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Construtores da Nova Era
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E-book210 páginas2 horas

Construtores da Nova Era

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Sobre este e-book

Dois jovens apaixonados em busca do entendimento da Vida Maior, um experiente professor em sua missão de divulgar o conhecimento espírita, uma médica que encontra a libertação do sofrimento por meio do exercício da mediunidade com Jesus, um mecânico em busca da cura, uma mulher orgulhosa e preconceituosa se deparando com a Verdade e a presença encarnada de um elevado instrutor espiritual são fios condutores nessa nossa narrativa sobre o poder da luz, do amor e da sabedoria!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de jul. de 2023
ISBN9786588535523
Construtores da Nova Era

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    Construtores da Nova Era - Rossano Sobrinho

    O Chamado de Cada um!

    Quando comecei a escrever meus primeiros livros sobre espiritualidade, recebi a visita de um querido amigo, vindo da capital mineira. O companheiro de ideal espírita, portador de singular cultura e comportamento verdadeiramente cristão, indagou-me com profundo respeito: Rossano, nossa doutrina já possui tantos autores e médiuns psicógrafos notáveis como Kardec, Léon Denis, Chico Xavier, Herculano Pires, Hermínio de Miranda e Divaldo Franco, entre outros, por que você decidiu escrever livros espíritas?

    Confesso que a pergunta me pegou de surpresa. Naquela época, eu ainda me encontrava muito verde no trabalho espiritual, acreditava inclusive que o Movimento Espírita era um elevado agrupamento de almas eleitas a serviço do evangelho redentor de Jesus. Talvez uma ilusão necessária para o início da jornada que os espinhos e as pedras do caminho foram transformando paulatinamente em vigilância, disciplina e determinação. Tudo tem a sua sagrada função na estrada iluminativa da alma, inclusive as decepções, os aborrecimentos e as desilusões.

    Ante a justa indagação feita à queima-roupa pelo companheiro de Doutrina, respondi com relativa leveza: Meu amigo, embora eu saiba da existência de lindos e exuberantes jardins que emolduram de beleza inúmeras paisagens da Terra, desejo muito, de coração, plantar um pequeno jardim aqui mesmo no quintal de minha casa. Eu também quero receber a visita dos passarinhos cantores e das borboletas coloridas. Eu quero ter o meu jardim!.

    Diante da resposta talvez inesperada, o fraterno visitante confessou que, há muito, também desejava escrever algum livro doutrinário, no entanto ainda não havia tomado coragem para realizar tal tarefa. Sempre era limitado pelo receio e pela insegurança, maus conselheiros para os labores de um escritor.

    O tempo passou, e prossigo dedicado em minha singela função de plantar algumas flores em meu pequeno jardim literário, ciente de que cada jardineiro tem o seu chamado. Já recebi a visita de muitos pássaros e borboletas do Brasil inteiro e também do exterior. Alguns leitores me confessaram que, por meio de meus escritos, conseguiram pela primeira vez concluir a leitura de um livro. Uma simples declaração que por si só já confere significado a todo o meu trabalho! Os autores clássicos são maravilhosos, mas precisamos também de uma literatura com linguagem fluente e escorreita, que alcance o povo mais simples, sedento de luz e de paz. É assim que procuro escrever, buscando também, é claro, dentro de minhas limitações intelectuais, um mínimo de elegância e beleza às estruturas frasais.

    ***

    O presente livro é mais uma flor desse meu jardim! Trata-se de um romance, por meio do qual acompanharemos o desenrolar da experiência evolutiva e relacional de personagens muito interessantes. Almas que, de alguma forma, receberam o chamado da luz e contataram as belezas indefiníveis da espiritualidade superior.

    Dois jovens apaixonados em busca do entendimento da Vida Maior, um experiente professor em sua missão de divulgar o conhecimento espírita, uma médica que encontra a libertação do sofrimento por meio do exercício da mediunidade com Jesus, um mecânico em busca da cura, uma mulher orgulhosa e preconceituosa se deparando com a Verdade e a presença encarnada de um elevado instrutor espiritual são fios condutores nessa nossa narrativa sobre o poder da luz, do amor e da sabedoria!

    Esta é uma história sobre alguns Construtores da Nova Era... Espíritos que ouviram o convite do Cristo! E como escreveu Allan Kardec no capítulo XIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, ...não basta ser convidado; não basta dizer-se cristão, nem tampouco sentar-se à mesa para participar do banquete celeste. É necessário, antes de tudo, e como condição expressa, vestir a túnica nupcial, ou seja, purificar o coração e praticar a lei segundo o espírito, pois essa lei se encontra inteira nestas palavras: Fora da caridade não há salvação. Mas entre todos os que ouvem a palavra divina, quão poucos são os que guardam e a aproveitam! Quão poucos se tornam dignos de entrar no Reino dos Céus! Foi por isso que Jesus disse: Muitos serão os chamados e poucos os escolhidos".

    Rogo a Deus que estas singelas páginas literárias possam despertar em muitos corações amigos o desejo profundo de renovação interior, para que, diante do amoroso e permanente chamado do Mestre de Nazaré, sejamos ou nos façamos também escolhidos!

    Abraça-os fraternalmente

    O autor.

    Espera Feliz – MG, 15 de julho de 2020.

    A geração que desaparece levará consigo seus erros e prejuízos; a geração que surge, retemperada em fonte mais pura, imbuída de ideias mais sãs, imprimirá ao mundo ascensional movimento, no sentido do progresso moral que assinalará a nova fase da evolução humana.

    Allan Kardec

    (KARDEC, Allan. A gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo; 1ª ed. esp. Rio de Janeiro: FEB, 2005. p. 526, cap. 18, item 20)

    1. HOJE ASSAIS UM PATO...

    O ambiente estava todo mergulhado em densas sombras vazadas apenas pela claridade mortiça e trêmula de alguns poucos candeeiros de azeite. Caminhei aturdido por um gueto de ruazinhas taciturnas e estreitas, adornadas de casinholas e choças de tabique e palha, rumo a um clarão maior e amarelado que meus olhos vislumbravam não muito longe. Finalmente alcancei ofegante uma grande praça tomada pelo povo. Muitos erguiam tochas. Havia um alarido estranho. Um vento seco e frio carreava um fétido odor, nascido das latrinas pestilentas e abertas da cidade, agredindo minhas narinas. Ao centro, labaredas lambiam o ar com violência, em dantesco espetáculo.

    Meu Deus, tudo me dizia que eu estava em plena Idade Média! Eu havia retrocedido no tempo.

    Palavras religiosas eram ditas em latim e em alta voz por sinistras autoridades. Gritos de ódio e sarcasmo vindos do poviléu reverberavam naquela atmosfera sombria e triste.

    Todos voltavam o olhar para um único ponto no meio do enorme pátio circundado de guardas e algumas enigmáticas figuras encapuzadas. Não era somente eu o angustiado e perplexo naquele mundo soturno. Procurei desesperadamente vencer a densidade da multidão, acercando-me ainda mais do corpo que começava a ser alcançado pela agressividade das chamas. Uma visão terrificante! A praça agora exalava também o cheiro repulsivo de carne queimada.

    ― Não pode ser! – gritei sobressaltado, observando o sinistro suplício. ― Por que este homem está sendo queimado vivo? O que ele fez para tão terrível condenação?

    ― Ele é um herege maldito! Desrespeitou a santa igreja! – vociferou uma velha de face horrenda, quase deformada. ― Ele sofrerá desde agora com as labaredas do inferno! Hereges devem morrer – gritou a estranha criatura.

    Sem compreender na totalidade o que se passava ali, vi Sophia e Flammarion ao meu lado. Eles também estavam dominados pelo terror do momento. Olhavam-me estarrecidos e assombrados. De repente, para maior espanto de todos, do meio das chamas devoradoras uma voz grave e poderosa retumbou nos quatro cantos da praça sombria:

    ― Hoje assais um pato, mas dia virá em que o cisne de luz voará tão alto que vossas labaredas não mais o alcançarão!

    ― Quem é este homem? Por que ele foi condenado? – indaguei estarrecido ao professor Flammarion.

    ― É um santo! Um homem de coragem! – respondeu-me também aturdido o velho mestre.

    ― Pelo amor de Deus! Não o deixem morrer assim – Sophia gritou já em prantos, tentando inutilmente vencer a resistência dos guardas que cercavam o condenado. ― Não o deixem morrer! Salvem-no, pelo amor de Deus!

    Acordei suarento em plena madrugada fria, dominado pelo pavor do pesadelo. Tudo parecia tão real, tão verdadeiro! O coração acelerado no peito, a camisa encharcada pelo suor abundante... Que lugar sombrio era aquele? Assemelhava-se realmente aos cenários medievais tão bem apresentados em alguns filmes ou nos livros de História. Por que Flammarion e Sophia estavam comigo naquele pesadelo? Que frase enigmática era aquela pronunciada em altissonante voz pelo condenado em chamas?

    Eu precisava de respostas. Algum sentido maior havia naquela pavorosa experiência onírica. Levantei-me rápido da cama e fui tomado por certa vertigem. O cérebro ainda não havia recebido oxigênio suficiente para coordenar o corpo com segurança e equilíbrio. Sentei-me novamente na cama para não cair.

    Procuraria o professor Flammarion naquele mesmo dia, na faculdade. Algo me dizia que o nobre mestre poderia elucidar o sentido oculto daquele sinistro pesadelo.

    ***

    Meu nome é Rubens. Sou apenas um jovem professor de História, ainda cursando a faculdade, apaixonado pelo magistério e por meus alunos. Filho de família pobre, consegui ingressar em um curso superior com muito esforço. Meus estudos são minha grande alegria!

    Sou o orgulho de minha família, mas isso não significa que sempre tenha sido compreendido. Meu pai é ajudante de pedreiro, e até hoje duvida que eu de fato me torne um bom professor, mesmo sabendo que já estou dando aula com relativo êxito. Ele, porém, não tem culpa disso; apenas reproduz o pessimismo e o complexo de inferioridade que recebeu dos pais, pessoas mais simples ainda que ele.

    Moro na pequena e bela cidade de Esperança, rodeada por montanhas verdejantes, no interior de Minas Gerais, e faço faculdade em Carangola, cidade um pouco mais desenvolvida que a minha, situada na Zona da Mata mineira.

    Além de minha profissão, tenho uma grande paixão: a busca pela espiritualidade. Sou um buscador da luz! Não sei se posso dizer que é bem uma paixão ou uma vocação porque, para mim, espiritualidade é a própria vida! Não consigo dissociar religião ou religiosidade de vida. Nunca consegui entender esse amor que tenho pelas coisas sagradas ou espirituais. Nasci em lar católico, visitei algumas igrejas evangélicas, mas tenho me encontrado no estudo de livros espíritas e espiritualistas.

    Acredito, na verdade, que nasci espírita porque tudo o que encontro na literatura espiritista é exatamente o que sempre imaginei. Na casa de meu pai nunca pude abordar esses assuntos, foi na faculdade que, recentemente, contatei o espiritismo. Isso aconteceu por intermédio do professor Flammarion, uma criatura fantástica, descendente de franceses. Homem sábio, alegre e detentor de uma espiritualidade incomum. Ele tem uns setenta anos e é profundamente lúcido, jovial e bem disposto.

    Este livro relata algumas de minhas experiências no caminho espiritual e o desenrolar de uma linda história de cura, conhecimento e missão. Como disse, sou alguém em busca da luz, que se dedica a entender a vida em seus aspectos transcendentais para viver a sua própria vocação na construção de si mesmo e de um mundo melhor!

    Espero que minha história – ao lado de pessoas muito mais interessantes do que eu – possa contribuir de alguma forma para o despertar interior de algumas almas sinceras que, como eu, tenham sede de luz e de entendimento!

    2. REENCONTRO DE VELHOS AMIGOS

    Voltarei um pouco em minha história para revelar meu primeiro contato com o espiritismo, nesta encarnação.

    Foi após uma aula extraordinária ministrada pelo professor Flammarion sobre a Idade Média que eu o procurei. Estava fascinado diante de tanto conhecimento. Na noite anterior, eu havia sonhado com ele e Sophia, minha namorada, em meio a uma sombria praça medieval. Eu e os dois estávamos lado a lado, assistindo a uma cena terrível em plena Idade das Trevas. Parecia alguém sendo queimado vivo em praça pública numa fogueira inquisitorial. No terrificante pesadelo, ouvimos uma voz muito grave ecoar uma frase estranha, enigmática.

    Não compreendi nada. Hoje assais um pato!, o que significaria aquilo? Um código? Por que eu, Sophia e o velho mestre estávamos juntos naquele horrendo contexto onírico? Quem estava sendo queimado naquela fogueira e a mando de quem? De quem era aquela voz tão poderosa e talvez profética?

    Decidi procurar Flammarion no dia seguinte, na sala dos professores. Ele me recebeu com um carinho paternal. Parecia já gostar de mim, como aluno, há meses. Estranhamente eu sentia nele a presença de um velho amigo.

    Caminhamos tranquilamente até o pátio da faculdade circundado de árvores vetustas. Contei-lhe o estranho sonho sem qualquer timidez ou receio. Ele demonstrou uma grande surpresa, chegando mesmo a corar as bochechas. Parecia saber exatamente do que se tratava e, ao mesmo tempo, não acreditar no que estava ouvindo. Foi aí que entabulamos o nosso primeiro diálogo mais ostensivo fora da sala de aula:

    ― Menino, você promete! – disse-me com um sorriso aberto, meio emocionado.

    ― Não entendi, professor!

    ― Seu sonho é revelador.

    ― Não foi um sonho, foi um pesadelo. E não entendi a frase, professor. O senhor consegue decifrá-la?

    ― Sim, consigo, mas isso não é para hoje.

    ― Por que não? – indaguei decepcionado.

    ― Ainda é cedo. Um dia eu lhe revelarei o significado desta sua experiência singular!

    ― Posso lhe fazer uma pergunta fora de nossos estudos acadêmicos? É uma pergunta que sempre desejei fazer...

    ― Claro, meu filho. Qualquer pergunta!

    ― Qual a sua religião? – indaguei com muita curiosidade.

    ― Eu já esperava algo nessa área – disse ele demonstrando satisfação. ― Eu sou espírita, filho! Graças a Deus,

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