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A Glória de Cristo no Sofrimento e na Redenção
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A Glória de Cristo no Sofrimento e na Redenção
E-book202 páginas3 horas

A Glória de Cristo no Sofrimento e na Redenção

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Sobre este e-book

Nunca daremos a devida importância à morte expiatória de Cristo. Este é o fato principal na palavra de Deus, no qual os olhos de nossa alma devem estar sempre fixos. Sem o derramamento de seu sangue, não há remissão de pecados. Esta é a verdade fundamental sobre a qual todo o sistema do cristianismo depende. Sem ela, o Evangelho é um arco sem pedra angular, um belo edifício sem alicerce, um sistema solar sem sol. Esta, afinal, é a verdade mestra das Escrituras: "Cristo morreu por nossos pecados". Portanto, devemos retornar a ela diariamente e alimentar nossas almas com essa verdade. Alguns, como os gregos de antigamente, podem zombar da doutrina e chamá-la de "loucura". Mas nunca devemos nos envergonhar de dizer com Paulo: "Mas longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo" (Gálatas 6:14).

J. C. Ryle (1816-1900) foi bispo da Igreja da Inglaterra em Liverpool
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de jul. de 2023
ISBN9786585634014
A Glória de Cristo no Sofrimento e na Redenção

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    A Glória de Cristo no Sofrimento e na Redenção - João Calvino

    A Glória de Cristo no Sofrimento e na RedençãoimagemA Glória de Cristo no Sofrimento e na Redenção

    Título do original: The Passion of Our Lord Jesus Christ

    João Calvino (1509-1564)

    1ª Edição - Maio de 2023

    Os direitos desta edição pertencem a João Calvino Publicações®

    Copyright da traduação by João Calvino Publicações®

    Diretor editorial:

    Levi Ceccato

    Tradução:

    Lorena Garrucho

    Revisão:

    Jadson Targino

    Francisco Tourinho

    Plínio Sousa

    Análise técnica do texto:

    Frankle Brunno

    Capa:

    Filipe Ribeiro

    Diagramação:

    Tiago Elias

    Conversão para Ebook

    Cumbuca Studio

    C

    ALVINO

    , João.

    A Glória de Cristo no Sofrimento e na Redenção / João Calvino - 1. ed. - GO - Firminópolis, 2023

    208 p.; 14 x 21 cm

    ISBN: 978-65-85634-01-4

    Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda e qualquer reprodução desta edição por qualquer meio ou forma, seja ela eletrônica, física, fotocópia, gravação ou qualquer outro meio de reprodução, sem permissão expressa do editor.

    Rua Rodrigues do Vale, Qd 1C Lt8 - Bairro Márcia Marilene

    CEP: 76105-000 - Firminópolis - GO

    www.joaocalvinopublicacoes.com.br

    "Quem entregou Jesus para morrer?

    Não foi Judas, por dinheiro;

    não foi Pilatos, por temor;

    não foram os judeus, por inveja –

    mas o Pai, por amor!"

    Octavius Winslow

    Prefácio

    1º Sermão - Mateus 26:36-39

    2º Sermão - Mateus 26:40-50

    3º Sermão - Mateus 26:51-66

    4º Sermão - Mateus 26:67-27:10

    5º Sermão - Mateus 27:11-26

    6º Sermão - Mateus 27:27-44

    7º Sermão - Mateus 27:45-54

    8º Sermão - Mateus 27:55-60

    P

    OR

    F

    RANCISCO

    T

    OURINHO

    Desde quando comecei meus estudos em João Calvino, no ano de 2015, sempre tenho focado nos estudos dos materiais acadêmicos, como as Institutas da Religião Cristã e debates contra opositores. Tenho lido tudo que posso sobre a doutrina e vida desse excepcional reformador, porém nunca me deparei com um texto tão lindo quanto esses sermões sobre a paixão de Cristo. Após essa leitura, tenho o mesmo sentimento que Karl Barth, quando afirma:

    Calvino é uma catarata, uma floresta primitiva… algo vindo diretamente do Himalaia, absolutamente chinês, estranho, mitológico; perco completamente o meio, as ventosas, mesmo para assimilar esse fenômeno, sem falar para apresentá-lo satisfatoriamente. O que recebo é apenas um pequeno e tênue jorro e o que posso dar em retorno, então, é apenas uma porção ainda menor desse pequeno jorro. Eu poderia feliz e proveitosamente assentar-me e passar o resto de minha vida somente com Calvino.¹

    Ernest Renan, teólogo e filósofo católico romano francês, diz que Calvino foi o maior cristão de seu século². O também erudito católico romano Erik von Kuehnelt-Leddihn, diz que se fosse possível eliminar uma cidade suíça por completo, do mapa e da história, toda a civilização ocidental não seria o que é hoje, se essa cidade for Genebra; eliminaríamos duas das mais fortes influências na mentalidade ocidental: João Calvino (apesar deste ter nascido na França) e Jean Jacques Rousseau.³ As referências à genialidade de Calvino são infindáveis, gostando ou não de suas ideias, ninguém, em sã consciência, que tenha o mínimo de estudo, pode desprezar sua obra.

    A grandeza da obra de Calvino exige que o leitor seja atencioso com os detalhes, que não isole suas falas e que conheça o macro de sua obra. Calvino é um escritor honesto, por isso, inclina-se a crer na boa-fé e inteligência de seus leitores, assim sendo, muitas vezes é mal interpretado pelos leigos, ignorantes e maliciosos. Por leigo, me refiro a um ignorante sem culpa, mas disposto a aprender; por ignorante, puro e simplesmente, refiro-me ao cabeça-dura, para usar um termo de Calvino, que se recusa a entender sem motivo algum além da dureza advinda de sua maldade; por malicioso, me refiro ao que entendeu, mas calunia na primeira brecha para uma possível interpretação dúbia, que poderia ser solucionada com um pouco mais de atenção ou simples piedade. Esses últimos são os mais perigosos, pois cientes de que o problema é resolvido algumas linhas depois, isolam os textos e os divulgam para seus leitores deturpadamente, aproveitando-se da boa-fé dos aprendizes. É um pecado hediondo aproveitar-se de sentimentos virtuosos, como a confiança e a boa-fé, para promover a maldade. Infelizmente, muitos teólogos estão imersos nesse pecado, esquecendo que o Juiz de todos os homens está vendo e não os deixará impunes.

    Devido à grandeza intelectual de Calvino, sua obra, mesmo as mais simples, são dotadas de algum nível de complexidade. Meu trabalho ao revisar e prefaciar essa obra foi descomplicar e explicar algumas falas do exegeta. Ao fazer essa leitura, devemos estar atentos ao fato de que as pregações do púlpito não tem como prioridade a academicidade, nem mesmo destrinchar os pontos difíceis da teologia, apesar de tê-la como guia. A pregação é prioritariamente admoestativa, prática, ela nos ensina a viver. É totalmente legítimo falarmos sobre perda de salvação se a intenção for admoestar um crente a se manter firme contra as tentações do pecado. É legítimo, durante uma pregação, apelar a um homem para que aceite o evangelho de Jesus, pois em termos práticos, é isso que acontece, é isso que nós vemos no nosso dia-a-dia. Os sermões estão mais baseados nas experiências humanas, que na especulação teológica. Alguns teólogos costumam errar quanto a isso, tomando os textos admoestativos da escritura e tornando-os textos estritamente teológicos, como se o fato de Deus perguntar onde Adão estava, significasse, realmente, que Ele não sabia onde Adão estava, ou pelo fato da Escritura admoestar para não tentarmos a Deus, tornasse essa ação realmente possível. Ora, Deus queria provocar Adão e o trata como se fosse um humano falando a outro. É impossível tentar a Deus, mesmo assim, a Escritura nos admoesta contra essa ação. Do mesmo modo devem ser as pregações, o papel do pregador é traduzir a vontade de Deus para os homens, humanizando Deus, para que os homens apreendam um pouco do Deus-Homem. Calvino explora os aspectos práticos, dessa forma, Calvino apela para as decisões humanas, para o livre-arbítrio, para a vontade salvífica universal (pois pressupõe que todos são potenciais eleitos, como deve ser o pregador), para a perda de salvação (que são ameaças legítimas, tais como a ameaça da morte de Ezequias), ou seja, os sermões estão mais preocupados com a vontade revelada, que com a vontade secreta,⁴ pois a primeira nos inspira a agir, a segunda nos inspira a calar, aceitar e contemplar.

    Estou convencido de que o leitor piedoso terá grandes experiências com esse material. Meu sincero desejo é que os leitores tenham a mesma experiência que tive, que Deus conceda graças infalíveis para que os corações sejam alimentados através dos sermões escritos nesse material.

    Deus abençoe.

    FRANCISCO TOURINHO

    01/04/2023


    ¹ Barth, Karl. apud. George, Timothy. A Teologia dos reformadores. São Paulo. Vida Nova. 2006. p.161. Disponível em: https://reforma21.org/sem-categoria/joao-calvino-chines-estranho-e-mitologico.html . Acesso em 01/04/2023.

    ² Renan, Ernst. Éstudes D’Histoire Religieuse, Paris: Michael Lévy Freres. Libraires-Éditeurs. 1857. p 342. Apud Maia, Hermisten. As Obras de João Calvino. Vol 1. Clire. 2017. p 113.

    ³ Kuehnelt-Leddihn, Erik von. The Western Dilemma: Calvin or Rousseau?. Modern Age. Edição de inverno.1971. Disponível em português: https://blog.calvinismoexplicado.com.br/2021/10/20/o-dilema-ocidental-calvino-ou-rousseau/. Acesso em 01/04/2023.

    ⁴ Por vontade revelada, entenda-se aquilo que a Escritura revela que deve ser feito. São as leis divinas em todos os seus aspectos - permissões, proibições, conselhos e imposições. Por vontade secreta, entenda-se aquilo que está guardado na mente divina, mas que é revelado pelo evento, como o caso de Abraão, que por uma vontade revelada soube que Deus queria o sacrifício de Isaac, mas por uma vontade secreta, entendeu que Deus não queria o sacríficio do garoto, mas apenas testar a sua fé. A vontade revelada é tipicamente para o homem, pois Deus testa Abraão, mesmo sabendo que ele passaria no teste, mas por que fez? Para o próprio Abraão e para nós, seu povo. A vontade revelada é de Deus e, somente Dele, é aquela vontade absoluta, soberana, indiscutível. Por uma vontade revelada, Deus quer salvar todos os homens, mas pela secreta, só quer salvar os eleitos. Pela vontade secreta, os eleitos nunca se perdem, mas pela vontade revelada, um homem crente pode se perder. Calvino exagera no uso desses conceitos.

    ³⁶Então veio Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar. ³⁷E ele levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, e começou a ficar triste e muito angustiado. ³⁸Então disse-lhes: A minha alma está muito triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. ³⁹E foi um pouco mais adiante, e prostrou-se sobre o seu rosto, e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

    uando a Escritura nos fala de nossa salvação, ela nos propõe três objetivos. Um é que reconheçamos o amor inestimável que Deus mostrou por nós, para que ele seja glorificado por nós como merece. Outro, que consideremos nosso pecado com a repulsa tal, que lhe é apropriada, e que tenhamos vergonha suficiente de nos humilhar diante da majestade de nosso Deus. O terceiro, que valorizemos nossa salvação de tal maneira que nos faça abandonar o mundo e tudo o que pertence a esta vida frágil, e que nos regozijemos com a herança que nos foi adquirida por tamanho preço. É nisso que devemos fixar nossa atenção e aplicar as nossas mentes quando nos é mencionado como o Filho de Deus nos redimiu da morte eterna e adquiriu para nós a vida celestial. Devemos, então, em primeiro lugar, aprender a dar a Deus o louvor que ele merece. Na verdade, ele era totalmente capaz de nos resgatar das profundezas insondáveis da morte de outra maneira, mas ele quis mostrar os tesouros de sua infinita bondade quando ele não poupou seu único Filho. E nosso Senhor Jesus neste assunto quis nos dar uma garantia segura do cuidado que ele teve por nós quando se ofereceu voluntariamente à morte. Pois nunca seremos tocados nem incendiados para louvar ao nosso Deus, a menos que, por outro lado, examinemos nossa condição e vejamos que estamos afundados no inferno, e saibamos o que é ter provocado a ira de Deus e tê-lo por inimigo mortal e juiz tão terrível e espantoso de modo que seria muito melhor se o céu e a terra e todas as criaturas conspirassem contra nós do que aproximar-se de sua majestade enquanto é desfavorável para nós. Portanto, é muito necessário que os pecadores tenham o coração quebrantado com o sentimento e a compreensão de suas faltas, e que se reconheçam piores do que miseráveis, para que possam ter horror de sua condição, a fim de que, desta maneira eles possam saber o quanto estão em dívida e obrigação com Deus, e que ele se compadeceu deles, que os vê em desespero e tem sido gentil o suficiente para ajudá-los; não porque ele vê neles alguma dignidade, mas apenas porque ele olha para além de suas misérias. Ora, é também fato que agora poderemos saber o enorme preço que foi pago por nós, uma vez que estávamos cercados por muitos aqui e que, quando Deus nos chamou para si estávamos impedidos de ver que é necessário valorizar a vida celestial como ela merece por nossa afeição e cobiça.

    Por isso nos é narrado aqui, que não apenas nosso Senhor Jesus Cristo se dispôs a sofrer a morte e ofereceu a si como sacrifício para apaziguar a ira de Deus - seu Pai -, como também para que ele seja total e verdadeiramente a nossa promessa, não se recusou a até mesmo suportar as agonias que estavam preparadas para todos aqueles cujas próprias consciências os repreendem e que se sentem culpados de morte eterna e condenação diante de Deus. Notemos bem, que o Filho de Deus não se contentou meramente em oferecer sua carne e sangue e submetê-los à morte, mas ele quis em plena medida comparecer perante o tribunal de Deus - seu Pai -, em nome e na pessoa de todos os pecadores, estando, então, pronto para ser condenado, visto que ele carregou nosso fardo. E não precisamos mais nos envergonhar, pois o Filho de Deus se expôs a tal humilhação. Não é sem motivo que Paulo nos exorta, pelo seu exemplo, a não nos envergonharmos da pregação da Cruz, por mais tola que seja para alguns e uma pedra de tropeço para muitos. Pois quanto mais nosso Senhor Jesus se rebaixou, mais vemos que as ofensas pelas quais somos devedores a Deus não poderiam ser abolidas, a menos que ele fosse rebaixado até o último grau.

    E, de fato, sabemos que ele se fez fraco, para que pudéssemos ser fortalecidos por sua virtude, e que ele se dispôs a suportar todos os nossos sofrimentos, exceto o pecado, para que ele esteja pronto hoje para nos ajudar. Pois se ele não tivesse sentido em sua pessoa os medos, as dúvidas e os tormentos que sofremos, ele não estaria tão inclinado a ter piedade de nós como ele teve. Dizem que um homem que não conhece nem a fome e nem a sede, não será movido com compaixão ou humanidade para com aqueles que os suportam, porque esse homem, sempre esteve à vontade e viveu em seus prazeres. Assim sendo, é verdade que embora a natureza de Deus não carregue nenhuma de nossas paixões, ele não deixa de ser humano para conosco, porque ele é a fonte de toda bondade e misericórdia. Contudo, para que possamos ter certeza de que nosso Senhor Jesus conheceu nossas fraquezas, para nos livrar delas, e para que possamos chegar a ele com muito mais ousadia e falar com familiaridade, o Apóstolo nos afirma que por essa razão, Cristo estava disposto a ser tentado como nós.

    Então, temos que notar no texto lido, que quando nosso Senhor Jesus entrou no jardim do Getsêmani, até ao Monte das Oliveiras, era para se oferecer como sacrifício voluntário. E assim ele quis cumprir o ofício e o encargo que lhe foi confiado. Pois, por que ele assumiria nossa carne e natureza, a não ser para reparar toda nossa rebelião, através de sua obediência, para adquirir para nós justiça plena e perfeita diante de Deus, seu Pai? E ele ainda veio se apresentar para a morte, porque não poderíamos ser reconciliados, nem poderíamos pacificar a ira de Deus que havia sido provocada pelo pecado, exceto por sua obediência.

    É por isso, então, que o Filho de Deus foi ousadamente ao lugar onde sabia que Judas o encontraria. Sabemos que era necessário que fosse assim, desde que o nosso pai Adão arruinou a todos nós por sua rebelião, era preciso que o Filho de Deus, que tem o controle soberano sobre todas as criaturas, se sujeitasse e assumisse a condição de servo, como também ele é chamado de servo de Deus e de todos os seus. Por isso também que Paulo, mostrando que devemos ter algum auxílio para chamá-lo com plena confiança de que seremos ouvidos como seus filhos, diz que pela obediência de nosso Senhor Jesus Cristo somos reconhecidos como justos. Pois, ela é como um manto para cobrir todos os nossos pecados e ofensas,

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