A Mulher Deve Ser Livre: Mulheres Acorrentadas - Livro 4, #4
De Mary King
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Sobre este e-book
Em um mundo no qual ela acredita que homens e mulheres não têm direitos iguais perante a lei, dias de liberdade de Emelisa estão contados. Como defesa, Emelisa deve confiar no advogado de defesa Humphrey, um ativista dos direitos humanos e membro de longa data de uma organização poderosa, Salve as Mulheres Negras.
Mary King
Mary had compiled the Scriptures for the HOLY GHOST BIBLE into a manuscript to tell the story of the Holy Spirit only from Scripture. An editor took one look and said it would be good to make it a devotion where there could be interesting questions to go with the sets of Scriptures. Mary liked her idea and 4 years later and loads of fun in the Spirit, HOUSE OF THE HOLY GHOST devotional was ready for publishing.
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A Mulher Deve Ser Livre - Mary King
(sugestão de título)
A MULHER DEVE SER LIVRE
CAPÍTULO UM
Emelisa virou-se lentamente e observou sua mão algemada à policial. A mulher começou a puxá-la para que descesse a escada na saída do tribunal.
Haviam pessoas lá fora paradas debaixo do Sol olhando-a, os murmúrios aumentando aos poucos. Emelisa não levantou os olhos do chão, não conseguia olhar para aqueles que protestaram a favor dela, ou para aqueles que a odiavam, ou para Humphrey, o responsável por sua defesa. Ela se deixou levar pelo puxão na mão, como uma ovelha para o abate, ainda sentindo muito orgulho pelo que Humphrey e os manifestantes havian feito por ela.
Emelisa ouviu um grito vindo da van que a trouxe ao tribunal. A van Black Maria estava do lado de fora não muito longe da escadaria. E Emelisa estava bem próxima.
- Ela está resistindo agora? – ouviu dizer a voz. – Ela não quer ir?
- Faça-a vir - disse outra voz.
Um policial saiu furioso da van.
- Ela não estava com medo quando decidiu matar o marido. Vamos logo. - Disse o homem se colocando atrás dela.
- Não vamos deixar que machuque esta mulher! - outra voz gritou indignada.
Era familiar. Humphrey ainda estava lá. Mesmo assim, Emelisa não olhou na direção da voz, mas não pode evitar perceber que os manifestantes voltavam a se pronunciar. Humphrey seguiu com seu discurso.
- Tome cuidado com o que fala ou faz a esta mulher. Você é apenas um policial. Não deixe que esses manifestantes te façam fazer algo estúpido, ou estará encrencado.
- Não, inspetor, - a policial de Emelisa disse ao homem que saiu da van. A fala dela foi sufocada pelas vozes enfurecidas da multidão, mas ela continuou firme. - Acredito que encontramos um meio-termo. Ela está cooperando agora.
O homem voltou para a van resmungando baixo.
Um guarda veio e empurrou Emelisa para dentro da Black Maria sem que ela tivesse tempo de reagir. A mulher a colocou entre ela e outro policial. Novamente, Emelisa desejou que pudesse ir com Humphrey em seu carro. Essas pessoas a odiavam. Sentia-se decepcionada com seu corpo por estar aceitando esse ódio como algo muito maior do que ela própria e Humphrey.
A vontade de lutar crescia dentro dela, mas Emelisa tentava reprimi-la. Como poderia voltar a lutar agora que já havia aceitado sua desvantagem? Como poderia lutar novamente quando já havia tentado antes e perdido? Eles a odiavam e ela já havia se submetido à condição de subjugada que a riqueza do poder dos homens e sua fraqueza vazia haviam imposto sob ela.
Sua cabeça finalmente conseguiu impedir essa crescente fúria que a fazia querer lutar. Ela não poderia odiar agora. Sentiu-se calma de repente, o que era mais proveniente de seu espírito passivo do que de um coração em paz. Seu corpo havia parado de tremer.
Sentiu a van funcionando enquanto a levavam de volta à sua cela na Estação de Polícia de Volks.
Emelisa não sabia dizer quanto tempo levou para chegar em Volks, sua mente começou a divagar assim que a van saiu. Ela não sabia quantos suspeitos tinham na parte de trás antes de trazerem-na para embarcar. Durante toda a viagem, ela só conseguia pensar no quão rápido esse pensamento havia mudado sua vida.
E como num piscar de olhos, seu corpo voltou a tremer como tremeu a seis dias atrás. Sua memória projetou vividamente os detalhes daquele dia. Ela viu suas crianças comendo no chão enquanto entrava com pressa na sala e esbarrava na cadeira. Ela os ouvia perguntarem diversas coisas, pedindo todos os tipos de respostas, primeiro Edosa, depois todas as crianças, uma após a outra.
Agora pensava que Edosa não acreditaria que ela seria capaz de matar o irmão dele, da mesma forma que ela não acreditava que tinha feito. E quanto a Vincent, Ojo e Bridget? E quanto a seu filho, Emmanuel? Onde estariam eles agora? Será que havia alguém para levá-los à escola? Será que eles parariam de ir à escola por ela não estar mais lá? Como se sentiam? Será que se sentiam péssimos agora que haviam visto Emelisa em sua cela?
O pensamento daquela tarde devastadora havia voltado, como pontadas de dor. Ela lembrou como aquela multidão imensa havia tomado conta dos arredores de sua casa e cuspiam na rua enquanto levavam o corpo de Uyi. Lembrou do medo terrível que sentiu quando as testemunhas começaram a contar o que viram. Lembrou do momento em que deixou sua mente fugir dali.
Para as pessoas que olhavam de fora, ela havia fugido do julgamento, ou seja, fugiu da salvação para a danação. Mas para Emelisa, ela saía da escravidão para a liberdade. Agora acreditava fortemente nisso. Quanto mais forte a lei se colocava sob ela, maior era seu senso de liberdade. Quanto mais agressivos os policiais dirigiam-se a ela, mais forte era a razão pela qual ela fugiu da renúncia, era como via a liberdade, de certo modo. Seu maior problema era Humphrey. Ele queria que ela fosse presa. Era um bom homem, mas não importava o quanto ele tentasse, jamais conseguiria destruir essa sensação de liberdade que nasceu dentro dela. Emelisa apenas não sabia como pedir a ele que se afastasse.
Emelisa lembrou de quando foi visitar seus pais na vila. Ela via as feições duras e tristes de seus irmãos por todo o transtorno que havia causado a eles. Depois, ocorreu-lhe a ideia de