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China velho e novo império
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China velho e novo império
E-book218 páginas2 horas

China velho e novo império

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Sobre este e-book

Como explicar que um país cresça durante três décadas em patamares próximos a 10% ao ano? E que um único Partido mantenha-se quase que inconteste no poder por mais de 60 anos, apesar de desastres políticos, fome e pobreza? E que esse mesmo Partido tenha, com muita visão de futuro, mudado totalmente de planos, tornando-se adepto do capitalismo e, mais uma vez, siga inconteste? E que esse mesmo povo, de história tão sofrida, seja hoje um exército imenso de trabalhadores incansáveis, cientistas geniais, empresários habilidosos e políticos determinados? As respostas não podem ser encontradas de forma superficial. Para compreender a China é preciso mergulhar em sua história, visitar Confúcio, os primeiros imperadores, Mao Tsé-Tung, conhecer a escrita chinesa de mais de mil anos a.C., os exames imperiais de dois séculos a.C., as trocas de dinastias, as invasões japonesas, a Revolução Comunista, a abertura econômica. Esses personagens e acontecimentos são fundamentais para a compreensão da China e do futuro do mundo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de nov. de 2013
ISBN9786556233871
China velho e novo império

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    Pré-visualização do livro

    China velho e novo império - Wilson Marchionatti

    capa do livro

    CONSELHO EDITORIAL EDIPUCRS

    Chanceler Dom Jaime Spengler

    Reitor Evilázio Teixeira | Vice-Reitor Manuir José Mentges

    Luciano Aronne de Abreu (Presidente e Editor-Chefe), Adelar Fochezatto, Antonio Carlos Hohlfeldt, Cláudia Musa Fay, Gleny T. Duro Guimarães, Helder Gordim da Silveira, Lívia Haygert Pithan, Lucia Maria Martins Giraffa, Maria Eunice Moreira, Maria Martha Campos, Norman Roland Madarasz, Walter F. de Azevedo Jr.

    MEMBROS INTERNACIONAIS

    Fulvia Zega - Universidade de Gênova, Jaime Sánchez - Universidad de Chile, Moisés Martins - Universidade do Minho, Nicole Stefane Edwards - University Queensland, Sebastien Talbot - Universidade de Montréal.


    Conforme a Política Editorial vigente, todos os livros publicados pela editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS) passam por avaliação de pares e aprovação do Conselho Editorial.


    © EDIPUCRS 2023

    © Edição fac-símile 2013

    CAPA Graziella Benetti Morrudo

    ILUSTRAÇÃO DA CAPA Stock.xchng e fotos acervo do autor

    EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Jardson Silveira Corrêa

    REVISÃO DE TEXTO Grasielly Hanke Angeli

    Edição revisada segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


    M317c   Marchionatti, Wilson      

    China [recurso eletrônico] : velho e novo império / Wilson

    Marchionatti. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : ediPUCRS,

    2023.

    1 Recurso on-line (130 p.) : il.,

    Editado também como livro impresso em 2013.

    Modo de Acesso:  

    ISBN 978-65-5623-387-1

    1. China – História. 2. China – Governo e política. 3. China – 

    Vida social e costumes. I. Título. 

    CDD 23. ed. 951


    Ana Paula Magnus CRB-10/2052

    Setor de Tratamento da Informação da BC-PUCRS.

    Todos os direitos desta edição estão reservados, inclusive o de reprodução total ou parcial, em qualquer meio, com base na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, Lei de Direitos Autorais.

    Logo-EDIPUCRS

    Editora Universitária da PUCRS

    Av. Ipiranga, 6681 - Prédio 05 - Sala 207

    Caixa Postal 1429 - CEP 90619-900

    Porto Alegre - RS - Brasil

    Fone/fax: (51) 3320 3711

    E-mail: edipucrs@pucrs.br

    Site: www.pucrs.br/edipucrs

    Wilson Marchionatti

    China: velho e novo império

    logoEdipucrs

    Porto Alegre, 2023

    Agradeço e dedico esta obra às pessoas

    sem as quais ela não seria possível:

    Aos meus pais, pelo suporte incondicional

    e pela inspiração intelectual.

    Aos meus irmãos e familiares.

    Ao governo chinês, por incentivar meus estudos na China.

    Aos professores de mandarim e de mestrado

    da SHUFE, por todo o conhecimento repassado.

    Aos amigos Ângelo e Carol, pela amizade verdadeira e por me receberem em sua casa ao longo dos meses em que o livro foi escrito.

    Aos meus grandes amigos da China, Romilson, Fernanda, Mikael, Emerson, Janaina, Aline, Gevorge, Georg, Tuhin, Ali e Emin.

    Aos amigos do Azzurri F.C., pelos momentos únicos.

    Aos amigos André, Elaine, Morim, Amaro, Bafo,

    Palermo, Bonds e demais amigos do Bazar F.C.,

    pela tão importante amizade, sobretudo na distância.

    Aos professores Contri e Letícia, por possibilitarem

    meu retorno a Porto Alegre e à PUCRS.

    À PUCRS, pela formação intelectual

    e por sempre fazer com que me sinta em casa.

    Aos profissionais da EDIPUCRS, pela excelente editoração.

    E, por último, ao povo chinês, ao qual tenho profundo respeito. Espero que esse povo possa compreender o intuito desta obra: levar ao mundo um retrato de sua magnífica história e importância.

    Sumário

    Prefácio

    Um lugar preferencial na estante

    O Século Chinês

    Apresentação

    China pré-histórica

    De onde vieram os índios americanos?

    Por que chineses têm olhos puxados?

    Início da civilização chinesa

    O que há de especial na história chinesa? Qual é a importância de fatos tão antigos?

    A civilização chinesa e seu sistema

    Confúcio

    Frases célebres de Confúcio

    Velho dilema

    Religiões na China

    Guanxi

    O guanxi da vida privada

    Dinastias desde a unificação até a república

    O Mandato dos Céus

    Dinastia Qin

    Dinastia Han

    Dinastia Sui

    Por que a China estagnou?

    Dinastia Tang

    Por que a China estagnou?

    Dinastia Song

    Marco Polo trouxe o macarrão da China?

    Dinastia Yuan

    A façanha mongol

    Gengis Khan

    Dinastia Ming

    A Grande Muralha

    A muralha da China pode ser vista do espaço?

    De imperialistas a vítimas do imperialismo

    Dinastia Qing

    Estrangeiros na China

    Início do século XX: a definição da China moderna

    Dos senhores de guerra à república

    O governo nacionalista

    A ascensão do Partido Comunista

    A guerra contra o Japão e a frente unida

    Japoneses e chineses

    A guerra civil

    A arte da Guerra e Mao Tsé-Tung

    A China de Mao Tsé-Tung

    Paz e reconstrução

    Colocando ordem em casa

    A liberação feminina

    A reforma agrária

    A nova ditadura

    As comunas e a vida dos chineses nos tempos de Mao

    As cotas de Mao

    Execuções de capitalistas

    Armas nucleares

    O Grande Salto para a Frente

    O terror da fome

    Mao sabia das mortes durante a Grande Fome?

    A exoneração temporária de Mao

    Zhou Enlai

    A Revolução Cultural

    Melhorias na educação e saúde

    Punições

    Relato de testemunha da Revolução Cultural

    A morte de Mao e a nova liderança

    O que é comunismo?

    Diferenças entre comunismo na URSS e na China

    Maoismo

    Comunismo e crueldade

    China e o comunismo internacional: URSS, guerras da Coreia e Vietnã e Fidel Castro

    Mao

    Madame Mao

    Livros escolares

    À mercê da história

    A China de Deng Xiaoping

    Mao estava certo! Ainda bem

    Novo líder e fim da utopia

    Definindo a mudança

    Pacto entre camponeses e o fim das comunas

    Visita de Deng Xiaoping aos EUA

    Revolução capitalista russa vs. chinesa

    Pizza e tartaruga ninja

    Instabilidade política

    Os protestos na Praça Celestial

    As marcas do Massacre

    A resistência de Deng Xiaoping

    Chinês não é gado

    A dura vida de Deng Xiaoping

    O socialismo de Deng Xiaoping

    Deng fez tudo aquilo sem ser presidente

    Frases de Deng

    A China moderna

    Era Jiang Zemin

    Retorno de Macau e HK

    Falun Gong

    Uma rara entrevista de um líder chinês

    Teoria das três representações

    Era Hu Jintao

    O grande terremoto de 2008

    Olimpíadas de Pequim

    O ideólogo Hu Jintao

    Política na China

    Seis vantagens do sistema chinês

    A organização do sistema político

    Liu Xiaobo

    Congresso Popular Nacional

    Eleições

    Os novos líderes mundiais

    Justiça

    Imprensa

    Economia Chinesa

    A transição

    Economia pré-Mao

    A real economia de Mao

    Linha do tempo de acontecimentos econômicos

    Os segredos do crescimento continuado

    Exportações

    Bem-vindo importador

    Made in China

    Três fatores inerentes

    Investimentos, zonas especiais e mais investimentos

    A polêmica moeda chinesa

    China no OMC

    Crises de 1997 e 2008

    O panorama atual da economia chinesa

    PIB per capita

    O trunfo da economia chinesa: população ordeira, ambiciosa e controlada

    A chantagem

    Os grandes projetos

    Considerações finais: o futuro da China

    Entrevistas

    Referências

    Landmarks

    Cover

    Que essa obra, fruto de tanto sacrifício,

    não nos deixe esquecer de que um

    dos sentidos da vida é descobrir.

    Deixe a China dormir, pois quando

    ela acordar vai sacudir o mundo.

    Napoleão Bonaparte

    Prefácio

    Um lugar preferencial na estante

    Em 2008, para atender a um especial convite do governo chinês, fui proferir uma palestra sobre o Brasil na Universidade de Finanças e Economia de Xangai (Shufe). Na sala de aula, estudantes chineses e estrangeiros, do curso de Mestrado. A Shufe é, sem dúvida, uma universidade importante para os novos tempos da China. É por onde sopram os ventos que arejam o país e o conectam intelectualmente com a globalização e a modernidade.

    Entre os jovens alunos que lá estudavam, encontro um brasileiro, nascido em Alegrete, Rio Grande do Sul: Wilson Marchionatti. Jornalista e economista, diplomado pela PUCRS, no perfeito domínio do mandarim, a língua culta padrão dos chineses, Marchionatti, estava completando seu curso de Mestre em Finanças Internacionais. Com os olhos atentos a tudo que viu e viveu, o jovem economista gaúcho não se ateve à vida acadêmica. Encontrou tempo e oportunidade para aprofundar o seu olhar em direção à história e à cultura da China. Estudou, pesquisou, aguçou a observação, ampliou sua compreensão dos pilares que sustentam esse colosso que é a civilização chinesa: a língua, os hábitos, a cultura, as leis e os costumes, a história, a política e a economia.

    O tempo passou. Marchionatti voltou para o Brasil, retomou suas atividades profissionais, assumiu como professor de Economia da PUCRS, mas nada disso impediu que ele encontrasse tempo e oportunidade para produzir uma obra extraordinária, resultado de três anos de vivências no velho oriente. E o resultado é justamente este livro – que agora chega à sua segunda edição. Com clareza explicativa, informação histórica, análise objetiva e opinião honesta, o professor Marchionatti nos propicia uma leitura séria e consistente.

    A China vem-se transformando, nesse curto e fantástico espaço de apenas três décadas, na mais poderosa locomotiva econômica do século XXI. A ela ninguém pode ficar indiferente. Nenhum ser humano vivo, em nossa era, pode deixar de se informar ou de saber o que é, o que representa, o que faz e o que fará a China agora e nos próximos anos. Sob pena de estar alheio à humanidade e ao planeta: seu presente, seu futuro e seu destino.

    Por isso, China: Velho e Novo Império, de Wilson Marchionatti, tem um lugar preferencial na minha estante, ao lado de outras obras cruciais recentemente publicadas sobre esse país surpreendente e fascinante. Simplesmente porque sei que, se há um país que irá afetar a minha vida e a dos meus filhos neste novo século, esse país é a China.

    Jose Alberto Fogaça

    O Século Chinês

    Uma previsão cada vez mais comum é que a era em que vivemos ficará marcada como o Século Chinês. Essa previsão é feita a partir de observações de épocas passadas, em especial o Século Britânico (XIX) e o Século Americano (XX), períodos marcados pela proeminência de uma civilização nos campos científico, cultural, ideológico, econômico e militar.

    Uma reação imediata à discussão desse tema é perguntar-se: seja a China candidata a novo império dominante, o quão distante e a que velocidade caminhamos na direção dessa situação? A resposta é que a distância ainda existe, mas diminui em ritmo frenético.

    No lado econômico, a China se tornou em 2009 a segunda maior economia do mundo e, mantendo o atual ritmo, deve superar os Estados Unidos em aproximadamente 10 anos.

    No lado político, o poder internacional chinês manifesta-se cotidianamente em rodadas de negociação e investidas diplomáticas. Um fato marcante foi que, pela primeira vez na história, um recém empossado presidente americano, Barack Obama, visitou a China em seu primeiro ano de mandato. A visita deu-se em meio à crise financeira de 2008-2009 e uma das principais demandas era uma valorização considerável da moeda chinesa (Yuan), que segundo alegações dos EUA distorcia o comércio internacional.

    Até meados de 2010 mais de um ano havia se passado desde a apresentação das exigências e nenhuma medida em concordância havia sido tomada por parte do governo chinês, que segue defendendo: mudanças na política cambial acontecerão gradualmente seguindo a soberania chinesa e não por meio de exigências externas.

    Em se tratando de expandir sua influência em terras estrangeiras a situação é similar. Investimentos chineses no exterior não se resumem apenas a projetos financeiros, mas também incluem diplomacia cultural e auxílio a países, sobretudo na África. Investimentos que, devido a sua magnitude, são monitorados de perto pelo governo dos EUA, já atento à velocidade com que a China persegue uma possível supremacia sobre o globo. Esse monitoramento é expresso diretamente por meio de relatórios governamentais como o Comparando a influência global: Diplomacia da China e dos EUA (...), estudo realizado pelo Serviço de Pesquisa do congresso americano.

    No entanto, esperar que a China em sua empreitada de construir o chamado Século Chinês reproduza um padrão de dominância similar ao produzido por EUA e Inglaterra em seus períodos de predominância é um erro. A ideia de um Século Chinês, nos termos do britânico e americano, seria viável somente se o conjunto de circunstâncias presentes durante a ascensão daqueles países como nações superlativas fosse repetido em favor da China; mas o número de eventos que existiu durante sua ascensão é muito grande e diversificado, sendo praticamente impossível de ser repetido.

    O chamado Século Americano, por exemplo, foi construído em um mundo de características muito especiais: (1) uma revolução tecnológica na área de comunicação, incluindo o advento do rádio, do cinema e da televisão, meios explorados com sucesso pelos EUA diplomática e comercialmente; (2) um mundo polarizado, a princípio entre Democracia e Fascismo e, posteriormente, entre o Capitalismo e o Comunismo; (3) a inexistência

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