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Charles Finney - Servo De Deus - Vol 1
Charles Finney - Servo De Deus - Vol 1
Charles Finney - Servo De Deus - Vol 1
E-book360 páginas4 horas

Charles Finney - Servo De Deus - Vol 1

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Sobre este e-book

Charles Finney é um dos nomes mais famosos do panteão dos heróis da fé. Charles Grandison Finney Nascido (1792-1875). Convertido aos 29 anos, Durante dez anos, de 1824 a 1834, trabalhou incansavelmente pelo avivamento da Igreja. Depois disso, caiu enfermo, devido aos grandes esforços, tendo de entrar em repouso. Sua vida foi repleta de milagres. Conta-se que, certa vez, ao entrar em uma fábrica, uma mulher começou a caçoar dele. Diante disso, olhou nos olhos dela e saiu. Após algum tempo, ela estava chorando com o desejo de entregar-se a Cristo. Em outra ocasião, ele apenas passou por um vilarejo em um trem e as pessoas que estavam nos bares, dirigiram-se às igrejas, sentindo agonia pelo seu pecado. Um repórter que investigava a sua vida para saber o seu segredo espantou-se ao vê-lo entrar na floresta para orar e passar horas prostrado diante de Deus. Algumas estatísticas demonstraram que cerca de 85% dos convertidos de Finney perseveraram em servir a Deus, enquanto a média dos demais pregadores era de 30%. O ministério de Charles Finney levantou-se como uma onda de choque espiritual no cenário norte-americano do século XIX. Finney atribuía sua eficácia em grande parte à oração. Charles Finney, largamente reconhecido como um dos primeiros evangelizadores norte-americanos, foi também um grande homem de oração. No século XIX, estima-se que de 500 mil a um milhão de pessoas se converteram como fruto de seu ministério.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de set. de 2022
Charles Finney - Servo De Deus - Vol 1

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    Pré-visualização do livro

    Charles Finney - Servo De Deus - Vol 1 - Escriba Da História

    CHARLES FINNEY

    SERVO DE DEUS

    VOLUME 1

    FINALIDADE DESTA OBRA

    Este livro como os demais por mim publicados tem o intuito de levar os homens a se tornarem melhores, a amar a Deus acima de tudo e ao próximo com a si mesmo. Minhas obras não têm a finalidade de entretenimento, mas de provocar a reflexão sobre a nossa existência. Em Deus há resposta para tudo, mas a caminhada para o conhecimento é gradual e não alcançaremos respostas para tudo, porque nossa mente não tem espaço livre suficiente para suportar. Mas neste livro você encontrará algumas respostas para alguns dos dilemas de nossa existência.

    CONTATO:

    Whatsapp Central de Ensinos Bíblicos com áudios, palestras e textos do Escriba de Cristo

    Grupo de estudo no whatsapp

    55 13 996220766 com o Escriba de Cristo

    E-MAIL: teologovaldemir@hotmail.com

    Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)

      M543      ESCRIBA DA HISTÓRIA                1969  –

          Charles Finney, servo de Deus

        Pedro de Toledo/SP, Livrorama       

        Bibliomundi, Amazon.com,  2021,  362 p.  ;  21 cm

    ISBN: 9798849638140 Edição 1°

    Teologia   2. Bíblia  3. Vida cristã

    4.  Biografia    5.Charles Finney

                          CDD  920

                            CDU  92

    INTRODUÇÃO

    Charles Finney é um dos nomes mais famosos do panteão dos heróis da fé. Charles Grandison Finney   Nascido (1792-1875).  Convertido aos 29 anos, Durante dez anos, de 1824 a 1834, trabalhou incansavelmente pelo avivamento da Igreja. Depois disso, caiu enfermo, devido aos grandes esforços, tendo de entrar em repouso.

      Sua vida foi repleta de milagres. Conta-se que, certa vez, ao entrar em uma fábrica, uma mulher começou a caçoar dele. Diante disso, olhou nos olhos dela e saiu. Após algum tempo, ela estava chorando com o desejo de entregar-se a Cristo.

      Em outra ocasião, ele apenas passou por um vilarejo em um trem e as pessoas que estavam nos bares, dirigiram-se às igrejas, sentindo agonia pelo seu pecado. Um repórter que investigava a sua vida para saber o seu segredo espantou-se ao vê-lo entrar na floresta para orar e passar horas prostrado diante de Deus.

      Algumas estatísticas demonstraram que cerca de 85% dos convertidos de Finney perseveraram em servir a Deus, enquanto a média dos demais pregadores era de 30%.

    O ministério de Charles Finney levantou-se como uma onda de choque espiritual no cenário norte-americano do século XIX. Finney atribuía sua eficácia em grande parte à oração.

      Charles Finney, largamente reconhecido como um dos primeiros evangelizadores norte-americanos, foi também um grande homem de oração. No século XIX, estima-se que de 500 mil a um milhão de pessoas se converteram como fruto de seu ministério.

    10 Frases de Charles Finney

    A oração predominante ou eficaz é aquela oração que alcança a bênção que busca. – Charles G. Finney

    Se o espírito de oração se afasta, é uma indicação segura de um coração desviado, pois enquanto o primeiro amor de um cristão continuar, ele certamente será atraído pelo Espírito Santo para lutar muito em oração. – Charles G. Finney

    Avivamento é uma renovada convicção de pecado e arrependimento, seguido por um intenso desejo de viver em obediência a Deus. É entregar sua vontade a Deus com profunda humildade. – Charles G. Finney

    Nada tende mais a cimentar o coração dos cristãos do que orar juntos. Nunca eles se amam tão bem como quando testemunham o derramamento do coração um do outro em oração. – Charles G. Finney

    O indivíduo que verdadeiramente se arrepende, não apenas vê o pecado como detestável, vil e digno de abominação, mas ele realmente o abomina e o odeia em seu coração. Uma pessoa pode ver o pecado como prejudicial e abominável, enquanto seu coração ainda o ama, o deseja e se apega a ele. Mas quando ele realmente se arrepende, ele abomina e renuncia de coração. – Charles Finney

    Nenhum governo é lícito ou inocente que não reconheça a lei moral como a única lei universal, e Deus como o Supremo Legislador e Juiz, a quem as nações em sua capacidade nacional, bem como os indivíduos, estão sujeitas. – Charles Finney

    Um estado de espírito que vê Deus em tudo é evidência de crescimento na graça e um coração agradecido. – Charles Finney

    Não pode haver reavivamento quando o Sr. Amém e o Sr. Olhos-molhados não são encontrados na audiência. – Charles Finney

    O avivamento vem do céu quando almas heróicas entram no conflito determinadas a vencer ou morrer - ou, se necessário, vencer e morrer! "O reino dos céus sofre violência, e os violentos o tomam pela força. – Charles Finney

    Quando há dissensões, ciúmes e maledicências entre os professores de religião, então há grande necessidade de um reavivamento. Essas coisas mostram que os cristãos se afastaram de Deus, e é hora de pensar seriamente em um reavivamento. – Charles Finney [1]

    Charles Finney | Christian History | Christianity Today

    O LEGADO DE CHARLES FINNEY

    Michael Horton 11 de julho de 2000

    Ministério Fiel História da Igreja

    Jerry Falwell descreveu Finney como um de meus heróis e de muitos evangélicos, incluindo Billy Graham. Lembro-me de ter visitado o Instituto Billy Graham alguns anos atrás; ali observei o lugar de honra dado a Finney na tradição evangélica. Isto foi reforçado pela recordação de minha primeira aula de teologia em uma faculdade evangélica, na qual foi solicitado que lêssemos a obra de Finney. O avivalista de Nova Iorque tem sido freqüentemente citado e celebrado, como um herói, pelo famoso cantor evangélico Keith Green e pela organização Jovens com uma Missão. Finney é particular-mente estimado entre líderes de movimentos evangélicos conserva-dores e liberais, tanto por Jerry Falwell quanto por Jim Wallis (da revista Sojourner). E sua marca pode ser vista em vários movimentos que parecem ter posições diferentes, mas que na realidade são herdeiros do legado de Finney. Para grupos tais como o movimento Vineyard e o de Crescimento de Igrejas, em campanhas políticas e sociais, no televangelismo e no movimento Pro- mise-Keepers (Guardiões da Promessa), Finney continua vivo!, citando as palavras de um dos presidentes do Wheaton College.

    Isso acontece porque o impulso moralista de Finney idealizou uma igreja que, em grande escala, seria um agente de reforma da sociedade e do indivíduo, ao invés de uma instituição onde os meios da graça, a Palavra de Deus e as ordenanças, são colocados à disposição dos crentes que, em seguida, levam o evangelho ao mundo. No século XIX, o movimento evangélico identificou-se, de maneira crescente, com as causas políticas – a abolição da escravatura, leis sobre o trabalho infantil, os direitos da mulher e a proibição de bebidas alcoólicas. Na virada do século, com a afluência de imigrantes católicos romanos, o que deixou apreensivos muitos protestantes americanos, o secularismo começou a minorar a influência do movimento evangélico sobre instituições (universidades, hospitais, organizações filantrópicas) que os crentes haviam criado e mantido. Em um desesperado esforço para reconquistar este poder institucional e a glória da América Cristã (um ideal que sempre tem dominado a imaginação de alguns, mas, após a desintegração da Nova Inglaterra Puritana, se tornou ilusório), o protestantismo da virada do século lançou campanhas para americanizar imigrantes, enfatizando o ensino de valores morais e a educação do caráter. Os evangelistas modelaram seu evangelho em termos de utilidade prática ao indivíduo e à nação.

    Este é o motivo por que Finney é tão popular. Ele foi grandemente responsável pela mudança da ortodoxia reformada, evidente no Grande Avivamento (nos ministérios de Edwards e Whitefield), para o avivalismo arminiano (na realidade, também pelagiano), evidente desde o Segundo Grande Avivamento até ao presente. Para demonstrar a divida do evangelicalismo moderno para com Finney, temos de inicialmente observar seus [CONCEITOS] teológicos. Com base nestes desvios, ele tornou-se o pai de alguns dos grandes desafios contemporâneos dentro das próprias igrejas evangélicas, ou seja, o Movimento de Crescimento de Igrejas, o Pentecostalismo e o Avivalismo Político. [2]

    Como Ganhar Almas | Como Pregar a palavra de Deus | Charles Finney Devocional #10 - YouTube

    O ADVOGADO ORGULHOSO

    22 de Fevereiro de 2009

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    Charles Grandison Finney

    Charles Grandison Finney

    Charles Grandison Finney (Warren, 24 de agosto de 1792 - Oberlin, 16 de agosto de 1875) foi um pregador, advogado, professor, teólogo, abolicionista e avivalista estado-unidense, um dos líderes do Segundo Grande Despertar (Second Great Awakening).

    Introduziu várias inovações no ministério religioso, tais como a censura pública e nominal de pessoas durante o sermão, a permissão da manifestação das mulheres em cultos para ambos os gêneros e outros. Era também famoso por realizar seus sermões de improviso.

    Nascido numa pequena cidade do Connecticut, Finney era o mais jovem dos quinze filhos de um típico casal de fazendeiros. Frequentou a escola até os quinze ou desesseis anos de idade, quando foi tido como capaz de lecionar nas mesmas instituições e nos mesmos moldes pelos quais fora formado. Sua grande estatura, olhar penetrante, pendor musical e espírito de liderança logo lhe granjearam o reconhecimento da comunidade.

    Mais tarde ingressou como aprendiz num escritório advocatício, onde pretendia estudar para tornar-se um advogado, em Adams, tendo se formado posteriormente e exercido a profissão com sucesso.

    Com a idade de vinte e nove anos, sob orientação do pastor George Washington Gale, formou-se ministro da Igreja Presbiteriana, embora desde o começo já tivesse muitas divergências acerca de doutrinas fundamentais pregadas por aquela denominação.

    Em 1832 mudou-se para a cidade de Nova Iorque, onde pastoreou na Chatham Street Chapel, e mais tarde fundou e pastoreou no Broadway Tabernacle (atualmente chamada de Broadway United Church of Christ).

    Ao largo de sua atividade como evangelizador popular, Finney envolveu-se com o movimento abolicionista. Já em 1821 negara comunhão a traficantes de escravos em suas igrejas.

    Em 1835 mudou-se para Ohio onde atuou como professor de teologia e depois presidente (reitor) do Oberlin College(no período de 1851 – 1866).

    Antes de sua conversão Finney era um ativo membro da Maçonaria, tornando-se depois desta um forte oponente da entidade, tendo escrito um extenso livro atacando-a, intitulado The Character, Claims, and Practical Workings of Freemasonry (O Caráter, Pretensões, e Funcionamento Prático da Maçonaria, numa livre tradução).

    Havia alcançado o terceiro grau como Mestre Maçom, em oito anos. Veio depois a afirmar que parte de seu juramento como maçom era imoral e a Maçonaria era perigosa ao governo civil, comprovando isto com o assassinato do anti-maçom William Morgan.

    A conversão de Finney e o seu imediato batismo no Espírito Santo, contados em sua biografia, são impressionantes. O amor a Deus, a fome de sua Palavra, a unção para testemunhar e anunciar do Evangelho vieram sobre ele no dia de sua entrega a Jesus. Imediatamente, o advogado perdeu todo o gosto pela sua profissão e tornou-se um dos mais famosos pregadores do Evangelho.

    Eis o segredo dos grandes pregadores, nas palavras do próprio Finney: Os meios empregados eram simplesmente pregação, cultos de oração, muita oração em secreto, intensivo evangelismo pessoal e cultos para a instrução dos interessados. Eu tinha o costume de passar muito tempo orando; acho que, às vezes, orava realmente sem cessar. Achei, também, grande proveito em observar freqüentemente dias inteiros de jejum em secreto. Em tais dias, para ficar inteiramente sozinho com Deus, eu entrava na mata, ou me fechava dentro do templo.

    Este conceituado advogado freqüentava assiduamente as reuniões de oração em Adams, Nova York, mas a sede de salvação lhe invadiu a alma numa tarde de domingo, no outono de 1821. Todavia, se achava muito ocupado no seu escritório de advocacia e pouco tempo lhe sobrava para a leitura da Bíblia. Seu orgulho, no entanto,  lhe vedava as portas das oportunidades. Quando orava, dizia ele, fazia-o entre  dentes, assim mesmo só depois de haver tapado o buraco da fechadura, para que ninguém viesse a descobri-lo. A Bíblia era conservada sobre a mesa, debaixo dos livros de jurisprudência para que ninguém soubesse que ele era assíduo leitor do Livro Santo. Parecia-lhe, por vezes, que o coração se tornava endurecido e os olhos sem lágrimas. Apoderavam-se dele estranhos sentimentos de culpa, até que veio a crise terrível. Vozes lhe falavam à consciência: Que estás tentando fazer? Não prometeste entregar o coração a Deus? A realidade da expiação de Cristo se lhe tornara clara à mente e de maneira maravilhosa.

    Parado à rua, sem se lembrar quanto tempo aí ficara, veio-lhe a pergunta: Aceita-Lo-ás agora? E ele responde imediatamente: Sim, aceitá-lo-ei HOJE ou morrerei!

    Enveredou-se, portanto, por um trecho da floresta, caminho do qual costumava dar um passeio diário, sentindo que devia estar só, longe dos olhos e dos ouvidos humanos.  O orgulho de ser visto, no entanto, continuava. Ele, um advogado, estar a braços com problemas religiosos... Parecia-lhe uma humilhação... Mas foi subindo a encosta da colina. E penetrou no bosque, achando um refúgio, numa profundidade de meio milha, do outro lado da montanha. Ajoelhou-se para orar. Ou entregarei hoje o coração a Deus, ou nunca mais descerei dessa encosta.

    Descobriu que não podia orar. Oh! Se pudesse falar bem alto e ninguém ouvisse senão Deus! Mas... Ao farfalhar das folhas... Podia ser alguém espiando... Ele, um homem de letras, ali ajoelhado... Por várias vezes tentava orar e por outras tantas fracassava... Aproximava-se do desespero. Meu coração está morto para Deus, pensava ele. Afinal, acreditou que já era tarde demais e que o Senhor o havia abandonado...

    Abriu os olhos de repente... Parecia-lhe que alguém se aproximava... E foi então, nesse instante, que lhe foi revelado o orgulho e a obstinação que o escravizavam. Pôs-se a gritar, desesperadamente. Não! Era um pecador impenitente e estava diante do seu Deus! Que todos o vissem! Todos! Já não se importaria mais...

    Uma passagem das Santas Escrituras lhe penetrou na alma, como um dilúvio de luz: BUSCAR-ME-EI E ME ACHAREIS, QUANDO ME BUSCARDES DE TODO O VOSSO CORAÇÃO!" Acreditara sempre na Bíblia, intelectualmente. Agora cria na veracidade da Palavra. E foi assim que orou, clamando, rogando, insistindo e chorando:

    "- Senhor, tomo a Ti pela Tua Palavra! Agora tu sabes que te busco de todo o coração e que vim a este lugar para orar a Ti e Tu prometeste ouvir-me!

    E a passagem lhe vinha à mente repetidas vezes: ... Quando me buscardes de todo o vosso coração! Deus não podia mentir. A sua palavra, era a Palavra revelada! Apoderou-se, pois dela, como um náufrago a uma tábua.

    Orou várias horas, até que, sem o sentir, já se achou no caminho de volta. Ao ouvir o crepitar das ramas, já sem medo, sentia uma leveza e um bem estar nunca sentidos, e então, enfatizando a voz disse: Se eu for realmente um convertido, hei de pregar o evangelho!

    Verificou que a sua mente a poucas horas cheia de turbulência, de temores, de preocupações, desânimos e desespero, agora estava maravilhosamente calma e pacífica. Pensamentos o assaltavam: Será que melindrei o Espírito? Parece-me que perdi toda a convicção... Não a tenho preocupações  a respeito  da minha alma... Passou a lembrar-se do que pediu em suas orações: Que tomaria a Deus pelas suas Palavras e que, de certo, o Senhor não se agradara de quanta coisa insensata ele lhe havia dito.

    Contudo, marchava calmamente em direção à vila. E tão perfeita era a calma, que sentia como se toda a natureza parasse para contemplá-lo. Era o dia 10 de outubro de 1821. Fora ao bosque após o café da manhã. Ao voltar, era a hora do jantar.

    Mas de que modo poderia explicar aquela calma que o dominava? O repouso mental, dizia ele,  era inexplicavelmente grande, tão grande que não posso descrever em palavras. O pensamento em Deus era tão doce à minha mente...

    Não pode jantar. Faltava-lhe o apetite. Apanhou o violino, como costumava fazer. Começou a cantar trechos de música sacra, acompanhando-se ao instrumento. Mas foi interrompido pelo pranto. A corrente emotiva era de tal modo que lhe dava a idéia de que se corroia,  não de dor, mas de grande doçura que lhe permeava os pensamentos e as emoções.

    Conta-se acerca deste pregador que depois de ele pregar em Governeur, no Estado de New York, não houve baile nem representação de teatro na cidade durante seis anos. Calcula-se que somente durante os anos de 1857 e 1858, mais de 100 mil pessoas foram ganhas para Cristo pelo ministério de Finney. Na Inglaterra, durante nove meses de evangelização, multidões também se prostraram diante do Senhor enquanto Finney pregava.

    Descobriu-se que mais de 85 pessoas de cada 100 que se convertiam sob a pregação de Finney permaneciam fiéis a Deus; enquanto 75 pessoas de cada cem, das que professaram conversão nos cultos de algum dos maiores pregadores, se desviavam. Parece que Finney tinha o poder de impressionar a consciência dos homens sobre a necessidade de um viver santo, de tal maneira que produzia fruto mais permanente. [3]

    MANUSCRITOS DAS MEMÓRIAS

    O manuscrito original de As memórias de Charles Grandison Finney (1792-1875) está preservado nos arquivos da Faculdade de Oberlin, Ohio, onde Finney foi catedrático de teologia e presidente, de 1851 a 1865.

    O texto básico foi ditado por Finney a um ex-aluno, o rev. Henry Matson e revisado pelo próprio Finney, que fez várias alterações e acréscimos, segundo as recomendações do amigo Lewis Tappan, que leu o manuscrito. O documento contém, ainda, todas as alterações feitas por James Harris

    Fairchild, sucessor de Finney na Faculdade de Oberlin. Depois da morte de Finney, Fairchild preparou o manuscrito para a primeira edição, publicada em 1876.

    Esta nova edição apresenta o texto conforme redigido por Finney e não por Fairchild.

    No entanto, a apresentação não é exatamente a deixada por Finney. Há muitos trechos em que tanto Matson quanto Finney cometeram erros de ortografia, omitiram palavras, repetiram outras ou omitiram as aspas. Esses erros foram corrigidos. Ocasionalmente, Finney empregava abreviaturas incomuns: rec, para recebido, dr. B. e sr. N. ", para se referira Mr.

    Beecher e sr. Nettleton. Usava o sinal &" com bastante freqüência. Essas abreviaturas são apresentadas por extenso nesta edição.

    Para facilitar a leitura, as palavras fora de uso foram atualizadas e algumas expressões foram simplificadas. A pontuação foi atualizada e as iniciais maiúsculas foram empregadas conforme a prática atual. Foram respeitadas as marcações de parágrafos feitas por Finney, porém, os mais longos foram divididos. Procuramos apresentar o texto tão livre quanto possível de algo que desviasse a atenção do leitor, preservando a fidelidade ao original. As palavras sublinhadas no manuscrito aparecem em itálico aqui.

    O manuscrito não tinha título. Lewis Tappan havia sugerido que se chamasse Narrativa de avivamentos, considerando que o livro se ocupa principalmente dos grandes reavivamentos nos quais Finney desempenhou um papel de destaque. No entanto, está longe de ser um relato completo de sua participação nesses avivamentos. O texto omite muitos dos locais em que Finney pregou e dirigiu reuniões (os locais por onde ele sabidamente passou estão assinalados nos mapas). Assim, resolvemos manter o título Memórias, pelo qual o livro já é bem conhecido.

    CAPÍTULO I MEU NASCIMENTO E MINHA FORMAÇÃO

    Tem sido do agrado do Senhor relacionar, até certo ponto, meu nome e meus esforços com um movimento extensivo da Igreja de Cristo, considerado por alguns o início de uma nova era, em especial, no tocante a avivamentos religiosos. Esse movimento tem abrangido, em grau considerável, o desenvolvimento de alguns conceitos da doutrina cristã que têm passado por modificações e que antes poderiam ser considerados invulgares. Ao mesmo tempo, pelo fato de esse movimento ser levado a efeito mediante mudanças na maneira de fazer progredir a obra da evangelização, era natural que predominassem alguns mal-entendidos no tocante a essas configurações doutrinárias modificadas e ao emprego desses métodos. Também era natural que, conseqüentemente e até certo ponto, mesmo homens bons questionassem a sabedoria dessas medidas e a ortodoxia dessas declarações teológicas e que, também, os ímpios ficassem furiosos a ponto de se oporem energicamente, durante algum tempo, ao avivamento

    Relaciono meu nome a esse movimento apenas como um dos muitos ministros de Cristo e das pessoas que participaram com destaque na promoção do trabalho. Tenho certeza de que alguns segmentos da igreja consideram-me um inovador, com respeito à doutrina e aos métodos adotados e que muitos me consideram um líder nos ataques às formas tradicionais de pensamento e expressão teológicos e, sob muitos aspectos, na exposição das doutrinas do evangelho em linguagem nova e na introdução de outras formas de pensamento

    Há vários anos, amigos que tomaram parte nos avivamentos têm-me procurado, insistindo em que eu escreva a história desses eventos. Embora tenham prevalecido muitos mal-entendidos no tocante a esses movimentos, pensa-se que a veracidade histórica exige uma declaração da minha parte a respeito das doutrinas pregadas, dos métodos empregados e dos resultados obtidos, com base no que eu e muitos outros acompanhamos de perto durante muitos anos

    Parece que minha mente recusa admitir que fale de mim mesmo tanto quanto serei obrigado a falar e caso queira descrever, com honestidade, os avivamentos e minha relação com eles. Por esse motivo, tenho-me recusado, até o presente momento, a empreender semelhante obra. Recentemente, os diretores da Faculdade de Oberlin colocaram a questão diante de mim e aconselharam-me a iniciar logo o trabalho. Apoiados por vários amigos dos Estados Unidos e da Inglaterra, insistiram comigo no fato de que a causa de Cristo merece que exista na igreja um entendimento melhor do que ocorreu até agora. Principalmente, disseram, no tocante aos avivamentos que ocorreram no centro do Estado de Nova York e em outros lugares, a partir de 1821 e daí em diante durante vários anos, porque grandes calúnias e oposição foram levantadas a respeito deles.

    A Pena Afiada: Charles Finney e o praguimatismo evangélico norte americano

    A decisão de escrever uma autobiografia foi muito importante, pois assim o mundo inteiro pode conhecer os meandros daqueles dias gloriosos em que Charles Finney viveu e foi um servo de Deus que marcou a história do cristianismo.

    Devo dizer que é com relutância que abordo o assunto. E isso por muitas razões. Para começar, nunca mantive um diário, por isso, os relatos dependerão exclusivamente de minha memória. É verdade que tenho a capacidade natural de reter os fatos na

    lembrança e que os eventos que testemunhei causaram impressão profunda em minha mente. Lembro-me com muita nitidez de muitos deles, muito mais numerosos do que caberiam no livro que vou escrever. Quem já testemunhou um avivamento espiritual tem consciência dos muitos casos de conversão que ocorrem diariamente e do interesse que ele desperta no povo. Onde quer que se tenha conhecimento de tais fatos ou das pessoas envolvidas, o efeito produzido é empolgante. E são tão numerosos que, se fossem narrados todos os fatos interessantes de um único avivamento mais longo numa única localidade, seria o bastante para um livro de tamanho considerável

    Não me proponho, de modo algum, seguir nessa direção. Traçarei, apenas, os contornos que dêem uma idéia razoavelmente clara de como ocorreram esses avivamentos e relatarei uns poucos casos de conversão acontecidos em diferentes lugares. Sem esses limites, minha narrativa se dilataria até encher muitos volumes. Proponho-me, então e dentro do possível, condensar em um só volume de tamanho moderado o que tenho a dizer. Por mais interessantes que tenham sido os casos de conversão para aqueles que os presenciaram, temo que para os leitores à distância se torne cansativo o excesso de detalhes

    Mas, procurarei dar a devida atenção à parte doutrinária e aos métodos empregados. Mencionarei sucintamente os fatos que possam oferecer informações suficientes a esse respeito, a fim de que a igreja, a partir de agora, tenha condições de avaliar pelo menos parcialmente o poder e a pureza dessa grande obra de Deus. Os avivamentos mais puros e poderosos que testemunhei são justamente os mais criticados

    Outro motivo para minha hesitação foi o fato de que muitas vezes me surpreendi ao descobrir que a lembrança que eu tinha de fatos ocorridos havia muitos anos era diferente daquilo que outras pessoas recordavam. Minhas declarações, portanto, são passíveis de conflito com as lembranças de algumas pessoas que vivenciaram os fatos quase tão bem quanto eu mesmo. Naturalmente, narrarei os acontecimentos conforme a lembrança que eu tenho deles. Muitos desses eventos serviram para ilustrar, em minhas pregações, as verdades que eu desejava apresentar. Além disso, tão constantemente as pessoas me têm trazido esses fatos à memória e tantas vezes me tenho referido a eles no decurso de meu ministério que estou convicto de que me lembro deles exatamente como se deram

    Se em algum momento eu for traído pela memória ou se minhas recordações diferirem das de outras pessoas, espero que a igreja acredite que minhas declarações expressam exatamente o que trago na lembrança. Estou com 75 anos de idade. Naturalmente, lembro-me com mais clareza de coisas que aconteceram há muitos anos que de acontecimentos mais recentes. Quanto à parte doutrinária, acho impossível que minha memória cometa erros

    A fim de oferecer um relato preciso do papel para o qual fui chamado a desempenhar naqueles cenários, é necessário que eu apresente um breve histórico de

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