa, por essa razão se assume que a noção de discurso se confunde com a noção de proposição. 

    A afirmação de que Sócrates não deixou nada escrito, por exemplo, é reveladora a cerca da relevância e o cuidado que os estudos filosóficos têm como o meio em que as ideias são propagadas. O modo como Sócrates filosofava não pode ser facilmente dissociado do modo como a sua filosofia era enunciada. O que pode ser percebido pela dificuldade em separar o método de Sócrates (Σωκρατική μέθοδος) de refutação (ἔλεγχος) do gênero diálogo. A refutação nos diálogos platônicos sob influência de Sócrates era um procedimento argumentativo que se desenrolava a partir de uma proposição inicial defendida por um interlocutor de Sócrates.

    A filosofia se utilizou de diversos gêneros, Fénelon empregou o gênero romance filosófico para compor o seu As aventuras de Telêmaco (Les aventures de Télémaque) em 1699. O filósofo se utiliza da viagem que o filho de Ulisses, Telêmaco fez para encontrar o seu pai para ensinar a arte de governar ao duque de Borgonha, que, presumidamente, neto de Luís XIV e o primeiro na sua linha de sucessão.  Fénelon buscava ensinar o jovem duque princípios de moral política recorrendo a um gênero mais leve do que os tratados de política contemporâneos. A obra, no entanto, acabou sendo vista como uma crítica ao absolutismo de Luís XIV.

    O gênero diário, por exemplo, pode até ser considerado inusitado para ser empregado em uma obra filosófica. Todavia, foi usada por Sören Kierkegaard para compor o seu Diário do Sedutor (Forførerens Dagbog). Publicado em 1843, como um dos capítulos de Enten – Eller, a obra é um diário em que o eu-lírico é um sedutor que narra o seu dia a dia e os planos para conquistar e tomar a noiva de outro homem. Essa foi a obra que tornou Kierkegaard célebre. O filósofo dinamarquês transforma a sedução em uma ação estética em que a ética e a religião são colocadas em segundo plano; o formato diário favorece a percepção do leitor com relação às etapas e rupturas das personagens ao longo da narrativa.

    Já o gênero carta está no título de diversas obras filosóficas. Ela pode ser apenas uma reunião das correspondências entre duas ou mais pessoas, como Cartas à princesa Elizabeth (Lettres à la princesse Élisabeth) que reúne o volume de correspondências do filósofo René Descartes entre 1643 e 1649; ou pode tratar-se de uma carta aberta ou manifesto como as Cartas de um habitante de Genebra a seus contemporâneos (Lettres d’um Habitant de Genève à ses Contemporains) em que Saint-Simon faz um apelo em favor de uma nova sociedade aos seus conterrâneos e contemporâneos.   

    A obra Anotações para uma moral (Cahiers pour une morale) de Sartre traz em seu título a indicação do que se trata. O livro apresenta um conjunto de notas tomadas entre os anos de 1947 e 1848, publicadas de maneira póstuma em 1983. O título serve como um alerta para o leitor sartreano que irá encontrar ali um corpo de textos ligeiramente do que está acostumado. Indica que o conteúdo é difuso, inconcluso e que tinham ambições maiores.

    Antonio Gramsci, trancado na prisão pelos fascistas sem acesso a nenhum, livro, nem jornal ou revista, escreve os seus Cadernos do Cárcere (Quaederni del cárcere) entre 1926 e 1937. A obra é complexa, fragmentária e de difícil leitura, mas revelam uma análise contundente da teoria marxista da política e da hegemonia ideológica das classes dominantes.

    Também da prisão, Wittgenstein concluiu o seu Tractatus Logico-philosophicus (Logisch-Philosophische Abhandlung), ele começou a escrevê-lo durante os anos em que era aluno de Bertrand Russell em Cambridge e o terminou em uma prisão, depois de ter sido capturado como prisioneiro de guerra pelo exército Italiano no fim da Primeira Grande Gerra. Wittgenstein servia o exército austro-húngaro na ocasião. O Tractatus se destaca pelo formato singular com que foi escrito.  É um livro sem introdução, sem capítulos e sem conclusão. O livro é composto e aforismos e corolários divididos e numerados de 1 a 7. Esses aforismos são subdididos em outros aforismos e corolários. É uma leitura árida e difícil.

    Nietzsche escreveu Assim falou Zaratustra: Um livro para todos e ninguém (Also sprach Zarathustra: Ein Buch für Alle und Keinen) na forma de uma novela filosófica, após ter tido duas experiências místicas. Sua intenção foi a de fazer chegar a sua filosofia a um público universal.

    Em O Nascimento da Tragédia, o filósofo alemão afirma que as tragédias de Ésquilo e Sófocles foram o apogeu de toda a criação artística por serem capazes de articular dois conceitos aparentemente opostos: o Apolíneo e o Dionisíaco. O Apolíneo representava a beleza harmoniosa, o trabalho regrado e metódico; enquanto o Dionisíaco buscava o entusiasmo apaixonado e o arrebatamento. Nietzsche era um crítico da dialética socrática que se afastava substancialmente das paixões e se apoiava somente na razão, assim como a maioria dos textos filosóficos, que valorizam excessivamente a razão em detrimento dos instintos.

    O gênero não é algo que o autor emprega de maneira onipotente para dizer o que quer dizer. Ele faz parte da composição, da invenção, do nascimento da filosofia. Em algumas ocasiões o gênero se impõe sem deixar brechas para a livre iniciativa do autor.

    Assim como o que o que escrever, o como escrever era uma das preocupações dos filósofos e cientistas na história; e é ainda hoje, como se pode ver, quase que a totalidade dos cursos superiores no Brasil tem uma cadeira de escrita acadêmica e metodologia de pesquisa. Essas disciplinas são propostas para que o estudante e futuro acadêmico se expresse de um modo que ele seja entendido, lido e levado a sério por seus colegas. Por essa razão, analisar a forma de expressão – ou mais especificamente: o gênero do discurso – que o filósofo imprimiu ao seu texto é um caminho para se pensar nas condições de produção de um discurso que poderia ser considerado verdadeiro por seus pares.

    Marcos Eduardo Melo dos Santos, nesta obra, analisa as declamações deliberativas e epidíticas de Erasmo de Rotterdam. Nesse gênero não há necessariamente diálogos. Trata-se de um longo monólogo, em que o filósofo conduz o seu discurso. Erasmo introduz uma inovação no gênero; ele insere a fala de personagens abstratas em seu texto.

    À primeira vista a declamação pode parecer um gênero obscuro na produção filosófica; no entanto é pouco provável que um leitor das obras filosóficas já não tenha lido um texto enunciado no gênero declamação.  A declamação foi uns maiores movimentos literários do Império Romano.

    O professor Melo dos Santos nos conduz neste livro a uma leitura e análise profunda dos recursos desse gênero, de suas possibilidades e limitações. Esta obra será um apoio para todos aqueles que tem intenções maiores de conhecer o pensamento de Erasmo e de outros filósofos modernos.

    André Campos Mesquita

    São Paulo, junho de 2020.

    Prefácio de Marc van der Poel

    Erasmus and declamation

    Desiderius Erasmus was a key figure in Europe during the transition period from the late Middle Ages to the Renaissance. Born in 1466, he entered monastic life at a very young age and was ordained as a priest in 1492. A few years later, he was sent to Paris to study scholastic theology. This curriculum did not suit him, and he decided to continue as an independent scholar and private teacher in the humanities. He never returned to his monastery and became a wandering scholar, spending shorter or longer periods of time in various places in England, France, Italy, the Southern Low Countries, and Switzerland, where he died in 1536. He was a devoted student of the ancient Greco-Roman literary and philosophical traditions and produced scholarly editions of numerous ancient authors and Church Fathers. His lifelong mission, however, was to contribute to a moral revival of Christian society, the res publica christiana, and to this end he fully used his knowledge of the classical tradition and his expertise in rhetoric and declamation. He was inspired by the ideals of the leaders of early Christian church, especially Saint Jerome, whose works he edited and published in 1516. Erasmus was also influenced by the work of some Italian humanists, notably Lorenzo Valla. Around 1500, he summarized for a pupil Valla’s Elegantiae linguae latinae, a groundbreaking philological work on correct and idiomatic Latin; this summary was published as a work in its own right in 1529. More importantly, Valla’s studies on the text of the Latin Vulgate and a few manuscripts containing the original Greek text may have inspired him to produce his own epoch-making new bilingual edition of the New Testament, with annotations (1516, subsequent editions in 1519, 1522, 1527, 1535). Although Erasmus’ work was controversial among both catholic and protestant theologians, his pedagogical and rhetorical treatises, his edition of the New Testament, and his ideas on pacifism and religious tolerance had considerable influence in Europe until the nineteenth century.

    In the field of rhetoric and declamation, Erasmus was influenced most strongly by Quintilian, the first-century orator, pedagogue and teacher of eloquence, whose Institutio oratoria is an authoritative ancient writing on oratory and rhetoric. This massive work contains a comprehensive treatise on the theory of eloquence and a description of the curriculum taught to student orators in Greco-Roman schools, enriched with didactic recommendations based on Quintilian’s own teaching practice. In this work Quintilian also proclaimed the typically Roman ideal of the orator as a vir bonus dicendi peritus, literally ‘a good man experienced in speaking well’. This is the idea that an orator should be a man with character, trained to be morally upright, having knowledge of philosophy, law and history, and possessing a strong sense of social responsibility.

    School declamation in antiquity probably developed from the philosophical exercise of the thesis, a general proposition to be defended or attacked. It is a fictional judicial speech against or in defence of a defendant (controversia), or a fictional political speech offering advice to a body of citizens or a historical figure deliberating about a decision they must make at a crucial moment in their political or private lives (suasoria). The essence of declamation was to train the aspiring orator in exploring both sides of each case so as to marshal appropriate arguments for it and refute the counter-arguments, and vice versa. Declamation was preceded by the ‘preliminary exercises’, which taught the student orator to write various forms of prose compositions such as narrative, praise and blame of a historical person, or a discussion for and against a question about which people disagree. In addition to composition exercises and declamation, the curriculum featured a substantial programme of reading poets, historians and orators, in order to supply the student orator with a store of ideas and thoughts, and of words to express them in any given case (copia rerum ac verborum). Quintilian recommends that orators continue to carry out exercises in writing and speaking in their professional lives, so

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