Emoções Em Fúria
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Emoções Em Fúria - Assis Ferreira
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EMOÇÕES EM
FÚRIA
ASSIS FERREIRA
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IMPORTANTE
Escolha um desses personagens e descubra a sua trajetória ao avançar as páginas deste livro. O personagem representará você.
Helena, Henrique, William, Alice ou Daniel.
Que ao finalizar este livro, você se entristeça por ter chegado ao fim e lido a última página. Leia com calma.
Assis Ferreira, O autor.
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EMOÇÕES EM FÚRIA
DEDICATÓRIA
Para quem eu poderia dedicar senão para todos aqueles que acreditaram no amor e tiveram suas vidas destruídas por ele?
À você, que um dia se enganou e entregou o coração ao
sentimento mais mascarado que há. Que sonhou e acordou em pesadelo, que construiu castelos de contos de fadas e o viu desmoronar sobre sua cabeça ficando debaixo dos escombros...
O amor é um deus de muitas faces.
ASSIS FERREIRA
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CAPÍTULO 01: SENTIMENTOS INESPERADOS
Quantas palavras de conforto ditas na tentativa de amenizar tamanha dor. Quantos abraços apertados distribuídos, servindo de alguma forma como um consolo à família enlutada. No centro da sala o caixão, ao qual no mesmo estava o falecido Pedro. Muitas flores cobriam seu corpo vestido em um terno branco e que de alguma forma transmitia paz. Era um falecido de feições serenas. Era bem perceptível de que se tratava de um homem digno e de bem, mas que agora se encontrava num caixão. Ao lado, a viúva Helena chorava inconsolá velmente sentada numa poltrona confortável, e tinha o olhar fixado em seu falecido marido. As lágrimas desciam sobre seu rosto branco e delicado, que de tanto chorar estava avermelhado. H avia também a presença de fortes e escuras olheiras, o que a deixava com a aparência de mais sofrimento. Os cabelos curtos e desalinhados de cor escura favorecia o destaque dos seus olhos verdes que eram belos, apesar da nuvem de dor que os encobria .
Pedro Soares Magalhães. Deixou a vida quase sem nem perceber. Um enfarte fulminante o vitimou na madrugada, faleceu na cama ao lado da sua esposa, agora então viúva , senhora Helena Magalhães. Deixou também dois filhos: Alice com a idade de 22 anos e Henrique com 19 anos.
O velório estava repleto de amigos e vizinhos. Um dos vizinhos aproximou-se de Helena, era William. Homem alto, elegante, de uns 40 ou 45 anos, olhar intenso de quem enxerga a cor da alma. E com esse olhar ele viu que a alma de Helena estava nublada. Aproximou-se com voz mansa e marcante, logo via-se que era um homem incomum, diferente, único.
—Sinto muito pela morte repentina do seu marido! —lamen -
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tou.
Helena olhou para William e sentiu-se invadida pela forma que os olhos dele a encararam-na como se lê-se-a por dentro .
—Obrigada. Está sendo um momento difícil pra mim.
Ela respirou fundo, lágrimas discretas rolaram pela sua face, tão logo enxugadas por um lenço que ela portava em sua mão esquerda. William aproximou-se mais um pouco, pondo-se a sua frente .
—Posso te dar um abraço? —ele abriu os braços, e meio sem jeito Helena levantou-se da poltrona ao qual estava sentada, e sentindo-se desconfortável com a situação o abraçou .
—Eu sou um amigo e entendo a sua dor, perdi minha esposa a algum tempo de uma forma trágica e é muito ruim esse momento. Conte comigo como amigo, conte como quiser. ..
—Obrigada. —Helena sentou-se novamente.
Foi como um alívio voltar a se sentar, embora fossem boas as intenções de William, ela queria apenas sossego e silêncio. Muitas palavras talvez em nada ajudariam .
Alice aproximou-se com uma xícara de chá nas mãos.
— Mãe, eu fiz esse chá para a senhora, tente tomá-lo, por favor!
Alice entregou a xícara de chá que foi recebido por sua mãe.
— Obrigada Alice, vou tentar tomar sim. E Henrique? Como ele está?
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O rosto de Alice que também estava abatido de tanto chorar demonstrou ares de preocupação pelo irmão .
—Ele está no quarto. Chora muito. Mas não se preocupe mãe, ele vai melhorar, ele vai superar.
Alice abraçou Helena carinhosamente transmitindo confiança. Beijou sua testa de leve .
William expressou mais uma vez seus sentimentos de pêsames.
— Eu sinto muito, Alice. É uma perda lamentável! Como eu dizia à sua mãe, contem comigo que eu sou um amigo e nessas horas amigos são uma força necessária para ajudar a superar.
Alice pôs a sua atenção em William. Ouviu suas palavras e o agradeceu com um aceno de cabeça e um sorriso forçado .
— Ele está com uma boa aparência! — exclamou Helena, referindo-se ao falecido marido.
— Sim! Ele está sim! Um homem exemplar e digno agora descansa. —completou William olhando para o defunto.
Alice olhou conformada para o seu pai ali no caixão. Helena terminou o chá e devolveu a xícara para sua filha .
—O senhor aceitaria uma xícara de chá? —perguntou Al ice.
William recusou. — Então vou olhar como está o meu irmão Henrique. A senhora ficará bem minha mãe?
—Ficarei sim, pode ir, ele deve estar precisando de conforto.
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Deu um beijo no rosto de Helena que permaneceu sentada . Pediu licença e foi ver o irmão. William pegou uma cadeira desocupada que estava próxima e sentou-se ao lado da viúva .
— Tudo bem se eu sentar aqui ao seu lado? — Helena concordou e ele sentou e começaram a conversar. A capacidade de William de envolver quem quer que fosse numa boa conversa era de impressionar. O charme, a beleza, a elegância e a educação faziam dele um homem extremamente sedutor mesmo quando ele não queria ou não tinha a intenção de seduzir alguém. Enquanto conversavam, Alice seguiu até o quarto de Henrique, o mesmo se encontrava profundamente triste deitado na cama. Alice deu uma leve batida na porta, torceu a maçaneta devagar e empurrou suavemente. —Sou eu, Alice!
Ela entrou no quarto, caminhou em direção à cama em que Henrique estava. O quarto escuro dava a sensação de temor, dor, de angústia... O ambiente envolto de Henrique era sempre pesado, arrastado, e agora se intensificara com a morte do pai .
—Henrique você está bem? —perguntou Alice sussurrando. Uma voz sofrida e triste respondeu :
— Sim, Alice, eu estou bem. Estou tentando aceitar tudo isso que aconteceu. Você pode acender as luzes se quiser. O quarto está muito escuro, não é mesmo? Está sombrio...
Henrique sentou-se na cama e Alice acendeu as luzes. E toda a escuridão se esvaiu e revelou um jovem e belo rapaz de olha r gentil e meigo, porém, o olhar estava pesado de tanto chorar e também devido à noite em que não dormiu. Alice se aproximou , sentou do seu lado e ele encostou a cabeça no seu ombro, respirou profundamente e lágrimas caíram de seus olhos .
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— Nosso pai nos deixou muito cedo! Foi muito inesperado, mas normalmente a morte sempre é inesperada, quando ninguém espera ela chega covardemente e mata as pessoas sem aviso.
— Henrique, não podemos ficar pensando assim. Ele partiu no tempo certo, todos nós temos o tempo de morrer e o dele chegou. Foi no tempo de Deus, Deus quis assim!
Henrique desencostou a cabeça do ombro de Alice e olhou para ela, e em um tom de indignação disse: — Eu não acredito em Deus! Ele é uma grande mentira! Uma aberração inventada!
Alice levantou e sorriu. — Vamos descer. A mamãe precisa de nós! Ela está muito triste, somos o apoio dela, vamos?!
—Vamos sim! —respondeu Henrique sob forte emoção.
Juntos eles saíram do quarto, caminharam lado a lado e m silêncio. Mas os pensamentos de Henrique estavam nas palavras ditas por Alice em seu quarto Deus quis assim
. E ele se perguntava: Como assim ele quis assim?
.
Na sala, Helena continuava a conversar com William e por breves instantes a boa conversa fez com que ela desviasse um pouco os pensamentos sobre a morte do seu marido. Enquanto conversavam, vez e outra algum amigo ou vizinho se aproximavam para confortar a viúva, e estranhavam o fato da mesma conversar tão animadamente
numa situação não muito feliz. Henrique e Alice chegaram e Henrique ao perceber a aproximação de William interferiu de pronto.
—Quem é esse homem? —indagou de um jeito de quem não gostou de vê um homem tão próximo de sua mãe. Alice percebeu a mudança repentina de comportamento do irmão e
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respondeu. — Ele é um vizinho, apenas um vizinho que veio aqui mostrar solidariedade como todos os outros estão fazendo .
— Claro, Alice, eu entendo perfeitamente, mas você entende também que é incomum tanta aproximação? Precisam estar tão juntos? Eu digo, ele tão debruçado praticamente sobre ela? Essa situação é no mínimo curiosa, pois eu não sei se ainda lembram, mas o meu pai ainda está aqui. — alterou a voz — E ele não gostaria de ver o que eu estou vendo. — gritou.
Henrique era um jovem de temperamento histérico e explosivo, difícil saber quando seria o momento em que ele teria atitudes por muitas vezes infundadas e grosseiras. Helena surpresa com o que acabara de ouvir do seu filho ficou constrangida. As demais pessoas que se encontravam no velório olharam para o que estava acontecendo. Helena reagiu .
—Henrique, não faz sentido o que você está dizendo! Eu sou sua mãe! Você me respeite! Eu sei que você esta sofrendo, aliás, todos nós estamos. Mas você não pode me tratar como se eu fosse culpada pela morte do seu pai, não descarregue em cima de mim. Eu não tenho culpa! Vamos passar por esse momento como uma família unida. Não faça essa dor aumentar.
Henrique olhou para William que até então continuava sentado numa cadeira bem próximo a Helena. O mesmo também olhou de volta para Henrique e se levantou calmamente. Fixou o olhar em sua direção e foi até ele sem se abalar com a situação.
—Eu sinto muito Henrique, por tudo o que está acontecendo .
A voz de William foi tão suave que desarmou a arrogância de Henrique, e a forma com que olhou para ele o fez sentir-se meio confuso, William pareceu mergulhar dentro dele. Era como esta r
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despido diante de um estranho. Henrique abaixou a cabeça e m direção ao chão. Sentiu-se deslocado. William o desconsertou.
Inesperadamente sentiu os braços de William envolvendo- o em um forte, demorado e consolador abraço. Henrique ergueu a cabeça ficando com o rosto próximo ao ombro de William e sentiu o perfume que exalava daquele homem tão diferente. Tudo isso vai passar e vai ficar tudo bem
— s ussurrou William e apertou-o contra si ficando colados, mais próximo impossível. Tranquilizou a fera.
Logo após esse momento tudo se asserenou. O que estava exaltado se acalmou, a revolta deu lugar à aceitação e compreensão. Henrique foi em direção ao caixão e permanece u em pé olhando fixamente para o seu pai morto .
O dia seguiu tranquilo, e com o passar do mesmo a tensão inicial fora desaparecendo quase por completo. A casa da família Magalhães estava mais vazia de pessoas, restando apenas os amigos mais próximos. Helena e Alice estavam ao redor do caixão juntamente com algumas pessoas da igreja. Eram católicas e iniciaram a rezar o terço, todos acompanharam ao redor do caixão.
Henrique que estava na sala afastou-se nesse momento, caminhou rumo à cozinha. Ele não suportava rezas e não tinha fé na igreja. Era ateu. William ao perceber o súbito afastamento foi atrás dele, o mesmo estava na cozinha pondo água em um copo para tomar, quando William entrou .
—Você não vai rezar pelo seu pai?
— Não! Eu não acredito em rezas, eu não acredito em Deus! Quando alguém morre simplesmente é o fim. Por isso é
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importante saber aproveitar a vida enquanto se pode, é preciso viver quando se está vivo e não se preparar para uma vida eterna. Eu acho muito ridículo algumas pessoas acreditarem que a vida começa depois da morte. — dito isso, Henrique tomou a sua água. William impressionou-se com a forte opinião do jovem rapaz e expressou a sua: — Eu também não gosto de rezas, eu não frequento nenhuma igreja. —dizendo isso ganhou toda a atenção do jovem ateu .
—Porém, eu acredito em Deus! Ás vezes eu até acho confuso, mas é o meu jeito, eu sou assim! Ninguém muda o que o outro é.
Eles se olharam e riram. Henrique completou: — Ningué m muda a natureza imperfeita de um homem. — riram novamente sem saber o motivo. A conversa estava confusa para ambos.
Da cozinha eles ouviam a reza que parecia triste, penosa .
— A cultura das pessoas é algo impressionante. — d isse Henrique debochando da reza. — Vou subir para o meu quarto, com certeza de lá não dá para ouvir essa lamúria inútil. Vamos ?
—Sim, aceito o convite. —respondeu William.
Passaram em silêncio pela sala, subiram as escadas e foram para o quarto .
Estando lá, Henrique deixou a porta aberta e sentou-se na cama e William pegou a cadeira da escrivaninha. Sentaram- se frente um do outro.
— Não me lembro de tê-lo visto alguma vez com o meu pai, você era amigo dele? Eram próximos de alguma forma? Nunca o vi com ele .
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— Sim, não éramos tão próximos, mas éramos amigos. Quando a minha esposa morreu ele me deu muita força, foi legal comigo e por isso eu estou aqui, retribuindo o que ele fez com a família dele. Você pode contar comigo para o que precisar. A partir de hoje me considere íntimo de você.
Henrique ficou pensativo e recordou-se de quando a esposa de William viera a morrer num trágico acidente de carro.
— Me desculpe por não ter ido até a sua casa quando a sua esposa faleceu. Aqui na rua não se falou em outra coisa e eu nem fiz esforço algum para ir à sua casa mostrar solidariedade . Certo que eu não o conhecia, nunca nem ao menos havía mos nos falado antes, mas quando acontecem essas coisas tristes com os vizinhos a solidariedade entre a vizinhança deve ser total . Quando eu vi você conversando com a minha mãe eu nem lembrei que você é o vizinho que mora algumas casas depois dessa. Eu achei estranho o fato de você estar perto demais... E meu pai tinha certo ciúme da minha mãe e eu me senti incomodado. Você entende, né?
— Deixa isso pra lá, o que passou já passou! Já faz pouco mais de um ano que minha mulher faleceu, a dor já amenizou.
— E você não vai arrumar outra mulher, William? — perguntou Henrique totalmente indiscreto e de forma tão direta que chegou a ser mal educado ou abusivo. William sentiu com impacto aquela pergunta brusca, impulsiva, porém não se zangou.
— Vou sim! Em breve eu quero casar novamente, encontra r uma nova pessoa e ser feliz. — William olhou para a porta do banheiro do quarto. —Posso ir ao banheiro? Preciso me aliviar.
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—Claro, fique à vontade. —Henrique apontou com a mão.
Entrou e fechou a porta trancando-a por dentro. Olhou-se no espelho que havia acima da pia e lavou o rosto e se olhou novamente. Viu a água escorrendo pelo rosto, puxou uma toalha que estava pendurada logo ao lado e enxugou. Pôs a toa lha sobre a pia e puxou a sua camisa que estava por dentro da calça, desabotoou os botões da mesma e contemplou seu abdômen que refletia no espelho.
Desceu uma das mãos até o zíper da calça e abriu. Massageou seu pênis e depois desabotoou o botão e expôs sua cueca azul claro com um considerável volume dentro dela. Ele abaixou de vez a cueca e agarrou com a mão direita o pênis enrijecido e , segurando bem firme, ele lubrificou a glande com saliva , cuspindo no mesmo. E, com entusiasmo, iniciou uma masturbação ousada, resultado de uma excitação que surgiu ao conversar com Henrique. Excitação que não deveria acontecer em uma situação tão diferente e inusitada como a que estava ocorrendo, um velório, lugar de pessoas vulneráveis e tristes.
Enquanto ele se masturbava, Henrique estranhou a demora e silenciosamente foi até a porta do banheiro e ficou parado como quem desejasse ouvir algo, porém nada conseguiu ouvir. Então , curvou-se e, por uma fresta na porta muito discreta que só ele sabia que tinha, espiou o que se passava dentro do banheiro de seu quarto e viu William masturbando-se ofegante. O local d a fresta na porta privilegiava a visão e Henrique viu William segurando o pênis, fazendo movimentos cada vez mais rápidos . A surpresa para Henrique foi imensa. Ele jamais pensaria que aquele homem pediria para usar o banheiro do seu quarto no intuito de se masturbar. Mas apesar da surpresa, ele não interferiu e permaneceu a olhar através da fresta plenamente
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concentrado em cada movimentação que William fazia em seu membro excitado com veias sobressaltadas que pareciam pular.
O ritmo da mão de William acelerou um pouco mais, a respiração foi ficando mais rápida e profunda, e