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Qual É O Seu Lugar
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E-book54 páginas32 minutos

Qual É O Seu Lugar

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Sobre este e-book

Você já sentiu que não está ou estava no lugar certo ou que não sabia para onde ir? Que as escolhas que fazia ou as coisas nas quais estava envolvido não fazem sentido para você? Que existiria uma outra vida ou um outro lugar existencial que faria muito mais sentido para você do que esse? Ou, ainda, sente-se angustiado por observar as novas gerações cada vez mais perdidas, sem rumo e perspectiva de vida? Por fim, que se perdeu em algum momento da vida e não sabe mais como voltar ou seguir, ou mesmo qual rumo seguir? Essas e outras interrogações sempre estiveram presentes para mim. E, para certificar-me de que eu não estava ficando um louco solitário, resolvi abrir-me à escuta de outras pessoas para saber se elas também sentiam isso, uma estrangeiridade existencial. E foi em conversas informais, com pessoas diversas, de onde brotou o desejo de escrever sobre este tema. Por isso, falo de gente. Pessoas que atendi na clínica, nas instituições que trabalhei – na faculdade, no sistema prisional, no hospital e na clínica - mas também algumas que encontrei nas viagens da vida, nos botecos, nas paradas, nas comunidades, nos freelancers durante o período de faculdade. Em quase todos os cenários e vidas, uma queixa se repetia: uma insatisfação em relação ao seu lugar no mundo, a si mesmo, uma falta de localização, de pertencimento e de sentido. De um lado, aqueles que encontravam-se perdidos porque não sabiam para onde ir e, de outro, pessoas que estavam em algum lugar, mas não se sentiam felizes nelee. Poucas vezes, nesse caminho, conheci pessoas que estavam “felizes”, localizadas, passando por um sofrimento que fizesse sentido para elas. Cheguei a pensar que, talvez, fosse isso que restasse à vida. Contudo, no fim, não podia ser, ao menos resolvi apostar nessas fichas. É sobre essa sensação de estrangeiridade existencial que proponho a refletirmos um pouco nesse livro. Sem as exigências acadêmicas de uma linguagem etiquetada, no entanto, sem perder as próteses de uma construção científica, da qual sou profundamente agradecido. Neste livro, faço um esforço enorme para evitar os afastamentos de um psicologuês e psicanalês que possam criar um ponto surdo entre nós. Sempre que citar alguém, vou deixar a referência, caso aja interesse de aprofundamento no tema tratado e para que o livro não esteja flutuando igual pinico furado no mar de merda. Esse livro é, igualmente, o testemunho de uma experiência de muitos. Como psicólogo estou em um constante exercício de escuta. Essa função me coloca em um lugar de privilégio: de atravessar e ser atravessado por pessoas e, no meio delas, habita a minha própria vida e processo de análise. Então, penso no meu exercício como de um catador de lixo . Fui ali e acolá, recolhendo uma coisinha e outra, para montar essa escrita. Sou imensamente grato pelos atravessamentos. No entanto, deixo advertido porque este livro não arroga para si um compromisso de verdade absoluta e norteadora. Primeiro, que recuso esse lugar esquisito de guru assumido por aí. Ele tem sido uma corda amarrada no pescoço de muita gente empanturrada de verdades. Segundo porque falo de uma experiência. É sempre de um ponto de algum lugar particular. Terceiro, porque não venho propor saídas ou soluções. Eu também estou no meio do caminho com você, procurando não o sentido, mas um sentido. Com a psicanálise aprendi que nascemos sozinhos e que, por mais pessoas que tenhamos ao nosso lado, vivemos na constante presença de nossa própria solidão. Em um primeiro momento, quero contar um pouco do meu próprio percurso em torno desse tema. Um pouco porque, assim como você, também tenho outras paranoias. Depois, quero convidá-los para um breve diálogo com pesquisadores que estão pensando, cada um a seu modo e de um ponto de vista, sobre as questões da contemporaneidade. Feito isso, gostaria de trazer, também, uma leitura psicanalítica desse “mal-estar contemporâneo” e as implicações dessa posição de vida para os sujeit
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de ago. de 2023
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    Qual É O Seu Lugar - Heitor Soares Sanglard

    SUMÁRIO

    Prefácio.......................................................................... 4

    Introdução..................................................................... 7

    No princípio era o predicado..................................... 13

    Posicionando a questão do lugar no

    mundo.......................................................................... 26

    As características do sertão

    contemporâneo............................................................ 30

    A questão do lugar na Psicanálise............................ 37

    A carta curinga........................................................... 54

    Considerações finais................................................... 64

    Referências.................................................................. 65

    2

    3

    PREFÁCIO

    Eu pensei tantas vezes em como começar esse livro que, em algum momento, as palavras entupiram na entrada – pois só tenho duas mãos e uma cabeça – empurradas pela angústia interna, sempre apressada. Quase tropecei no medo de escrever. Escrever, para mim, é como um exorcismo. É uma necessidade.

    Sempre fui uma pessoa mais reservada, eu, minhas paranoias e as leituras. Por isso, escrever me deixa frágil. Afinal, meu corpo é marcado pela linguagem e, quando encaixo palavras para que outras pessoas as devorem em sopas de letrinhas, eu me ex-ponho, me coloco para fora, como filhote de passarinho empurrado do ninho para ver se voa. É

    desocupar a moita porque vem gente nova por aí, novas versões de quem se é.

    Queria contar desse desassossego de

    natureza, é assim que estou. Apertado, borbulhando, latendo como que a pé de vazar. Então, convido você para sentar em roda de ciranda e, enquanto a gente 4

    conversa, alguém passa por trás e deixa o corre cotia que, nesse caso, são essas palavras, para que algo, se for possível, fique aí com vocês, no coração.

    É cansativo não conseguir escrever esses afetos. Mas posso exorcizá-los, novamente, pelas palavras.

    Se eu me proponho a falar aqui de um lugar, queria, primeiro, me apresentar um pouco. Aqui em Minas a gente chama para tomar um café com queijo. Senta quem pode e não repara a bagunça, a casa estás sendo arrumada. Permita-me levá-lo logo ali.

    5

    6

    INTRODUÇÃO

    Você já sentiu que não está ou estava no lugar certo ou que não sabia para onde ir? Que as escolhas que fazia ou as coisas nas quais estava envolvido não fazem sentido para você? Que existiria uma outra vida ou um outro lugar existencial que faria muito mais sentido para você do que esse? Ou, ainda, sente-se angustiado por observar as novas gerações cada vez mais perdidas, sem rumo e perspectiva de vida? Por fim, que se perdeu em algum momento da vida e não sabe mais como voltar ou seguir, ou mesmo qual rumo seguir?

    Essas e outras interrogações sempre

    estiveram presentes para mim. E,

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