Devir De Um Professor Pelas Veredas Da Educomunicação
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Devir De Um Professor Pelas Veredas Da Educomunicação - André Camargo
DEVIR DE UM PROFESSOR PELAS VEREDAS DA EDUCOMUNICAÇÃO
Narrativa autoetnográfica
ANDRÉ CAMARGO
DEVIR DE UM PROFESSOR PELAS VEREDAS DA EDUCOMUNICAÇÃO
Narrativa autoetnográfica
Título original
DEVIR DE UM PROFESSOR PELAS VEREDAS DA EDUCOMUNICAÇÃO
Primeira publicação em
Ibiúna, São Paulo, Brasil.
2022
1ª Edição
Todos os direitos da obra
DEVIR DE UM PROFESSOR PELAS VEREDAS DA EDUCOMUNICAÇÃO
reservados ao Autor
Copyright do texto © André Camargo 2022
Arte de capa — ANDRÉ CAMARGO
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
B333m Camargo, André - 1976
Devir de um professor pelas veredas da Educomunicação / André Camargo. -- 1. ed. --
Ibiúna, SP: Ed. do Autor, 2022.
ISBN:978-65-00-03804-0
1. Educação2.Comunicação 3. Educomunicação
I. Título II. Camargo, André
20-37202CDD - 869.3
CDU - 821.134.3(81)
Índices para catálogo sistemático:
1. Ficção : Literatura brasileira B869.
Dedico esta obra a minha filha Gabriela, meu pai, Professor Jacob (in memoriam), a meu irmão, minha irmã e todos meus sobrinhos e familiares
Dedico também a todos que querem trilhar os caminhos da educação como forma de transformar vidas por meio do conhecimento para pensarmos em transformar o mundo.
AGRADECIMENTOS
Nesta obra, gostaria de agradecer aos mestres e a todos professores educadores-educandos. Aos que sucumbem, aos que criticam, aos que transformam, aos que lutam. Agradeço aos alunos, pela paciência ao me ensinar estar no mundo, viver no mundo e com o mundo. Além de me ensinarem ser menos rude, menos melindroso, menos egoísta, menos machista, menos tudo o que deve ser de menos, que impede-nos de ser mais.
Amar e mudar as coisas me interessa mais. . .
(Belchior)
APRESENTAÇÃO
Este livro é fruto da Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos - Campus Sorocaba como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Educação Área de Concentração: Educação, Comunidade e Movimentos Sociais, tendo como orientadora a Prof.ª Dr.ª Teresa Mary Pi- res de Castro Melo
Tem por objetivo relatar e refletir sobre a transformação e o desvelamento do professor-pesquisador, em sua atuação cotidiana profissional e pessoal.
Privilegia o período de dois anos dedicados ao mestrado em Educação do PPGEd-SO, reunindo as experiências acadêmicas e suas intercorrências, assim como os processos de educação pelos meios de comunicação desenvolvidos junto com estudantes no espaço escolar da ETEC de Piedade dentro do projeto Biblioteca Ativa.
A base teórica desta pesquisa para pensar as questões relacionadas a Comunicação e Educomunicação são os escritos de Paulo Freire, Mário Kaplún, Ismar de Oliveira Soares e Grácia Lopes Lima.
A metodologia de pesquisa está amparada na autoetnografia, a partir de leituras de Scribano e De Sena, Heewon Chang e Rodrigo Alberto Lopes.
Palavras-chave: Comunicação; Educação; Emancipação; Educomunicação; Autoformação; Autoetnografia.
PREFÁCIO
Ainda será escrito por alguém de grande importância
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Região Metropolitana de Sorocaba
Figura 2- Bilhete
Sumário
APRESENTAÇÃO 13
PREFÁCIO 15
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 17
INTRODUÇÃO 21
CAPÍTULO 1 25
MEMÓRIAS DE UM PROFEsSOR EM DESVELaMENTO 25
CONSTRUÇÃO 47
CAPÍTULO 2 49
BASES TEÓRICAS 49
1.
EDUCAÇÃO 51
2.
COMUNICAÇÃO 65
3.
EDUCOMUNICAÇÃO 85
Primeira aproximação 86
O que é Educomunicação? 87
CAPÍTULO 3 95
METODOLOGIA 95
4.
Autoetnografia 99
DESCONSTRUÇÕES E RECONSTRUÇÕES 109
CAPÍTULO 4 111
ESPAÇOS, PESSOAS E VIVÊNCIAS 111
5.
Havia uma pedra no meio do caminho, e era a UFSCar campus Sorocaba 119
Espaço UFSCar 122
PESCD – Cidadania e Meio ambiente 131
6.
PROJETO CALA-BOCA JÁ MORREU – PORQUE NÓS TEMOS O QUE DIZER
137
Movimentos da metodologia Cala boca já morreu
151
7.
ETEC de Piedade 157
Projeto Biblioteca Ativa – espaço de produção de comunicação 161
CONSIDERAÇÕES FINAIS 171
Referências 175
INTRODUÇÃO
D
entro do espaço do fazer educativo foi possível encontrar na ação docente um processo de desvelamento, de superação, de construção, desconstrução e reconstrução do ser, e, principalmente, de fuga da caverna¹ para sentir o calor e o cheiro da realidade e da consciência do meu inacabamento como ser humano na ação com e no mundo. Aquilo em que, em Freire, seria o reconhecimento de que somos seres condicionados, mas não determinados
dentro de um processo histórico de possibilidades e não de determinismo
e que o futuro é problemático, mas não inexorável
(FREIRE, Pedagogia do Oprimido, 2014, p. 10)
Embora, há pouco tempo, tenha me dado conta desse processo de transformação, assim como tenho me permitido sentir um ser em reconstrução, esse desvelamento vem ocorrendo durante todos os anos em que construo esse ser que me faço e que aqui me transcrevo.
Em certos momentos, diante de inúmeras adversidades inerentes à carreira de professor, tal qual nas relações com o outro, às vezes violenta e embrutecida, surgia a vontade de desistir, procurar algo que possibilitasse outras experiências.
Mesmo com contratempos e solavancos - como algo sem explicação ou por me sentir acomodado - a escolha pelo magistério tem sua continuidade, resistindo, construindo, desconstruindo e reconstruindo, sem nem sempre perceber, como dito logo atrás.
O que trazia a vontade de continuar vivendo a educação eram os momentos dedicados às lutas da carreira, estar nas ruas denunciando o mau uso do dinheiro público, lutando por uma estabilidade funcional plena, fazendo parte dos que se dedicam ao fortalecimento da profissão como parte de um projeto de educação de qualidade para os estudantes das classes populares.
O prazer de compartilhar sonhos e conquistas com e dos estudantes, e, ao mesmo tempo de poder participar dos debates em sala de aula, perceber quando emergem as dificuldades, quando surgem os temas que afligem os lugares e as redondezas onde residimos e, ao ver o problema, pensar o problema, construir coletivamente as soluções com diálogo, são momentos que contribuíram para a construção do que sou nesse processo de exercício da cidadania.
Este duplo movimento: desistir e me amansar na sonolenta invalidez inoperante ou viver momentos que impactavam o corpo em coma
transcendendo-o num corpo vibrátil
(ROLNIK, 2003, p. 2) foi sendo reconhecido ao longo do tempo sobre o qual me debruço neste trabalho - os dois anos em que cursei o Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEd-SO) da UFSCar Sorocaba.
É, portanto, sobre este processo de modificação da minha atuação como professor que este livro trata, reunindo as experiências que afetaram essa trajetória, espaços, pessoas, vivências, reflexões, ações e suas consequentes alegrias e angústias. Neste cenário, tem destaque as ações educomunicativas levadas a efeito no Projeto Biblioteca Ativa, da ETEC de Piedade, do qual fui coordenador.
Tendo sido o mote inicial da minha pesquisa de mestrado, a Educomunicação é a base conceitual das ações desenvolvidas e para isso contribuíram para esta base teórica as leituras de Paulo Freire (referentes ao termo extensão, invasão cultural, educação bancária, a justificativa de uma pedagogia do oprimido), Mario Kaplún (seu diálogo com Paulo Freire e os modelos de educação e de comunicação), e as concepções sobre Educomunicação nas obras de Ismar de Oliveira Soares e Grácia Lopes Lima.
Decorrido um certo tempo do tempo de mestrado, foi se tornando cada vez mais perceptível que a atenção com o meu processo de descobertas e experiências ia ficando mais evidente, sobressaindo-se junto a um objetivo inicial que tinha na pesquisa, que era a de analisar as produções dos estudantes a partir dos meus conhecimentos como professor de Língua Portuguesa.
Evidenciou-se, como um objetivo, o olhar para o processo pelo qual eu estava passando, afetado pelas novas possibilidades de reflexão e ação.
Assim, adotei como metodologia a Autoetnografia, a partir das leituras de Scribano e De Sena, Heewon Chang e Rodrigo Alberto Lopes, entre outros. Como ferramentas e técnicas metodológicas lancei mão de anotações de caderno de campo e gravações em áudio e vídeo.
Permito-me escrever este texto na primeira pessoa do singular, uma vez que o próprio método indica este tratamento. Espero trazer, no entanto, o necessário distanciamento reflexivo para que este trabalho possa contribuir como outros colegas que também se encontram nesta busca de construção de um devir que nos torne profissionais significativos para nós e para aqueles com quem trabalhamos.
Este texto inicia com um memorial, a fim de situar o leitor e apresentar um pouco do professor-pesquisador. São descrições de atuações, desejos e lutas pessoais que, inerentemente, fazem parte de cada docente das redes públicas. Narrativas de história de vida, de espaços de formação e dos deslocamentos de percepções de um ser docente
.
CAPÍTULO 1
MEMÓRIAS DE UM PROFEsSOR EM DESVELaMENTO
C
anta uma canção bonita,
falando da vida,
em ’Ré maior’
Canta uma canção daquela,
de filosofia,
do mundo bem melhor
Canta uma canção que aguente,
essa paulada, e a gente
Bate o pé no chão
Canta uma canção daquela,
pula da janela,
Bate o pé no chão
Sem o compromisso estreito,
de falar perfeito
Coerente ou não
Sem o verso estilizado,
o verso emocionado
Bate o pé no chão"
(Intuição, Oswaldo Montenegro)
I
mponho-me, nesta primeira narrativa, o intuito de aproximar o leitor de uma história de vida e faço-me inteiro nessa escrita, como uma autobiografia ou autonarração.
Oriundo de uma família de trabalhadores, começo falando sobre minha mãe, que viveu em um orfanato na cidade de Piedade (SP) junto das três irmãs, em decorrência da morte do pai quando tinha apenas nove anos. Infelizmente, minha avó materna, Dona Gabrielina, não tinha condições de cuidar dos filhos, por esse motivo, os entregou a instituição para que tivessem melhores oportunidades.
Aos quatorze anos, saiu do orfanato para trabalhar em casa de família. Não recebia salário, apenas comida e moradia. Aos quinze anos, decidiu trabalhar em outras casas de família enquanto cursava o ensino primário, tendo caminhado até o quarto ano.
Certo dia, numa tarde de domingo, como era ou é de costume em cidades do interior, meu tio Lázaro, irmão da minha mãe, levou à casa deles um amigo. Nesse momento, ela conheceu meu pai. Casaram-se pouco depois e foram para Santo André. Nessa época, meu pai começava um curso universitário na Fundação Santo André.
Cuidou de todos os três filhos - sendo eu o caçula e adotado - numa perspectiva amorosa, por vezes, punitiva. Além de mim, uma irmã e um irmão, que faleceu em 2009, deixando dois filhos adolescentes. Lembro-me de meu pai narrar histórias sobre o fato dessa minha irmã comer as maçãs que me eram dadas quando pequeno. Hoje, minha mãe, ela e os dois filhos, residem juntos numa casa em Ibiúna.
Meu pai foi um grande espelho desde meus primeiros passos de infância. Formado em Letras (Português / Inglês) pela Fundação Santo André, foi o primeiro da família a chegar aos bancos universitários. Professor da