Diário De Paloma

De Maria Carvalho

NINFOMANÍACA E VAIDOSA COMETEU SEUS EXCESSO E EM FÚNEBRE PENSAMENTOS VAGUEIA ENTRE A TERRA E O INFERNO. “QUANDO ME TORNAREI A MAIS BELA DE TODOS ESPÍRITOS ENTRE A TERRA E O INFERNO”. VÁRIAS ENCARNAÇÕES E O MESMO PECADO LHE LEVANDO AO PROFUNDO POÇO DE DOR E LAMENTO.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 4 de abr. de 2020

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DIÁRIO DE PALOMA

Maria Carvalho

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SUMÁRIO

Capítulo 1 – O Despertar

............................................................................ 03

Capítulo 2 – Despertar para educação divina

.............................................. 43

Capítulo 3 – A prova

................................................................................... 64

Capítulo 4 – Julgamento

............................................................................. 75

Capitulo 5 – Reencarnação

......................................................................... 87

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Capitulo 01

O Despertar

Se, faz presente cinco coveiros junto a eles, Ana, Joana e Camélia ninguém mais, estou deitada sobre um humilde caixão poucas velas nenhuma flor, meu Deus poucas pessoas até para segurar meu caixão, e agora? O que irão fazer com meu corpo?

— Oh! Meu corpo! todo destruído, canalha, assassino, frio e calculista não tinha direito de mim matar, pior, destruiu meu rosto, cortou meus braços e minhas pernas, covarde, miserável.

— Ai, cadê você? João Miguel!

— Como eu faço para levantar daqui? Onde eu posso te achar? Cão dos infernos, eu vou mim vingar de você. Há vou, cão, demônio, ai que ódio, maldito assassino (fala com gritos).

Pior que ter mim matado, foi ter me mutilado cortou todo o meu rosto e me deu uma morte dolorosa, sofrida, cão do inferno, filho de satanás cadê você? cortou meu cabelo me deixou toda rasgada, cortou minhas 3

pernas, meus braços, foi frio, não teve pena de mim um só segundo.

João Miguel eu lhe acho, um dia eu vou me vingar de você cão.

— (choro) Ai, ai, não queria morrer tenho medo do inferno (Gemidos)

— O que vai ser de mim agora? O que eu faço! (Gritos)

— João Miguel, porque você fez isso comigo? Porque cão dos infernos, destruiu meu corpo? cadê você? Eu não consigo sair daqui (Gritos), socorro.

— Eu quero sair daqui.

— Alguém me ajude! Misericórdia, Senhor, tende piedade de mim. Eu quero voltar, alguém me ajuda a voltar por favor (Choro, Gemidos, Gritos).

É agora, vou para o inferno, começo a me recordar de tudo, tudo mesmo, uma mulher de voz fina, ela era altar, vestida com roupas claras, um manto de cor claro, não era branco era uma cor diferente, me tirou da dor do corpo. Era a morte levando minha alma, meu Deus não tem volta eu estou morta.

— Ai que horror bem que aquela cartomante me disse que meu fim seria trágico. E foi.

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João Miguel acabou com meu rosto cortou meus pés e braço arrancou meus seios me tirou o que eu mais preservava na minha vida, minha beleza, recordo da voz rouca de Joana me falando: "Paloma não se brinca com homem ciumento, tome cuidado não tente enganar seu homem, ele vai descobrir suas traições’’.

— (fala com choro) Paguei com a minha própria vida a traição que eu fiz, eu quero sair daqui, estou com medo, estão seguindo em direção a cova preciso levantar logo pois os germes da terra iram rapidamente devorar meu corpo, esse caixão de péssima qualidade não vai suportar por muito tempo, como eu faço para levantar!?. Que desconsolo meu Deus, eu quero uma chance só uma chance a última, que agonia, aflição, me invade, angustia e o medo estão do meu lado.

Sinto um frio que não passa, um frio que jamais sentir antes, um frio que dói aterrorizante, está tudo muito escuro, era o vazio, o nada, só tinha o frio e a dor, uma sensação de total impotência e vulnerabilidade, me sentia nua, desprotegida e com medo. O frio da alma doe, uma dor que jamais tinha sentido, uma dor tão profunda como um atormenta sem fim, não conseguia ajuda.

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— Socorro (gritava), pedia ajuda clamava por um alívio, ninguém me ouvia, (gritos) pedia socorro depois de tanto tormento, apareceu espíritos sem uma forma física definida com o formato de um corpo humano porém, composto de nuvens começaram a me puxar, fui retirada do caixão e me colocaram em uma maca em um quarto com pouca luz, sentia que estava sendo costurada, me esticavam e me puxavam, não sentia dor, era uma espécie de anestesia nada sentia.

Penso que adormeci.

Quando despertei lá estava me esperando o famoso inferno. Gritos e gemidos a todo o momento eram pássaros negros voando sobre mim, desespero de todos que estavam ali, ouvia lamentações, gemidos, todo mundo sofrendo louco e se rastejando pelo chão, não sabia a medida do tempo mais penso que passei longos anos adormecida, comecei a sentir fome, sede, frio, calor, saudade, tristeza todos os sentimentos de uma só vez estava aprisionada ao sofrimento e a dor, uma dor sem fim.

Andava e andava em busca de comida e nada encontrava, avistei uma mulher que estava sentada em uma cadeira penteando seus cabelos, com 6

um espelho de mão sobre seu colo. Desesperada pedir a ela seu espelho, só queria me olhar, ela bruscamente o segurou e me disse:

— Primeiro beije meus pés, aí sim deixo você se ver, somente se ver, pois o espelho é meu, não ouse me roubar.

A minha vontade era de esmagar a cara dela já emagrecida e encruada e mandar ela para o inferno. Porém estava fraca demais para brigar e no inferno já estávamos. Ignorei e seguir andando sem rumo e sem direção, já cansada cai e comecei a me rastejar, porém, agora com curiosidade de saber como estava meu rosto. Conseguia perceber que estava como retalhos de panos velhos ao passar a mão, sentia várias costuras, minha curiosidade não estava maior que a minha dor, pois o que eu mais preservava havia sido tirado de mim, minha beleza, minha vida, a fome era devoradora nada encontrava para comer, agonia e angústia era constante, minha alma agonizava, nada encontrava para comer, procurava e procurava mas só encontrava mais desespero e angústia.

Com medo, a agonia não tinha fim, sem ter para onde ir, fechava os olhos mais não conseguia alcançar a paz, a agonia tomava conta de mim, o medo, o frio e a fome se tornava cada vez maior, passavam por 7

mim outros espíritos e me agredia, psicopata, doido, uns me xingava outros me mal dizia, me agredia gratuitamente, puxavam meu cabelo e meus braços. Não aguentei junto a tanta pancada, continuava caída no chão, não tinha forças para levantar, estava fraca demais.

Até que por fim um jovem com duas faces, uma de mulher e outra de homem metade vestido como mulher outra metade vestido como homem, me ajudou a levantar, ele ou ela Já sabia meu nome.

— Paloma

— Ele ou ela me sorriu, ao levantar colocou sobre meus lábios um pedaço de pão e me deu um gole d’agua em uma garrafa, me ajudou a sentar em um tronco velho de árvore, me deu pão e água, comia com muita fome pois era o pão mais saboroso que já tinha comido em toda minha vida.

Ele começou a falar de como era fácil sair daquele lugar. Mesmo agradecida não conseguir me conter, meu sorriso era de deboche. Como sair do inferno?. Aquele velho ditado: se conselho fosse bom era vendido e não de graça.

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Eu devo merecer estar no inferno. Ele ou ela era confuso se referir a ele.

Me olhou dentro dos meus olhos e disse:

— Deixe eu lhe mostra quem tu eras no passado!

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Fiz uma viagem e me vi sendo gerado, meu nascimento, minha mãe cuidando de mim, minha infância toda como um filme, rapidamente vi minha vida por completo. Fui um príncipe, mimado e soberbo, eu mesmo envenenei meu pai, seduzir minhas irmãs, mantinham relação sexual com minhas duas irmãs e ambas engravidaram de mim, tinha relação com oito, dez, talvez doze, mulheres ao mesmo tempo, era um homem impiedoso, audacioso, tinha duas obstinações o poder e o prazer ao sexo. Meu exército era de homens fortes, tratava meus soldados com total reconhecimento, eles tinham o prestígio e total importância para meu reinado. Bebidas, mulheres, casas