Representações sociais do professor
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- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Que livraço! Sou suspeito.. .afinal fui eu que escrevi... kkk
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Representações sociais do professor - Rafael Rodrigues Lourenço Marques
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
À minha esposa, Débora,
e aos meus filhos Manuela, Miguel e Mariana,
por me acompanharem nesta jornada,
ajudando a suportar e superar as adversidades,
dividindo e comemorando as vitórias.
É por vocês. Com amor.
Aos meus pais, Lauro e Cleonice,
e ao meu irmão, Rodrigo,
que mesmo distantes e com o tempo curto,
sempre fizeram o possível para estar ao meu lado.
AGRADECIMENTOS
A todos os professores. Educadores em sala de aula e na vida, responsáveis pela formação intelectual, ética e moral. Sejam eles da Educação Infantil, dos Ensinos Fundamental, Médio e Superior. São aqueles que, ao educar, apostam em um futuro melhor para seus alunos, mesmo sem ter a certeza de que poderão ver os frutos de seu ofício.
A todos os colegas e professores do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMT. Especialmente aqueles que integraram o hoje extinto grupo de pesquisa em Educação e Psicologia (GPEP).
À Professora Doutora Maria Augusta Rondas Speller, que me orientou na graduação como bolsista de iniciação científica. A ela devo meus primeiros passos como pesquisador e docente do Ensino Superior. Gratidão.
À Professora Doutora Eugênia Coelho Paredes, orientadora da dissertação de mestrado que originou este livro, que sempre apostou na capacidade de seus orientandos. Seu olhar minucioso, suas orientações preciosas e até nos momentos de descontração: todas as suas ações possuem lições acadêmicas e de vida. Agradecemos de coração.
Ao Professor Doutor Carlo Ralph De Musis, coorientador da pesquisa em questão, coautor desta obra e referência nas áreas em que atua, símbolo de humildade, competência e solidariedade. Mais que um professor, um amigo. Só lembrando: [...] Existem lobos em pele de cordeiro. Mas existem vacas em pele de lobo. Estas últimas uivam, mas devoram só pasto verde
.
PREFÁCIO
Posto que a Educação seja imanente à sociedade moderna, carrega consigo suas conquistas, mas também seus vieses. Sob um prisma histórico podemos observar avanços e retrocessos, ganhos e perdas.
No cotidiano, pela ótica da formação de professores, os meios de comunicação partilham uma pauta provocativa, que, de modo geral, locam o estado atual a uma mudança de paradigma associado ao uso de novas tecnologias e abordagens educacionais. É um discurso forte. Insinuante. Mas, quais são suas matrizes educacionais?
Os meios de comunicação, por princípio e assim como tudo o mais, não são neutros. Tratam-se de instrumentos para alcançar a satisfação dos desejos daqueles que os controlam. O que, de certa forma, pode ser traduzido pela busca do capital e de todo o mais que vem com ele. Nessa sociedade de consumo, com o suporte de toda uma série de técnicas, busca-se o vendável, direta ou indiretamente.
A percepção dessa illusio, o pensar pela sua própria razão, conforme olhar kantiano, seria o ponto de partida para a superação de um estado de menoridade autoinfligida. O estudo das representações sociais aqui presente se loca nessa tradição e pode ser visto como uma tentativa de, ao menos parcialmente, responder a essa questão.
Os meios utilizados remeteram a uma incursão no campo da Psicologia da Educação, com vistas a elucidar a identidade professoral, sua relação com as ideologias, e como podemos locar o ser professor
e seus discursos, estudado nas matrizes educacionais. Foi uma tentativa de abordar o tema de um ponto de vista estritamente empírico, partindo de falas e de material documental, procurando analisar as nuances do senso comum e o conteúdo propalado pela mídia. Será que nos apercebemos dessa dinâmica? De quais condições estruturantes eles derivam?
São questões duras e que foram aqui trabalhadas com diversos olhares, provocações... diversas preocupações. A arena está posta, o que faremos? Eis o convite que esta obra nos faz.
Cuiabá, 08 de novembro de 2015.
Carlo Ralph de Musis
Doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Sumário
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
1.1 Conceitos basilares
1.2 Teoria do núcleo central
1.3 Teoria das Representações Sociais e Educação
CAPÍTULO 2
O PROFESSOR E SEU OFÍCIO
2.1 O cotidiano docente
2.2 As concepções pedagógicas no Brasil: relação entre teoria e prática
2.2.1 Concepções: histórico e características
2.2.2 Modelos docentes e hibridismo em nosso tempo.
CAPÍTULO 3
COMUNICAÇÃO, IDEOLOGIA E SEGMENTAÇÃO
3.1 Ideologia e conhecimento socialmente partilhado
3.2 Meios de comunicação, teorias e influência
3.3 Jornalismo, agendamento, segmentação
3.4 Revista Nova Escola: ideologia e docência
CAPÍTULO 4
COORDENADAS DE PESQUISA
4.1 Cenário da pesquisa
4.2 Coordenadas Metodológicas
CAPÍTULO 5
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO PROFESSOR
5.1 Caracterização da população
5.2 O professor na revista Nova Escola
5.2.1 Classe A
5.2.2 Classe B
5.2.3 Classe C1
5.2.4 Classe C2
5.2.5 Resultados preliminares: o professor na revista Nova Escola
5.3 O professor no cotidiano
5.3.1 Classe A
5.3.2 Classe B
5.3.3 Classe C1
5.3.4 Classe C2
5.3.5 Resultados preliminares: o professor no cotidiano
5.3 O professor: cruzamentos entre revista Nova Escola e cotidiano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
Este livro é fruto de uma pesquisa de mestrado cujo conteúdo alinha-se à diversas pesquisas sobre o ofício docente. Pesquisas essas sedimentadas no referencial epistemológico da Teoria das Representações Sociais, de Serge Moscovici (1978, 2003), e desenvolvidas pelos integrantes do Grupo de Pesquisa em Educação e Psicologia (GPEP), do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGE-UFMT).
Sua ideia inicial surgiu a partir da delimitação de um objeto que possibilitasse a intersecção de temas relativos ao trabalho docente, representações sociais e comunicação social. Dentre os trabalhos disponíveis no acervo do GPEP despertou a atenção os resultados obtidos em um projeto denominado As perspectivas de futuro para o trabalho docente, segundo as representações sociais de alunos dos cursos de licenciaturas da UFMT
(PAREDES et al., 2006) realizado entre os anos de 2006 e 2007.
Tal pesquisa utilizou na coleta de dados a técnica de Associação Livre de Palavras (ALP). Dentre as questões presentes no instrumento, uma coadunou com a temática desejada: Qual é a principal fonte que você utiliza para obter informações sobre temas referentes à Educação?
O banco de dados da referida pesquisa foi consultado e contabilizaram-se respostas de 216 sujeitos pertencentes ao curso de licenciatura em Pedagogia da UFMT, Câmpus Cuiabá, para a questão acima apresentada. Os resultados obtidos indicaram que 18% das palavras evocadas referiam-se à aquisição de informações por meios técnicos de comunicação de massa – aqui entendidos como televisão, rádio, jornais, revistas e internet, o produto do modus vivendi das empresas de comunicação –, conforme designado por Camargo (2003).
Em um primeiro momento esse dado não desperta a atenção. Mas se considerarmos que as palavras relacionadas aos meios de comunicação se fazem presentes em 87% dos questionários, percebe-se que a maioria dos sujeitos evocou um termo deste tema pelo menos uma vez, demonstrando a sua importância para os futuros professores. A partir dessa constatação optou-se pela seleção de um grupo de professores em atuação como sujeitos da pesquisa, para aferir os desdobramentos da influência midiática na formação de seu efetivo exercício profissional.
Considerando que o conhecimento apreendido pelos grupos sociais sofre alterações, ou distorções, conforme é apreendido e assimilado pelo senso comum (JODELET, 2001), foi concebida a seguinte problemática: Em que medida os significados sobre o trabalho docente, veiculados pelos meios de comunicação, influenciam a construção de representações sociais sobre o trabalho do professor pelos próprios docentes em exercício?
Das implicações dessa questão foi pensado o diálogo entre o campo da Comunicação Social, a Teoria das Representações Sociais e o trabalho docente. Tal articulação é possibilitada em Jodelet (2001), quando afirma que o espaço de estudo em representações sociais possui um caráter multidimensional por analisar como determinados objetos, das mais diversas áreas de estudo, são assimilados pelo senso comum e representados pelos grupos presentes em nossa sociedade.
Nesse sentido, a justificativa para se estudar o campo educativo a partir da Teoria das Representações Sociais se encontra em Gilly (2001, p. 17), quando este afirma que [...] o interesse essencial da noção de representação social para a compreensão dos fatos de Educação consiste no fato de que orienta a atenção para o papel de conjuntos organizados de significações sociais no processo educativo
. Conforme o autor, os estudos cuja abordagem se pauta pela Teoria das Representações Sociais podem colaborar para a compreensão do papel desempenhado pelo conhecimento socialmente partilhado no cotidiano escolar, que é permeado por diversos grupos, com diferentes conjuntos de valores, crenças e posturas.
O trabalho docente torna-se significativo como objeto de estudo da Teoria das Representações Sociais a partir do conceito denominado saliência sociocognitiva
(FLAMENT; ROUQUETTE, 2003). Trata-se da relevância social e psicológica de determinado objeto para uma sociedade e época específicas, quando este se torna um conceito que reúne em seu entorno uma série de outros objetos significativos, orientando condutas e práticas.
O conceito acima explicitado pode ainda sustentar relações entre trabalho docente e processos comunicacionais, presentes na definição do objeto deste estudo; uma vez que a saliência sociocognitiva de determinado tema requer presença recorrente nos processos de mediação comunicacional – tanto nas interações cotidianas como nos processos comunicacionais, como televisão, rádio e jornais –, com argumentações e tensões que podem regular tomadas de decisão sociais.
Para esta pesquisa definiu-se o docente e seu trabalho como objeto de estudo, o professor em um meio técnico de comunicação e no cotidiano como objetos de representação. O estudo dos objetos de representação contribuirá para o entendimento do objeto de estudo. Para avançar nesta discussão faz-se necessário pontuar os conceitos de cotidiano e identidade docente.
Conforme Geertz (1989) o cotidiano é a percepção do comum
, daquilo que se tornou habitual, mas sem o qual não viveríamos humanamente, não reconheceríamos os outros, o mundo e nem a nós mesmos. É no cotidiano que se inscreve a cultura como um sistema de saberes – uma rede de significados permeados por saberes complexos e pelo senso comum –, úteis para os afazeres da vida diária.
A confirmação de uma visão ideológica da realidade, o gosto artístico, a crença religiosa, os hábitos do dia a dia, as possibilidades das relações familiares, com os amigos ou com estranhos, em tudo os saberes prévios do cotidiano nos orientam sobre como agir. No sentido deste trabalho, o professor no cotidiano seria aquele docente em efetiva prática no