A Chave De Sua Vida
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A Chave De Sua Vida - Francisco De Assis Ribeiro Sanguinetti
INTRODUÇÃO
Um conto para recordar
Em um mundo distante, quando muitos trabalhos já tinham sido realizados para deixar um planeta inteiro pronto para receber seres vivos, o Senhor supremo de todos os mundos criados reuniu todos os seus súditos para um grande pronunciamento.
Estiveram presentes a este evento todos os seres antigos, todos os que ele criara em todos os outros mundos, ali também se encontravam filhos rebeldes, desobedientes e também outros talentosos. Algumas dessas pessoas queriam de fato ser o grande Eu Sou
, que iria ali mesmo se pronunciar. Porém havia, de fato, uma grande diferença entre estes e o grande Eu Sou
, os demais tinham sido moldados pelo grande artista, ele que era inominável, não tinha sido, por pessoa alguma, criado, sempre existira e sempre fora independente.
Surgindo do espaço com grande pompa e tecnologia, o Ser Supremo apresentou-se diante de todas as hostes e cortes de seres de luz que pertenciam a sua primeira geração, estes todas as vezes se fizeram presentes em todos os mundos, onde se fez necessário organizar as sociedades de seres iluminados. Em um grande círculo, acompanhado por dois querubins, o Ser perfeito a todos se dirigiu: "Meus queridos filhos, por longas eras, vivi sozinho no infinito espaço vazio, apenas eu mesmo era conhecedor dos meus pensamentos, apenas eu mesmo sabia que em meu infinito reinava uma solidão que estava prestes a acabar, eu criara esferas luminosas para preencher a imensidão do espaço vazio, mas a minha obra estava longe de chegar ao fim, levaria muitos séculos até que tudo estivesse pronto e as matérias luminosas de minhas milhares de estrelas começassem a esfriar. Grandes e pequenas, eu as multiplicava e as produzia pelo poder de minha mente e deixava que elas fossem ficando opacas e seus núcleos quentes as mantivessem, entretanto eram frias por fora. Dei então início à preparação de muitos mundos, criei sistemas e suportes de vida e realizei tudo isto através do caos. Ele era e sempre seria necessário para criar ordem a partir de sua confusão reinante, sua calmaria resultaria no meio de formar, nas superfícies dos planetas, o meu desejo, a minha real intenção. Cada um dos mundos foi agraciado com espécies adequadas às exigências atmosféricas ali predominantes. Esses seres, por mim criados, tinham formas diferentes, mas os espíritos que os animavam eram todos procedentes de meu espírito imortal, portanto todos eles eram também imortais.
Mas minha totalidade, minhas configurações não estavam neles, não os criei com um físico proveniente de minha essência e nem todos eu criei pessoalmente. De mim mesmo procederam os aeons
, seres especiais provenientes das matrizes de muitos mundos por mim criados, a estes dei a missão de desenvolver nos mundos a ciência e criarem seres a sua imagem física, mas as matrizes espirituais, as essências, sempre eram por mim geradas.
Quando me veio a ideia de criar este planeta, ele vagava em uma órbita fatal, eu criei um caos capaz de moldá-lo às minhas exigências, e assim ele foi levado a uma órbita segura e adquiriu um período rotativo que seria, em si mesmo, seu relógio de tempo, um tempo que em nada poderia se igualar ao meu próprio tempo e minha própria contagem. Em meu tempo, levei 6 mil anos para concluir todos os trabalhos deste pequeno mundo, eu o elegi para mim com todo o carinho e mandei os aeons (Anjos de Monada) criarem vida. De todas as espécies possíveis de pouca inteligência e mandei que criassem raças segundo as necessidades e climas da nova terra e eles fizeram um bom trabalho em todos os mundos, eu sempre mandei sete tipos diferentes de aeons, para povoá-los, mas para este, eu mandei apenas seis tipos, e eles geraram suas seis raças genéticas. Estas raças eram potencialmente prontas a desenvolverem inteligência plena, mas eram seres imperfeitos demais para que eu considerasse a possibilidade de que eles viessem a ser de grande ajuda para a finalidade plena de minhas criações, eu dei mil anos de repouso à terra e nem um melhoramento foi feito por mim nestes mil anos. Esse tempo foi destinado ao descanso da terra, o tempo de florescer meu belo jardim, o Éden onde eu poria minha bela criação.
Findo os mil anos, eu resolvi interferir, vindo pessoalmente ao planeta e pari a minha configuração, a minha raça. Como eu, ele, Adão
, teria, em si mesmo, a capacidade de gerar e teria prazer nisso, ele teria um corpo de pura luz e visão ilimitada de tudo que estava acima de sua cabeça, ou seja, os mundos que eu criei. Estrelas e constelações eram parte de seu entendimento, mas eu não tinha ainda feito com que ele entendesse todos os mistérios de criar, de fazer acontecer coisas, de dominar, ele não teria o poder do Eu Sou
, em sua totalidade, mas o suficiente para me ajudar nas obras deste mundo. Mundo este criado para ser infinito. Todos os demais seres, criados pelos aeons
, andrógenos, deveriam ter sido ensinados por minha criação, dela viriam todos os profetas de luz, dela viria o conhecimento para as seis raças já existentes, esta minha criação era a última, mas a ela foi dada a chave da vida ainda em potencial de crescimento.
Dei nome a minha criação, eu a chamei de Adão, o primeiro de minha espécie e dei a ele apenas um mandamento, apenas uma lei. Adão foste feito de um corpo de luz, e neste Jardim tem toda sorte de alimentos apropriados a teu corpo e teu intelecto, mas existe naquele lugar que te indiquei um conhecimento perigoso para ti se dele te aproximares e experimentares seus benefícios. Isso se transformará em morte, não os considere, sede paciente apenas.
Esse mandamento seria muito duro para minha criação obedecer, porém era esperando por mim que ele seguisse e mais tarde ele seria ensinado sobre a maneira de ver as coisas que eram proibidas ao meu filho compartilhar. Todos os filhos dos aeons eram criados aos pares, assim como os demais animais que eram feitos de matéria grosseira, porém minhas ordens de criação seriam para que uma grande diversidade de seres povoassem o universo, e assim foi.
Capítulo 01
Pensamento de Adão
N
asci iluminado, resplandecia com elegância, tive infância em companhia de anjos por meu pai designados e não tive mãe, apenas um Pai, infinito, eterno. Em sua perfeição, ele me criou. Seus propósitos eram estranhos ainda para mim, mas minha visão era plena, meu corpo de luz era belo e totalmente diferente dos demais seres, eu os via do jardim e minha visão especial captava as suas atividades. Quanto a mim, tinha funções especiais, cuidar do jardim e ficar afastado de um conhecimento que meu Pai disse que era devastador se eu aprendesse antes do tempo devido. Uma única lei me foi dada, mas esta lei era muito dura para mim. Os filhos dos aeons eram belos, brilhavam e foram feitos aos pares, eu era belo e brilhava iluminando tudo ao meu redor. Eles viviam se entrelaçando entre si, beijavam-se e penetravam as suas parceiras, eu via e sentia, com isso, coisas estranhas em meu próprio ser, minha parceira estava em mim mesmo eu era ela e ela era eu, meu sexo era ideal de minha raça, tinha em mim a formosura das mulheres dos filhos dos aeons e o vigor de um órgão masculino acima do feminino, eu podia sentir tudo que eles sentiam, me penetrar e me sentir bem, mas não podia me abraçar, e nem sentir o toque de outro ser em minha pele, mesmo assim, a matéria luminosa da qual eu era composto, me diferenciava e me igualava aos anjos do céu de meu Pai que sempre vinham ao jardim em veículos estranhos a minha percepção. O que me guardava o futuro? Por que tinha sido eu criado? Por que todo o conhecimento não me tinha sido dado por meu Pai? Isso eu não sabia.
Muitas vezes, eu olhava para as grandes planícies além do jardim e me punha a perguntar o que existia lá, e como eram os seres que longe do jardim viviam. Olhando com mais curiosidade o lugar proibido no qual nem as árvores eu poderia me sentar à sombra, mais e mais curioso eu ficava, até que um dia penetrei em seu interior e lá minha mente começou a se abrir e eu passei a ter um conhecimento tão grande quanto o conhecimento de meu Pai. Pensei comigo mesmo era por isto que ele não desejava que eu soubesse
, isto me faria igual a ele próprio.
As coisas da criação passavam em minha mente e lá se firmavam, vi todos os experimentos, toda a genética usada e logo imaginei que eu também poderia criar. Não esperei meu Pai retornar para me instruir sobre estas coisas, e descobrir segredos ocultos aos meus olhos, pude observar que de mim mesmo sempre sairiam seres iguais a mim, e se assim fosse, eles seriam tão solitários como eu próprio era.
Quando vi que podia manipular minha matéria especial, percebi que poderia criar um corpo diferente do meu, mas com a mesma luminosidade. Logo realizei a experiência e gerei, em meu útero, aquela que poderia realizar o meu sonho, ela foi feita no tempo normal e com toda a genética que eu tinha aprendido. Separei a parte masculina e gerei uma mulher como as filhas dos aeons. Seria esta minha criação diferente de mim e isto muito me agradou. Meus filhos, com ela, acabariam com a duplicidades de sexos, seriam capazes de amar fora de seu corpo e os homens teriam feições masculinas como os filhos dos aeons tinham, eu porém nada poderia fazer para mudar meu aspecto, nada mudaria em mim, mas agora eu teria uma parceira, distinta, separada e capaz de me amar e ser por mim amada.
Capítulo 2
A Ira do Pai
M
eus temores residiam na reação de meu pai em seu regresso, certamente ele se entristeceria pela minha desobediência, no entanto eu entendia, em parte, suas preocupações, mas seria minha curiosidade tão condenável assim? Olhando para mim mesmo no reflexo da água, eu me perguntava: Meu poderoso Pai, em um belo dia retorna ao paraíso, teriam seus anjos prediletos viajado até o céu para contar a minha proeza?
.
Meu Pai soube e se enfureceu como esperado, disse que viria ver por si mesmo o fruto de minha desobediência, e assim se fez, ele me falou: "Ó tu ser formoso e belo, por que foste buscar para ti o que não era digno de ti? Jogaste fora o céu e todos os privilégios que para ti reservara, de ti eu pretendia gerar filhos iguais a mim, todos independentes e de luz, acaso não viste o que fizeste? Agora teu renascimento será doloroso, já que separaste teu sexo serás igual aos filhos dos aeons e teu corpo perderá sua luz e em carne perecível será transformado teu corpo e os de todas as gerações desta terra. Eis o mal do qual te falei, quando fiel aos meus mandamentos nada sofrias e teu corpo jamais dependeria de matéria para viver, agora que és feito transitório, dependerá sempre de alimentos materiais e não poderás mais viver sem o elemento água, do qual até agora não dependias para nada. Queria eu que a tua sabedoria te levasse a desejar o meu conhecimento para fazer coisas grandes, por isto eu mesmo te criei, devias vir a ser o educador, aquele que transformaria este mundo todo em um paraíso e que acabarias por aperfeiçoar a criação dos aeons. Sim, este foi um dos objetivos de teres sido criado, foste feito a minha imagem espiritual e corpórea e agora em que te transformaste? De agora por diante, toda a tua energia luminosa será escondida de ti e de todas as tuas gerações, teu DNA especial agora será transformado em pura matéria deste mundo, todos os elementos das estrelas das quais fostes criado continuarão em ti e em tua descendência, só que em pequena quantidade apenas, o restante de tua composição nova virá dos quatro elementos da terra e sofrerás a morte de agora por diante, tu e todos os teus filhos. Por causa da desobediência, os filhos dos aeons também perderão a vida eterna, mas de agora em diante, eu tomo para mim a criação deles, serão todos meus filhos em espírito e farão parte de tua descendência, pois em carne também te tornaste, o céu de agora em diante será fechado, nem tu e nem um mortal verão mais os mundos que criei e nem os anjos que sobem e descem a este lugar, de tua casa serás tirado e do lado de fora habitarás.
Capítulo 3
A Revelação do Pai
F
oi aí que meu pai me revelou: "Filho, minha raça é antiga, minha formação um mistério, sou de fato incriado e portanto inominável em todos