Pensar o sublime com Heidegger apesar de Heidegger: notas sobre uma tonalidade afetiva fundamental
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Pensar o sublime com Heidegger apesar de Heidegger - Clécio Luiz Silva Júnior
1 PRIMEIRA PARTE: PHILIPPE LACOUE-LABARTHE E O SUBLIME AFIRMATIVO
1.1 A OPERAÇÃO LACOUE-LABARTHEANA: UM PANORAMA
Pretendemos, nas páginas que seguem, uma reconstituição do texto de Lacoue-Labarthe A verdade sublime, buscando dar relevo às questões mais importantes e, concomitantemente, buscando fora dele, na medida em que se fizer necessário, as fundamentações deste, seja em Longino, Kant, Hegel, seja em Heidegger. De certo modo, já nesta reconstituição traremos à leitura uma digressão¹² sobre o sublime kantiano a fim de dar mais clareza sobre o conceito tratado por Lacoue-Labarthe, mas que, por opção (ou estratégia?) do autor foram preteridos. O texto a que nos referimos é originalmente intitulado La verité sublime, (A verdade sublime) publicado em 1988 no formato de uma coletânea de ensaios chamada Du sublime¹³, constituída de textos de autores franceses que discorriam unicamente sobre o tema do sublime, abordado pela perspectiva estética e filosófica. A natureza desta publicação, que também traz textos de Jean-Luc Nancy, Jean-François Lyotard, Jean-François Courtine, Michel Deguy, Éliane Escoubas e Jacob Rogozinski diz muito a respeito da natureza do tema do sublime, isto é, de sua importância enquanto tema da estética e da filosofia para autores e autoras da França da geração de Philippe Lacoue-Labarthe.
A maior parte destes textos foram recolhidos de edições anteriores da revista Po&sie publicados entre os anos de 1984 e 1986 (La verité sublime, por exemplo, havia sido publicado em 1985 no volume 30, número 6, pp. 83-87 desta revista). A coletânea não está inteiramente traduzida, apenas alguns textos em separado. No Brasil, fomos presenteados com a tradução cuidadosa de A verdade sublime feita por Virgínia Figueiredo que, juntamente desta tradução, nos presenteia com cinco outros textos de Lacoue-Labarthe que chegam até nós reunidos no livro A imitação dos modernos – ensaios sobre arte e filosofia¹⁴ (2000). Todas as citações de A verdade sublime feitas aqui, portanto, serão referenciadas nesta edição brasileira, se não, no original francês.
Passando, portanto, ao problema propriamente presente em A verdade sublime, percebemos que o autor instala uma reviravolta no próprio conceito e sugere uma interpretação do sublime como apresentação afirmativa (ou positiva), criticando, desse modo, a leitura tradicional do sublime como apresentação negativa. A hipótese de Lacoue-Labarthe intenta, grosso modo, uma identificação do sublime, do tradicional conceito de sublime, revisto e reinterpretado à força da crítica, ao conceito de verdade (aletheia) tomado da filosofia grega clássica e desenvolvido por Heidegger em suas obras, em Ser e tempo (1927), Da essência da verdade (1943), nos cursos sobre Nietzsche (1961), nas conferências e ensaios sobre a arte e a técnica e, por fim, em A origem da obra de arte (1936): essa última assim posicionada não graças à cronologia de sua publicação, mas porque ela será nosso guia neste trabalho.
Acreditamos, no entanto, que os textos produzidos na última fase do autor alemão – não referenciados no texto de Lacoue-Labarthe – também serão significativos para afirmar e expandir a tese do crítico francês. E será a partir de Ser e tempo e dos textos posteriores que traremos à discussão, na segunda parte deste livro, outras possibilidades de leitura do sublime dentro da filosofia de Heidegger.
De início, o que está em jogo para Lacoue-Labarthe é a dinâmica não apenas do léxico do sublime que aparece na obra de Heidegger, mas, sobretudo, do sublime que pode ser entendido a partir da ontologia fenomenológica, que, para o francês, sustenta em si o tema do sublime. A tarefa de Lacoue-Labarthe aparenta ser bastante forçosa e difícil, mas sua argumentação é coerente com o vocabulário heideggeriano, o que a torna, passo a passo, bastante convincente.
A operação de Lacoue-Labarthe para a proposição de sua tese apresentada no texto pode ser dividida em seis partes, em capítulos numerados de I a VI, rigidamente encadeados sucessoriamente e entre si. No contexto geral, esta operação pode ser estruturada como um passo atrás, na qual o autor apresenta os conceitos gerais da tradição do sublime em sua dimensão negativa, critica esse conceito tradicional no sentido mesmo de uma desconstrução
de sua teoria estética e, por fim, relativiza um novo conceito de sublime "como uma espécie de correlato da teoria heideggeriana da aletheia" (SELIGMANN-SILVA, 2007, p. 96). Ainda em linhas gerais, a conclusão de Lacoue-Labarthe é a de que Heidegger – a estrutura fenomenológica de Heidegger para a interpretação da verdade – pertence, este é o grande êxito de Lacoue-Labarthe, à tradição do sublime, revisitada e revista, isto é, uma tradição que não é mais interpelada por seu entendimento do sublime como negatividade ou representação estética, mas a partir do sublime que acontece como