Orientações para Projeto e Construção de Igrejas - Estudos da CNBB Vol. 106 - Digital
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Orientações para Projeto e Construção de Igrejas - Estudos da CNBB Vol. 106 - Digital - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Coleção Estudos da CNBB
96 - Deixai-vos Reconciliar
97 - Iniciação à Vida Cristã: Um Processo de Inspiração
Catecumenal
98 - Questões de Bioética
99 - Igreja e Questão Agrária no início do Século XXI
100 - Missionários(as) para a amazônia
101 - A Comunicação na vida e missão da Igreja no Brasil
102 - O segmento de Jesus Cristo e a Ação Evangelizadora no
Âmbito Universitário
103 - Pastoral Juvenil no Brasil – Identidade e Horizontes
104 - Comunidade de Comunidades: Uma nova Paróquia
105 - A Igreja e as Comunidades Quilombolas
106 - Orientações para projeto e construção de Igrejas e
disposição do Espaço Celebrativo
107a - Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade
108 - Missão e Cooperação Missionária
109 - O solo urbano e a urgência da paz
110 - Pastoral da Educação: Estudo para diretrizes nacionais
111 - Orientações pastorais para as mídias católicas: imprensa, rádio, TV e novas mídias
112 - Setor universidades da Igreja no Brasil: identidade e missão
Orientações para projeto e construção de Igrejas
e disposição do Espaço Celebrativo
2ª Edição revisada e ampliada - 2023
Diretor-Geral:
Mons. Jamil Alves de Souza
Revisão:
Carolina Ramos
Equipe Responsável:
João Martins de Oliveira Filho; Laíde Inêz Sonda; Marcelo Antonio Audelino Molinero; Regina Céli de Albuquerque Machado Steurer; Marília Fernandes Gonçalves; Antonio Fernando dos Anjos Abrão; Raquel Tonini Rosenberg Schneider; Thiago Aparecido Faccini Paro; Maria Inês Bolson Lunardini
Projeto Gráfico, Capa e Diagramação:
Henrique Billygran da Silva Santos
978-65-5975-221-8
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão da CNBB. Todos os direitos reservados ©
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Zona Industrial – Brasília-DF
CEP: 70.632-350
Fone: 0800 940 3019 / (61) 2193-3019
E-mail: vendas@edicoescnbb.com.br
www.edicoescnbb.com.br
Sumário
Siglas E Abreviações
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
I. LUGARES DA AÇÃO LITÚRGICA
1. Lugares da Convocação e da Acolhida
O Campanário
O Ritual de Bênçãos afirma:
Celebração da Bênção do Sino (Monição)
A Porta
O Átrio
2. Lugar da Assembleia
3. Lugar da Presidência: a Cadeira
4. Lugar da Palavra: o Ambão
5. Lugar Central da Eucaristia: o Altar
A RESERVA EUCARÍSTICA
6. Lugar do Batismo
7. Lugar da Reconciliação
8. Lugar dos demais Sacramentos, Sacramentais e outras Ações Litúrgicas
II. OBJETOS RELACIONADOS AO ESPAÇO E À AÇÃO LITÚRGICA
CAPÍTULO II
PROGRAMA ICONOGRÁFICO
CAPÍTULO III
LUGARES DEVOCIONAIS
CAPÍTULO IV
LUGARES DE SERVIÇO
1. Sacristia
2. Dízimo
3. Equipamentos de som
4. Avisos
5. Depósitos
6. Banheiros e Bebedouros
CAPÍTULO V
EDIFÍCIOS ANEXOS
1. Edifícios Pastorais
2. Casa Paroquial
CAPÍTULO VI
COMISSÃO DE ARTE SACRA
CAPÍTULO VII
PROJETOS E CONSTRUÇÃO
1. Projetos
2. Construção
CONCLUSÃO
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Documentos usados
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
GLOSSÁRIO
APÊNDICES
Concílio Ecumênico Vaticano II
Constituição Sobre a Sagrada Liturgia
Sacrosanctum Concilium
Capítulo VII
A Arte Sacra e as Sagradas Alfaias
INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO
Capítulo V:
Disposição e ornamentação das igrejas para a celebração eucarística.
Capítulo VI
REQUISITOS PARA A CELEBRAÇÃO DA MISSA
RITUAL DA DEDICAÇÃO DE IGREJA E DE ALTAR.
Capítulo II
DEDICAÇÃO DE UMA IGREJA
Papa Paulo VI, Mensagem do Papa na conclusão do Concilio Vaticano II
"
Guia Litúrgico-Pastoral
Siglas E Abreviações
ART Anotação de Responsabilidade Técnica
RBC Ritual do Batismo de Crianças
Cân. Cânon, Código de Direito Canônico
CB Cerimonial dos Bispos
CAU Conselho de Arquitetura e Urbanismo
CEI Cadastro Específico do INSS
Cf. Confira / Conferir
CIgC Catecismo da Igreja Católica
CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
CND Certidão Negativa de Débito
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
CRI Certidão de Registro de Imóveis
DV Dei Verbum – Constituição Dogmática sobre a Revelação, Concílio Vaticano II
GS Gaudium et Spes = Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo atual, Concílio Vaticano II
IELM Introdução ao Elenco das Leituras da Missa (Lecionário)
IGBC Introdução Geral do Batismo de Crianças
IGMR Instrução Geral sobre o Missal Romano
INSS Instituto Nacional de Seguro Social
IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano
NBR 9050 Norma Brasileira de Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos
PDDU Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
PPCI Prevenção e Proteção contra Incêndio
RRT Registro de Responsabilidade Técnica
RB Ritual de Bênçãos
RD Ritual de Dedicação de Igreja e Altar
RP Ritual da Penitência
SC Sacrosanctum Concilium – Constituição sobre a
Sagrada Liturgia, Concílio Vaticano II
SPDA Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
VD Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini do Papa Bento XVI
APRESENTAÇÃO
Entre as mais nobres atividades do espírito humano constam-se com todo o direito as belas-artes, principalmente a arte religiosa e a sua melhor expressão, a arte sacra.
(SC, n. 123)
No ano jubilar da Constituição Conciliar sobre a Sagrada Liturgia, o Setor do Espaço Litúrgico da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil entrega às nossas Igrejas locais este texto: Orientações para Projeto e Construção de Igrejas e Disposição do Espaço Celebrativo.
Há anos a Equipe do Setor do Espaço Litúrgico está refletindo e partilhando ideias e propostas, com a colaboração de liturgistas, arquitetos e artistas do Brasil de distinta sensibilidade e diferentes competências. Com a nossa alegria e satisfação, eles e elas entregam este subsídio que oriente as comunidades que se propõem a construir ou reformar seus espaços celebrativos e demais estruturas comunitárias
. Subsídio esperado por nossas Igrejas Locais e por todas as pessoas envolvidas na arte da construção dos espaços de celebração.
Como documento de Estudo, está aberto para novas contribuições e possíveis melhoramentos. Sua publicação, sem dúvida, transformar-se-á numa luz na arte das reflexões, pesquisas, encontros, congressos e seminários de formação. Destinatários, afirma-se – são todos os que estão envolvidos na construção dos espaços de celebração
e serve de base para que as construções e reformas sejam concebidas a partir de critérios não subjetivos, mas teológico-litúrgico-pastorais
.
Os grandes critérios que o Concílio apontava para a reforma de igrejas ou a construção de novos templos encontram, neste texto, concretas aplicações. Reafirma-se, com o texto conciliar, que a Igreja sempre foi amiga das belas-artes e procurou continuamente o seu nobre ministério
(SC, n. 122). O Concílio ainda dizia: A arte goze de livre exercício na Igreja, contanto que, com a devida reverência e honra, sirva aos sagrados templos e às cerimônias sacras... ela possa unir sua voz ao admirável concerto de glória que os grandes homens cantaram à fé católica nos séculos passados
(SC, n. 123). Desejamos que isso aconteça em todas as nossas realidades eclesiais. Este texto foi, pacientemente, elaborado com esse intuito.
Destacamos uma entre as numerosas e sábias indicações: A beleza combina com a sobriedade, a sinceridade e a simplicidade
. Estamos em sintonia com a Sacrosanctum Concilium (n. 124) quando recomenda que o vocabulário da arte e do sagrado cristão resplandeça de nobre beleza mais do que de mera suntuosidade
. De fato, a obra de arte, antes de tudo, deve ser verdadeira
, autêntica e manifestar uma harmonia no que ela é, ou seja, a sua função litúrgica. Tudo na Igreja deve verificar o sinal
a serviço de realidades espirituais e transcendentes e, ao mesmo tempo, humanas.
O nosso documento – qual orientação e recomendação – ainda escreve: Quando se constrói uma igreja, não se pode esquecer que ela toda é um ícone, uma imagem viva. Moldada pela liturgia, é, por si mesma, mistagógica
. O espaço no qual reúnem-se as pessoas de fé para ouvir a Palavra e celebrar os sagrados mistérios da salvação é a singular imagem da Igreja, templo de Deus edificado por pedras vivas. São Pedro apóstolo nos afirma: vós, como pedras vivas, formais um edifício espiritual
(1Pd 2,5).
Toda pessoa ou família sonha ter sua casa. As comunidades eclesiais, igualmente, sonham em ter um espaço adequado em que possam encontrar-se e elevar a Deus suas preces. A realização desse sonho demanda projetos e investimentos, sensibilidade e arte, fé e ação conjunta dos interessados.
Nutrimos a confiança de que o presente subsídio nos ajudará na compreensão da beleza da liturgia e no sentido da construção, adaptação e disposição do espaço celebrativo.
Um sincero e profundo agradecimento a todos os que colaboraram no projeto de construção deste Documento de Estudos da CNBB.
+
Dom Armando Bucciol
Bispo de Livramento de Nossa Senhora – BA
Presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia.
INTRODUÇÃO
Quando Jesus morreu na cruz, o véu do templo rasgou-se (cf. Mt 27,51; Mc 15,38; Lc 23,45). O rasgar-se do véu é lido como um sinal de que o modelo de culto antigo, oferecimento de sacrifícios e animais, deu lugar a uma nova forma ou ordem de culto, baseado na entrega de Jesus. Ele ofereceu-se de uma vez por todas em sua morte na Cruz. O Templo, como lugar de oferecimento de sacrifícios, foi suplantado pela Ressurreição do Senhor, que se tornou o verdadeiro templo, como Ele mesmo havia anunciado: destruí este templo, e, em três dias, eu o reerguerei (cf. 2Jo 19-21). Ele ergueu o novo Templo, o do seu corpo ressuscitado. Unindo-nos a Ele pela força do Batismo, nos tornamos pedras vivas do templo espiritual que é a Igreja, Corpo Místico de Cristo, do qual Ele é a cabeça.
As igrejas cristãs são sinais materiais deste templo espiritual, porém o seu sentido não se esgota somente nisso. Além de ser corpo místico a Igreja é também uma realidade física e precisa de um espaço para que a comunidade possa reunir-se ao redor do seu Senhor, ouvir a sua Palavra e celebrar a sua Ceia. A igreja sempre possui essa dupla finalidade: remete-nos às coisas do alto, à Jerusalém do Céu, e reúne a comunidade dos fiéis ao redor de Cristo, cabeça deste Corpo, constituído de muitos membros. Sempre nos remete a uma realidade mística e funcional, divina e humana.
A Igreja também é um organismo constituído por uma pluralidade de membros, onde cada um tem ou exerce uma função diferente, em harmonia com os demais. Articular as funções e serviços dentro do espaço não é a única tarefa do projeto: em todo o edifício deve transparecer o Mistério da Igreja. Em cada um dos lugares destinados ao exercício de algum ministério ou sacramento, mesmo quando não estão acontecendo as celebrações da comunidade, os que entram deverão perceber a presença e a ação de Jesus Cristo, Sumo Sacerdote. O fiel deve sentir-se mergulhado no mistério para cuja celebração o espaço foi projetado e preparado.
Entretanto, o espaço cultual não é o tudo
da vida da comunidade. Este tem conexão com outros aspectos: com o ambiente vital da comunidade (pastoral, caritativo, social) e com o ambiente urbanístico no qual o edifício insere-se, não como objeto estático
, mas como expressão da identidade da comunidade e do seu diálogo com o meio ambiente, hoje pluralístico do ponto de vista religioso. Por isso, o edifício igreja precisa de uma identidade exterior, tem de expressar a mensagem de